Dimensões da autoavaliação de saúde em idosos

Flávia Silva Arbex Borim Anita Liberalesso Neri Priscila Maria Stolses Bergamo Francisco Marilisa Berti de Azevedo Barros Sobre os autores

Resumo

OBJETIVO

Analisar associação entre autoavaliação negativa de saúde e indicadores de saúde, bem-estar e variáveis sociodemográficas em idosos.

MÉTODOS

Estudo transversal utilizando dados de inquérito de saúde de base populacional com amostra probabilística por conglomerados, realizado em Campinas, SP, em 2008 e 2009. Os participantes eram idosos (≥ 60 anos) e a variável dependente foi autoavaliação de saúde, categorizada em: excelente, muito boa, boa, ruim e muito ruim. As razões de prevalências ajustadas foram estimadas por meio de regressão múltipla de Poisson.

RESULTADOS

Maior prevalência de autoavaliação de saúde como ruim/muito ruim foi observada nos indivíduos que nunca estudaram, naqueles com menor escolaridade, com renda familiar per capita mensal inferior a um salário mínimo. Tiveram também pior autoavaliação de saúde aqueles com pontuação igual ou maior a cinco no indicador de saúde física, cinco ou mais no Self Reporting Questionnaire 20 e os que não referiram sentimento de felicidade todo o tempo.

CONCLUSÕES

Os efeitos independentes das condições materiais de vida, saúde física e mental e bem-estar subjetivo, observados sobre a autoavaliação de saúde, sugerem que idosos podem ser beneficiados por políticas de saúde apoiadas numa visão global e integrativa da velhice.

Idoso; Autoavaliação; Nível de Saúde; Efeitos Psicossociais da Doença; Fatores Socioeconômicos; Desigualdades em Saúde; Inquéritos Epidemiológicos


INTRODUÇÃO

O aumento da longevidade e a mudança do perfil epidemiológico ampliaram de forma significativa o conceito de saúde e o espectro de indicadores necessários para o seu monitoramento. Considerando que a avaliação subjetiva das pessoas sobre a sua própria condição de saúde é um indicador importante do impacto da doença sobre o bem-estar individual,4. Barros MBA, Francisco PMSB, Lima MG, Cesar CLG. Social inequalities in health among elderly. Cad Saude Publica. 2011;27(Supl 2):s198-208. DOI:10.1590/S0102-311X2011001400008 essa medida passou a ser usada em inquéritos populacionais, juntamente com outras de autorrelato sobre: sinais, como quedas e incontinência urinária; sintomas, como fadiga, tristeza e ansiedade; evocação de diagnósticos clínicos feitos por médicos; e desempenho funcional indicado por grau de necessidade de ajuda para o desempenho de atividades de vida diária.

As respostas de autorrelato sobre morbidades, sinais e sintomas e capacidade funcional têm seu foco direcionado para as condições clínicas individuais e apresentam boa concordância com registros médicos ou exames clínicos.3030 . Wu SC, Li CY, Ke DS. The agreement between self-reporting and clinical diagnosis for selected medical conditions among elderly in Taiwan. Public Health. 2000;114(2):137-42. DOI:10.1016/S0033-3506(00)00323-1 A autoavaliação de saúde implica em perguntas e respostas de natureza valorativa e comparativa. É uma medida complexa, influenciada pelos mesmos elementos que controlam os relatos sobre sinais, sintomas, desempenho funcional e diagnósticos médicos. A diferença entre esses dois tipos de medida reside no fato de os autorrelatos sobre sinais e sintomas serem de caráter descritivo e a autoavaliação da saúde ser de caráter global e valorativo, indicada por uma resposta que se caracteriza como um julgamento pessoal, feito com base em critérios individuais e socionormativos de acesso prioritário ao respondente.1111 . Latham K, Peek CW. Self-rated health and morbidity onset among late midlife U.S. adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(1):107-16. DOI:10.1093/geronb/gbs104

