ARTIGO ARTICLE

 

Estudo de base populacional dos fatores associados ao desempenho no Mini Exame do Estado Mental entre idosos: Projeto Bambuí

 

A population-based study on factors associated with performance on the Mini-Mental State Examination in the elderly: the Bambuí Study

 

 

Estevão Alves Valle; Érico Castro-Costa; Josélia O. A. Firmo; Elizabeth Uchoa; Maria Fernanda Lima-Costa

Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Fundação Oswaldo Cruz/Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil

Correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi examinar os fatores associados ao desempenho no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) entre idosos com baixa escolaridade. Participaram deste estudo transversal 1.558 indivíduos com > 60 anos residentes na cidade de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. Foi utilizada a regressão logística ordinal para investigar as associações existentes entre escores do MEEM e características selecionadas. Os escores foram estratificados em percentis: abaixo do 5º (< 13), entre o 5º e abaixo do 25º (14-21) e quartis superiores (> 22). Associações positivas e independentes com o pior desempenho no MEEM foram observadas para faixa etária > 80 anos (OR = 2,20; IC95%: 1,52-3,48), sexo masculino (OR = 2,20; IC95%: 1,52-3,38), escolaridade < 4 anos (OR = 5,92; IC95%: 3,92-8,94), não possuir cônjuge (OR = 1,91; IC95%: 1,39-2,62), consumo de vegetais < 5 vezes por semana (OR = 1,94; IC95%: 1,39-2,62) e sintomas depressivos (OR = 1,94; IC95%: 1,46-2,56). Os resultados indicam que os idosos com pior desempenho no MEEM eram aqueles que possuíam outros marcadores de vulnerabilidade.

Saúde Mental; Idoso; Transtornos Cognitivos


ABSTRACT

The aim of this study was to examine factors associated with cognitive functioning in community-dwelling older adults with low schooling. 1,588 subjects residing in Bambuí, Minas Gerais State, Brazil, and aged > 60 years participated in this cross-sectional study. Multivariate ordinal logistic regression was used to assess associations between exploratory variables and the Mini-Mental State Examination score (MMSE): < 13 (below the 5th percentile), 14-21 (between the 5th percentile and the lowest quintile), and > 22. Lower MMSE scores were significantly and independently associated with age > 80 years (OR: 2.20; 95%CI: 1.52-3.48), male gender (OR: 2.20; 95%CI: 1.52-3.38), < 3 complete years of schooling (OR: 5.92; 95%CI: 3.92-8.94), lack of spouse (OR: 1.91; 95%CI: 1.39-2.62), vegetable and fruit consumption less than 5 times a week (OR: 1.94; 95%CI: 1.39-2.62), and depressive symptoms (OR: 1.94; 95%CI: 1.39-2.62). The results suggest that individuals with poor MMSE performance also have other markers of vulnerability.

Mental Health; Aged; Cognition Disorders


 

 

Introdução

O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) 1 é a escala mais utilizada para rastreamento do comprometimento cognitivo. Clinicamente, tem sido usado para detecção e acompanhamento da evolução de alterações cognitivas, bem como para o monitoramento da eficácia e efetividade de tratamentos para as mesmas. Como instrumento de pesquisa, tem sido empregado em grandes estudos populacionais 2,3,4,5 ou acoplado a baterias de testes neuropsicológicos 6,7. Compõem o MEEM questões que se correlacionam em cinco dimensões, quais sejam: concentração, linguagem/práxis, orientação, memória e atenção, com um escore máximo de 30 pontos 8. Na prática clínica, o ponto de corte 23/24 é mais comumente empregado, apresentando alta sensibilidade e especificidade para a detecção de comprometimento cognitivo e demência. Entretanto, como a performance no MEEM é influenciada pela escolaridade, outros pontos de corte têm sido recomendados no Brasil para populações com baixa escolaridade 9,10,11,12,13, mas não existe consenso quanto ao melhor ponto de coorte para esta população.

