• Prevalência de atividade física em adolescentes e fatores associados Original Articles

    Dumith, Samuel C; Domingues, Marlos R; Gigante, Denise P; Hallal, Pedro C; Menezes, Ana M B; Kohl, Harold W

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Estimar a prevalência de atividade física entre adolescentes e identificar fatores associados. MÉTODOS: Estudo transversal aninhado em uma coorte com 4.325 indivíduos de 14-15 anos em Pelotas, RS, em 2008. A atividade física foi analisada por meio de três diferentes abordagens: 1) prevalência de alguma atividade física de lazer; 2) prevalência de algum deslocamento ativo para a escola; 3) prevalência de engajamento em pelo menos 300 minutos por semana da combinação de ambos (1 e 2). Variáveis independentes incluíram características demográficas, socioeconômicas, comportamentais, sociais e biológicas e número de atividades físicas praticadas no tempo de lazer. As análises estatísticas foram feitas pela regressão de Poisson. RESULTADOS: A proporção de adolescentes envolvidos em alguma atividade física de lazer foi 75,6%, enquanto 73,4% apresentou alguma forma de deslocamento ativo para a escola. A prevalência de atividade física total (escore > 300 min/sem) foi 48,2%, sendo maior para os meninos (62,6%) do que para as meninas (34,5%). Além disso, a prevalência aumentou de acordo com o número de atividades físicas praticadas (p < 0,001). Os fatores associados à maior prática de atividade física (lazer + deslocamento) nos níveis recomendados foram: cor de pele não-branca, ter repetido de ano na escola e jogar videogame. As variáveis menor nível socioeconômico, maior tempo de uso de computador e atividade física dos pais estiveram associadas ao desfecho apenas entre as meninas. CONCLUSÕES: Menos da metade dos adolescentes atingiu as recomendações para a prática de atividade física, e essa proporção tende a diminuir entre os sujeitos de maior nível socioeconômico. Os fatores associados diferiram entre lazer e deslocamento. Engajamento em uma ampla variedade de atividades físicas deve ser encorajado desde a infância.

    Resumo em Espanhol:

    OBJETIVO: Estimar la prevalencia de actividad física entre adolescentes y identificar los factores asociados. MÉTODOS: Estudio transversal anidado en una cohorte con 4.325 individuos de 14-15 años en Pelota, Sur de Brasil, en 2008. La actividad física fue analizada por medio de tres diferentes abordajes: 1) prevalencia de alguna actividad física de ocio; 2) prevalencia de algún traslado activo para la escuela; 3) prevalencia de compromiso de por lo menos 300 minutos por semana en la combinación de ambos (1 y 2). Variables independientes incluyeron características demográficas, socioeconómicas, comportamentales, sociales y biológicas y número de actividades físicas practicadas en el tiempo de ocio. Los análisis estadísticos fueron hechos por la regresión de Poisson. RESULTADOS: La proporción de adolescentes envueltos en alguna actividad física de ocio fue 75,6% mientras que 73,4% presentaron alguna forma de traslado activo para la escuela. La prevalencia de actividad física total (escore ³ 300 min/sem) fue 48,2% siendo mayor para los niños (62,6%) que para las niñas (34,5%). Además, la prevalencia aumentó de acuerdo con el número de actividades físicas practicadas (p<0,001). Los factores asociados a la mayor práctica de actividad física (ocio + traslado) en los niveles recomendados fueron: color de la piel no blanca, haber repetido año en la escuela y jugar videogame. Las variables menor nivel socioeconómico, mayor tiempo de uso de computador y actividad física de los padres estuvieron asociadas al resultado sólo entre las niñas. CONCLUSIONES: Menos de la mitad de los adolescentes alcanzó las recomendaciones para la práctica de actividad física y esa proporción tiende a disminuir entre los sujetos de mayor nivel socioeconómico. Los factores asociados difirieron entre ocio y traslado. Compromiso en una amplia variedad de actividades físicas debe ser asumido desde la infancia.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To estimate the prevalence and identify correlates of physical activity among adolescents. METHODS: Cross-sectional study nested within a cohort of 4,325 subjects from the city of Pelotas, Southern Brazil, aged 14-15 years in 2008. Physical activity was analyzed using three different approaches: (1) prevalence of any leisure-time physical activity; (2) prevalence of any active commuting to school; and (3) prevalence of engaging in at least 300 minutes per week of both (1) and (2) combined. Independent variables included sociodemographic, behavioral, social, and biological characteristics, and number of different leisure-time physical activites practiced. Statistical analyses were carried out using Poisson regression. RESULTS: The proportion of adolescents involved in any type of leisure-time physical activity was 75.6%, while 73.4% displayed some form of active commuting to school. Prevalence of total physical activity score (> 300 min/week) was 48.2%, being greater among boys (62.6%) than among girls (34.5%). Furthermore, prevalence increased along with the number of physical activity modalities practiced (p<0.001). Factors associated with greater physical activity (leisure + commuting) at the recommended levels were: nonwhite skin color, having failed at school, and playing videogames. Lower socioeconomic status, more time spent on the computer, and parental physical activity were associated with the outcome only among girls. CONCLUSIONS: Less than half the adolescents reached recommended levels of physical activity, and this proportion tended to decrease among subjects with higher socioeconomic level. Associated factors were different for leisure-time and commuting. Engaging in a wide variety of physical activities should be encouraged already during childhood.
  • Fatores de risco para fratura por osteoporose e baixa densidade óssea em mulheres na pré e pós-menopausa Original Articles

