Adaptação e validação de conteúdo da versão brasileira do Posttraumatic Cognitions Inventory

Adaptación y validación de contenido de la versión brasileña del Posttraumatic Cognitions Inventory

Gabriela Sbardelloto Luiziana Souto Schaefer Alice Reuwsaat Justo Beatriz de Oliveira Meneguelo Lobo Christian Haag Kristensen Sobre os autores

Resumos

OBJETIVO:

Realizar a tradução, adaptação e validação de conteúdo da versão brasileira do Posttraumatic Cognitions Inventory .

MÉTODOS:

O processo de tradução e adaptação das instruções iniciais e dos itens do PTCI envolveu cinco etapas: (1) tradução; (2) retradução; (3) correção e adaptação semântica; (4) validação do conteúdo por profissionais da área (juízes); e (5) teste da versão final, por meio de uma escala verbal-numérica. Como indicadores de desempenho para a compreensão, foram computados os escores de tendência central (média) e dispersão (desvio padrão) para cada item na etapa 5. Definiu-se escore médio ≥ 3 para compreensão satisfatória.

RESULTADOS:

As 36 questões e as instruções iniciais foram traduzidas e adaptadas para compor a versão brasileira do Posttraumatic Cognitions Inventory . Quarenta e cinco adultos responderam aos itens do Posttraumatic Cognitions Inventory na etapa teste da versão final, mostrando compreensão adequada do instrumento na escala verbal-numérica (M = 4,13; dp = 0,11).

CONCLUSÕES:

O Posttraumatic Cognitions Inventory é um instrumento de fácil compreensão e semanticamente válido. Estudos posteriores são necessários para a verificação e adequação da avaliação de suas propriedades psicométricas na população brasileira.

Cognição, classificação; Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos, classificação; Traduções; Questionários; Estudos de Validação


OBJETIVO:

Realizar la traducción, adaptación y validación de contenido de la versión brasileña del Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI).

MÉTODOS:

El proceso de traducción y adaptación de las instrucciones iníciales y de los ítems del PTCI involucró cinco etapas: (1) traducción; (2) re-traducción; (3) corrección y adaptación semántica; (4) validación del contenido por profesionales del área (jueces) y (5) prueba de la versión final, por medio de una escala verbal-numérica. Como indicadores de desempeño para la comprensión, se computaron los escores de tendencia central (promedio) y dispersión (desvío estándar) para cada ítem en la etapa 5. Se definió, escores promedio ≥ 3 para comprensión satisfactoria.

RESULTADOS:

Las 36 preguntas y las instrucciones iníciales fueron traducidas y adaptadas para componer la versión brasileña del PTCI. Cuarenta y cinco adultos respondieron a los ítems del PTCI en la etapa de prueba de la versión final, mostrando comprensión adecuada del instrumento en la escala verbal-numérica (M=4,13; ds=0,11).

CONCLUSIONES:

el PTCI es un instrumento de fácil comprensión y semánticamente válido. Estudios posteriores son necesarios para la verificación y adecuación de la evaluación de sus propiedades psicométricas en la población brasileña.

Cognición, clasificación; Trastornos por Estrés Postraumático, clasificación; Traducciones; Cuestionarios; Estudios de Validación


