Resumo em Português:

Resumo O estudo tem por objetivo identificar fatores sociodemográficos e de estilo de vida associados à ingestão de magnésio e descrever seus principais alimentos contribuintes no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Trata-se de um estudo observacional, transversal, desenvolvido com dados da linha de base do ELSA-Brasil (2008-2010). Associações entre a ingestão habitual de magnésio e fatores sociodemográficos e de estilo de vida foram testadas por regressão linear múltipla. Contribuintes alimentares foram identificados a partir do cálculo do porcentual de magnésio fornecido por cada item do QFA em relação quantidade total proveniente de todos os alimentos. Os principais alimentos contribuintes para a ingestão de magnésio foram: feijão, aveia, nozes, arroz branco, laranja, pão francês, peixe cozido, carne sem osso, leite integral e pão integral. Foram encontradas associações positivas entre consumo de magnésio e sexo feminino, faixa etária ≥ 60 anos, cor de pele autodeclarada como negra, indígena ou parda, renda “per capita” ≥ 3 salários mínimos e níveis de atividade física moderado ou vigoroso. Alimentos da dieta tradicional do brasileiro foram os maiores contribuintes para a ingestão de magnésio, que também foi influenciada por fatores sociodemográficos e de estilo de vida.

Resumo em Inglês:

Abstract This study aimed to identify the sociodemographic and lifestyle factors associated with magnesium intake and describe the main food sources in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brazil). This observational, cross-sectional study was conducted using the baseline data from the ELSA-Brazil (2008-2010). Associations between usual magnesium intake and sociodemographic and lifestyle factors were analyzed using multiple linear regression. Food sources were identified by calculating the percentage contribution of each FFQ item to the amount of magnesium provided by all foods. The analysis was performed using Stata® software (version 12), assuming a statistical significance level of 5%. The top food sources to magnesium intake were as follows: beans, oats, nuts, white rice, orange, French bread, cooked fish, boneless meat, whole milk, and whole wheat bread. There were positive associations between magnesium intake and female sex; age ≥60 years; self-reported black, indigenous, or brown skin colors; per capita income ≥3 minimum wages, and moderate or vigorous physical activity levels. Sociodemographic and lifestyle factors were associated with magnesium intake among the evaluated individuals.

Resumo em Português:

Resumo O estudo objetiva analisar a associação entre insegurança alimentar, determinantes sociais e estado nutricional de mulheres gestantes por meio de uma revisão sistemática e metanálise. As buscas de artigos ocorreram em cinco bases eletrônicas. Determinantes sociais (raça, escolaridade, participação em programa social) e estado nutricional (IMC pré-gestacional, ganho de peso gestacional, anemia) foram analisados em relação à situação de IA. Em cada estudo, a frequência de insegurança alimentar foi coletada para calcular a medida sumário- razão de prevalência (RP) e seu intervalo de confiança de 95%(IC95%). Foram selecionados 26 artigos. Observou-se elevada ocorrência de IA em gestantes pretas (RP:1,83; IC 95% 1,08-3.10), naquelas com participação em programas de proteção social (RP = 1.43; IC 95%= 1.02- 2.01) e com baixo nível de escolaridade (RP = 2.73; IC 95%= 1.68-4.43). O fato de a gestante possuir companheiro protegeu contra IA (RP = 0.61; IC 95%= 0.40-0.95). A experimentação da IA elevou a chance de sobrepeso (RP = 1.57; IC 95% = 1.29-1.91) e de obesidade (RP = 1.47; IC 95% = 1.15-1.87), assim como o ganho excessivo (RP = 1.42; IC 95% = 1.10-1.82) e inadequado (RP = 1.47; IC 95%= 1.09-1.97) de peso na gestação. Iniquidades sociais estão associadas a IA em gestantes.

Resumo em Inglês:

Abstract The association between FI, social determinants, and nutritional outcomes for pregnant women are analyzed. A systematic review was conducted through a search of articles in five electronic databases. Social determinants (race, education, participation in social programs) and nutritional status (pre-gestational BMI, gestational weight gain, anemia) were analyzed in relation to the FI situation. For each article, the frequency of food insecurity was collected in order to calculate the summary measure, prevalence ratio (PR). 26 articles were selected. An elevated occurrence of FI was associated with black pregnant women (PR: 1.83, 95% CI 1.08-3.10), participation in social protection programs (PR = 1.43, 1.02-2.01), and with low education levels on the part of pregnant women (PR = 2.73, 1.68-4.43). FI increased the chances of being overweight (PR = 1.57, 95% CI = 1.29-1.91) and obese (PR = 1.47, 95% CI = 1.15-1.87) in pregnant women, as well as excessive weight gain (PR = 1.42, 95% CI = 1.10-1.82) and inadequate weight gain (PR = 1.47; 95% CI = 1.09-1.97) during pregnancy. Anemia was not associated with FI. Social inequities are associated with food and nutritional insecurity in pregnant women.