    Pinheiro, Marcelo M; Reis Neto, Edgard T dos; Machado, Flávia S; Omura, Felipe; Yang, Jeane H K; Szejnfeld, Jacob; Szejnfeld, Vera L

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Estimar a prevalência e analisar os fatores de risco associados com osteoporose e fratura por baixo impacto entre mulheres. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 4.332 mulheres acima de 40 anos de idade provenientes de atendimento primário de saúde na área metropolitana da Grande São Paulo, SP, entre 2004 e 2007. Dados antropométricos e ginecológicos e relativos a hábitos de vida, fratura prévia, antecedentes pessoais, ingestão alimentar e atividade física foram avaliados por meio de entrevista individual e quantitativa. Fratura por baixo impacto foi definida como decorrente de queda da própria altura ou menos em indivíduos com mais de 50 anos de idade. Modelos de regressão multivariada e logística analisaram, respectivamente, a densidade óssea e a fratura por osteoporose como variáveis dependentes e todas as outras como independentes. O nível de significância estatística estabelecido foi p < 0,05. RESULTADOS: A prevalência de osteoporose e de fraturas por fragilidade óssea foi de 33% e 11,5%, respectivamente. Os principais fatores de risco associados com baixa densidade óssea foram idade (OR = 1,07; IC 95%: 1,06;1,08), menopausa (OR = 2,16; IC 95%: 1,49;3,14), fratura prévia (OR = 2,62; IC 95%: 2,08;3,29) e tabagismo atual (OR = 1,45; IC 95%: 1,13;1,85). Por outro lado, elevado IMC (OR = 0,88; IC 95%: 0,86;0,89), atividade física regular (OR = 0,78; IC 95%: 0,65;0,94) e terapia hormonal atual (OR = 0,43; IC 95%: 0,33;0,56) desempenharam papel protetor. Os fatores de risco significativamente relacionados com fratura por osteoporose foram idade (OR = 1,05; IC 95%: 1,04;1,06), menopausa (OR = 4,12; IC 95%: 1,79;9,48), história familiar de fratura de quadril (OR = 3,59; IC 95%: 2,88;4,47) e baixa densidade óssea (OR = 2,28; IC 95%: 1,85;2,82). CONCLUSÕES: Idade avançada, menopausa, fratura prévia por baixo impacto e tabagismo atual são os principais fatores de risco associados com baixa densidade óssea, a qual se associa com as fraturas por fragilidade óssea. O uso clínico desses parâmetros para identificar mulheres de maior risco para fraturas pode ser uma estratégia interessante para melhorar a abordagem da osteoporose.