INTRODUÇÃO

Evento traumático pode ser definido como uma situação de estresse experimentada, testemunhada ou confrontada, na qual houve ameaça à vida e/ou à integridade da pessoa ou de alguém, emocionalmente próximo à vítima.11. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado. 4.ed. Porto Alegre: Artmed; 2002. , 66. Breslau N, Peterson LE, Schultz LR. A second look at prior trauma and the posttraumatic stress disorder effects of subsequent trauma: a prospective epidemiological study. Arch Gen Psychiatry. 2008;65(4):431-7. DOI:10.1001/archpsyc.65.4.431
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Muitas situações podem ser consideradas traumáticas. As mais comuns tendem a ser aquelas em que houve algum tipo de violência.77. Breslau N. The epidemiology of trauma, PTSD, and other posttrauma disorders. Trauma Violence Abuse. 2009;10(3):198-21. DOI:10.1177/1524838009334448
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, 2424. Ozer EJ, Best SR, Lipsey TL, Weiss DS. Predictors of posttraumatic stress disorder and symptoms in adults: a meta-analysis. Psychol Bull. 2003;129(1):52-73. DOI:10.1037/0033-2909.129.1.52
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O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é considerado um transtorno de curso crônico, recorrente e incapacitante quanto às atividades laborais.9, aaSchaefer LS.Avaliação de reações pós-traumáticas em bancários vítimas de ataques a bancos [dissertação de mestrado]. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2011. É um transtorno de ansiedade desencadeado por situação traumática, cujos sintomas envolvem revivência contínua do evento, evitação, entorpecimento e excitabilidade aumentada. De 40% a 90% dos indivíduos relatam ter vivenciado pelo menos um evento estressor potencialmente traumático ao longo da vida.2727. Sher L. Recognizing post-traumatic stress disorder. QJM. 2004;97(1):1-5. DOI:10.1093/qjmed/hch003
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O impacto de eventos estressores traumáticos em indivíduos, particularmente evidente na ocorrência de TEPT, está associado a alterações na estrutura e funcionamento do sistema nervoso central.1616. Gola H, Engler H, Schauer M, Adenauer H, Riether C, Kolassa S, et al. Victims of rape show increased cortisol responses to trauma reminders: a study in individuals with war-and-torture-related PTSD. Psychoneuroendocrinology. 2012;37(2):213-20. DOI:10.1016/j.psyneuen.2011.06.005
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, 2828. Steudte S, Kolassa IT, Stalder T, Pfeiffer A, Kirschbaum C, Elbert T. Increased cortisol concentrations in hair of severely traumatized Ugandan individuals with PTSD. Psychoneuroendocrinology. 2011;36(8):1193-200. DOI:10.1016/j.psyneuen.2011.02.012
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, 2929. Wingenfeld K, Driessen M, Terfehr K, Schlosser N, Fernando SC, Otte C, et al. Cortisol has enhancing, rather than impairing effects on memory retrieval in PTSD. Psychoneuroendocrinology. 2012;37(7):1048-56. DOI:10.1016/j.psyneuen.2011.12.002
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Essas alterações podem afetar a regulação emocional, os comportamentos e o processamento cognitivo, interferindo no curso do quadro psicopatológico.2222. Knapp WP, Caminha RM. Terapia cognitiva do transtorno de estresse pós-traumático. Rev Bras Psiquiatr. 2003;25(Supl 1):31-6. DOI:10.1590/S1516-44462003000500008
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, 2323. Kristensen CH, Parente MAMP, Kaszniak AW. Transtorno de estresse pós- traumático e funções cognitivas. Psico-USF. 2006;11(1):17-23. DOI:10.1590/S1413-82712006000100003
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O instrumento Posttraumatic Cognitions Inventory (Inventário de Cognições Pós-Traumáticas – PTCI), em suas versões original e adaptada, tem como referencial teórico a ‘Teoria do Processamento Emocional’ de Foa et al.1515. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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Eventos traumáticos produzem mudança s nas cognições de vítimas de eventos traumáticos, 1313. Foa EB, Riggs D. Post traumatic stress disorder in rape vicitms. In: Oldham J, Riba MB, Tasman A, editors. American Psychiatric Press review of psychiatry. Washington (DC): American Psychiatric Press; 1993. v.12; p.273-303. , 1414. Foa EB, Rothbaum BO. Treating the trauma of rape: cognitive behavioral therapy for PTSD. New York: Guilford Press; 1998. que têm papel importante na resposta emocional posterior. O TEPT é resultado de uma ruptura no processo normal de recuperação da memória. Para Foa & Kozak, 12 emoções extremas experienciadas durante um evento traumático conduzem a uma associação no processamento da informação de eventos. Isso produz desorganização de recordações de memórias incoerentes com a memória original. Memórias traumáticas são associações de estímulos de perigo que conduzem à percepção generalizada de ameaça.1313. Foa EB, Riggs D. Post traumatic stress disorder in rape vicitms. In: Oldham J, Riba MB, Tasman A, editors. American Psychiatric Press review of psychiatry. Washington (DC): American Psychiatric Press; 1993. v.12; p.273-303. , 1414. Foa EB, Rothbaum BO. Treating the trauma of rape: cognitive behavioral therapy for PTSD. New York: Guilford Press; 1998. Essas memórias codificam larga escala de respostas fisiológicas e comportamentais, que podem estar ligadas à avaliação da baixa autoeficácia em face da ameaça. Isso resulta na representação generalizada do self como inapto ao enfrentamento de novas situações. Tais representações esquemáticas têm importante papel no início e na manutenção do TEPT. O modelo proposto por essa teoria enfoca a representação de ameaça relacionada ao evento traumático e explica como a informação é representada no sistema cognitivo e como é processada.88. Brewin CR, Dalgleish T, Joseph S. A dual representation theory of posttraumatic stress disorder. Psychol Rev. 1996;103(4):670-86. DOI:10.1037/0033-295X.103.4.670
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A ideia central dessa teoria é que eventos traumáticos modificam as crenças básicas das pessoas.1515. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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De fato, há aumento geral de crenças negativas sobre o self , o mundo e os outros.1313. Foa EB, Riggs D. Post traumatic stress disorder in rape vicitms. In: Oldham J, Riba MB, Tasman A, editors. American Psychiatric Press review of psychiatry. Washington (DC): American Psychiatric Press; 1993. v.12; p.273-303. Quando vítimas de trauma com TEPT são comparadas a vítimas que não desenvolveram o transtorno, as alterações nessas crenças são notáveis.1515. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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Considerável número de instrumentos diagnósticos e de rastreio da sintomatologia pós-traumática existe internacionalmente. Apesar disso, medidas válidas para a mensuração de outros fatores que contribuem para a manifestação sintomática, como as cognições pós-traumáticas, são escassas. Entre os instrumentos, o Personal Beliefs and Reactions Scale (PBRS) bbResick PA, Schnicke MK, Markway BG. The relationship between cognitive cotent and posttraumatic stress disorder. Presented at the Annual Meeting of the Association for Advancement of Behavior Therapy; 1991; New York, USA. identifica avalia'ções e reações pessoais e o World Assumptions Scale 2020. Janoff-Bulman R. Assumptive worlds and the stress of traumatic events: applications of the schema construct. Soc Cogn. 1989;7(2):113-36. DOI:10.1521/soco.1989.7.2.113
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, 2121. Janoff-Bulman R. Shattered assumptions: towards a new psychology of trauma. New York: Free Press; 1992. acessa avaliações sobre o mundo, porém não existem versões brasileiras dessas escalas. Estudos de tradução, adaptação e validação das propriedades psicométricas são necessários antes de um instrumento ser utilizado, pois variações culturais podem impactar seus resultados.