Estudos sobre as relações entre a avaliação de saúde por critérios objetivos e subjetivos são baseados em comparações entre o envelhecimento saudável ou bem-sucedido aferidas pelos dois critérios de avaliação. A correlação entre o estado de saúde medido com indicadores objetivos e subjetivos tende a enfraquecer com o avançar da idade.1111 . Latham K, Peek CW. Self-rated health and morbidity onset among late midlife U.S. adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(1):107-16. DOI:10.1093/geronb/gbs104 Entre idosos, a incongruência refletida em baixa pontuação em saúde objetiva e alta pontuação na autoavaliação da saúde (ou saúde subjetiva) pode ser explicada por mecanismos compensatórios de natureza afetiva, cuja função é proteger a autoestima, o senso de autoeficácia e o bem-estar subjetivo.2626 . Strawbridge WJ, Wallhagen MI, Cohen RD. Succesful aging and well-being: self-rated compared with Rowe and Kahn. Gerontologist. 2002;42(6):727-33. DOI:10.1093/geront/42.6.727 No entanto, há limites para a ação desses mecanismos compensatórios,2020 . Robert SA, Cherepanov D, Palta M, Dunham NC, Feeny D, Fryback DG. Socioeconomic status and age variations in health-related quality of life: results from the National Health Measurement Study. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2009;64(3):378-89. DOI:10.1093/geronb/gbp012,2121 . Rosero-Bixby L, Dow WH. Surprising SES gradients in mortality, health and biomarkers in a Latin American population of adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2009;64(I):105-17. DOI:10.1093/geronb/gbn004,2929 . Wickrama K, Mancini JA, Kwag K, Kwon J. Heterogeneity in multidimensional health trajectories of late old years and socioeconomic stratification: a latent trajectory class analysis. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(2):290-7. DOI:10.1093/geronb/gbs111 o que explica as correlações positivas encontradas entre autoavaliações objetivas e subjetivas de saúde entre idosos com incapacidade,1414 . Martinez DJ, Kasl SV, Gill TM, Barry LC. Longitudinal association between self-rated health and timed gait among older persons. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(6):715-9. DOI:10.1093/geronb/gbp115 com incapacidade e doenças crônicas1111 . Latham K, Peek CW. Self-rated health and morbidity onset among late midlife U.S. adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(1):107-16. DOI:10.1093/geronb/gbs104 e com depressão,1818 . Ostbye T, Malhotra R, Chan A. Thirteen dimensions of health in elderly Sri Lankans: results from a Nation Sri Lanka Aging Survey. J Am Geriatr Soc. 2009;57(8):1376-87. DOI:10.1111/j.1532-5415.2009.02350.x ou que vivem sob condições de pobreza2121 . Rosero-Bixby L, Dow WH. Surprising SES gradients in mortality, health and biomarkers in a Latin American population of adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2009;64(I):105-17. DOI:10.1093/geronb/gbn004 e com pouco acesso a bens e a oportunidades sociais.1010 . Geib LTC. Determinantes sociais da saúde do idoso. Cienc Saude Coletiva. 2012;17(1):123-33. DOI:10.1590/S1413-81232012000100015

Estudo longitudinal que incluiu na sua linha de base indivíduos sem doença e sem incapacidade apontou que a morbidade, mesmo ajustada por variáveis sociodemográficas, utilização e acesso ao serviço de saúde e fatores de risco à saúde, ao longo do tempo, é um preditor da autoavaliação de saúde.1111 . Latham K, Peek CW. Self-rated health and morbidity onset among late midlife U.S. adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(1):107-16. DOI:10.1093/geronb/gbs104 Relatou ainda que a incapacidade tem uma relação direta com a avaliação subjetiva de saúde. Em relação à depressão, meta-análise envolvendo estudos longitudinais e transversais observou que a presença de doenças crônicas e de pior saúde percebida estava associada à depressão no idoso e que a autoavaliação de saúde apresentou maior associação com depressão do que doenças crônicas autorrelatadas.7. Chang-Quan H, Xue-Mei Z, Bi-Rong D, Zhen-Chan L, Ji-Rong Y, Qing-Xiu L. Health status and risk for depression among the elderly: a meta-analysis of published literature. Age Ageing. 2010;39(1):23-30. DOI:10.1093/ageing/afp187