    Resumo em Espanhol:

    OBJETIVO: Estimar la prevalencia y analizar los factores de riesgo asociados con osteoporosis y fractura por bajo impacto entre mujeres. MÉTODOS: Estudio transversal realizado con 4.332 mujeres encima de 40 años de edad provenientes de atención primaria de salud en el área metropolitana de la gran Sao Paulo, SP, entre 2004 2007. Datos antropométricos y ginecológico y relativos a hábitos de vida, fractura previa, antecedentes personales, ingestión alimentaria y actividad física fueron evaluados por medio de entrevista individual y cuantitativa. Fractura por bajo impacto fue definida como decurrente de caída de la propia altura o menos en individuos con más de 50 años de edad. Modelos de regresión multivariada y logística analizaron, respectivamente, la densidad ósea y la fractura por osteoporosis, como variables dependientes y todas las otras como independientes. El nivel de significancia estadística establecido fue p<0,05. RESULTADOS: La prevalencia de osteoporosis y de fracturas por fragilidad ósea fue de 33% y 11,5%, respectivamente. Los principales factores de riesgo asociados con baja densidad ósea fueron edad (OR=1,07; IC 95%: 1,06;1,08), menopausia (OR=2,16; IC 95%: 1,49;3,14), fractura previa (OR=2,62; IC 95%: 2,08;3,29) y tabaquismo actual (OR=1,45; IC 95%: 1,13;1,85). Por otro lado, elevado IMC (OR=0,88; IC 95%: 0,86;0,89), actividad física regular (OR=0,78; IC 95%: 0,65;0,94) y terapia hormonal actual (OR=0,43; IC 95%: 0,33;0,56) desempeñaron papel protector. Los factores de riesgo significantemente relacionados con fractura por osteoporosis fueron edad (OR=1,05; IC 95%: 1,04;1,06), menopausia (OR=4,12; IC 95%: 1,79;9,48), historia familiar de fractura de cuadril (OR=3,59; IC 95%: 2,88;4,47) y baja densidad ósea (OR=2,28; IC 95%: 1,85;2,82). CONCLUSIONES: Edad avanzada, menopausia, fractura previa por bajo impacto y tabaquismo actual son los principales factores de riesgo asociados con baja densidad ósea y esta, con las fracturas por fragilidad ósea. El uso clínico de estos parámetros para identificar mujeres de mayor riesgo para fracturas puede ser una estrategia interesante para mejorar el abordaje de la osteoporosis.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To estimate the prevalence and analyze risk factors associated to osteoporosis and low-trauma fracture in women. METHODS: Cross-sectional study including a total of 4,332 women older than 40 attending primary care services in the Greater São Paulo, Southeastern Brazil, between 2004 and 2007. Anthropometrical and gynecological data and information about lifestyle habits, previous fracture, medical history, food intake and physical activity were obtained through individual quantitative interviews. Low-trauma fracture was defined as that resulting from a fall from standing height or less in individuals 50 years or older. Multiple logistic regression models were designed having osteoporotic fracture and bone mineral density (BMD) as the dependent variables and all other parameters as the independent ones. The significance level was set at p<0.05. RESULTS: The prevalence of osteoporosis and osteoporotic fractures was 33% and 11.5%, respectively. The main risk factors associated with low bone mass were age (OR=1.07; 95% CI: 1.06;1.08), time since menopause (OR=2.16; 95% CI: 1.49;3.14), previous fracture (OR=2.62; 95% CI: 2.08;3.29) and current smoking (OR=1.45; 95% CI: 1.13;1.85). BMI (OR=0.88; 95% CI: 0.86;0.89), regular physical activity (OR=0.78; 95% CI: 0.65;0.94) and hormone replacement therapy (OR=0.43; 95% CI: 0.33;0.56) had a protective effect on bone mass. Risk factors significantly associated with osteoporotic fractures were age (OR=1.05; 95% CI: 1.04;1.06), time since menopause (OR=4.12; 95% CI: 1.79;9.48), familial history of hip fracture (OR=3.59; 95% CI: 2.88;4.47) and low BMD (OR=2.28; 95% CI: 1.85;2.82). CONCLUSIONS: Advanced age, menopause, low-trauma fracture and current smoking are major risk factors associated with low BMD and osteoporotic fracture. The clinical use of these parameters to identify women at higher risk for fractures might be a reasonable strategy to improve the management of osteoporosis.
  • Diagnóstico de anemia por deficiência de ferro em crianças do Nordeste do Brasil Original Articles

    Carvalho, Antonio Geraldo Cidrão; Lira, Pedro Israel Cabral de; Barros, Maria de Fátima Alcântara; Aléssio, Maria Luiza Martins; Lima, Marília de Carvalho; Carbonneau, Marie Annette; Berger, Jacques; Léger, Claude Louis

