• Efeitos das emendas parlamentares no financiamento municipal da atenção primária à saúde do Sistema Único de Saúde Artigo

    Ulinski, Karla Giovana Bavaresco; Carvalho, Brígida Gimenez; Vieira, Fabiola Sulpino; Rodrigues, Renne; Lima, Luciana Dias de

    Resumo em Português:

    O objetivo deste artigo é analisar os efeitos da ampliação do repasse federal de emendas parlamentares no financiamento municipal da atenção primária à saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS), no período de 2015 a 2020. Foi realizado estudo longitudinal com dados secundários de transferências por emendas parlamentares do Ministério da Saúde e de despesas com recursos próprios dos municípios, aplicadas em ações e serviços públicos de saúde e na APS. O efeito do repasse de emendas parlamentares no financiamento municipal foi verificado de forma estratificada por porte populacional dos municípios, por meio de modelos de equações de estimativas generalizadas. O repasse de emendas parlamentares para a APS apresentou grande discrepância de valores per capita entre os municípios de diferentes portes populacionais. Observou-se inexistência de correlação com a despesa municipal em ações e serviços públicos de saúde nos municípios com mais de 10 mil habitantes e associação inversa com a despesa em APS (p < 0,050) em todos os grupos. Conclui-se que o aumento do repasse de emendas parlamentares pelo Ministério da Saúde favoreceu a redução da alocação de receitas municipais com APS, que podem ter sido direcionados para outras finalidades de gasto no SUS. Tais mudanças parecem refletir prioridades estabelecidas para a despesa orçamentária dos municípios, que repercutem sobre as condições locais para a garantia da estabilidade do financiamento da APS no Brasil.

    Resumo em Espanhol:

    El artículo tiene como objetivo analizar los efectos de la ampliación de la transferencia de recursos federal de enmiendas parlamentarias sobre el financiamiento municipal de la atención primaria de salud (APS) en el Sistema Único de Salud brasileño (SUS), en el período del 2015 al 2020. Se realizó un estudio longitudinal con datos secundarios de transferencias de recursos por enmiendas parlamentarias del Ministerio de Salud y de gastos con recursos propios de los municipios, aplicados a acciones y servicios públicos de salud y a la APS. El efecto de la transferencia de recursos de enmiendas parlamentarias sobre el financiamiento municipal se verificó de forma estratificada por tamaño de población de los municipios, utilizando modelos de ecuaciones de estimaciones generalizadas. La transferencia de recursos de enmiendas parlamentarias para la APS mostró una gran discrepancia en los valores per cápita entre municipios de diferente tamaño poblacional. No hubo correlación con el gasto municipal en acciones y servicios públicos de salud en aquellos con más de 10.000 habitantes y asociación inversa con el gasto en APS (p < 0,050) en todos los grupos de municipios. Se concluye que el aumento en la transferencia de recursos de enmiendas parlamentarias por parte del Ministerio de Salud favoreció la reducción de la asignación de ingresos municipales a la APS, que pueden haber sido dirigidos a otros fines de gasto en el SUS. Tales cambios parecen reflejar prioridades establecidas para el gasto presupuestario municipal, que repercuten en las condiciones locales para garantizar la estabilidad del financiamiento de la APS en Brasil.

    Resumo em Inglês:

    This study aims to analyze the effects of the expansion of the federal transfer of parliamentary amendments for municipal financing of primary health care (PHC) in the Brazilian Unified National Health System (SUS), from 2015 to 2020. A longitudinal study was conducted using secondary data on transfers of parliamentary amendments from the Brazilian Ministry of Health and expenditure of municipalities’ own resources on public health actions and services and PHC. The effect of the transfer of parliamentary amendments on municipal financing was verified in a stratified way by population size of the municipalities, using generalized estimating equation models. The transfer of parliamentary amendments for PHC showed a large discrepancy in per capita values among municipalities of different population sizes. No correlation with municipal spending on public health actions and services was observed in municipalities with more than 10,000 inhabitants, and the association with spending on PHC (p < 0.050) was inverse in all municipalities. Therefore, the increase in the transfer of parliamentary amendments by the Brazilian Ministry of Health favored a reduction in the allocation of municipal revenues to PHC, which may have been directed to other spending purposes in the SUS. These changes seem to represent priorities established for municipal budget expenditure, which have repercussions on local conditions for guaranteeing stable funding for PHC in Brazil.
  • Diferenças entre homens e mulheres na prevalência da fragilidade e fatores associados entre adultos mais velhos: evidências do ELSI-Brasil Artigo

    Silva, Silvia Lanziotti Azevedo da; Brito, Geraldo Eduardo Guedes de; Ygnatios, Nair Tavares Milhem; Mambrini, Juliana Vaz de Melo; Lima-Costa, Maria Fernanda; Torres, Juliana Lustosa

    Resumo em Português:

    Este trabalho, baseado em amostra nacional representativa da população com 50 anos ou mais, objetivou estimar a prevalência da fragilidade entre homens e mulheres, identificar fatores sociodemográficos e de saúde associados e estimar a fração atribuível populacional. Foram utilizados dados da segunda onda (2019-2021) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A fragilidade foi classificada pelo número de itens positivos entre perda de peso não intencional, exaustão, baixo nível de atividade física, lentidão da marcha e fraqueza. As análises principais foram baseadas na regressão logística multinomial estratificada por sexo. A prevalência da fragilidade foi menor nos homens (8,6%; IC95%: 6,9; 10,7) do que nas mulheres (11,9%; IC95%: 9,6; 14,8), sendo o item mais frequente o baixo nível de atividade física em ambos. A idade e a escolaridade foram os fatores sociodemográficos associados à pré-fragilidade e à fragilidade entre homens e mulheres. Houve diferença da fração atribuível populacional para fragilidade entre os sexos. Nos homens, a maior fração atribuível populacional foi para não ter companheiro (23,5%; IC95%: 7,7; 39,2) e escolaridade baixa (18,2%; IC95%: 6,6; 29,7). Nas mulheres, maiores frações atribuíveis populacionais foram para déficit de memória (17,1%; IC95%: 7,6; 26,6), déficit da visão (13,4%; IC95%: 5,1; 21,7) e diabetes mellitus (11,4%; IC95%: 4,6; 18,1). Observou-se fração atribuível populacional semelhante para doença cardíaca (8,9%; IC95%: 3,8; 14,1, em mulheres; e 8,8%; IC95%: 2,0; 15,6, em homens). Estratégias voltadas para a prática de atividade física têm o potencial de prevenir a fragilidade em ambos os sexos, enquanto a prevenção de condições crônicas é mais importante nas mulheres.

    Resumo em Espanhol:

    Este estudio tuvo por objetivo estimar, utilizando una muestra nacional representativa de la población de 50 años o más, la prevalencia de la fragilidad entre hombres y mujeres, identificar los factores sociodemográficos y de salud asociados, y calcular la fracción atribuible a la población. Se utilizaron datos de la 2ª ola (2019-2021) del Estudio Longitudinal de Salud de los Ancianos Brasileños (ELSI-Brasil). La fragilidad se clasificó por el número de elementos positivos entre pérdida de peso no intencional, agotamiento, bajo nivel de actividad física, marcha lenta y debilidad. Los principales análisis se basaron en la regresión logística multinomial estratificada por sexo. La prevalencia de fragilidad fue menor en los hombres (8,6%; IC95%: 6,9; 10,7) que en las mujeres (11,9%; IC95%: 9,6; 14,8), y como ítem más frecuente el bajo nivel de actividad física en ambos. La edad y el nivel educativo fueron los factores sociodemográficos asociados a la pre-fragilidad y la fragilidad entre hombres y mujeres. Hubo una diferencia en fracción atribuible a la población para la fragilidad entre los sexos. Entre los hombres, la fracción atribuible a la población más elevada fue no tener pareja (23,5%; IC95%: 7,7; 39,2) y bajo nivel educativo (18,2%; IC95%: 6,6; 29,7). Entre las mujeres, las fracción atribuible a la población más elevadas fueron déficit de memoria (17,1%; IC95%: 7,6; 26,6), déficit de visión (13,4%; IC95%: 5,1; 21,7) y diabetes mellitus (11,4%; IC95%: 4,6; 18,1). Se observaron fracción atribuible a la población similares para enfermedades cardíacas (8,9%; IC95%: 3,8; 14,1 en mujeres, y 8,8%; IC95%: 2,0; 15,6 en hombres). Las estrategias dirigidas a la actividad física tienen el potencial de prevenir la fragilidad en ambos sexos, mientras que la prevención de enfermedades crónicas es más necesaria en las mujeres.

    Resumo em Inglês:

    Based on a national representative sample of the population aged 50 years or older, this study aimed to estimate the prevalence of frailty among men and women, identify associated sociodemographic and health factors, and estimate the population attributable fraction. Data from the second wave (2019-2021) of the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil) were used. Frailty was classified based on the number of positive items among unintentional weight loss, exhaustion, low level of physical activity, slow gait, and weakness. The main analyses were based on multinomial logistic regression stratified by sex. The prevalence of frailty was lower in men (8.6%; 95%CI: 6.9; 10.7) than in women (11.9%; 95%CI: 9.6; 14.8), with the most frequent item being the low level of physical activity in both. Age and schooling level were the sociodemographic factors associated with pre-frailty and fragility among men and women. The population attributable fraction was different for frailty between genders. In men, the highest population attributable fraction was due to not having a partner (23.5%; 95%CI: 7.7; 39.2) and low schooling level (18.2%; 95%CI: 6.6; 29,7). In women, higher population attributable fraction values were due to memory deficit (17.1%; 95%CI: 7.6; 26.6), vision deficit (13.4%; 95%CI: 5.1; 21.7), and diabetes mellitus (11.4%; 95%CI: 4.6; 18,1). Similar population attributable fraction levels were observed for heart disease (8.9%; 95%CI: 3.8; 14.1 in women and 8.8%; 95%CI: 2.0; 15.6 in men). Strategies aimed at physical activity have the potential to prevent frailty in both men and women, and the prevention of chronic conditions is more important in women.
  • Relação entre temperatura do ar e incidência de dengue: estudo de séries temporais em Minas Gerais, Brasil (2010-2019) Artigo