No Brasil, estudos de base populacional apontam associação da autoavaliação de saúde com a morbidade e a capacidade funcional em idosos,1717 . Nunes APN, Barreto SM, Gonçalves LG. Relações sociais e autopercepção da saúde: Projeto Envelhecimento e Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(2):415-28. DOI:10.1590/S1415-790X2012000200019,2525 . Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(1):49-62. DOI:10.1590/S1415-790X2012000100005 mas a magnitude dessa relação, quando incluídas variáveis como a saúde mental e o bem-estar subjetivo, ainda não foi investigada.

O objetivo do presente estudo foi analisar a associação entre autoavaliação negativa de saúde e indicadores de saúde, bem-estar e variáveis sociodemográficas entre idosos.

MÉTODOS

Foram analisados dados oriundos do Inquérito de Saúde de Campinas (ISACamp 2008/2009),aa Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde. Inquérito de Saúde ISACamp 2008/2009 [citado 2014 jul 13]. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/fcm/ccas-centro-colaborador-em-analise-de-situacao-de-saude/isacamp/2008 de base populacional, para análise dos perfis do estado de saúde, comportamentos de saúde e uso de serviços de saúde em diferentes segmentos da população. Esse inquérito coletou informações domiciliares de pessoas com 10 anos ou mais, considerando-se três faixas etárias: 10 a 19, 20 a 59 e 60 anos e mais, residentes na área urbana do município de Campinas, SP, entre 2008 e 2009. O cálculo do tamanho da amostra totalizou 1.000 indivíduos em cada grupo de idade. Foi selecionada amostra probabilística por conglomerados, em dois estágios: sorteio dos setores censitários e dos domicílios.6. Borim FSA, Barros MBA, Neri AL. Autoavaliação da saúde em idosos: pesquisa de base populacional no município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica. 2012;28(4):769-80. DOI:10.1590/S0102-311X2012000400016,aa Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde. Inquérito de Saúde ISACamp 2008/2009 [citado 2014 jul 13]. Disponível em: http://www.fcm.unicamp.br/fcm/ccas-centro-colaborador-em-analise-de-situacao-de-saude/isacamp/2008

Prevendo-se 20,0% de recusas e de domicílios vagos, foram selecionados 3.900 domicílios para a obtenção de ao menos 1.000 entrevistas de idosos. Entre os domicílios sorteados, houve perda de 6,5% por impossibilidade de encontrar um morador ou por recusa de um residente em arrolar os indivíduos que moravam no domicílio. Dos 1.558 idosos identificados nos domicílios sorteados, 2,4% recusaram-se a participar da pesquisa, sendo entrevistados 1.520 idosos. Entre estes, em 5,8% dos casos as entrevistas foram feitas com um cuidador ou com um familiar e foram excluídas do presente estudo. Portanto, foram analisados os dados de 1.432 idosos com idade média de 69,5 anos (IC95% 69,1;69,9).

As informações dos participantes foram coletadas por meio de questionário aplicado por entrevistadores treinados. As questões foram organizadas em blocos que abordaram tópicos relativos à morbidade, acidentes e violências, saúde emocional, qualidade de vida, uso de serviços, práticas preventivas, uso de medicamentos, comportamentos relacionados à saúde e características socioeconômicas. As variáveis analisadas com relação aos idosos foram:

1. Indicador subjetivo global de saúde. Correspondeu à resposta a um item escalar com cinco alternativas: “Em geral, você diria que sua saúde é: excelente, muito boa, boa, ruim ou muito ruim?”.