Foa et al15 15. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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desenvolveram o instrumento PTCI a partir de observações clínicas e de teorias recentes sobre psicopatologia pós-traumática. O PTCI é um inventário autoaplicável em que o indivíduo pontua sobre cognições possivelmente relacionadas ao evento traumático em uma escala Likert de sete pontos, variando de 1 ( discordo totalmente ) a 7 ( concordo totalmente ). Investigam-se três domínios específicos de cognições pós-traumáticas: Cognições Negativas Sobre o S elf , Cognições Negativas Sobre o Mundo e sobre Autorresponsabilização.15 15. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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O instrumento parte do pressuposto de que aqueles indivíduos que passam a ver o mundo como um lugar ameaçador após o evento traumático tendem a implicar a responsabilidade do ocorrido a si mesmos, mas que, se se percebessem negativamente estariam predispostos a desenvolver o TEPT. Cognições pós-traumáticas estariam diretamente relacionadas com a sintomatologia pós-traumática.1414. Foa EB, Rothbaum BO. Treating the trauma of rape: cognitive behavioral therapy for PTSD. New York: Guilford Press; 1998. , 1515. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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Foa et al1515. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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identificaram propriedades psicométricas satisfatórias para o PTCI, incluindo fidedignidade e validade. Quanto à fidedignidade, o PTCI apresentou elevada consistência interna nos três domínios examinados: (a) cognições negativas sobre o self (α = 0,97); (b) cognições negativas sobre o mundo (α = 0,88) e (c) sobre autorresponsabilização (α = 0,86). O PTCI apresentou estabilidade temporal. O coeficiente de correlação (Spearman) ficou entre 0,74 e 0,86 após análise de confiabilidade entre teste-reteste com intervalo de uma semana. Em relação à validade, foi possível notar estrutura fatorial estável em três diferentes grupos amostrais. Foram observadas elevadas correlações entre o PTCI e dois outros instrumentos que avaliam cognições pós-traumáticas: (a) Personal Beliefs and Reactions Scale b (PBRS) e (b) World Assumptions Scale ,2020. Janoff-Bulman R. Assumptive worlds and the stress of traumatic events: applications of the schema construct. Soc Cogn. 1989;7(2):113-36. DOI:10.1521/soco.1989.7.2.113
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, 2121. Janoff-Bulman R. Shattered assumptions: towards a new psychology of trauma. New York: Free Press; 1992. indicando validação convergente. Foi calculada a associação entre cognições pós-traumáticas e psicopatologia pós-traumática na validação discriminante.