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Diagnosticar anemia por deficiência de ferro em crianças. MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido com uma amostra de 301 crianças com idade entre seis e 30 meses, usuárias de creches públicas de Recife, PE, em 2004. Para o diagnóstico da anemia utilizou-se a combinação de diferentes parâmetros hematológicos e bioquímicos: hemoglobina, volume corpuscular médio, ferritina, proteína C-reativa, saturação da transferrina e receptor da transferrina. Para a análise estatística empregou-se o teste do qui-quadrado e ANOVA. RESULTADOS: Do total de crianças, 92,4% tinha anemia (Hb < 110g/L) e 28,9% apresentou anemia moderada/grave (Hb<90g/L). Níveis mais baixos de hemoglobina foram observados em crianças de seis a 17 meses. Encontrou-se deficiência de ferro em 51,5% das crianças, utilizando-se a ferritina (< 12µg/L) como parâmetro. Considerando a combinação da concentração de hemoglobina, ferritina e do receptor de transferrina, 58,1% tinha anemia com deficiência de ferro, 34,2% anemia sem déficit de ferro e 2,3% deficiência de ferro sem anemia. A concentração média de ferritina foi significativamente maior em crianças com proteína C-reativa aumentada quando comparada com aqueles com níveis normais (22,1 versus 14,8 µg/L). CONCLUSÕES: A utilização de diversos parâmetros bioquímicos e hematológicos possibilitou diagnosticar anemia por deficiência de ferro em dois terços das crianças, revelando a necessidade de identificar outros determinantes de anemia sem deficiência de ferro.

    Resumo em Espanhol:

    OBJETIVO: Diagnosticar anemia por deficiencia de hierro en niños. MÉTODOS: El estudio fue desarrollado con una muestra de 301 niños con edades entre seis y 30 meses, usuarios de guarderías públicas de Recife, Noreste de Brasil, en 2004. Para el diagnóstico de la anemia se utilizó la combinación de diferentes parámetros hematológicos y bioquímicos: hemoglobina, volumen corpuscular promedio, ferritina, proteína C-reactiva, saturación de la transferrina y receptor de la transferrina. Para el análisis estadístico se empleó la prueba de chi-cuadrado y ANOVA. RESULTADOS: Del total de niños, 92,4% tenían anemia (Hb<110g/L) y 28,9% presentaron anemia moderada/grave (Hb<90g/L). Niveles más bajos de hemoglobina fueron observados en niños de seis a 17 meses. Se encontró deficiencia de hierro en 51,5% de los niños, utilizándose la ferritina (<12μg/L) como parámetro. Considerando la combinación de la concentración de hemoglobina, ferritina y del receptor de transferrina, 58,1% tenían anemia con deficiencia de hierro, 34,2% anemia sin déficit de hierro y 2,3% deficiencia de hierro sin anemia. La concentración promedio de ferritina fue significativamente mayor en niños con proteína C-reactiva aumentada cuando se comparó con aquellos con niveles normales (22,1 versus 14,8 µg/L). CONCLUSIONES: La utilización de diversos parámetros bioquímicos y hematológicos posibilitó diagnosticar anemia por deficiencia de hierro en dos tercios de los niños, revelando la necesidad de identificar otros determinantes de anemia sin deficiencia de hierro.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To diagnose iron deficiency anemia in children. METHODS: The study was conducted with a sample of 301 children aged six to 30 months attending public daycare centers in the city of Recife, Northeast Brazil, in 2004. The diagnoses of anemia were based on a combination of different hematological and biochemical parameters: hemoglobin, mean corpuscular volume, ferritin, C-reactive protein, transferrin saturation and transferrin receptor. The chi-square test and ANOVA were used in the statistical analysis. RESULTS: Of all children studied, 92.4% had anemia (Hb <110 g/L) and 28.9% had moderate/severe anemia (Hb <90 g/L). Lower levels of hemoglobin were found in children aged 6-17 months. Iron deficiency was found in 51.5% of children using ferritin (<12 μg/L) as parameter. Taking into consideration the combination of hemoglobin level, ferritin and transferrin receptor, 58.1% had anemia with iron deficiency, 34.2% had anemia without iron deficiency and 2.3% had iron deficiency without anemia. Mean ferritin concentration was significantly higher in children with high C-reactive protein when compared with those with normal levels (22.1 vs. 14.8 µg/L). CONCLUSIONS: The use of several biochemical and hematological parameters allowed to diagnosing iron deficiency anemia in two thirds of children, suggesting a need to identify other determinants of anemia without iron deficiency.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revsp@org.usp.br