Aspectos psicossociais em desastres socioambientais de origem geoclimática: uma revisão integrativa da literatura

Milena Maciel de Carvalho Simone Santos Oliveira Sobre os autores

RESUMO

Dentre os inúmeros atravessamentos que permeiam a conjuntura de um desastre, os aspectos psicossociais merecem destaque por incluírem questões culturais, sociais, estruturais, psíquicas, sanitárias e simbólicas. O objetivo desta revisão foi apresentar como esses aspectos têm sido explorados na literatura científica nos últimos 20 anos (1997-2016) por autores e periódicos de países da América do Sul, em contextos de desastre socioambiental de origem geoclimática. Foi realizado levantamento bibliográfico nas bases eletrônicas Capes, SciELO, Latindex e Portal da Biblioteca Virtual em Saúde. Levando-se em conta os critérios de inclusão e exclusão adotados nesta revisão, 52 publicações constituíram a amostra final. O levantamento revelou a predominância das temáticas ‘saúde mental’, ‘impactos psicossociais e na saúde’, ‘saúde pública’ e ‘gestão de riscos’. Os resultados evidenciaram a desigualdade social como fator potencializador de desastres e a ineficiência de políticas públicas no Brasil para a redução de riscos de desastres, bem como o predomínio de estudos que associam o apoio psicossocial a intervenções restritas ao campo da saúde mental. Como caso oposto, o artigo apresenta a construção da identidade e das políticas públicas chilenas em função dos terremotos ocorridos no País.

PALAVRAS-CHAVE
Desastres; Mudança climática; Impacto psicossocial; Sistemas de apoio psicossocial; América do Sul

Introdução

A população mundial tem acompanhado, particularmente nos últimos 20 anos, o aumento no número de pessoas afetadas por desastres socioambientais. Esse cenário traduz a conjuntura sociopolítica e econômica contemporânea do planeta, somada às questões ambientais e educacionais. Essa afirmação se fundamenta em dados dos principais órgãos de assistência e desenvolvimento mundiais, a exemplo da Organização das Nações Unidas (ONU)11 Organizações das Nações Unidas Brasil. ONU: 90% das mortes devido a desastres acontecem em países de renda baixa e média, [internet]. 2 7 de outubro de 2016 [acesso em 2017 out 10]. Disponível em: https://naco-esunidas.org/onu-90-das-mortes-devido-a-desastres--acontecem-em-paises-de-renda-baixa-e-media/.
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,22 Centre for Research on the Epidemiology of Disasters; The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. The human cost of weather-related disasters -1995-2015 [internet]. 2015. [acesso em 2018 maio 15]. Disponível em: https://www.unisdr.org/files/46796_ cop21weatherdisastersreport2015.pdf.
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,33 Organizações das Nações Unidas. The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. Poverty and Death: Disaster Mortality 1996-2015 [internet], [acesso em 2018 nov4]. Disponível em: https://www.unisdr. org/we/inform/publications/50589.
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, do Banco Mundial44 Banco Mundial. Avaliação de perdas e danos: inundações e deslizamentos na Região Serrana do Rio de janeiro – janeiro de 2011. Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Brasília, DF: Banco Mundial; 2012. e da Organização Mundial da Saúde (OMS)55 Brasil. Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana da Saúde. Mudanças climáticas e ambientais e seus efeitos na saúde: cenários e incertezas para o Brasil. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde; 2008., assim como nas informações de órgãos de referência em estudos sobre mudanças climáticas66 World Meteorological Organization. The Global climate in 2013-2015, N°. 1179 [internet]. 2016. [acesso em 2018 nov 16]. Disponível em: http://www.obser-vatoriodoclima.eco.br/onu-liga-eventos-extremos-- a-aquecimento/.
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,77 Field CB, Barros V, Stocker TF, et ai., editores. IPCC 2012: Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change adaptation. A Special Report of Working Groups I and II of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge: Cambridge University Press; 2012. e na produção científica internacional88 Pachauri RK. Reflections on COP IS. [internet]. 2010. [acesso em 2018 nov 18]. Disponível em: http://www.fasid.or.jp/daigakuin/sien/kaisetsu/ doc_pdf/100108report.pdf.
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,99 Haines A, Kovats RS, Campbell-Lendrum D, et al. Climate change and human health: impacts, vulnerability and public health. Public Health. 2006; 120(7):585-596.,1010 Mata-Lima H, Alvino-Borba A, Pinheiro A, et al. Impactos dos desastres naturais nos sistemas ambiental e socioeconômico: o que faz a diferença? [internet]. Ambient, soc. 2013 [acesso em 2018 set 16]; 16(3):45-64. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/asoc/ Vl6n3/vl6n3a04.pdf.
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,1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616..