As propriedades psicométricas do PCTI foram investigadas por Beck et al33. Beck JG, Coffey SF, Palyo SA, Gudmundsdottir B, Miller LM, Colder CR. Psychometric properties of the Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): a replication with motor vehicle accident survivors. Psychol Asses. 2004;16(3):289-98. DOI:10.1037/1040-3590.16.3.289
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em que foi examinada a estrutura fatorial do instrumento em uma amostra de 112 indivíduos entre 18 e 65 anos. Encontrou-se nível de confiabilidade na escala, estabilidade e convergência. O estudo corroborou para a hipótese de que o PTCI é um instrumento promissor em relação à predição do risco de desenvolvimento do TEPT em pacientes vítimas de experiências traumáticas.

Emmerik et al11 investigaram as características psicométricas da versão holandesa do PTCI em 185 sujeitos que tinham experienciado algum tipo de evento traumático de acordo com os critérios descritos no DSM-IV-TR .1 1. American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: texto revisado. 4.ed. Porto Alegre: Artmed; 2002.O estudo mostrou elevada consistência interna na escala total (α = 0,97) e nas subescalas (α variando entre 0,86 a 0,97) e após duas semanas no teste-reteste. A validação convergente alcançou elevadas correlações após a comparação do PTCI com a PBRS.b Com relação à validade discriminante, a escala foi capaz de discriminar pacientes traumatizados com e sem diagnóstico de TEPT. O PTCI pode ser significativamente útil na mensuração das crenças pós-traumáticas que deveriam ser modificadas ao longo do tratamento desses pacientes. Inexistem versões traduzidas e adaptadas do PTCI para a realidade da população brasileira. O presente trabalho teve por objetivo realizar a tradução, adaptação e validação de conteúdo da versão brasileira do Post traumatic Cognitions Inventory (PTCI).

MÉTODOS

O processo de tradução e adaptação foi composto por cinco etapas. Os participantes foram recrutados por conveniência. O recrutamento foi realizado por contato pessoal dos pesquisadores, presencialmente ou por correio eletrônico. Não houve recusas por parte dos participantes ou perda amostral em qualquer etapa deste estudo.