Resumo em Português:

Resumo O objetivo deste artigo é identificar métodos empregados para a avaliação da disponibilidade de alimentos no âmbito domiciliar em estudos sobre segurança alimentar e nutricional e discutir seus aspectos metodológicos. Revisão sistemática elaborada segundo o método PRISMA. Realizou-se busca nas bases de dados PubMed, SciELO e Lilacs, tendo sido incluídos estudos que empregaram métodos de avaliação da disponibilidade de alimentos no domicílio. Ao final, 19 artigos compuseram a revisão. A disponibilidade de alimentos foi avaliada predominantemente para um período de sete dias e a partir de única medição dos dados. Outras variáveis também foram observadas nos estudos, como dados sociodemográficos e de despesas com os alimentos. Dentre as limitações para a avaliação da disponibilidade domiciliar de alimentos, destaca-se a dificuldade de mensuração da distribuição de alimentos entre os membros da família e a falta de informação sobre a variabilidade desta disponibilidade. Tal avaliação pode ser melhorada através da investigação de pontos fortes e fracos dos instrumentos para maior detalhamento e precisão das informações. Recomenda-se o desenvolvimento e a validação de instrumentos específicos capazes de mensurar efetivamente a disponibilidade de alimentos em nível domiciliar.

Resumo em Inglês:

Abstract This article aims to identify the methods used to assess household food availability in studies on food and nutritional security and to discuss its methodological aspects. Systematic review elaborated according to the PRISMA method. We searched at PubMed; Scielo and Lilacs databases, and studies that used methods of assessing the availability of food at home were included. In the end, 19 papers composed the review. Food availability was predominantly assessed for a seven days period and from a single data measurement. Other variables were also observed in the studies, such as socio-demographic data and expenditure on food. Among the limitations to assess the food availability at home, we can highlight the difficulty in measuring the food distribution among family members and the lack of information on the variability of this availability. Such assessment can be improved by investigating the strengths and weaknesses of the instruments for greater detail and accuracy of the information. We recommend the development and validation of specific instruments capable of effectively measure the food availability at the household level.

Resumo em Português:

Resumo O objetivo do artigo é elaborar um consenso sobre Alimentação Saudável e Índice de Qualidade da Dieta (IQD) para subsidiar estudo de validação do IQD. Os especialistas foram identificados entre autores de artigos publicados entre 2010 e 2015 com os unitermos healthy eating index e diet quality index. A consulta foi feita por meio da técnica Delphi e do método Likert. Para definição do consenso se considerou o atendimento a pelo menos três critérios: pontuação mínima em cada asserção (≥ 3,00); desvio padrão (≤ 1,5); frequência das respostas concordantes (≥ 51%) e diferença de intervalo interquartil (≤ 1,0). Os temas Alimentos altamente palatáveis, Oleaginosas e Carnes e ovos não alcançaram o consenso na primeira rodada. Os especialistas propuseram novos temas: Glúten, Fracionamento das refeições, Consumo de álcool e Inserção de nutrientes no IQD. Embora os marcadores de qualidade e de risco na alimentação sejam estudados periodicamente, só foi possível estabelecer consenso sobre temas como frutas, hortaliças, leite e derivados, leguminosas e oleaginosas como marcadores de qualidade após fundamentação teórica. Os alimentos processados e prontos para consumo, alimentos altamente palatáveis, doces e gorduras em excesso, e álcool foram prontamente identificados como de risco.

Resumo em Inglês:

Abstract The article aims to achieve a consensus about Healthy Eating and Diet Quality Index to enable a validation study on the Diet Quality Index. Experts were identified among authors of articles published from 2010 to 2015 that presented the key worlds healthy eating index and diet quality index. The query was carried out by combining the Delphi technique with the Likert method. To determine a consensus, at least three of the following criteria had to be met: minimum score in each statement (≥ 3,00); standard deviation (< 1,5); frequency of agreement (≥ 51%) and differences between interquartile ranges (< 1,0). Topics regarding Highly palatable foods, oilseeds, and Meat and eggs did not arrived at a consensus in the first round. Experts proposed new themes: Gluten, Meal frequency, Alcohol consumption, and Including nutrients in the diet quality index. Although quality and risk markers in diet are periodically studied, it was only possible to reach consensus on subjects such as fruits, vegetables, milk and dairy products, legumes, and oilseeds as quality markers after theoretical justification. Processed and ready-to-eat foods, highly palatable foods, excessive sweets and fats, and alcohol were readily identified as risk factors.