Observa-se que a vulnerabilidade social é um elemento presente nos locais atingidos por fenômenos de origem natural que culminaram em desastres. Portanto, as questões sociopolíticas e econômicas têm um papel determinante no impacto de eventos extremos, visto que quase todos os países afetados por desastres são subdesenvolvidos11 Organizações das Nações Unidas Brasil. ONU: 90% das mortes devido a desastres acontecem em países de renda baixa e média, [internet]. 2 7 de outubro de 2016 [acesso em 2017 out 10]. Disponível em: https://naco-esunidas.org/onu-90-das-mortes-devido-a-desastres--acontecem-em-paises-de-renda-baixa-e-media/.
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,22 Centre for Research on the Epidemiology of Disasters; The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. The human cost of weather-related disasters -1995-2015 [internet]. 2015. [acesso em 2018 maio 15]. Disponível em: https://www.unisdr.org/files/46796_ cop21weatherdisastersreport2015.pdf.
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,33 Organizações das Nações Unidas. The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. Poverty and Death: Disaster Mortality 1996-2015 [internet], [acesso em 2018 nov4]. Disponível em: https://www.unisdr. org/we/inform/publications/50589.
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,44 Banco Mundial. Avaliação de perdas e danos: inundações e deslizamentos na Região Serrana do Rio de janeiro – janeiro de 2011. Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Brasília, DF: Banco Mundial; 2012.,55 Brasil. Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana da Saúde. Mudanças climáticas e ambientais e seus efeitos na saúde: cenários e incertezas para o Brasil. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde; 2008.,66 World Meteorological Organization. The Global climate in 2013-2015, N°. 1179 [internet]. 2016. [acesso em 2018 nov 16]. Disponível em: http://www.obser-vatoriodoclima.eco.br/onu-liga-eventos-extremos-- a-aquecimento/.
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,77 Field CB, Barros V, Stocker TF, et ai., editores. IPCC 2012: Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change adaptation. A Special Report of Working Groups I and II of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge: Cambridge University Press; 2012.,88 Pachauri RK. Reflections on COP IS. [internet]. 2010. [acesso em 2018 nov 18]. Disponível em: http://www.fasid.or.jp/daigakuin/sien/kaisetsu/ doc_pdf/100108report.pdf.
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,99 Haines A, Kovats RS, Campbell-Lendrum D, et al. Climate change and human health: impacts, vulnerability and public health. Public Health. 2006; 120(7):585-596..

Paralelamente, há um grande debate atual no que tange ao aumento da frequência e magnitude de eventos climáticos extremos. De acordo com o relatório ‘The Global Climate 2011-2015’ da Organização Meteorológica Mundial (OMM), publicado na XXII Conferência Anual do Clima (COP22) realizada em Marrocos em 2016, houve, de fato, um aumento na frequência dos eventos meteorológicos extremos no planeta. Esse documento destaca a seca e as ondas de calor elevado como eventos extremos, que chamaram a atenção devido ao aumento de sua frequência1212 World Meteorological Organization. WMO. The Global Climate 2011-2015. [internet], [acesso em 2018 abr 12]. Disponível em: https://public.wmo.int/en/ media/press-release/global-climate-2011-2015-hot--and-wild.
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, e faz uma revisão de todos os eventos extremos reunidos no Boletim da Sociedade Americana de Meteorologia, ocorridos de 2011 a 2015, período que se mostrou peculiar historicamente. São mencionados como eventos emblemáticos nesse período: o derretimento de gelo no mar Ártico, a seca extrema que casou a morte de milhares de pessoas no Chifre da África, o furacão Sandy em 2012, o tufão Haiyan (Yolanda) em 2013 nas Filipinas, ondas de calor na Argentina e na Austrália e enchentes na Ásia. Quanto ao Brasil, o relatório faz menção à análise de três eventos extremos: as inundações e deslizamentos de terra na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro em 2011, a forte seca entre os anos de 2013 e 2014, responsável pela crise hídrica em São Paulo, e a estiagem na Amazônia nos anos de 2014 e 20151212 World Meteorological Organization. WMO. The Global Climate 2011-2015. [internet], [acesso em 2018 abr 12]. Disponível em: https://public.wmo.int/en/ media/press-release/global-climate-2011-2015-hot--and-wild.
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Mata-Lima et al.1010 Mata-Lima H, Alvino-Borba A, Pinheiro A, et al. Impactos dos desastres naturais nos sistemas ambiental e socioeconômico: o que faz a diferença? [internet]. Ambient, soc. 2013 [acesso em 2018 set 16]; 16(3):45-64. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/asoc/ Vl6n3/vl6n3a04.pdf.
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indicam que os estudos realizados nos últimos 20 anos apresentam consistência na demonstração e previsão do aumento tanto da frequência como da intensidade de desastres socioambientais, especialmente os ligados ao clima. Além disso, mostram a relação entre esse tipo de desastre e o nível socioeconômico dos países afetados.