O processo de tradução e adaptação das instruções iniciais e dos itens do PTCI envolveu cinco etapas: (1) tradução; (2) retradução; (3) correção e adaptação semântica; (4) validação do conteúdo por profissionais da área (juízes); e (5) teste da versão final, através de uma escala verbal-numérica.2,5,18,19,25,ccInternational Test Commission. International Test Commission guidelines for translating and adapting tests. [s.l]; 2010 [citado 2013 mai 5]. Disponível em:. http://www.intestcom.org Foram considerados procedimentos empregados na tradução e adaptação para o português de instrumentos destinados a mensurar construtos relacionados na temática de trauma, como o Childhood Trauma Questionnaire 17 17. Grassi-Oliveira R, Stein LM, Pezzi JC. Tradução e validação de conteúdo da versão em português do Childhood Trauma Questionnaire. Rev Saude Publica. 2006;40(2):249-55. DOI:10.1590/S0034-89102006000200010
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e o Abuse Assessment Screen .2626. Reichenheim ME, Moraes CL, Hasselmann M. Equivalência semântica da versão em português do instrumento Abuse Assessment Screenpara rastrear a violência contra a mulher grávida. Rev Saude Publica. 2000;34(6):610-6. DOI:10.1590/S0034-89102000000600008
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Etapa1:Tradução. A tradução do instrumento do idioma original, inglês, para o português (T1 e T2) foi realizada independentemente por dois profissionais, um graduado e pós-graduado em Jornalismo e outro pós-graduado em Letras. Ambos tinham suas residências situadas em locais onde a língua oficial é o inglês, com domínio e fluência no idioma.

Etapa2:Retradução. As versões do instrumento em português foram novamente traduzidas para o inglês (R1 e R2), de forma independente. Participaram dessa fase dois profissionais da área de psicologia bilíngues, doutores em Psicologia, residentes no Brasil, com experiência de moradia em países de língua inglesa e na temática de construção e validação de instrumentos.

Etapa3:Revisãotécnicaeaequivalênciasemântica . Em uma reunião com 12 pessoas (um doutor em Psicologia, seis estudantes de pós-graduação em Psicologia e cinco estudantes de graduação no curso de Psicologia) com experiência em pesquisa com Psicologia e na temática do TEPT, foi realizada a análise de equivalência semântica das traduções e retraduções (T1, T2, R1 e R2), e o significado geral de cada pergunta em relação às perguntas correspondentes do instrumento original. A análise de equivalência semântica envolve a equivalência de significado entre a versão original e as versões traduzidas, pois as palavras de um determinado idioma por vezes não possuem traduções adequadas.1818. Herdman M, Fox-Rushby J, Badia X. ‘Equivalence’ and the translation and adaptation of health-related quality of life questionnaires. Qual Life Res. 1997;6(3):237-47. Os tempos verbais utilizados constituíram-se uma categoria de análise nessa etapa, visto que o tempo verbal deve ser o mesmo nas versões original e traduzida. Foram produzidos relatórios sintetizando as discussões para cada uma das versões (T1, T2, R1 e R2).

Etapa4:Validaçãodoconteúdoporprofissionaisdaárea(juízes). Oito juízes com conhecimento sobre criação de instrumentos e temática do TEPT (sete psicólogos e um psiquiatra pós-graduados em Psicologia) analisaram cada retradução. Os relatórios descritos na etapa anterior consolidaram as versões do questionário e desenvolveram a versão final (F) do questionário para ser avaliado na etapa seguinte.

