• Indicadores de saúde mental na atenção primária à saúde: avaliando a qualidade do acesso através da capacidade de detecção de casos Artigo

    Salgado, Manoela Alves; Fortes, Sandra Lucia Correia Lima

    Resumo em Português:

    O objetivo foi demonstrar a frequência de detecção de transtornos mentais em unidades da atenção primária como marcador de acesso e indicador de cuidado em saúde mental. Realizou-se estudo de caso comparativo nos prontuários eletrônicos dos pacientes adultos atendidos em duas unidades de atenção primária vizinhas na cidade do no Rio de Janeiro, Brasil, entre 2015-2016 e 2016-2017. Extraíram-se os diagnósticos feitos de transtornos mentais, utilizando-se da Classificação Internacional de Doenças (CID), dividindo-os em três grupos: transtornos mentais comuns (TMC: F32; F33; F40-45 - exceto F42 - e R45), transtornos mentais graves (TMG: F20-F29; F31-F39) e uso de álcool e drogas (AD: F10-F19 e Z72). Compararam-se os resultados com a prevalência comunitária de transtornos mentais encontrada na literatura. Foi aplicada análise estatística, teste qui-quadrado, além de análise qualitativa do cenário de cada unidade. Unidade A (2015-2016) apresentou baixo índice de detecção de todos os transtornos [TMG = 45 (0,8%); TMC = 148 (2,64%) e AD = 0]; e, na unidade B, foram detectados cerca de 50% dos casos esperados [TMG = 23 (0,98%); TMC = 140 (5,97%); AD = 130 (5,54%)]. Entre 2016-2017, verificou-se um aumento da detecção geral de transtornos mentais na unidade A [TMG = 89 (1,6%); TMC = 298 (5,24%); AD = 7 (0,12%)]; na unidade B, a detecção manteve-se semelhante [TMG = 25 (1,0%); TMC = 176 (7,14%) e AD = 121 (4,9%)]. Mudanças nas unidades foram detectadas. A distinção no índice de detecção foi utilizada como indicador para análise do cuidado em saúde mental, permitindo um estudo dos fatores que podem estar associados a essa variação, influenciando o acesso aos cuidados. O monitoramento desse indicador auxilia na qualificação do cuidado em saúde mental.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo fue demostrar la frecuencia de detección de trastornos mentales en unidades de atención primaria como marcador de acceso e indicador de cuidado en salud mental. Estudio de caso comparativo con formularios electrónicos de los pacientes adultos atendidos en dos unidades de atención primaria cercanas a la ciudad de Río de Janeiro, Brasil, entre 2015-2016 y 2016-2017. Se extrajeron los diagnósticos realizados de trastornos mentales, utilizándose de la Clasificación Internacional de Enfermedades, dividiéndolos en tres grupos: trastornos mentales comunes (TMC: F32; F33 F40-45, excepto F42 y R 45), trastornos mentales graves (TMG: F20-F29; F31-F39) y consumo de alcohol y drogas (AD: F10-F19 y Z72). Se compararon los resultados con la prevalencia comunitaria de trastornos mentales encontrada en la literatura. Se aplicó análisis estadístico, test chi-cuadrado, además de un análisis cualitativo del escenario de cada unidad. Unidad A (2015-2016) presentó un bajo índice de detección de todos los trastornos [TMG = 45 (0,8%); TMC = 148 (2,64%) y AD = 0]; unidad B fueron detectados cerca de un 50% de los casos esperados [TMG = 23 (0,98%), TMC = 140 95,97%) y AD = 130 (5,54%)]. Entre 2016-2017 se verificó un aumento de la detección general de trastornos mentales en la unidad A [TMG = 89 (1,6%); TMC = 298 (5,24%) y AD = 7 (0,12%)], unidad B la detección se mantuvo semejante [TMG = 25 (1,0%); TMC = 176 (7,14%) y AD = 121 (4,9%)]. Se detectaron cambios en las unidades. La distinción en el índice de detección fue utilizada como indicador para el análisis del cuidado en salud mental, permitiendo un estudio de los factores que pueden estar asociados a esta variación, influenciando en el acceso a los cuidados. La supervisión de este indicador ayuda en la cualificación del cuidado en salud mental.