Estudos conduzidos em outros países têm descrito associações consistentes entre o baixo escore do MEEM e a idade avançada 14,15,16, a baixa escolaridade 17,18 e a presença de sintomas depressivos 19. No Brasil, associações entre o baixo escore do MEEM, baixa escolaridade e a idade avançada já foram descritas 9,10,11,12,13, mas a sua associação com outros fatores ainda não foi investigada em estudos de base populacional.

O presente trabalho foi realizado entre participantes da linha de base da coorte de idosos de Bambuí 20, com o objetivo de examinar fatores associados ao desempenho no teste do MEEM em uma população idosa com baixa escolaridade.

 

Metodologia

O Projeto Bambuí é um estudo de coorte de base populacional sobre saúde de idosos, desenvolvido na cidade de mesmo nome, situada em Minas Gerais, Brasil. A linha de base da coorte foi constituída em 1997. Os participantes da pesquisa foram identificados por meio de um censo completo realizado no município pela equipe do projeto. Maiores detalhes podem ser vistos em publicação anterior 20. Todos os moradores com sessenta anos ou mais de idade em 1º de janeiro de 1997 (n = 1.742) foram convidados a participar do estudo e 1.606 (92,2%) participaram da linha de base da coorte. Para o presente trabalho foram selecionados todos os participantes que responderam ao questionário MEEM.

A variável dependente deste estudo é o escore do MEEM, obtido por meio de uma versão do instrumento traduzida para o português, com algumas adaptações 21. Na ausência de um ponto de corte consensual para populações com baixa escolaridade, foi considerada a distribuição em percentis dos escores do MEEM na população estudada, como previamente sugerido para esta população 13. O MEEM foi aplicado por entrevistadores com pelo menos 11 anos completos de escolaridade, selecionados entre moradores da cidade de Bambuí. O treinamento foi realizado por psiquiatra qualificada (E. U.) e os entrevistadores foram certificados somente após avaliação da confiabilidade intra e entre observadores. Maiores detalhes podem ser vistos em publicação anterior 20.

As variáveis independentes do estudo incluíram características sócio-demográficas, estilos de vida relacionados à saúde, indicadores das condições de saúde e usos de serviços de saúde. Entre as características sócio-demográficas foram consideradas idade, sexo, número de anos completos de escolaridade e situação conjugal (ausência de cônjuge foi definida pela condição de solteiro, divorciado ou separado e viúvo). Entre os estilos de vida foram incluídos tabagismo (considerando-se como fumante atual aquele que já fumou pelo menos 100 cigarros ao longo da vida e ainda fumava, e como ex-fumante aquele que havia parado de fumar) 22 e consumo semanal de frutas e hortaliças (cinco ou mais vezes por semana nos últimos 12 meses ou menos).

Os indicadores de condições de saúde considerados neste trabalho foram sintomas depressivos, diabetes mellitus e hipertensão arterial. A presença de sintomas depressivos foi avaliada por meio do General Health Questionnaire (GHQ-12), utilizando-se ponto de corte (4/5), previamente validado na população em estudo 23. Hipertensão arterial sistêmica foi definida segundo os critérios estabelecidos pelo VII JNC Report 24, ou seja, média da pressão sistólica > 140 mmHg e/ou média da pressão diastólica > 90 mmHg ou tratamento atual para hipertensão. Foram realizadas três medidas de pressão arterial, com intervalos de 2 minutos entre elas, após um descanso inicial de 5 minutos e depois de 30 minutos sem ingestão de álcool ou cafeína, considerando-se a média da segunda e a terceira medida e descartando-se a primeira. A definição de diabetes foi baseada no nível de glicose em jejum, considerando-se valores iguais ou superiores a 126mg/dL e/ou uso atual de insulina ou hipoglicemiante oral, de acordo com os critérios da American Diabetes Association 25. Entre os indicadores de usos de serviços de saúde foram considerados tempo decorrido após a última visita a um médico e número de hospitalizações nos últimos 12 meses.