Etapa5:Teste da versão final. Essa versão final (F) foi apresentada a 45 adultos brasileiros. Foi utilizada uma escala verbal-numérica22. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine. 2000;25(24):3186-91. de cinco pontos para que fossem avaliadas a compreensão do instrumento como um todo e cada questão isoladamente, com a pergunta: “Você entendeu o que foi perguntado?”. A resposta “não entendi nada” correspondia ao valor mínimo de “1” e a “entendi perfeitamente” correspondia o valor máximo de “5”. Os escores de tendência central (média) e dispersão (desvio padrão) foram computados para cada item como indicadores de desempenho para compreensão. Para compreensão satisfatória, seria necessário atingir escore médio ≥ 3. Quadro comparativo ( Tabela ) incluindo todas as versões (T1, T2, R1, R2, F) foi enviado para a autora principal do PTCI1515. Foa EB, Ehlers A, Clark DM, Tolin DF, Orsillo SM. The Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): development and validation. Psychol Assess. 1999;11(3):303-14. DOI:10.1037//1040-3590.11.3.303
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para apreciação e aprovação.

Os procedimentos éticos recomendados pela Resolução 016/2000 do Conselho Federal de Psicologia e pela Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde foram observados. Este estudo foi aprovado pela Comissão Científica da Faculdade de Psicologia e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (CEP-PUCRS) (Processo n° 08/04489). Após explicação detalhada dos objetivos, procedimentos, riscos e benefícios da participação na pesquisa, foi preenchido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

As instruções e os itens foram traduzidos independentemente por dois profissionais na etapa de tradução. O item 26 é expresso na sentença “ I can’t stop bad things from happening to me ” no instrumento original. O processo de tradução gerou dois resultados: “Eu não posso evitar que coisas ruins aconteçam comigo” (T1) e “Eu não consigo impedir coisas ruins de acontecerem comigo” (T2) ( Tabela ).

A etapa de retradução consistiu em verter as traduções T1 e T2 para a lingual inglesa. T1 foi traduzido por “ I can’t avoid bad things from happen to me ” (R1) e T2, por “ I am not able to avoid the occurrence of bad things with me ” (R2).

Na etapa de revisão técnica e equivalência semântica, verificou-se que não seria necessária a modificação das instruções originais do instrumento. Em relação à escala de pontuação, e.g., ao invés de utilizar o termo “neutro” (“neutral ”), optou-se por “nem concordo nem discordo”, pois o termo “neutro” não teria sua tradução literal adequada.

Não foram identificados problemas na versão traduzida com relação aos tempos verbais utilizados. Os verbos foram traduzidos no pretérito imperfeito, pretérito perfeito, presente e futuro, de acordo com o tempo verbal da sentença do instrumento original: “Eu não tenho futuro” (“ I have no future ”).

Para geração de uma versão final (F), na etapa de avaliação de conteúdo, os juízes consideraram os aspectos apontados nas etapas anteriores. A alternativa “Neutral” da escala Likert de resposta do PTCI foi modificada em relação à versão original. Termos como “neutro” (tradução de “ neutral ”) foram evitados em virtude do interesse na aplicação do instrumento em populações com escolaridade de nível fundamental. O termo “não concordo nem discordo” apresentou significado mais equivalente no idioma e na realidade brasileira.

No terceiro item, o termo “ weak ” tem sua tradução literal como “fraca”. Ainda que correto literalmente, seria de pouca equivalência de estilo. Optou-se por utilizar o termo “frágil”, pois significaria o questionado de forma mais clara. No 30° item, a expressão “ My reactions since the event show that I am a lousy coper ” foi traduzida como “Minhas reações desde o evento demonstram que eu sou péssimo em enfrentar algumas situações”, pois a tradução literal não foi considerada apropriada (“Minhas reações desde o evento mostram que sou um mau lidador”).

Na etapa final (teste da versão final), o instrumento foi apresentado a uma amostra de 45 adultos brasileiros da população geral com escolaridade média de sete anos de estudo formal (7,84, dp = 2,23 anos). Os resultados dessa etapa mostraram que as médias de compreensão na escala verbal-numérica (de 1 a 5 pontos) foram acima de 4,10 para todos os itens do PTCI, incluindo a instrução inicial. A avaliação de compreensão total foi, em média, 4,23 (dp = 0,21). Os itens obtiveram pontuação > 4, o que indica boa compreensão do instrumento. Os itens 12 (4,16; dp = 0,59), 14 (4,13; dp = 0,43), 16 (4,20; dp = 0,80), 17 (4,21; dp = 0,42) e 35 (4,22; dp = 0,44) tiveram as menores médias de compreensão com a maior dispersão das respostas, possivelmente devido ao caráter mais subjetivo dos itens em termos conceituais.