    Resumo em Inglês:

    The objective was to demonstrate the rate of detection of mental disorders in primary healthcare units as a marker of access and indicator of care in mental health. A comparative case study was performed in the electronic patient files of adults seen in two neighboring primary care units in the city of Rio de Janeiro, Brazil, in 2015-2016 and 2016-2017. Diagnoses of mental disorders were extracted, using the International Classification of Diseases, dividing them into three groups: common mental disorders (CMD: F32; F33 F40-45, except F42, and R45), severe mental disorders (SMD: F20-F29; F31-F39), and alcohol and drug use (AD: F10-F19 and Z72). The results were compared to the community prevalence of mental disorders reported in the literature. Statistical analysis was applied with the chi-square test, in addition to a qualitative analysis of each unit´s scenario. Unit A (2015-2016) showed a low detection rate for all disorders [SMD = 45 (0.8%); CMD = 148 (2.64%) and AD = 0]; unit B detected about 50% of the expected cases [SMD = 23 (0.98%); CMD = 140 (5.97%) and AD = 130 (5.54%)]. In 2016-2017 there was an increase in the overall detection of mental disorders at unit A [SMD = 89 (1.6%); CMD = 298 (5.24%) and AD = 7 (0.12%)], in unit B the detection rate remained similar [SMD = 25 (1.0%); CMD = 176 (7.14%) and AD = 121 (4.9%)]. Changes in the units were detected. Distinction in the detection rate was used as an indicator for analysis of mental health care, allowing the study of factors potentially associated with this variation, influencing access to care. Monitoring this indicator helps improve mental health care.
  • Difusão espaço-temporal da febre amarela silvestre em um estado do Sudeste do Brasil, 2017 Artigo

    Siqueira, Priscila Carminati; Catão, Rafael de Castro; Gava, Caroline; Maciel, Ethel Leonor Noia; Prado, Thiago Nascimento do

    Resumo em Português:

    O objetivo foi analisar a difusão dos casos de febre amarela no tempo e no espaço, na epidemia de 2017, no Estado do Espírito Santo, Brasil. Estudo observacional ecológico, com análise espacial da difusão dos casos de febre amarela. Para o georreferenciamento das informações e a análise espacial, utilizou-se a malha digital do Estado do Espírito Santo, dividida em 78 municípios, por meio do software ArcGIS 10.3. Realizou-se uma análise de geoestatística utilizando a função krigagem ordinária. Nosso estudo mostrou uma incidência de 4,85/100 mil habitantes de febre amarela silvestre no Espírito Santo, no período de 2017, perfazendo uma letalidade de 29,74%. Os casos de febre amarela silvestre estão distribuídos em 34 municípios dos 78 que compõem o estado, representando 43% do território. A distribuição temporal dos casos de febre amarela registrados no presente estudo encontrava-se entre a 1ª e a 19ª Semana Epidemiológica (SE). Por meio da análise espacial de geoestatística por krigagem ordinária, foi possível demonstrar a difusão espacial por contágio da doença amarílica entre os municípios no Estado do Espírito Santo, com uma continuidade espacial. A doença surgiu no estado na SE 1 pelos municípios que realizam divisa com o Estado de Minas Gerais. O geoprocessamento demonstrou que a doença amarílica chegou ao Espírito Santo pelos municípios vizinhos ao Estado de Minas Gerais, seguindo em direção leste do estado, atingindo o litoral. Apresentou uma maior concentração de casos e tempo de permanência nas regiões Central e Metropolitana, que possuem áreas de Mata Atlântica, mostrando um padrão de continuidade da difusão por contágio.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo fue analizar la difusión de los casos de fiebre amarilla en el tiempo y espacio, en la epidemia de 2017 en el estado de Espírito Santo, Brasil. Estudio observacional ecológico, con análisis espacial de la difusión de los casos de fiebre amarilla. Para la georreferencia de la información y análisis espacial se utilizó la red digital del estado de Espírito Santo, dividida en 78 municipios, a través del software Arcgis 10.3. Se realizó un análisis de geoestadístico, utilizando la función krigagem ordinaria. Nuestro estudio mostró una incidencia de 4,85/100 mil habitantes de fiebre amarilla silvestre en Espírito Santo durante el período de 2017, ocasionando una letalidad de 29,74%. Los casos de fiebre amarilla silvestre están distribuidos en 34 municipios, de los 78 en los que se compone el estado, representando un 43% del territorio. La distribución temporal de los casos de febre amarela registrados en el presente estudio se encontraba entre la 1ª y la 19ª Semana Epidemiológica (SE). A través del análisis espacial de geoestadística por krigagem ordinaria fue posible demostrar la difusión espacial por contagio de la enfermedad amarílica entre los municipios en el estado de Espírito Santo, con una continuidad espacial. La enfermedad surgió en el estado en la SE 1, a través de los municipios que tienen frontera con el estado de Minas Gerais. El geoprocesamiento demostró que la enfermedad amarílica llegó al estado de Espírito Santo a través de los municipios vecinos al estado de Minas Gerais, siguiendo en dirección al este del estado, alcanzando el litoral. Presentó una mayor concentración de casos y tiempo de permanencia en las regiones Central y Metropolitana, que poseen areas de mata atlántica, presentando un patrón de continuidad de la difusión por contagio.