2. Indicador de saúde física. Foi construído a partir das respostas dos idosos aos itens correspondentes a doenças crônicas, problemas de saúde e se estes causavam limitações. Foi atribuída pontuação zero aos indivíduos que não apresentaram nenhuma doença e nenhum problema crônico de saúde; pontuação um a cada doença ou problema relatado sem limitação e pontuação dois para cada doença e problema relatado com limitação nas atividades do dia a dia. Esse indicador apoiou-se nos dados relativos aos seguintes aspectos:

  1. a) Doenças crônicas. Correspondeu à pergunta: “Algum médico ou profissional de saúde já disse que você tem alguma das seguintes doenças?”, com possibilidade de resposta dicotômica (sim ou não) para: hipertensão, diabetes, doença do coração, câncer, reumatismo, osteoporose, asma/bronquite/enfisema, tendinite e problemas de circulação.

  2. b) Sinais e sintomas físicos. Foi feita a pergunta: “Você tem algum dos seguintes problemas de saúde?”, com possibilidade de resposta dicotômica (sim ou não) para: dor de cabeça, dor nas costas, alergia, problema emocional, tontura, insônia e problema urinário.

  3. c) Limitação funcional. Foi investigada com a pergunta: “A doença ou o problema de saúde (sinal ou sintoma) limita ou não limita as suas atividades do dia a dia?”, para cada doença ou problema de saúde relatado pelos idosos.

3.Indicador de saúde mental, que consistiu no escore obtido para cada idoso no Self Reporting Questionnaire 20 (SRQ-20)2222 . Scazufca M, Menezes PR, Vallada H, Araya R. Validity of the self-reporting questionnaire-20 in epidemiological studies with older adults. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 2009;44:247-54. DOI 10.1007/s00127-008-0425-y – um instrumento de 20 itens dicotômicos, em que cada resposta afirmativa equivale a um ponto. Foram construídas três faixas: zero a quatro, cinco a dez e dez pontos ou mais.

4.Características demográficas: sexo e idade.

5.Indicadores de condições materiais de vida: escolaridade e renda familiar mensal per capita.

6.Indicadores de bem-estar. Foram consideradas as respostas a dois itens do questionário de qualidade de vida 36 itens short formHealth Survey Questionnaire (SF-36):8. Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999;39:143-50.

  1. a) Sentimento de felicidade (nível de prazer na vida cotidiana). Foi avaliado por meio da pergunta: “Você tem se sentido feliz nas últimas quatro semanas?”, com as seguintes alternativas de resposta: todo o tempo/a maior parte do tempo, alguma parte do tempo e pequena parte do tempo/nunca.

  2. b) Vitalidade (nível de energia percebido na vida cotidiana). Foi avaliada por meio da pergunta: “Você tem se sentido com muita energia nas últimas quatro semanas?”, com as possibilidades de resposta todo o tempo/a maior parte do tempo, alguma parte do tempo e pequena parte do tempo/nunca.

Os dados do inquérito foram digitados em banco desenvolvido com o uso do software EpiData, versão 3.1 e submetidos à avaliação de consistência. Para as análises foram estimadas as prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95%. As associações entre variáveis independentes e autoavaliação de saúde foram analisadas pelo teste Qui-quadrado com nível de significância de 5%. Também foram usadas análises de regressão simples e múltipla de Poisson para estimar razões de prevalência brutas e ajustadas. Foram introduzidas no modelo de regressão múltipla de Poisson as variáveis que apresentaram nível de significância menor que 20% (p < 0,20), na associação com a variável dependente, e permaneceram no modelo aquelas com p < 0,05. O modelo de regressão foi desenvolvido em quatro etapas. Na primeira etapa, foram introduzidas as variáveis demográficas e socioeconômicas; na segunda foi acrescentado o indicador de saúde física; na terceira etapa, entrou o indicador de saúde mental; e na quarta etapa, foram introduzidos os indicadores de bem-estar. A análise dos dados foi realizada com os comandos svy do software Stata versão 11.0, utilizando-se as ponderações decorrentes do desenho amostral e considerando-se a existência das unidades primárias de amostragem.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, em adendo ao Parecer 079, de 2007, referente ao projeto ISACamp 2008/2009 em 27 de abril de 2010.