    Gomes, João Pedro Medeiros; Ribas, Igor Magaton; Valadares, Pedro Augusto Rosa; Jardim, Lucas Santos; Nogueira, Mário Círio; Ferreira, Cássia de Castro Martins; Watanabe, Aripuanã Sakurada Aranha; Ferreira, Letícia de Castro Martins

    Resumo em Português:

    Resumo A temperatura do ar é um fator climático que afeta a incidência da dengue, com efeitos variando conforme o tempo e o espaço. Investigamos a relação entre a temperatura mínima do ar e a incidência da doença em Minas Gerais, Brasil, e avaliamos a influência de variáveis socioeconômicas e geográficas nessa relação, calculando-se o risco relativo (RR). Este é um estudo de série temporal com análise conduzida em três etapas distintas: modelagem por uso de distributed lag non-linear model (modelos não-lineares distributivos com defasagem), metanálise dos modelos obtidos e metarregressão com dados geográficos e socioeconômicos. A temperatura mínima foi um fator de proteção quando em temperaturas frias extremas (RR = 0,65; IC95%: 0,56-0,76) e moderadas (RR = 0,71; IC95%: 0,64-0,79) e fator de risco em temperaturas de calor moderado (RR = 1,15; IC95%: 1,07-1,24), mas não em extremo (RR = 1,1; IC95%: 0,99-1,22). A heterogeneidade dos modelos foi elevada (I2 = 60%) e essa medida não foi alterada em metarregressão. Temperaturas frias moderadas e extremas causam efeito protetivo, enquanto moderadas quentes aumentam o risco. No entanto, a temperatura mínima do ar não explica nem a variabilidade da região, nem mesmo com as outras variáveis em metarregressão.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen La temperatura del aire es un factor climático que afecta la incidencia del dengue, con efectos que varían según el tiempo y el territorio. Investigamos la relación entre la temperatura mínima del aire y la incidencia de la enfermedad en Minas Gerais, Brasil, y evaluamos la influencia de variables socioeconómicas y geográficas en esta relación. Se trata de un estudio de serie temporal cuyo análisis se realiza en tres etapas distintas: modelación mediante el uso de distributed lag non-linear model (modelos distributivos no lineales con retraso), metaanálisis de los modelos obtenidos y metarregresión con datos geográficos y socioeconómicos. La temperatura mínima fue un factor de protección ante temperaturas extremadamente frías (RR = 0,65; IC95%: 0,56-0,76) y moderadas (RR = 0,71; IC95%: 0,64-0,79) y factor de riesgo en temperaturas de calor moderado (RR = 1,15; IC95%: 1,07-1,24), pero no en extremo (RR = 1,1; IC95%: 0,99-1,22). La heterogeneidad de los modelos fue alta (I2 = 60%), y esta medida no se modificó en la metarregresión. Las temperaturas frías moderadas y extremas tienen un efecto protector, mientras que las temperaturas moderadamente altas aumentan el riesgo. Sin embargo, la temperatura mínima del aire no explica la variabilidad de la región, ni siquiera con las demás variables en metarregresión.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Air temperature is a climatic factor that affects the incidence of dengue, with effects varying according to time and space. We investigated the relationship between minimum air temperature and dengue incidence in Minas Gerais, Brazil, and evaluated the influence of socioeconomic and geographic variables on this relationship. This is a time series study with analysis conducted in three distinct stages: modeling using a distributed lag non-linear model, meta-analysis of models obtained, and meta-regression with geographic and socioeconomic data. Minimum temperature was a protective factor at extreme cold temperatures (RR = 0.65; 95%CI: 0.56-0.76) and moderate cold temperatures (RR = 0.71; 95%CI: 0.64-0.79), and a risk factor at moderate hot temperatures (RR = 1.15; 95%CI: 1.07-1.24), but not at extreme hot temperatures (RR = 1.1; 95%CI: 0.99-1.22). Heterogeneity of the models was high (I2 = 60%), which was also observed in meta-regression. Moderate and extreme cold temperatures have a protective effect, while moderate hot temperatures increase the risk. However, minimum air temperature does not explain the variability in the region, not even with the other variables in meta-regression.
  • Percepção dos residentes de favelas brasileiras sobre o ambiente alimentar: um estudo qualitativo Artigo

    Rocha, Luana Lara; Friche, Amélia Augusta de Lima; Jardim, Mariana Zogbi; Castro Junior, Paulo César Pereira de; Oliveira, Emanuelly Porto; Cardoso, Letícia de Oliveira; Mendes, Larissa Loures