O Projeto Bambuí foi aprovado na Comissão de Ética da Fundação Oswaldo Cruz. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento pós-informado.

 

Análise estatística

A análise estatística foi baseada em odds ratio (OR) estimados por meio da regressão logística ordinal univariada e multivariada; a proporcionalidade do OR em cada modelo foi examinada usando-se o teste de Wald. Todas as variáveis consideradas no presente trabalho foram incluídas uma a uma no modelo multivariado, que incluiu inicialmente as características sócio-demográficas, seguidas pelos hábitos de vida, pelos indicadores das condições de saúde e pelos indicadores de usos de serviços de saúde. Foram mantidas no modelo multivariado final aquelas que permaneceram significativamente associadas (p < 0,05) ao escore do MEEM. As análises foram realizadas utilizando-se o Stata Software Package, versão 10.0 (Stata Corp., College Station, Estados Unidos).

 

Resultados

Participaram do presente trabalho 1.558 indivíduos, que correspondem a 97% dos participantes da linha de base da coorte. A média de idade foi de 69 anos (desvio-padrão = 7,3), predominando o sexo feminino (60,1%) e a baixa escolaridade (64,8% possuíam escolaridade inferior a quatro anos completos). Outras características dos participantes do estudo podem ser vistas na Tabela 1.

A mediana do escore do MMSE entre os participantes do estudo foi igual a 26. Escores iguais ou inferiores a 13 (4,3%) corresponderam aos valores abaixo do 5º percentil, entre 14 e 21 (17,7%) a valores entre o 5º, e abaixo do 25º percentil e escores > 22 (78%) corresponderam aos quartis superiores.

Na Tabela 2 estão apresentados os resultados da análise univariada da associação entre escore do MEEM, características sócio-demográficas e estilos de vida. OR estatisticamente significantes foram observadas para faixas etária mais velhas (70-79 e 80 ou mais anos), sexo masculino, escolaridade mais baixa (inferior a quatro anos), ausência de cônjuge, tabagismo atual e passado, e ingestão menos freqüente de frutas e hortaliças (menos de cinco vezes por semana).

Entre os indicadores das condições de saúde e de uso de serviços de saúde, presença de sintomas depressivos e número de hospitalizações nos últimos 12 meses (uma e duas ou mais) apresentaram associações significantes com escores mais baixos do MEEM na análise univariada (Tabela 3).

Os resultados finais da análise multivariada dos fatores associados aos escores do MEEM estão apresentados na Tabela 4. Associações independentes com escores mais baixos do MEEM foram observadas para faixa etária mais velha (> 80 anos), sexo masculino, escolaridade inferior a quatro anos, ausência de cônjuge, consumo de frutas e hortaliças menos de cinco vezes por semana e presença de sintomas depressivos.

 

Discussão

Os resultados deste trabalho mostraram a existência de associações entre baixos escores do MEEM e idade, sexo, escolaridade, situação conjugal, consumo de frutas e hortaliças e presença de sintomas depressivos. Essas associações persistiram mesmo após ajustamentos entre elas e foram independentes de outras variáveis consideradas no estudo.

A idade é um dos determinantes mais importantes do declínio cognitivo. Estudos de base populacional têm mostrado de forma consistente que existe uma piora do desempenho no MEEM com o aumento da idade 2,3,4,5,6,14,17,18. Os resultados deste trabalho estão de acordo com essas observações.

Com referência ao sexo, estudos epidemiológicos têm mostrado resultados discordantes quanto à sua associação com a função cognitiva em idosos. Em San Antonio, Estados Unidos, observou-se que o sexo não estava associado ao desempenho cognitivo 2. Estudos epidemiológicos conduzidos no Reino Unido 3 e na Coréia do Sul 5 descreveram pior desempenho cognitivo entre as mulheres; já na Austrália, observou-se que os homens apresentavam pior função cognitiva 14. No Brasil, na cidade de Catanduva, em um estudo transversal observou-se pior desempenho cognitivo entre as mulheres 4. No entanto, após ajustamentos por variáveis de confusão, verificou-se nessa mesma cidade que a incidência de déficit cognitivo era semelhante entre homens e mulheres 26. No presente estudo transversal, os homens apresentaram piores escores no MEEM, constatando-se que esta associação persistia após ajustamentos por outras características relevantes. Essas observações sugerem que características particulares de cada população podem ter influência na associação entre função cognitiva e sexo.