    Resumo em Inglês:

    The objective was to analyze the diffusion of cases of yellow fever in time and space in the epidemic of 2017 in the state of Espírito Santo, Brazil. An ecological observational study was performed with spatial analysis of yellow fever cases. Georeferencing of information and spatial analysis used the digital grid for the state of Espírito Santo, divided into 78 municipalities (counties), using the Arcgis software, 10.3. Geostatistical analysis was performed using the ordinary kriging function. The study found an incidence of 4.85/100,000 inhabitants of sylvatic yellow fever in Espírito Santo in 2017, with 29.74% case-fatality. Sylvatic yellow fever cases were distributed across 34 of the state’s 78 municipalities, representing 43% of its territory. The temporal distribution of reported yellow fever cases in the current study occurred from the 1st to the 19th Epidemiological Weeks (EW). The geostatistical spatial analysis via ordinary kriging demonstrated spatial diffusion by yellow fever contagion among the municipalities in the state of Espírito Santo, with spatial continuity. The disease emerged in the state in the EW 1 through municipalities bordering on the state of Minas Gerais. Geoprocessing showed that yellow fever reached the state of Espírito Santo through the municipalities bordering on the state of Minas Gerais, moving eastward in the state and reaching the Atlantic coastline. There was a higher concentration of cases and persistence in the state’s Central and Metropolitan regions, which have areas of Atlantic Forest, showing a pattern of diffusion continuity by contagion.
  • Mortalidade e causas de óbitos nas prisões do Rio de Janeiro, Brasil Artigo

    Sánchez, Alexandra; Toledo, Celina Roma Sánchez de; Camacho, Luiz Antônio Bastos; Larouze, Bernard

    Resumo em Português:

    Resumo: A mortalidade nas prisões, indicador fundamental do direito à saúde das pessoas privadas de liberdade (PPL), nunca foi estudada de maneira aprofundada no Brasil. A avaliação da mortalidade global e por causas entre PPL encarceradas em 2016-2017 no Estado do Rio de Janeiro, foi realizada a partir de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade e da Administração Penitenciária. Taxas de mortalidade entre PPL e população geral do estado foram comparadas após padronização. As principais causas de morte entre PPL foram doenças infecciosas (30%), doenças do aparelho circulatório (22%) e causas externas (12%). Dentre as causas infecciosas, destacam-se HIV/aids (43%) e tuberculose (TB) (52% se considerados todos os óbitos com menção de TB). Somente 0,7% das PPL que faleceram tiveram acesso a serviço de saúde extramuros. A taxa global de mortalidade foi maior entre as PPL comparadas à população geral do estado, com mortalidade por doenças infecciosas 5 vezes superior, por TB 15 vezes e por doenças endócrinas, especialmente diabetes, e doenças circulatórias (1,5 e 1,3 vez, respectivamente), enquanto mortes por causa externa foram menos frequentes entre PPL. Este estudo mostra um expressivo excesso de mortes potencialmente evitáveis nas prisões, o que traduz importante desassistência e exclusão dessa população do Sistema Único de Saúde. Evidencia a necessidade de um sistema de monitoramento, em tempo real, dos óbitos, preciso e sustentável, além da reestruturação da saúde prisional por meio da efetivação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional para que as PPL usufruam do direito constitucional à saúde em sua integralidade, com a mesma qualidade e tempestividade oferecida à população geral.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: La mortalidad en las prisiones, indicador fundamental del derecho a la salud de personas privadas de libertad (PPL), nunca se estudió profundamente en Brasil. La evaluación de la mortalidad global y por causas entre PPL, encarceladas en 2016-2017 en el estado de Rio de Janeiro, se realizó a partir de datos del Sistema de Información de Mortalidad y la Administración Penitenciaria. Se compararon las tasas de mortalidad entre PPL y población general del estado tras la estandarización. Las principales causas de muerte entre PPL fueron: enfermedades infecciosas (30%), enfermedades del aparato circulatorio (22%) y causas externas (12%). Entre las causas infecciosas, se destacan VIH/sida (43%) y tuberculosis (TB) (52%, si se consideran todos los óbitos con mención TB). Solamente un 0,7% de las PPL que fallecieron tuvieron acceso a un servicio de salud extramuros. La tasa global de mortalidad fue mayor entre las PPL, comparada con la población general del estado. Entre las PPL, la mortalidad por enfermedades infecciosas fue 5 veces superior, por TB 15 veces, y por enfermedades endocrinas, especialmente diabetes, y enfermedades circulatorias (1,5 y 1,3 veces respectivamente), mientras que las muertes por causa externa fueron menos frecuentes entre PPLs. Este estudio muestra un expresivo exceso de muertes potencialmente evitables en las prisiones, lo que se traduce en una importante desasistencia y la exclusión de esta población del Sistema Único de Salud. Pone en evidencia la necesidad de un sistema de supervisión en tiempo real de los óbitos, preciso y sostenible, además de la reestructuración de la salud en las prisiones, mediante la efectivización de la Política Nacional de Atención Integral a la Salud de las Personas Privadas de Libertad en el Sistema Penitenciario para que las PPLs disfruten del derecho constitucional a la salud en su integridad, con la misma calidad y oportunidad ofrecida a la población general.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Mortality in prisons, a basic indicator of the right to health for incarcerated persons, has never been studied extensively in Brazil. An assessment of all-cause and cause-specific mortality in prison inmates was conducted in 2016-2017 in the state of Rio de Janeiro, based on data from the Mortality Information System and Prison Administration. Mortality rates were compared between prison population and general population after standardization. The leading causes of death in inmates were infectious diseases (30%), cardiovascular diseases (22%), and external causes (12%). Infectious causes featured HIV/AIDS (43%) and TB (52%, considering all deaths with mention of TB). Only 0.7% of inmates who died had access to extramural health services. All-cause mortality rate was higher among prison inmates than in the state’s general population. Among inmates, mortality from infectious diseases was 5 times higher, from TB 15 times higher, and from endocrine diseases (especially diabetes) and cardiovascular diseases 1.5 and 1.3 times higher, respectively, while deaths from external causes were less frequent in prison inmates. The study revealed important potentially avoidable excess deaths in prisons, reflecting lack of care and exclusion of this population from the Brazilian Unified National Health System. This further highlights the need for a precise and sustainable real-time monitoring system for deaths, in addition to restructuring of the prison staff through implementation of the Brazilian National Policy for Comprehensive Healthcare for Persons Deprived of Freedom in the Prison System in order for inmates to fully access their constitutional right to health with the same quality and timeliness as the general population.
  • Fragilidade entre idosos e percepção de problemas em indicadores de atributos da atenção primária à saúde: resultados do ELSI-Brasil Artigo