Um ponto convergente nas discussões sobre essa temática é a necessidade de as nações atuarem de forma planejada, estruturada e educativa na prevenção e resposta aos impactos dos fenômenos climáticos22 Centre for Research on the Epidemiology of Disasters; The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. The human cost of weather-related disasters -1995-2015 [internet]. 2015. [acesso em 2018 maio 15]. Disponível em: https://www.unisdr.org/files/46796_ cop21weatherdisastersreport2015.pdf.
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,66 World Meteorological Organization. The Global climate in 2013-2015, N°. 1179 [internet]. 2016. [acesso em 2018 nov 16]. Disponível em: http://www.obser-vatoriodoclima.eco.br/onu-liga-eventos-extremos-- a-aquecimento/.
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,1010 Mata-Lima H, Alvino-Borba A, Pinheiro A, et al. Impactos dos desastres naturais nos sistemas ambiental e socioeconômico: o que faz a diferença? [internet]. Ambient, soc. 2013 [acesso em 2018 set 16]; 16(3):45-64. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/asoc/ Vl6n3/vl6n3a04.pdf.
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. Essa postura preventiva se impõe não somente diante dos desastres relacionados com o clima, mas a todos os eventos extremos que ponham em risco a rotina e a vida das coletividades e excedam sua capacidade de resposta.

Esses e outros debates têm propiciado a expansão de estudos sobre o processo de intervenção em situações de desastre e emergência, possibilitando a otimização de práticas e o reconhecimento da importância dos diversos setores sociais, dos campos disciplinares e da própria comunidade no planejamento de ações nesses episódios. Nesse sentido, considerandole a importância dessa articulação conjunta e de intervenções pautadas na prevenção de danos, as questões relativas ao impacto e ao suporte psicossocial nos desastres configuram-se como uma estratégia fundamental de prevenção, resposta e recuperação.

Segundo a própria constituição do termo, a perspectiva psicossocial pressupõe a combinação das relações que o indivíduo mantém com a sociedade e com o desenvolvimento do seu psiquismo; abarca questões que vão desde o suporte emocional, a saúde física e mental dos afetados até o apoio social, que inclui aspectos de suporte material, sanitário, espiritual e simbólico1313 Alves ES, Francisco AL. Ação psicológica em saúde mental: uma abordagem psicossocial. Psicol. Ciênc. Profissão. 2009; 29(4):768-779.. Portanto, para além da conjuntura relacionada com a mudança climática, compreender e ampliar as discussões sobre os aspectos psicossociais no contexto de desastre é fundamental, visto que as consequências psicossociais decorrentes de um desastre extrapolam as lesões físicas e emocionais e das perdas materiais e humanas. Contudo, as ações com essa finalidade ficam à margem da atenção por conta da ruptura violenta da rotina que um desastre acarreta.

Ao analisar os países mais afetados por desastres climáticos nos últimos 20 anos, vê-se que os países do continente americano não são os que mais sofrem esses impactos. No entanto, o Brasil aparece na lista dos 10 países mais afetados por desastres socioam-bientais em números absolutos (51 milhões de pessoas)22 Centre for Research on the Epidemiology of Disasters; The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. The human cost of weather-related disasters -1995-2015 [internet]. 2015. [acesso em 2018 maio 15]. Disponível em: https://www.unisdr.org/files/46796_ cop21weatherdisastersreport2015.pdf.
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. Esse dado é mencionado no relatório ‘The Human Cost of Weather-Related Disasters 1995-2015’, publicado em 2015 pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) e Centro de Pesquisas de Epidemiologia em Desastres (Cred). A publicação baseou-se no banco de dados de eventos de emergência do Cred, o Emergency Events Database (EM-DAT), que reúne informações globais sobre a ocorrência de desastres relacionados com eventos naturais e tecnológicos e seus efeitos, desde 190022 Centre for Research on the Epidemiology of Disasters; The United Nations Office for Disaster Rick Reduction. The human cost of weather-related disasters -1995-2015 [internet]. 2015. [acesso em 2018 maio 15]. Disponível em: https://www.unisdr.org/files/46796_ cop21weatherdisastersreport2015.pdf.
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Diante da conjuntura apresentada, torna-se imperativo discutir os aspectos psicossociais nesses cenários. Trazendo a discussão para o contexto da América do Sul e considerando as diferentes realidades sociopolíticas e econômicas desses países, o objetivo desta revisão é responder à seguinte pergunta: como os aspectos psicossociais têm sido explorados na literatura científica nos últimos 20 anos (1997-2016) por autores e periódicos de países da América do Sul, em contextos de desastre socioambiental de origem geoclimática?