RESULTADOS

Na Tabela 1 é apresentada a prevalência da autoavaliação de saúde como ruim/muito ruim, segundo as variáveis demográficas e socioeconômicas, os indicadores de saúde física e mental e os indicadores de bem-estar subjetivo (felicidade e vitalidade). Observou-se que idosos com escolaridade igual ou inferior a quatro anos e com renda per capita de até três salários mínimos apresentaram maior prevalência de autoavaliação de saúde como ruim/muito ruim.

Tabela 1
Prevalência e razão de prevalência de autoavaliação e indicadores entre pessoas ≥ 60 anos. Campinas, SP, 2008-2009. (N = 1.432)

Aqueles com pontuação igual ou maior a cinco no indicador de saúde física e que pontuaram cinco ou mais no SRQ-20 apresentaram maior prevalência de autoavaliações negativas de saúde, com RP = 17,0 e RP = 10,1, respectivamente, nas categorias de maiores pontuações (Tabela 1). As prevalências de autoavaliação de saúde como ruim/muito ruim foram significativamente mais elevadas entre os indivíduos que responderam ter menor sentimento de felicidade e vitalidade (Tabela 1).

Por meio do modelo de regressão múltipla verificou-se, na primeira etapa, maior prevalência de autoavaliação de saúde como ruim/muito ruim nos indivíduos sem escolaridade formal, naqueles com um a quatro anos de estudo e com renda familiar mensal per capita inferior a um salário mínimo. Na segunda etapa da análise, aqueles com pontuação igual ou maior a cinco no indicador de saúde física apresentaram maior prevalência de autoavaliação negativa de saúde. Na terceira etapa (Tabela 2), os que pontuaram cinco ou mais no SRQ-20 e na quarta etapa as categorias baixo e intermediário nível de sentimento de felicidade apresentaram maior prevalência de autoavaliações negativas de saúde. Observou-se que, mesmo na presença de congruência entre a autoavaliação global da saúde e os autorrelatos sobre doenças, sinais e sintomas, incapacidade e limitações, a saúde mental e o sentimento de felicidade foram variáveis importantes na relação com a autoavaliação da saúde nos idosos (Tabela 2).

Tabela 2
Modelo de regressão múltipla de Poissona da associação entre autoavaliação de saúde e variáveis socioeconômicas, indicadores de saúde e bem-estar entre pessoas ≥ 60 anos. Campinas, SP, 2008-2009.

DISCUSSÃO

Foi observada prevalência de autoavaliação negativa da saúde de 10,9% (IC95% 8,9;13,2) entre idosos, assim como associação dessa condição subjetiva com indicadores de saúde física e mental, com senso de felicidade e com variáveis socioeconômicas. Tais dados sugerem que a percepção da saúde caracteriza-se não apenas por condições socioeconômicas favoráveis e saúde física e mental preservadas, mas também por bem-estar subjetivo positivo, indicado por sentimento de felicidade.2828 . Teixeira INDO, Neri AL. Envelhecimento bem sucedido: uma meta no curso da vida. Psicol USP. 2008;19(1):81-94. DOI:10.1590/S0103-65642008000100010

A idade e o sexo não apresentaram relação significativa com a autoavaliação de saúde. Pesquisas que investigaram a autopercepção da saúde em idosos no Brasil apontam esse mesmo resultado,6. Borim FSA, Barros MBA, Neri AL. Autoavaliação da saúde em idosos: pesquisa de base populacional no município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica. 2012;28(4):769-80. DOI:10.1590/S0102-311X2012000400016,1717 . Nunes APN, Barreto SM, Gonçalves LG. Relações sociais e autopercepção da saúde: Projeto Envelhecimento e Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2012;15(2):415-28. DOI:10.1590/S1415-790X2012000200019,1919 . Pagotto V, Nakatani AYK, Silveira EA. Fatores associados à autoavaliação de saúde ruim em idosos usuários do Sistema Único de Saúde. Cad Saude Publica. 2011;27(8):1593-602. DOI:10.1590/S0102-311X2011000800014 apesar das diferenças de gênero com relação à saúde e das relações entre idade avançada, morbidades e incapacidades que, em conjunto, podem influenciar a autoavaliação da saúde.1111 . Latham K, Peek CW. Self-rated health and morbidity onset among late midlife U.S. adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2013;68(1):107-16. DOI:10.1093/geronb/gbs104,1414 . Martinez DJ, Kasl SV, Gill TM, Barry LC. Longitudinal association between self-rated health and timed gait among older persons. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(6):715-9. DOI:10.1093/geronb/gbp115 Sexo e idade foram mantidas no modelo de regressão como variáveis de ajuste, uma vez que a análise incluiu variáveis que sofrem influencias diretas do sexo e da idade, como pode ser observado em alguns inquéritos que têm detectado maior prevalência de doenças crônicas nas mulheres e nos mais idosos.1. Agborsangaya CB, Lau D, Lahtinen M, Cooke T, Johnson JA. Multimorbidity prevalence and patterns across socioeconomic determinants: a cross-sectional survey. BMC Public Health. 2012;12:201. DOI:10.1186/1471-2458-12-201,3. Barros MBA, César CLG, Carandina L, Torre GD. Desigualdades sociais na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD-2003. Cienc Saude Coletiva. 2006;11(4):911-26. DOI:10.1590/S1413-81232006000400014

