• Validade relativa e reprodutibilidade de indicadores da OMS para avaliação da alimentação de crianças menores de dois anos Article

    Oliveira, Juliana Martins; Silva, Ana Carolina Feldenheimer da; Moraes, Milena Miranda de; Cardoso, Letícia de Oliveira; Castro, Inês Rugani Ribeiro de

    Resumo em Português:

    Resumo O estudo avaliou a validade relativa e a reprodutibilidade de sete indicadores da OMS sobre alimentação de crianças de 6-23,9 meses. Dados de amostra probabilística de usuários de serviços básicos de saúde na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, foram coletados por meio de recordatório alimentar de 24 horas (R24h) e questionário fechado (Q1) sobre alimentação no dia anterior ao estudo. Este último foi reaplicado (Q2) em torno de 16 dias depois. A validade foi avaliada comparando-se as prevalências estimadas pelo R24h e Q1 e calculando-se os valores preditivos positivo (VPP) e negativo (VPN), sensibilidade (Se), especificidade (Esp) e índice de acurácia (IA) dos indicadores resultantes. Para reprodutibilidade, as prevalências estimadas com base em Q1 e Q2 foram comparadas e estimados o índice kappa e o kappa ajustado pela prevalência. Dos sete indicadores estimados, houve superestimação da prevalência de dois (aleitamento continuado: 50,0% versus 40,0%; consumo de bebidas adoçadas: 65,1% vs. 52,7%) e subestimação da prevalência de um (não consumo de frutas e hortaliças: 6,5% vs. 18,1%). Para a maioria deles, Se e VPP foram maiores do que Esp e VPN. As prevalências determinadas com Q1 e Q2 foram semelhantes para seis indicadores. Mais da metade dos indicadores apresentaram concordância boa, muito boa ou excelente.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The study aimed to evaluate relative validity and reproducibility of seven WHO indicators of dietary practices in children aged 6-23.9 months. Data from probabilistic sample of children who used primary healthcare services in Rio de Janeiro, Brazil were collected using a 24h dietary recall (24HR) and a closed questionnaire (Q1) on feeding in the day before the study. The last one was reapplied (Q2) around 16 days later. Validity was assessed by comparing the prevalence rates estimated by 24HR and Q1 and calculating the positive (PPV) and negative (NPV) predictive values, sensitivity (Se), specificity (Sp), and accuracy index (AI) for the resulting indicators. For reproducibility, estimated prevalence rates based on Q1 and Q2 were compared and the kappa index and prevalence-adjusted bias-adjusted kappa were estimated. Of the seven estimated indicators, the prevalence of two was overestimated (Continued breastfeeding: 50.0% vs 40.0%; Sweet beverage consumption: 65.1% vs 52.7%) and the prevalence of one was underestimated (Zero vegetable or fruit consumption: 6.5% vs 18.1%). For most indicators, Se and PPV were higher than Sp and NPV. The prevalence rates determined with Q1 and Q2 were similar for 6 indicators. More than half showed good, very good or excellent agreement.
  • Fatores associados ao contato pele a pele inferior a 180 min/dia em recém-nascidos com peso até 1.800 g: estudo multicêntrico Article

    Souza, Adna Nascimento; Lamy, Zeni Carvalho; Goudard, Marivanda Julia Furtado; Marba, Sérgio Tadeu Martins; Costa, Roberta; Caldas, Laize Nogueira de; Azevedo, Vivian Mara Gonçalves de Oliveira; Lamy-Filho, Fernando

    Resumo em Português:

    Resumo O objetivo deste artigo é avaliar os fatores associados ao tempo de contato pele a pele < 180 min/dia em recém-nascidos com peso até 1.800 g durante a internação neonatal. Estudo observacional tipo coorte prospectivo conduzido em unidades neonatais de referência no Brasil. Foram analisados dados de 405 díades (mãe/filho), no período de maio de 2018 a março de 2020. As características da mãe e do recém-nascido foram coletadas em prontuários e entrevistas, a realização do contato pele-a-pele era registrada em fichas anexadas ao leito, preenchidas pela equipe e pelos pais. A variável desfecho foi o tempo médio diário de contato pele-a-pele inferior a 180 minutos. Foi realizada modelagem hierarquizada utilizando a regressão de Poisson com variância robusta para cálculo das razões de prevalência. As variáveis que permaneceram independentemente associadas foram: “não ter fácil acesso ao hospital” (morar longe ou ter dificuldade de transporte), “não possuir conhecimento prévio sobre o método canguru” e “ter apresentado morbidades durante a gestação”. Mães sem fácil acesso ao hospital e que desconhecem o método canguru devem ser alvos prioritários das políticas de saúde para desenvolver estratégias que promovam maior exposição ao contato pele a pele durante o período de internação de seus filhos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract This article aims to evaluate the factors associated with a skin-to-skin contact time <180 min/day in newborns weighing up to 1,800 g during neonatal hospitalization. Prospective observational cohort study conducted in neonatal units of reference for the Kangaroo Method in Brazil. Data from 405 dyads (mother/child) were analyzed from May 2018 to March 2020. Maternal and neonatal explanatory variables were collected from medical records and interviews. Skin-to-skin contact was recorded in forms posted at the bedside, filled out by parents and staff. The outcome variable was the mean time of skin-to-skin contact < 180 min/day. Hierarchical modeling was performed by Poisson regression with robust variance. The variables associated with the outcome were “without easy access to the hospital”, “without previous knowledge of the kangaroo method” and “having had morbidities during pregnancy”. Mothers without easy access to the hospital and who are unaware of the kangaroo method should be priority targets for health policies to develop strategies that promote greater exposure to skin-to-skin contact during the hospitalization period of their children.
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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