    Silva, Alexandre Moreira de Melo; Mambrini, Juliana Vaz de Melo; Andrade, Juliana Mara; Andrade, Fabiola Bof de; Lima-Costa, Maria Fernanda

    Resumo em Português:

    O presente trabalho objetivou examinar a associação entre a síndrome de fragilidade e a percepção de problemas em indicadores de atributos da atenção primária à saúde (APS) entre idosos brasileiros. É um estudo transversal envolvendo 5.432 participantes, com 60 anos ou mais, da primeira onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), realizado entre 2015 e 2016. A fragilidade, variável independente, foi definida com base no marco teórico do fenótipo de fragilidade, e os indicadores de problemas em atributos da APS, variáveis dependentes, foram obtidos baseando-se em perguntas relacionadas ao uso de serviços de saúde. Acesso, longitudinalidade, coordenação, integralidade, orientação familiar e adequação cultural foram os atributos avaliados. Utilizou-se modelos de regressão logística ajustados por fatores predisponentes, facilitadores e de necessidade de uso de serviços de saúde para a análise dos dados. Entre os participantes, 55,1% eram do sexo feminino, 57,9% tinham entre 60 e 69 anos e 51,8% referiram multimorbidade. Idosos frágeis e pré-frágeis representaram 13,4% e 54,5% da amostra, respectivamente. Resultados da análise multivariada mostraram que os idosos frágeis em comparação com os robustos apresentaram mais chances de apontar problemas de acesso (OR = 1,45; IC95%: 1,08-1,93), longitudinalidade (OR = 1,54; IC95%: 1,19-2,00) e integralidade (OR = 1,45; IC95%: 1,14-1,85), além de maior número de problemas em atributos da APS (OR = 1,38; IC95%: 1,05-1,82, para 5 ou mais). O estudo sugere a ocorrência de iniquidades na assistência prestada pela APS brasileira aos idosos frágeis, particularmente no âmbito dos atributos acesso, longitudinalidade e integralidade.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo de este trabajo fue examinar la asociación entre el síndrome de fragilidad y la percepción de problemas en indicadores de atributos de la atención primaria a la salud (APS) entre ancianos brasileños. Se trata de un estudio transversal implicando a 5.432 participantes, con 60 años o más, del primer grupo del Estudio Longitudinal de la Salud entre Ancianos Brasileños (ELSI-Brasil), realizado entre 2015 y 2016. La fragilidad -variable independiente- fue definida a partir del marco teórico del fenotipo de fragilidad, y los indicadores de problemas en atributos de la APS, variables dependientes, se obtuvieron a partir de preguntas relacionadas con el uso de servicios de salud. Acceso, longitudinalidad, coordinación, integralidad, orientación familiar y adecuación cultural fueron los atributos evaluados. Se utilizaron modelos de regresión logística ajustados por factores predisponentes, facilitadores, y de necesidad de uso de servicios de salud para análisis de datos. Entre los participantes, un 55,1% eran de sexo femenino, un 57,9% tenían entre 60 y 69 años y un 51,8% informaron de multimorbilidad. Los ancianos frágiles y prefrágiles representaron un 13,4% y un 54,5% de la muestra, respectivamente. Los resultados del análisis multivariado mostraron que los ancianos frágiles, en comparación con los fuertes, tuvieron más oportunidades de apuntar problemas de acceso (OR = 1,45; IC95%: 1,08-1,93), longitudinalidad (OR = 1,54; IC95%: 1,19-2,00) e integralidad (OR = 1,45; IC95%: 1,14-1,85), además de un mayor número de problemas en atributos de la APS (OR = 1,38; IC95%: 1,05-1,82, para 5 o más). El estudio sugiere la ocurrencia de inequidades en la asistencia prestada por la APS brasileña a ancianos frágiles, particularmente en el ámbito de los atributos acceso, longitudinalidad e integralidad.