As variáveis socioeconômicas são importantes correlatos de saúde física. As desvantagens socioeconômicas influenciam o estilo de vida, o uso e o acesso a serviços de saúde e as relações sociais, podendo ter relação com pior condição de saúde de indivíduos e populações.2. Alves LC, Rodrigues RN. Determinantes da autopercepção de saúde entre idosos do Município de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(5-6):333-41. DOI:10.1590/S1020-498920050005000059. Dezutter J, Wiesmann U, Apers S, Luyckx K. Sense of coherence, depressive feelings and life satisfaction in older persons: a closer look at the role of integrity and despair. Aging Ment Health. 2013;17(7):839-43. DOI:10.1080/13607863.2013.792780 Na presente investigação, a autoavaliação de saúde apresentou associação significativa com renda e escolaridade. Em virtude da insuficiência de apoios, como a educação e o atendimento das necessidades de saúde, moradia e transporte no Brasil, a renda tem um papel fundamental com relação à aquisição de bens e serviços necessários para a reprodução social.1010 . Geib LTC. Determinantes sociais da saúde do idoso. Cienc Saude Coletiva. 2012;17(1):123-33. DOI:10.1590/S1413-81232012000100015 Robert et al2020 . Robert SA, Cherepanov D, Palta M, Dunham NC, Feeny D, Fryback DG. Socioeconomic status and age variations in health-related quality of life: results from the National Health Measurement Study. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2009;64(3):378-89. DOI:10.1093/geronb/gbp012 (2009) analisaram a qualidade de vida estratificando os participantes adultos por status socioeconômico e idade e observaram associação significativa entre autoavaliação de saúde, renda e escolaridade.

As doenças crônicas não transmissíveis, que são altamente prevalentes na população idosa, provocam significativo impacto na qualidade de vida dos indivíduos acometidos e de seus familiares, com repercussões no setor saúde. Com o aumento no número de comorbidades de um idoso diminui acentuadamente sua qualidade de vida.1212 . Lima MG, Barros MBA, César CLG, Goldbaum M, Carandina L, Ciconelli RM. Impact of chronic disease on quality of life among the elderly in the state of São Paulo, Brazil: a population-based study. Rev Panam Salud Publica. 2009;25(4):314-21. DOI:10.1590/S1020-49892009000400005 A prevalência de doenças crônicas aumenta com o avançar da idade, atingindo mais de 70,0% nas pessoas com 70 anos ou mais,4. Barros MBA, Francisco PMSB, Lima MG, Cesar CLG. Social inequalities in health among elderly. Cad Saude Publica. 2011;27(Supl 2):s198-208. DOI:10.1590/S0102-311X2011001400008 e sua presença exerce influência direta na autoavaliação da saúde.2. Alves LC, Rodrigues RN. Determinantes da autopercepção de saúde entre idosos do Município de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(5-6):333-41. DOI:10.1590/S1020-49892005000500005,1313 . Lima-Costa MF, Firmo JOA, Uchoa E. A estrutura da auto-avaliação da saúde entre idosos: projeto Bambuí. Rev Saude Publica. 2004;38(6):827-34. DOI:10.1590/S0034-89102004000600011 O declínio funcional, principal consequência das condições crônicas, guarda relação robusta com a saúde percebida.1414 . Martinez DJ, Kasl SV, Gill TM, Barry LC. Longitudinal association between self-rated health and timed gait among older persons. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2010;65(6):715-9. DOI:10.1093/geronb/gbp115