A versão final do PTCI em língua portuguesa está apresentada no Anexo.

DISCUSSÃO

O PTCI, em sua versão brasileira, é um instrumento de fácil compreensão e semanticamente válido, e poderá ser utilizado na investigação de cognições pós-traumáticas. Esforços devem ser realizados em estudos de avaliação de suas propriedades psicométricas, pois apresentar uma versão traduzida significa pouco em termos de validade e fidedignidade. É necessário comprovar adequação e adaptação ao contexto cultural da população de interesse.2626. Reichenheim ME, Moraes CL, Hasselmann M. Equivalência semântica da versão em português do instrumento Abuse Assessment Screenpara rastrear a violência contra a mulher grávida. Rev Saude Publica. 2000;34(6):610-6. DOI:10.1590/S0034-89102000000600008
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Além do processo de tradução e retradução do instrumento original, foi realizada avaliação semântica em associação com interlocução entre profissionais da área estudada e teste na população. Sem isso, a adaptação de instrumentos perde em termos de significado geral e limita o instrumento ao significado referencial.

Pesquisas envolvendo a adaptação e a validação de instrumentos ainda são escassas e restritas a contextos distintos da psicopatologia no Brasil. O PTCI é um instrumento que poderá auxiliar no entendimento do processamento cognitivo do indivíduo posteriormente ao evento traumático vivenciado.

O PTCI não deve ser considerado um instrumento diagnóstico, pois o instrumento original não possui esse objetivo. No entanto, pode ser uma ferramenta útil na investigação de crenças preditoras relacionadas ao TEPT e pode ser utilizado em adultos como instrumento de pesquisa, além de auxiliar como mais um elemento na avaliação clínica.

Como parte do processo de validação de conteúdo, aponta-se como limitação do presente estudo a não aplicação da versão final na população-alvo. A análise de adaptação da versão final foi baseada em critérios de concordância. A aplicação da versão final na população-alvo como complementação da validação de conteúdo do PTCI e estudos acerca das propriedades psicométricas do PTCI serão realizados em pesquisas futuras.

É fundamental que os profissionais de saúde tenham acesso a um instrumento como o PTCI, que se mostra confiável para acessar as cognições pós-traumáticas e auxiliar na identificação dos indivíduos com risco elevado para a manifestação do transtorno.33. Beck JG, Coffey SF, Palyo SA, Gudmundsdottir B, Miller LM, Colder CR. Psychometric properties of the Posttraumatic Cognitions Inventory (PTCI): a replication with motor vehicle accident survivors. Psychol Asses. 2004;16(3):289-98. DOI:10.1037/1040-3590.16.3.289
https://doi.org/10.1037/1040-3590.16.3.2...
, 44. Belsher BE, Ruzek JI, Bongar B, Cordova MJ. Social constraints, posttraumatic cognitions, and posttraumatic stress disorder in treatment-seeking trauma survivors: evidence for a social-cognitive processing model. Psychol Trauma. 2012;4(4):386-91. DOI:10.1037/a0024362
https://doi.org/10.1037/a0024362...
, 1010. Constants JI, Vasterling JJ, Deitch E, Han X, Teten Tharp AL, Davis TD, Sullivan G. Pre-Katrina mental illness, postdisaster negative cognitions, and PTSD symptoms in male veterans following Hurricane Katrina. Psychol Trauma. 2012;4(6):568-77. DOI:10.1037/a0027487
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É importante avaliar os fatores que podem contribuir significativamente para prevenção diante do grande número de pessoas da população, em geral expostas a eventos traumáticos e suscetíveis a desenvolver o TEPT ao longo da vida.