A escolaridade é um dos fatores mais consistentemente descritos como associados ao desempenho no MEEM 2,3,4,5,6,14,17,18. Os resultados deste trabalho são consistentes com esses achados, uma vez que foi encontrada forte associação entre pior escolaridade e escores mais baixos do MEEM. Nossos resultados acrescentam em relação aos trabalhos anteriores por mostrar que, mesmo em uma população na qual predominam níveis muito baixos de escolaridade, a influência da escolaridade no escore do MEEM está presente.

A ausência de cônjuge foi outra característica fortemente associada ao pior desempenho no MEEM entre idosos bambuienses. Em alguns estudos observou-se que indivíduos solteiros, sobretudo aqueles que moram sozinhos, estão sob maior risco de deterioração cognitiva 27 e desenvolvimento de demência 28,29. A associação entre ausência de cônjuge e maior risco para quadros demenciais também tem sido descrita 29.

A relação entre o tabagismo e a cognição é controversa. Resultados de um estudo de caso-controle sugeriram haver um papel neuroprotetor da nicotina 30, ao passo que em um estudo de coorte observou-se que tabagistas apresentam maior decréscimo do escore de MEEM ao longo do tempo, em comparação aos não-fumantes 31. Uma meta-análise recente, contemplando uma ampla variação de desfechos relacionados à cognição, mostrou que os tabagistas têm riscos 40% a 80% maiores de piora da cognição com relação aos idosos que não fumam 32. No presente trabalho, observou-se maior prevalência de fumantes atuais e passados entre idosos com escores mais baixos do MEEM, mas esta associação desapareceu após ajustamentos por variáveis de confusão.

Uma observação que merece ser destacada foi a menor ingestão de frutas e hortaliças entre idosos com pior desempenho no MEEM. A ingestão insuficiente desses alimentos está relacionada ao pior prognóstico cognitivo. Há estudos que demonstram haver relação entre o consumo de frutas e hortaliças e a preservação da cognição 33,34.

A hipótese mais aceita é que altos teores de antioxidantes, como as vitaminas E e C, além de substâncias bioativas, como carotenóides e flavonóides, contidos nesses alimentos atenuam o estresse oxidativo e os processos neurodegerativos relacionados ao declínio cognitivo e às demências. Além disso, por serem fontes de vitaminas B12, B6 e ácido fólico, frutas e hortaliças poderiam ter papel benéfico à cognição 35. Devido à natureza transversal do presente trabalho, não é possível saber se a ingestão menos freqüente de frutas e hortaliças reflete um hábito ao longo da vida que contribuiu para a piora da cognição, ou se é uma conseqüência da mesma, refletindo mudanças na preferência e seleção de alimentos, não incomuns nos processos demenciais. Uma outra observação consistente em diversas populações é a associação entre sintomas depressivos e comprometimento cognitivo em idosos 36,37.

No presente trabalho observou-se uma associação independente e graduada com escores inferiores do MEEM. A natureza transversal do estudo não permite saber se esses sintomas são um fator de risco ou se são conseqüência da deterioração cognitiva 20,21. Estudos longitudinais são necessários para um melhor entendimento dessa associação na população estudada.

Não se observou associação significante entre hipertensão arterial, diabetes mellitus e escore do MEEM na população estudada, confirmando observações em outras populações 14,38. Entre idosos bambuienses também não se constatou associação entre escore do MEEM e uso de serviços de saúde, tanto no que se refere ao tempo decorrido após a última consulta médica quanto ao número de hospitalizações. Uma associação entre pior escore do MEEM e ocorrência de hospitalizações foi observada na análise não ajustada, mas esta associação desapareceu após ajustamentos por fatores de confusão.