O presente estudo encontrou razão de prevalência mais alta em autoavaliação da saúde como ruim entre os idosos que pontuaram cinco ou mais no indicador de saúde física. A ausência de associação entre pontuações de um a quatro nesse indicador e a autoavaliação negativa da saúde pode estar relacionada ao controle das doenças crônicas. Isso indica a importância de reduzir, diagnosticar e tratar o mais precocemente possível as morbidades comuns para promover a qualidade de vida dos idosos. Priorizar o controle das morbidades e proporcionar o cuidado integral e contínuo são estratégias políticas que têm como foco a prevenção e o gerenciamento das doenças crônicas.2323 . Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet. 2011;377(9781):1949-61. DOI:10.1016/S0140-6736(11)60135-9

A pontuação obtida pelos idosos na avaliação de transtorno mental comum (caracterizado por sintomas somáticos e depressivos, estado de ansiedade, irritabilidade, insônia, fadiga, dificuldade de memória e de concentração) associou-se de maneira estatisticamente significativa com a autoavaliação negativa da saúde. Estudo transversal que analisou autoavaliação de saúde em amostra representativa de idosos verificou que os sintomas depressivos são os principais preditores de avaliação da própria saúde como ruim.1515 . Millán-Calenti JC, Sánchez A, Lorenzo T, Maseda A. Depressive symptoms and other factors associated with poor self-rated health in the elderly: gender differences. Geriatr Gerontol Int. 2012;12(2):198-206. DOI:10.1111/j.1447-0594.2011.00745.x Embora a saúde física e mental estejam correlacionadas, o efeito independente de cada uma sobre a autoavaliação de saúde é evidente no presente estudo.

A depressão gera um dos principais gastos em saúde na população com 60 anos ou mais, compromete a capacidade funcional, associa-se com doenças somáticas, leva ao isolamento social e causa diminuição significativa na qualidade de vida dos indivíduos.7. Chang-Quan H, Xue-Mei Z, Bi-Rong D, Zhen-Chan L, Ji-Rong Y, Qing-Xiu L. Health status and risk for depression among the elderly: a meta-analysis of published literature. Age Ageing. 2010;39(1):23-30. DOI:10.1093/ageing/afp187 Na velhice, a etiologia e os sintomas psicológicos, comportamentais e físicos da depressão podem variar e se manifestar de forma heterogênea, exigindo adaptações nas formas de diagnóstico e tratamento.5. Batistoni SST, Neri AL, Nicolosi GT, Lopes LO, Khoury HT, Eulálio MC, et al. Sintomas depressivos e fragilidade. In: Neri AL, organizadora. Fragilidade e qualidade de vida na velhice. Campinas: Alínea; 2013. p.283-98. Devido à singularidade dessa doença na velhice e dos achados encontrados no presente estudo, enfatiza-se a necessidade de investir mais em prevenção da depressão e em promoção da saúde mental como forma de contribuir para a melhora da saúde subjetiva e, consequentemente, para a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida dos idosos.

A associação encontrada entre o sentimento de felicidade e a autoavaliação de saúde foi a mais forte de todas as relações investigadas. Estudo longitudinal que investigou os determinantes da autoavaliação de saúde e da felicidade observou que essas variáveis refletem as diferentes facetas de uma base comum do bem-estar físico e mental.2727 . Subramanian SV, Kim D, Kawachi I. Covariation in the socioeconomic determinants of self rated health and happiness: a multivariate multilevel analysis of individuals and communities in the USA. J Epidemiol Community Health. 2005;59(8):664-9. DOI:10.1136/jech.2004.025742 Siahpush et al2424 . Siahpush M, Spittal M, Singh GK. Happiness and life satisfaction prospectively predict self-rated health, physical health, and the presence of limiting, long-term health conditions. Am J Health Promot. 2008;23(1):18-26. DOI:10.4278/ajhp.061023137 (2008) avaliaram relações entre felicidade, satisfação com a vida e saúde e observaram que as pessoas com níveis elevados de sentimentos de felicidade tinham melhores condições de saúde objetiva e subjetiva.