    Resumo em Inglês:

    This study aimed to examine the association between frailty syndrome and the perception of problems in indicators of attributes in primary healthcare (PHC) among elderly Brazilians. This was a cross-sectional study with 5,432 participants 60 years or older in the first wave of the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brasil), conducted in 2015 and 2016. Frailty, the independent variable, was defined according to the theoretical framework of the frailty phenotype, and the indicators of problems in PHC attributes, the dependent variables, were obtained from questions related to health services use. Access, longitudinal care, coordination, comprehensiveness, family orientation, and cultural adequacy were the target attributes. For the data analysis, logistic regression models were used, adjusted for predisposing, enabling, and need factors for use of health services. Among the participants, 55.1% were females, 57.9% were 60 to 69 years of age, and 51.8% reported multimorbidity. Frail and pre-frail elders accounted for 13.4% and 54.5% of the sample, respectively. Multivariate analyses showed that frail elders (compared to robust elders) showed higher odds of reporting problems with access (OR = 1.45; 95%CI: 1.08-1.93), longitudinal care (OR = 1.54; 95%CI: 1.19-2.00), and comprehensive care (OR = 1.45; 95%CI: 1.14-1.85), in addition to more problems with attributes of PHC (OR = 1.38; 95%CI: 1.05-1.82, for 5 or more). The study suggests the occurrence of inequities in the care provided by Brazilian PHC for frail elders, particularly in the attributes of access, longitudinal care, and comprehensiveness.
  • Evolução da prevalência de anemia em crianças quilombolas, segundo dois inquéritos de base populacional em Alagoas, Brasil (2008-2018) Artigo

    Santos, Laíse Gabrielly Matias de Lima; Ferreira, Carla Mariana Xavier; Azevedo, Artur Belo; Santos, Samara Luiza Silva; Kassar, Samir Buainain; Cardoso, Marly Augusto; Ferreira, Haroldo da Silva

    Resumo em Português:

    Objetivou-se avaliar a evolução da prevalência de anemia em crianças quilombolas de Alagoas, Brasil. Trata-se de uma análise descritiva comparando resultados de dois inquéritos domiciliares (2008; n = 950 e 2018; n = 426), envolvendo amostra das crianças de 6 a 59 meses. A anemia foi diagnosticada com hemoglobina < 110g/L (HemoCue). As prevalências entre os dois inquéritos foram descritas percentualmente e pela razão de prevalência (RP) e intervalo de 95% de confiança (IC95%), calculados por regressão de Poisson. As prevalências de anemia em 2008 e 2018 foram, respectivamente, 53% (IC95%: 49,8-56,1) e 38% (IC95%: 33,4-42,6), configurando um declínio de 28,3% (RP = 0,72; IC95%: 0,63-0,82). Crianças de 6 a 24 meses foram mais acometidas do que aquelas de 25 a 59 meses, tanto em 2008 (72% vs. 44%) como em 2018 (54,8% vs. 28,3%). Houve redução de prevalência em ambas as faixas etárias (23,9% e 35,7%, respectivamente). Essa redução mais pronunciada nas crianças mais velhas fez que as mais jovens passassem a ter quase o dobro da prevalência vista nas de maior idade (RP = 1,94; IC95%: 1,53-2,46). Conclui-se que houve declínio expressivo da prevalência de anemia durante o período avaliado, persistindo, porém, como relevante problema de saúde pública, sobretudo entre as crianças de 6 a 24 meses. As crianças avaliadas sobrevivem em grande vulnerabilidade social, evidenciando-se que, para promover a saúde dessa população, não são suficientes ações no âmbito da saúde pública. Gestores e profissionais de saúde devem estar atentos aos dados aqui apresentados, visando à implementação de medidas para enfrentamento das iniquidades sociais e de saúde que contribuem para maior vulnerabilidade desse grupo étnico-racial.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo fue evaluar la evolución de la prevalencia de anemia en niños quilombolas de Alagoas, Brasil. Se trata de un análisis descriptivo, comparando resultados de dos encuestas domiciliarias (2008; n = 950 y 2018; n = 426), implicando en la muestra a niños de 6 a 59 meses. La anemia se diagnosticó con hemoglobina < 110g/L (HemoCue). Las prevalencias entre los dos cuestionarios fueron descritas porcentualmente y por la razón de prevalencia (RP) e intervalo de 95% de confianza (IC95%), calculados por regresión de Poisson. Las prevalencias de anemia en 2008 y 2018 fueron, respectivamente, 53% (IC95%: 49,8-56,1) y 38% (IC95%: 33,4-42,6), configurando un declive de un 28,3% (RP = 0,72; IC95%: 0,63-0,82). Los niños de 6 a 24 meses estuvieron más afectados que aquellos de 25 a 59 meses, tanto en 2008 (72% vs. 44%), como en 2018 (54,8% vs. 28,3%). Hubo una reducción de prevalencia en ambas franjas etarias (23,9% y 35,7%, respectivamente). Esta reducción más pronunciada en niños mayores provocó que los más jóvenes pasasen a tener casi el doble de la prevalencia, vista en aquellos de mayor edad (RP = 1,94; IC95%: 1,53-2,46). Se concluye que hubo un declive expresivo de la prevalencia de anemia durante el período evaluado, persistiendo, no obstante, como un relevante problema de salud pública, sobre todo entre los niños de 6 a 24 meses. Los niños evaluados sobreviven bajo una gran vulnerabilidad social, evidenciándose que para la promoción de la salud de esa población no son suficientes acciones en el ámbito de la salud pública. Gestores y profesionales de salud deben estar atentos a los datos aquí presentados, con el fin de implementar medidas para enfrentar las inequidades sociales y de salud que contribuyen a una mayor vulnerabilidad de ese grupo étnico-racial.

    Resumo em Inglês:

    The study aimed to assess trends in the prevalence of anemia in children from quilombos (maroon communities) in Alagoas State, Brazil. This was a descriptive study comparing the results of two household surveys (2008; n = 950 and 2018; n = 426), involving a sample of children from 6 to 59 months of age. Anemia was diagnosed as hemoglobin < 110g/L (HemoCue). Prevalence rates between the two surveys were described by percentage and by prevalence ratio (PR) and 95% confidence interval (95%CI), calculated by Poisson regression. Prevalence rates for anemia in 2008 and 2018 were 53% (95%CI: 49.8-56.1) and 38% (95%CI: 33.4-42.6), respectively, or a decrease of 28.3% (RP = 0.72; 95%CI: 0.63-0.82). Children 6 to 24 months of age had higher anemia rates than those 25 to 59 months of age, both in 2008 (72% vs. 44%) and in 2018 (54.8% vs. 28.3%). There was a reduction in prevalence in both age brackets (23.9% and 35.7%, respectively). This sharper decline in older children meant that younger children had nearly double the prevalence rate compared to older children (PR = 1.94; 95%CI: 1.53-2.46). In conclusion, there was a major decline in prevalence of anemia during the period studied, but anemia persisted as a relevant public health problem, especially in children 6 to 24 months of age. The children in the sample are exposed to harsh social vulnerabilities, evidencing that health promotion for this population requires more than actions in the public health sphere itself. Healthcare workers and administrators should be alert to the data presented here, aimed at implementation of measures to confront the social and health iniquities that contribute to greater vulnerability in this ethnic-racial group.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br