• Áreas sentinelas: uma estratégia de monitoramento em saúde pública Articles

    Teixeira, Maria da Glória; Barreto, Maurício L.; Costa, Maria da Conceição Nascimento; Strina, Agostino; Martins Jr., David; Prado, Matildes

    Resumo em Português:

    As técnicas disponíveis para monitoramento da situação de saúde têm se mostrado insuficientes, razão pela qual discute-se a necessidade de aperfeiçoá-las com base no desenvolvimento de novas estratégias de coleta de informações, de modo a permitir seu uso pelos sistemas locais de saúde. Este artigo apresenta as bases metodológicas de uma estratégia de monitoramento de problemas de saúde que emprega espaços intra-urbanos delimitados - "áreas sentinelas" - para coleta de informações sociais, econômicas, comportamentais e biológicas que são fundamentais para a Saúde Pública por permitirem uma maior aproximação com a realidade de espaços sociais complexos. Os autores apresentam uma experiência que está sendo desenvolvida em Salvador, Bahia, Brasil, para avaliação de impacto epidemiológico resultante da implantação de um programa de saneamento ambiental. Discutem os critérios de seleção das áreas e as potencialidades de uso desta estratégia, por possibilitar o emprego dos recursos epidemiológicos pelos serviços de saúde de forma ágil, e a aplicação oportuna de seus resultados na reorientação e aprimoramento das práticas de intervenção em saúde.

    Resumo em Inglês:

    Available techniques for monitoring the health situation have proven insufficient, thus leading to a discussion of the need for their improvement based on new data collection strategies allowing for data use by local health systems. This article presents the methodological basis for a strategy to monitor health problems utilizing demarcated intra-urban spaces called "sentinel areas" to collect fundamental social, economic, behavioral, and biological data for public health that allow for a closer approach to the reality of complex social spaces. The authors present an experience that is being developed in Salvador, Bahia, Brazil, to evaluate the epidemiological impact of an environmental sanitation program. They discuss selection criteria for the areas and the potential uses of this strategy allowing for the rapid utilization of epidemiological resources by health services and the timely application of the results to reorient and enhance health intervention practices.
  • Mortalidade por paracoccidioidomicose no Brasil (1980-1995) Articles

    Coutinho, Ziadir Francisco; Silva, Delson da; Lazéra, Márcia; Petri, Valéria; Oliveira, Rosely Magalhães de; Sabroza, Paulo C.; Wanke, Bodo

    Resumo em Português:

    Foram estudados 3.181 óbitos por paracoccidioidomicose no Brasil, a partir de séries temporais de 16 anos (1980-1995). No período, esta micose mostrou grande magnitude e baixa visibilidade, destacando-se como oitava causa de mortalidade por doença predominantemente crônica ou repetitiva, entre as infecciosas e parasitárias, e a mais elevada taxa de mortalidade entre as micoses sistêmicas. A taxa de mortalidade média anual foi de 1,45/milhão de habitantes, com tendência secular em queda (redução de 31,28%), a distribuição espacial não foi homogênea entre as diferentes regiões e Estados. O Sul, com a maior taxa regional, e o Sudeste apresentaram tendência a queda. A Região Centro-Oeste teve o segundo coeficiente mais alto do País, com tendência a ascensão. Houve registro de óbitos pela endemia em cerca de um quarto dos municípios brasileiros, estendendo-se por 22,71% de sua área. A densidade geral de óbitos foi de 3,73 óbitos/10.000km². A doença prevaleceu como endemia nas áreas não metropolitanas. A taxa de mortalidade predominou em indivíduos do sexo masculino, com 84,75% dos óbitos e razão de masculinidade de 562 homens/100 mulheres. O grupo etário entre 30-59 anos foi o mais atingido, seguido dos indivíduos com 60 anos ou mais. O estudo mostrou que a taxa de mortalidade pode ser considerada como indicador para definir a doença como importante agravo de saúde no Brasil.

    Resumo em Inglês:

    This study analyzes 3,181 deaths from paracoccidioidomycosis in Brazil, based on 16 years of sequential data (from 1980 to 1995). During this period paracoccidioidomycosis showed considerable magnitude and low visibility, representing the eighth most common cause of death from predominantly chronic or recurrent types of infectious and parasitic diseases. It also had the highest mortality rate among the systemic mycoses. The mean annual mortality rate was 1.45 per million inhabitants, indicating a downward long-term trend (reduction of 31.28%), while spatial distribution among the different regions and States of Brazil was non-homogenous. The South (with the highest regional rate) and the Southeast showed a downward trend, while the Central West had the second highest rate in the country. At least one-fifth of Brazilian municipalities (or 22.71% of the country's total area) reported deaths from paracoccidioidomycosis. Overall nationwide mortality per area was 3.73/10,000km². The disease was endemic in non-metropolitan areas. The majority of deaths occurred in males (84.75%), and there was a sex ratio of 562 men/100 women. The 30-59-year and over-60-year age groups were the most affected. The study showed that the mortality rate justifies classifying this disease as a major health problem in Brazil.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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