Felicidade é um estado de prazer hedônico decorrente da satisfação de necessidades e do alcance das metas. Traduz-se na predominância de estados emocionais positivos, ou pelo equilíbrio entre estados positivos e negativos. É influenciada por estímulos ambientais, pela experiência passada, pelos estados fisiológicos e por experiências intrapsíquicas.1616 . Neri AL. Qualidade de vida na velhice e subjetividade. In: Neri AL, organizadora. Qualidade de vida na velhice: enfoque multidisciplinar. Campinas: Alínea; 2007. p.13-59. O conceito de felicidade integra o conceito de bem-estar subjetivo, que reflete a avaliação que o próprio indivíduo faz sobre a dinâmica das relações entre as condições do ambiente em que vive, a própria competência comportamental e a qualidade de vida percebida.1616 . Neri AL. Qualidade de vida na velhice e subjetividade. In: Neri AL, organizadora. Qualidade de vida na velhice: enfoque multidisciplinar. Campinas: Alínea; 2007. p.13-59. O bem-estar subjetivo está ligado aos afetos positivos e, consequentemente, à saúde emocional. Idosos com níveis mais altos de afetos positivos tendem a utilizar estratégias de enfrentamento construtivas quando confrontados com desafios inerentes à idade avançada.9. Dezutter J, Wiesmann U, Apers S, Luyckx K. Sense of coherence, depressive feelings and life satisfaction in older persons: a closer look at the role of integrity and despair. Aging Ment Health. 2013;17(7):839-43. DOI:10.1080/13607863.2013.792780

As associações encontradas entre condições de saúde física e mental avaliadas por autorrelato e as apreciações subjetivas da qualidade da saúde sugerem focos para investimento em pesquisas, como, por exemplo, o teste de medidas mais detalhadas de saúde mental, vitalidade e felicidade, bem como a investigação de variáveis mediadoras dos efeitos das condições de saúde sobre as avaliações subjetivas de saúde. Outras pesquisas poderão avaliar os efeitos das autoavaliações positivas de saúde entre más condições de saúde e sobre a continuidade do funcionamento psicossocial e do senso de felicidade em idosos. Estudos futuros poderão também focar em pesquisas prospectivas para avaliar fatores de risco e de proteção para desfechos como mortalidade, morbidade e incapacidade a partir de riscos somáticos, psiquiátricos e psicológicos, do bem-estar subjetivo e da autoavaliação de saúde.

O estudo permite constatar efeitos independentes sobre a autoavaliação da saúde em relação às condições materiais de vida, a saúde física, a saúde mental e o bem-estar, enfatizando a abordagem integral do idoso, nas diferentes dimensões. Os achados mostram que, mesmo na presença de congruência entre a autoavaliação global da saúde e os autorrelatos sobre doenças, sinais e sintomas, incapacidade e limitações, a saúde mental e o sentimento de felicidade são variáveis importantes na relação com a autoavaliação da saúde nos idosos.

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  • Trabalho financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP – Processo 2010/05504-9, Bolsa de Doutorado de Borim FSA) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – Processo 409747/2006-8, financiamento da pesquisa e bolsa produtividade de Barros MBA).
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  • Artigo baseado na tese de doutorado de Borim FSA, intitulada: “Autoavaliação de saúde e transtorno mental comum em idosos: estudo de base populacional no município de Campinas, SP”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, em 2014.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Out 2014

Histórico

  • Recebido
    15 Nov 2013
  • Aceito
    23 Maio 2014
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revsp@org.usp.br