    Resumo em Português:

    Resumo A disponibilidade de venda de alimentos no território pode influenciar no consumo alimentar da população. Entretanto, é importante compreender como as pessoas percebem o seu ambiente alimentar para se entender como essa disponibilidade afeta seu consumo em contextos distintos. O objetivo foi avaliar a percepção dos moradores de favelas brasileiras sobre o ambiente alimentar em suas vizinhanças. Estudo qualitativo, em que foram realizados grupos focais online guiados por um roteiro para reunir discursos coletivos sobre o acesso aos alimentos em favelas brasileiras. O convite ocorreu por meio das redes sociais e do contato com líderes comunitários e organizações não governamentais que atuam em favelas, por meio da técnica de amostragem “bola de neve”. Para a análise, foi utilizada a abordagem grounded theory (teoria fundamentada) e, como técnica, foi empregada a análise de redes temáticas. O acesso aos alimentos por moradores de favelas é permeado pela falta de recursos e elementos fundamentais para uma alimentação adequada e saudável, como: a falta de informação sobre alimentação; a renda insuficiente; e a baixa disponibilidade de estabelecimentos que comercializam alimentos saudáveis a preços acessíveis. São necessários programas e políticas públicas que incentivem a ampliação de equipamentos de segurança alimentar e nutricional, como hortas e feiras, e que aumentem a oferta de alimentos saudáveis com valores baixos nas favelas. Também são necessárias ações que abordem a complexidade das barreiras enfrentadas por moradores de favelas para ter acesso aos alimentos saudáveis.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen La disponibilidad de venta de alimentos en el territorio puede influir en el consumo alimentario de la población. Sin embargo, es importante comprender la manera en que las personas perciben su entorno alimentario para comprender cómo esta disponibilidad afecta su consumo en diferentes contextos. El objetivo fue evaluar la percepción de los residentes de favelas brasileñas sobre el entorno alimentario en sus vecindarios. Estudio cualitativo, en el que se formaron grupos focales en línea orientados por un guion con el objetivo de reunir discursos colectivos sobre el acceso a los alimentos en favelas brasileñas. La invitación se dio por medio de las redes sociales y mediante el contacto con líderes comunitarios y organizaciones no gubernamentales que trabajan en favelas, utilizando la técnica de muestreo “bola de nieve”. Para el análisis, se utilizó el enfoque de la grounded theory (teoría fundamentada) y, como técnica, se empleó el análisis de redes temáticas. El acceso a los alimentos de los habitantes de las favelas está permeado por la falta de recursos y elementos fundamentales para una alimentación adecuada y sana, tales como: la falta de información sobre la alimentación, los bajos ingresos y la poca disponibilidad de establecimientos que vendan alimentos sanos a precios asequibles. Se necesitan programas y políticas públicas para fomentar la ampliación de equipos de seguridad alimentaria y nutricional, como huertas y mercadillos, que aumenten la oferta y vendan alimentos sanos a precios asequibles en las favelas. También se necesitan acciones para abordar la complejidad de las barreras que enfrentan los residentes de las favelas para acceder a alimentos sanos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Food availability in the territory can influence food consumption by the population. However, it is important to understand how people perceive their food environment to see how food availability affects consumption in different contexts. This study aimed to assess the perception of the food environment by Brazilian slum residents in their neighborhoods. This is a qualitative study, with online focus groups guided by a script in order to gather collective discourses about access to food in Brazilian slums. The invitation to participate in this study was made through social media, and community leaders and nongovernmental organizations with actions in slums were contacted using the snowball sampling technique. Grounded theory analysis was applied with the technique of thematic networks. Access to food for slum residents involves lack of resources and essential elements for an adequate and healthy diet, such as lack of information about food, low income, and low availability of stores that sell healthy food at affordable prices. Public programs and policies are required to encourage the expansion of food and nutritional security resources, such as vegetable gardens and markets, to increase the supply and sell healthy food at affordable prices in slums. Actions are also required to address the complexity of obstacles faced by slum residents in the access to healthy foods.
  • Tendência temporal da avaliação do manejo adequado para diagnóstico e tratamento da tuberculose na atenção primária à saúde no Brasil entre 2012-2018 Artigo

    Picanço, Larissa; Dutra, Rinelly Pazinato; Saes, Mirelle de Oliveira

    Resumo em Português:

    Resumo: O objetivo do estudo foi analisar a presença de infraestrutura e processo de trabalho adequados na atenção primária à saúde (APS) para o diagnóstico, o monitoramento e o tratamento da tuberculose (TB) no Brasil de 2012 a 2018. Estudo de tendência temporal realizado com dados das unidades básicas de saúde (UBS) avaliadas nos ciclos I (2012), II (2014) e III (2018) do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Foi empregada a regressão de mínimos quadrados ponderada por variância para estimar as mudanças anuais, em pontos percentuais da infraestrutura e processo de trabalho adequado da TB em relação à macrorregião, ao porte do município e ao Índice Municipal de Desenvolvimento Humano e cobertura da Estratégia Saúde da Família. A amostra foi composta por 13.842 UBS e 17.202 equipes de saúde no ciclo I, 24.055 UBS e 29.778 equipes no II e 28.939 UBS e 37.350 equipes no III. Observou-se melhora gradual na proporção de infraestrutura e processo de trabalho ao atendimento da TB ao longo dos três ciclos do PMAQ-AB; contudo, nenhum local está integralmente adequado. A maior tendência de infraestrutura adequada foi verificada na Região Sul e no ano de 2018, em que 76,5% das UBS tinham todos os instrumentos para o cuidado à TB. A maior tendência de processo de trabalho adequado foi na Região Norte e no ano de 2018, em que 50,8% das equipes tinham a totalidade de itens para o cuidado à TB. O Programa Nacional de Controle da Tuberculose e o PMAQ-AB contribuíram para tais avanços, mas ainda é necessário o fomento de políticas públicas que garantam a melhoria contínua da assistência à TB na APS e a eficácia das medidas de controle e prevenção da doença.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: El objetivo de este estudio fue analizar la presencia de infraestructura y proceso de trabajo adecuado en la atención primaria de salud (APS) para el diagnóstico, monitoreo y tratamiento de la tuberculosis (TB) en Brasil entre los años 2012 y 2018. Estudio de tendencia temporal realizado con datos de las unidades básicas de salud (UBS), evaluadas en los ciclos I (2012), II (2014) y III (2018) del Programa Nacional de Mejoría de Acceso y Calidad de la Atención Básica (PMAQ-AB). Se utilizó la regresión de mínimos cuadrados ponderada por varianza para estimar los cambios anuales, en puntos porcentuales de la infraestructura y el proceso de trabajo adecuado de la TB en relación con la macrorregión, el tamaño del municipio, el Índice Municipal de Desarrollo Humano y la cobertura de la Estrategia de Salud de la Familia. La muestra se compuso de 13.842 UBS y 17.202 equipos de salud en el ciclo I, 24.055 UBS y 29.778 equipos en el ciclo II y 28.939 UBS y 37.350 equipos en el ciclo III. Se observó una mejoría gradual en la proporción de infraestructura y proceso de trabajo en la atención de la TB a lo largo de los tres ciclos del PMAQ-AB, sin embargo, ningún local está completamente adecuado. Se verificó la mayor tendencia de infraestructura adecuada en la Región Sur y, en 2018, el 76,5% de las UBS tenían todas las herramientas para el cuidado de la TB. La Región Norte tuvo la mayor tendencia de proceso de trabajo adecuado y, en 2018, el 50,8% de los equipos tenían todo lo necesario para el cuidado de la TB. El Programa Nacional de Control de la Tuberculosis y el PMQA-AB contribuyeron para estos avances, pero aún es necesario promover políticas públicas que aseguren la mejoría continua de la asistencia de la TB en la APS y la eficacia de las medidas de control y prevención de la enfermedad.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This study aimed to analyze the presence of infrastructure and adequate work processes in primary health care (PHC) for the diagnosis, monitoring, and treatment of tuberculosis (TB) in Brazil from 2012 to 2018. This is a temporal trend study carried out with data from basic health units (BHU) evaluated in the cycles I (2012), II (2014), and III (2018) of the Brazilian National Program for Improvement of Access and Quality of Basic Care (PMAQ-AB). Variance-weighted least-squares regression was used to estimate annual changes, in percentage points, of the infrastructure and adequate work process of TB in relation to the macroregion, municipality size, Municipal Human Development Index, and Family Health Strategy coverage. The sample consisted of 13,842 BHU and 17,202 health teams in cycle I; 24,055 BHU and 29,778 teams in cycle II; and 28,939 BHU and 37,350 teams in cycle III. There was a gradual improvement in the proportion of infrastructure and work process for TB care over the three cycles of the PMAQ-AB, but none of the sites is fully adequate. The greatest trend of adequate infrastructure was observed in the South Region, and in 2018, 76.5% of the UBS had all the instruments for TB care. The greatest trend of adequate work process was in the North Region, and in 2018, 50.8% of the teams had all the items for TB care. The Brazilian National Program for Tuberculosis Control and the PMAQ-AB have contributed to these advances, but there is still a need to promote public policies that ensure the continuous improvement of TB care in PHC, the effectiveness of TB control and prevention measures.
  • Hesitação vacinal infantil e COVID-19: uma análise a partir da percepção dos profissionais de saúde Artigo

    Souto, Ester Paiva; Fernandez, Michelle Vieira; Rosário, Celita Almeida; Petra, Priscila Cardia; Matta, Gustavo Correa

    Resumo em Português:

    Resumo: Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a percepção dos profissionais de saúde sobre a hesitação vacinal infantil relacionada à COVID-19. Baseado no constructo teórico da hesitação vacinal, foi realizada uma pesquisa qualitativa com 86 trabalhadores da atenção primária à saúde (APS) em quatro municípios de quatro estados brasileiros e no Distrito Federal. A análise temática foi realizada e obtiveram-se três categorias: medo, desinformação em vacina e papel dos profissionais de saúde. O medo como motivo de hesitação vacinal gerou reflexões sobre a condução da pandemia pelo Governo Federal, principalmente no que tange à governabilidade por meio desse afeto, e sobre as consequências do uso das plataformas digitais na população. O medo relacionou-se ao fato de a vacina ainda ser percebida como experimental; às possíveis reações adversas; à ausência de estudos de longo prazo; à falsa percepção de risco reduzido da COVID-19 em crianças; e às condutas do Governo Federal geradoras de insegurança nos efeitos da vacina. A desinformação em vacina relacionou-se às fake news sobre a vacina e suas reações; ao fenômeno da infodemia e desinformação; e à ausência de orientação e conhecimento sobre vacinas. Por fim, o trabalho discute o papel fundamental dos profissionais de saúde da APS no aumento da cobertura vacinal devido à confiabilidade perante a população e à proximidade com os territórios, fatores que possibilitam reverter o medo e a desinformação diante das vacinas. Ao longo do trabalho, buscou-se apresentar as convergências entre o conteúdo dos temas delineados e os determinantes da hesitação vacinal e refletir sobre possibilidades para a reconstrução da alta adesão às vacinas infantis.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Este artículo presenta los resultados de una encuesta sobre la percepción de los profesionales de la salud acerca de la reticencia vacunal infantil relacionada con la COVID-19. Con base en el constructo teórico de la reticencia vacunal, se realizó una encuesta cualitativa con 86 trabajadores de la atención primaria de salud (APS) en 4 municipios de 4 estados brasileños y en el Distrito Federal. Se realizó un análisis temático y se obtuvieron tres categorías: miedo, desinformación sobre vacunas y papel de los profesionales de la salud. El miedo como motivo de reticencia vacunal dio lugar a reflexiones sobre el manejo de la pandemia por parte del Gobierno Federal, sobre todo en lo que respecta a la gobernabilidad por medio de esta afección y las consecuencias del uso de plataformas digitales en la población. El temor se relacionó con el hecho de que la vacuna todavía se percibe como experimental; con las reacciones adversas que puedan provocar; con la ausencia de estudios a largo plazo; con la falsa percepción de riesgo reducido de COVID-19 en niños y con las conductas del Gobierno Federal que generan inseguridad sobre los efectos de la vacuna. La desinformación sobre las vacunas se relacionó con noticias falsas sobre la vacuna y sus reacciones; el fenómeno de la infodemia y la desinformación; y la ausencia de orientación y conocimiento sobre las vacunas. Finalmente, el trabajo discute el papel fundamental de los profesionales de la salud de la APS en el aumento de la cobertura vacunal debido a su confiabilidad entre la población y cercanía a los territorios, factores que permiten revertir el miedo y la desinformación respecto a las vacunas. A lo largo del trabajo, se buscó presentar las convergencias entre el contenido de los temas delineados y los determinantes de la reticencia vacunal y reflexionar sobre las posibilidades para la reconstrucción de una alta adhesión a las vacunas infantiles.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This article presents the results of a study on health professionals’ perceptions of childhood vaccine hesitancy related to COVID-19. Based on the theoretical construct of vaccine hesitancy, a qualitative study was conducted with 86 primary health care (PHC) workers in four municipalities in four Brazilian states and in the Federal District. A thematic analysis was performed and three categories were obtained: fear, misinformation about vaccines, and the role of health professionals. Fear as a reason for vaccine hesitancy has led to reflections on the Brazilian Federal Government’s management of the pandemic, especially regarding governability and the consequences of the use of digital platforms on the population. Fear was related to the vaccine still being perceived as experimental; to the adverse reactions it may cause; to the lack of long-term studies; to the false perception of reduced risk of COVID-19 in children; and to the Federal Government’s behavior, which creates uncertainty about the effects of the vaccine. Vaccine misinformation was related to fake news about the vaccine and its reactions; the phenomenon of infodemic and misinformation; and the lack of guidance and knowledge about vaccines. Finally, the article discusses the fundamental role of PHC workers in increasing vaccination coverage due to the trust among the population and proximity to the territories, factors that enable the reversal of fear and misinformation about vaccines. Throughout the study, authors’ sought to show the convergences between the content of the themes outlined and the determinants of vaccine hesitancy and to consider possibilities for rebuilding high adherence to childhood vaccines.
  • Associação entre domínios da atividade física e sintomas depressivos em adultos brasileiros: todo movimento conta? Artigo

    Loch, Mathias Roberto; Augusto, Nathalia Assis; Souza, Bruna Leticia Scremin; Rufino, Jessica Vertuan; Carvalho, Fabio Fortunato Brasil de

    Resumo em Português:

    Resumo: O objetivo desta pesquisa foi investigar a relação da prática de atividade física nos quatro domínios (tempo livre, deslocamento, doméstico e trabalho) e a prevalência de sintomas depressivos em adultos brasileiros, de maneira geral e estratificando-se por sexo, escolaridade e ter ou não diagnóstico referido de depressão. Estudo transversal, com dados de 88.531 indivíduos de 18 anos ou mais, respondentes da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Os sintomas depressivos foram avaliados pelo Patient Health Questionnaire-9 (Questionário de Saúde do Paciente-9, PHQ-9). Foram considerados fisicamente ativos aqueles que referiram realizar atividade física pelo menos uma vez por semana no respectivo domínio. Adicionalmente, foi realizado o cálculo de tempo de prática semanal, sendo posteriormente divididos em quartis em cada domínio. Para as análises de associação, foram calculados o odds ratio bruto (ORbruto) e ajustado (ORajustado), no total e nas análises estratificadas. Os fisicamente ativos no tempo livre tiveram menor chance de apresentar sintomas depressivos, no total (ORajustado = 0,74; IC95%: 0,64-0,86) e em todas as estratificações, menos naqueles com depressão autorreferida. As associações na atividade física no tempo livre foram mais frequentes naqueles que praticavam entre 121 e 360 minutos semanais. Os indivíduos ativos nos domínios de deslocamento, doméstico e trabalho tiveram maior chance de apresentar sintomas depressivos em alguns grupos, com resultados mais consistentes para a atividade física doméstica. Os resultados evidenciaram que a relação da atividade física com a depressão em brasileiros varia conforme o domínio e a duração da atividade física, e que a ideia de que “todo movimento conta” parece adequada apenas para o domínio de tempo livre.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Este estudio tuvo como objetivo investigar la práctica de actividad física en cuatro dominios (ocio, desplazamiento, actividad doméstica y trabajo) y la prevalencia de síntomas depresivos en adultos brasileños, en general y estratificada por sexo, escolaridad y diagnóstico de depresión autoinformado. Se trata de un estudio transversal con datos de 88.531 individuos de 18 años o más, que respondieron la Encuesta Nacional de Salud en el 2019. Los síntomas depresivos se evaluaron mediante el Cuestionario sobre la Salud del Paciente-9 (PHQ-9). Aquellos que realizan actividad física al menos una vez por semana en un dominio determinado se consideraron físicamente activos. Además, se calculó el tiempo de actividad física y luego se dividió en cuartiles para cada dominio. Para los análisis de asociación, se calcularon el odds ratio crudo (ORcrudo) y el odds ratio ajustado (ORajustado) para los análisis total y estratificado. Los individuos que son físicamente activos en durante el ocio presentaron menos probabilidades de tener síntomas depresivos, en el total (ORajustado = 0,74; IC95%: 0,64-0,86) y en todas las estratificaciones, excepto los individuos con depresión autoinformada. Las asociaciones de actividad física en el tiempo libre fueron más frecuentes en quienes practicaban de 121 a 360 minutos/semana. Los individuos que eran activos en los dominios desplazamiento, actividad doméstica y trabajo tuvieron más probabilidades de presentar síntomas depresivos en algunos grupos, con resultados más consistentes para las actividades domésticas. Los resultados mostraron que la relación entre actividad física y depresión entre los brasileños varía según el dominio y la duración, y el concepto de que “cada movimiento cuenta” parece ser correcto solo para el dominio del ocio.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This study aimed to investigate the practice of physical activities in the four domains (leisure time, transportation, household, and work) and the prevalence of depressive symptoms in Brazilian adults, in general and stratified by sex, schooling level, and having or not a self-reported diagnosis of depression. This is a cross-sectional study with data from 88,531 individuals aged 18 years or older, who responded to the Brazilian National Health Survey in 2019. The depressive symptoms were evaluated by the Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Those who practice physical activities at least once a week in a given domain were considered physically active. Additionally, the calculation of physical activities duration was conducted and later divided into quartiles for each domain. For the association analyses, the crude odds ratio (crudeOR) and adjusted odds ratio (adjustedOR) were calculated for the total and stratified analyses. Individuals who are physically active during leisure time showed a lower chance of presenting depressive symptoms, in total (adjustedOR = 0.74; 95%CI: 0.64-0.86) and in all stratifications, except for individuals with self-reported depression. The associations of leisure-time physical activity were most frequent in those who practice from 121 to 360 minutes/week. The individuals who were active in the transportation, household, and work domains had a higher chance of presenting depressive symptoms in some groups, with more consistent results for household physical activities. The results showed that the relationship between physical activities and depression among Brazilians varies according to domain and duration, and that the concept that “every move counts” seemed to be correct only for the leisure-time domain.
  • Associação entre as condições de nascimento e a densidade mineral óssea de adultos das coortes de nascimentos de 1982 e 1993 de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil Artigo