Com relação a aspectos metodológicos deste trabalho, é importante ressaltar que existem diferentes opções para análise dos escores obtidos por meio do MEEM em estudos epidemiológicos. A opção predominante é a adoção de um ponto de corte previamente validado em indivíduos com escolaridade mais alta (geralmente 23/24), assumindo-se que pessoas com escores abaixo deste valor apresentam alta probabilidade de déficit cognitivo 1. Entretanto, a adoção desse ponto de coorte para indivíduos com baixa escolaridade é questionável. No Brasil, têm sido propostos pontos de corte mais baixos para pessoas sem escolaridade formal ou com níveis muito baixos de escolaridade. Os escores propostos são bastante díspares, com valores variando entre 12/13 e 18/19 9,10,11,12. Quando aplicados a uma mesma população, os pontos de coorte propostos apresentam concordância muito baixa, refletindo a ausência de consenso sobre o tema 13. Na ausência de um ponto de coorte consistente, uma alternativa é considerar os escores do MEEM como variáveis contínuas e fazer comparações entre as médias correspondentes; esta estratégia é adequada quando os escores apresentam distribuição normal. Entretanto, esse não é o caso da distribuição dos escores do MEEM na população de base da coorte de Bambuí. Nessa população, os escores do MEEM não apresentavam distribuição normal e não era possível normalizar esta distribuição por meio de transformações habituais 13. Dessa forma, no presente trabalho considerou-se a distribuição em percentis do escore do MEEM. Essa opção tem sido recomendada para estudos de base populacional, assumindo-se que valores abaixo do 5º percentil identificam indivíduos com alta probabilidade de déficit cognitivo, e valores situados no quartil inferior identificam casos suspeitos 13,39. Essa estratégia é vantajosa porque, além de possibilitar a investigação de associações entre o escore do MEEM e as características de interesse, permite também verificar se existe um gradiente nesta associação.

Em resumo, nossos resultados mostraram que os fatores associados ao desempenho no MEEM na população estudada foram semelhantes àqueles descritos em populações com escolaridade mais alta. A associação entre menor ingestão de frutas e hortaliças e pior desempenho no MEEM observada neste trabalho é preocupante e aponta para a necessidade de intervenções visando ao aumento da ingestão destes alimentos, que pode ser benéfica tanto para as condições gerais de saúde quanto para a evolução das funções cognitivas. Os resultados do presente trabalho mostraram que idosos com pior desempenho no MEEM são aqueles que possuem também outros marcadores de vulnerabilidade. Políticas voltadas para idosos com comprometimento cognitivo devem considerar essa vulnerabilidade, adotando-se medidas que visem à sua compensação.

 

Colaboradores

E. A. Valle participou no delineamento do estudo, análise dos dados e redação do trabalho. E. Castro-Costa participou da análise dos dados e da revisão crítica do manuscrito. J. O. A. Firmo e E. Uchoa participaram do delineamento do estudo e revisão crítica do manuscrito. M. F. Lima-Costa foi responsável pela supervisão da análise dos dados, redação do trabalho e revisão final do artigo.

 

Agradecimentos

Este trabalho foi custeado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). E. Uchoa e M. F. Lima-Costa possuem bolsas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e E. C. Costa possui bolsa de pós-doutorado da FAPEMIG.

 

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Correspondencia:
E. A. Valle
Laboratório de Epidemiologia e Antropologia Médica
Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
Fundação Oswaldo Cruz/Universidade Federal de Minas Gerais
Av. Augusto de Lima 1715
Belo Horizonte, MG 30190-002, Brasil
estevaovalle@bol.com.br

Recebido em 26/Fev/2008
Versão final reapresentada em 07/Jul/2008
Aprovado em 01/Out/2008

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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