Tabela.
Avaliação da equivalência semântica entre o instrumento original em inglês (O), primeira versão traduzida para o português (T1), primeira versão novamente traduzida para o inglês (R1), segunda versão traduzida para o português (T2), segunda versão novamente traduzida para o inglês (R2) e versão final em português (F).

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ANEXO 1

INVENTÁRIO DE COGNIÇÕES PÓS-TRAUMÁTICAS (PTCI)

NOME: _________________________________________DATA: ____/____/____

Nós estamos interessados no tipo de pensamento que você pode ter tido após uma experiência traumática. Abaixo listamos diversas afirmações que podem, ou não, ser representativas do seu pensamento. Por favor, leia cada afirmação cuidadosamente e nos diga quanto você CONCORDA ou DISCORDA com cada uma das afirmações. Pessoas reagem a eventos traumáticos de formas diferentes. Não existem respostas corretas ou erradas a estas afirmações.

1. Discordo totalmente

2. Discordo muito

3. Discordo levemente

4. Nem concordo, nem discordo

5. Concordo levemente

6. Concordo muito

7. Concordo totalmente

1. O evento aconteceu por causa da forma como eu agi. ( )

2. Eu não posso confiar que farei a coisa certa. ( )

3. Eu sou uma pessoa frágil. ( )

4. Eu não serei capaz de controlar minha raiva e farei algo terrível. ( )

5. Eu não consigo lidar nem mesmo com pequenos aborrecimentos. ( )

6. Eu costumava ser uma pessoa feliz, mas agora estou sempre infeliz. ( )

7. As pessoas não são confiáveis. ( )

8. Eu tenho que estar alerta o tempo inteiro. ( )

9. Eu me sinto morto por dentro. ( )

10. Você nunca sabe quem vai lhe prejudicar. ( )

11. Eu tenho que ser especialmente cuidadoso, pois nunca se sabe o que pode vir a acontecer. ( )

12. Eu sou inadequado. ( )

13. Eu não serei capaz de controlar minhas próprias emoções e algo terrível irá acontecer. ( )

14. Se eu pensar sobre o evento, não serei capaz de lidar com ele. ( )

15. O evento aconteceu comigo por causa do tipo de pessoa que eu sou. ( )

16. Minhas reações, desde o evento, significam que estou ficando louco. ( )

17. Eu nunca serei capaz de sentir emoções normais novamente. ( )

18. O mundo é um lugar perigoso. ( )

19. Outra pessoa teria evitado que o evento acontecesse. ( )

20. Eu mudei permanentemente para pior. ( )

21. Eu me sinto como um objeto, e não como uma pessoa. ( )

22. Outra pessoa não teria se envolvido nessa situação. ( )

23. Eu não posso contar com outras pessoas. ( )

24. Eu me sinto isolado e distante das outras pessoas. ( )

25. Eu não tenho futuro. ( )

26. Eu não posso evitar que coisas ruins aconteçam comigo. ( )

27. As pessoas não são o que parecem. ( )

28. Minha vida foi destruída pelo trauma. ( )

29. Tem alguma coisa errada comigo enquanto pessoa. ( )

30. Minhas reações desde o evento demonstram que eu sou péssimo em enfrentar algumas situações. ( )

31. Há algo em mim que fez com que o evento ocorresse. ( )

32. Eu não serei capaz de tolerar meus pensamentos sobre o evento e vou desmoronar. ( )

33. Eu sinto como se não me conhecesse mais. ( )

34. Você nunca sabe quando algo terrível vai acontecer. ( )

35. Eu não posso contar comigo mesmo. ( )

36. Nada de bom pode acontecer comigo novamente. ( )

  • Artigo disponível em português e inglês em: www.scielo.br/rsp
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2013

Histórico

  • Recebido
    17 Jun 2011
  • Aceito
    9 Set 2012
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revsp@org.usp.br