    Silva, Luísa Silveira da; Menezes, Ana Maria Baptista; Barros, Fernando C.; Wehrmeister, Fernando C.; Silva, Helen Denise Gonçalves da; Horta, Bernardo Lessa

    Resumo em Português:

    Resumo: Este estudo avaliou a associação do peso ao nascer, idade gestacional e crescimento intrauterino com a densidade mineral óssea (DMO) aos 22 e 30 anos, nas coortes de nascimentos de 1982 e 1993 de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. A DMO foi medida por absorciometria por raios X com dupla energia (DXA), a associação foi avaliada usando análise de variância e a regressão linear múltipla para o controle de confundimento por: sexo, renda familiar ao nascer, tabagismo materno na gestação, escolaridade materna, cor da pele materna e índice de massa corporal pré-gestacional. Foi testado se a gordura corporal na vida adulta era mediadora da associação analisada, por meio da G-computation Formula. Foram avaliados 6.803 participantes das coortes de 1982 e 1993, aos 30 e 22 anos, respectivamente. O peso ao nascer teve associação com a DMO em todos os sítios, com maior diferença no colo femoral. Os nascidos com menos de 2.000g apresentaram, em média, -0,036g/cm2 (IC95%: -0,064; -0,008) de DMO no colo femoral em comparação àqueles com mais de 3.500g. Aqueles com escore-z de crescimento intrauterino com pelo menos 1,28 desvio padrão abaixo da média apresentaram, em média, -0,013g/cm2 (IC95%: -0,024; -0,002) de DMO na coluna lombar, em relação aos com escore-z acima da média. A análise de mediação mostrou que gordura corporal na idade adulta não mediou a associação. As condições de nascimento foram associadas com a densidade mineral óssea na vida adulta, e a identificação dos fatores precoces relacionados à perda de DMO é essencial devido à inversão demográfica em progresso em países de média e baixa renda.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Este estudio evaluó la asociación del peso al nacer, la edad gestacional y el crecimiento intrauterino con la densidad mineral ósea (DMO) a los 22 y 30 años de edad, en las Cohortes de Nacimiento de 1982 y 1993 de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. La DMO se midió mediante absorciometría de rayos X de doble emisión (DXA), y la asociación se evaluó mediante ANOVA y regresión lineal múltiple para controlar la confusión por sexo, ingresos familiares al nacer, tabaquismo materno durante el embarazo, escolaridad materna, color de piel materno e índice de masa corporal antes del embarazo. Se comprobó si la grasa corporal en la edad adulta era un mediador de la asociación analizada, utilizando G-computation Formula. Se evaluaron 6.803 participantes de las cohortes 82 y 93, de 30 y 22 años, respectivamente. El peso al nacer se asoció con la DMO en todos los sitios, con la mayor diferencia en el cuello femoral. Los nacidos con un peso inferior a 2.000g tuvieron una media de -0,036g/cm2 (IC95%: -0,064; -0,008) de DMO en el cuello femoral, que aquellos con más de 3.500g. Aquellos con una puntuación z de crecimiento intrauterino de al menos 1,28 desviaciones estándar por debajo de la media presentaron un promedio de -0,013g/cm2 (IC95%: -0,024; -0,002) de DMO en la columna lumbar, con relación a aquellos con un puntaje z superior a la media. El análisis de mediación mostró que la grasa corporal en la edad adulta no medió la asociación. Las condiciones de nacimiento se asociaron con la DMO en la edad adulta, y la identificación temprana de factores relacionados con la pérdida de DMO es esencial debido a la inversión demográfica que ha estado ocurriendo en los países de ingresos medios y bajos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This study assessed the association of birth weight, gestational age, and intrauterine growth with bone mineral density (BMD) at 22 and 30 years of age in the 1982 and 1993 birth cohorts in Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil. BMD was measured by dual-energy X-ray absorptiometry (DXA) and the association was assessed using analysis of variance. Multiple linear regression was used to control for confounding factors: sex; household income at birth; maternal smoking during pregnancy; maternal schooling; maternal ethnicity/skin color; and pre-pregnancy body mass index. The study tested whether body fat in adulthood was a mediator of the association analyzed, using the G-computation Formula. A total of 6,803 participants from the 1982 and 1993 cohorts were evaluated at 30 and 22 years of age, respectively. Birth weight was associated with BMD at all sites, with a greater difference at the femoral neck. Individuals born weighing less than 2,000g had on average -0.036g/cm2 (95%CI: -0.064; -0.008) of BMD in the femoral neck than individuals weighing more than 3,500g. Individuals with an intrauterine growth z-score at least 1.28 standard deviation below the mean had an average of -0.013g/cm2 (95%CI: -0.024; -0.002) of BMD in the lumbar spine compared with individuals with an above-average z-score. The mediation analysis showed that body fat in adulthood did not mediate the association. Birth conditions have been associated with BMD in adulthood and the identification of early factors related to bone loss is essential due to the demographic inversion that has been taking place in low- and middle-income countries.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br