Desse modo, pretende contribuir para o conhecimento científico acerca dos desastres ao apresentar o cenário contextual e prático dessa parte do globo e suas estratégias para minimizar os impactos sobre a saúde das populações nesses eventos.

Desastres socioambientais de origem geoclimática

É importante esclarecer o que está sendo chamado neste artigo de ‘desastres socioambientais de origem geoclimática’. Primeiro, partiu-se da visão de que um fenômeno físico de origem ambiental (climatológico, geológico, hidrológico, meteorológico ou biológico) só se constitui em desastre quando um ambiente vulnerável, em interação com esse fenômeno, não tem capacidade de resposta, resultando em consequências negativas. Desse modo, tem de haver, necessariamente, a combinação entre uma ameaça, condições vulneráveis e capacidade insuficiente para responder a esse evento1010 Mata-Lima H, Alvino-Borba A, Pinheiro A, et al. Impactos dos desastres naturais nos sistemas ambiental e socioeconômico: o que faz a diferença? [internet]. Ambient, soc. 2013 [acesso em 2018 set 16]; 16(3):45-64. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/asoc/ Vl6n3/vl6n3a04.pdf.
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,1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86..

O segundo aspecto é a natureza essencialmente social do desastre. Sem dúvida, todo desastre é social, uma vez que reflete as condições socioeconômicas, as formas de organização, a degradação dos ecossistemas do ambiente atingido, além de ser resultado da mudança climática em função do modo como a sociedade tem- se construído1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,1616 World Bank & United Nations. Natural hazards, unnatural disasters: the economics of effective prevention. Washington, DC: The International Bank for Reconstruction and Development; The World Bank; 2010.,1717 United Nations Conference on Sustainable Development. Disaster-resilient Societies – Facts and figures. [internet]. 2012 [acesso em 2019 dez 12]. Disponível em: http://www.un.org/en/sustainablefuture/ disasters.shtml.
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,1818 Narváez L, Lavell A, Ortega GP. La gestión del riesgo de desastres: un enfoque basado en procesos. San Isidro: Secretaría General de la Comunidad Andina; 2009.. Portanto, entende-se a classificação dos desastres como sendo de origem socioambiental (ligada a eventos naturais) ou tecnológica (causada diretamente pelo homem, como rompimento de barragens, uso inadequado de substâncias tóxicas e nucleares etc.). Neste artigo, o foco são os desastres socioambientais (oriundos de eventos naturais) relativos exclusivamente ao clima e a aspectos geofísicos, ou seja, os geoclimáticos.

De forma geral, os desastres desencadeados por fenômenos ‘naturais’ são classificados como de origem climatológica (seca, estiagem, incêndios florestais), hidrológica (inundações, enxurradas e alagamentos), meteorológica (ciclones, tornados, ondas de calor), geológica ou geofísica (deslizamentos, erosão e terremotos) ou biológica (epidemias, infestações e pragas)1919 Brasil. Ministério da Saúde. Desastres de origem natural [internet], [acesso em 2018 out 26]. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/vigilancia-em-sau-de/vigilancia-ambiental/vigidesastres/desastres-de--origem-natural.
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A opção por incluir os eventos geofísicos na análise desta revisão levou em conta a relação entre esse tipo de evento e as mudanças climáticas, haja vista que estudos têm identificado a associação entre o aquecimento global e riscos geológicos, como terremotos e erupções vulcânicas, mostrando a influência das altas temperaturas do planeta e da consequente pressão sobre a crosta terrestre na ocorrência de deslocamento de placas tectônicas66 World Meteorological Organization. The Global climate in 2013-2015, N°. 1179 [internet]. 2016. [acesso em 2018 nov 16]. Disponível em: http://www.obser-vatoriodoclima.eco.br/onu-liga-eventos-extremos-- a-aquecimento/.
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,2020 The Guardian. How climate change triggers earthquakes, tsunamis and volcanoes [internet]. 2016 out 16. The Guardian. [acesso em 2019 fev 10]. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/2016/ oct/16/climate-change-triggers-earthquakes-tsuna-mis-volcanoes.
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,2121 Liu C, Linde AT, Sacks IS. Slow earthquakes triggered by typhoons. Nature. 2009 [acesso em 2020 maio 7]; (459):833-836. Disponível em: https://doi. org/10.1038/nature08042.
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,2222 Mcguire WJ. Waking the giant: how a changing climate triggers earthquakes, tsunamis, and volcanoes. Oxford: University Press; 2012.,2323 Viterito A. The correlation of seismic activity and recent global warming. J earth sci clim change. 2016; (7):345..

Como delimitação hermenêutico-epistemológica, optou-se por qualificar como ‘desastres geoclimáticos’ todos os de origem climatológica, hidrológica, meteorológica e geológica, não incluindo os de origem biológica, como as epidemias por exemplo.

Material e métodos

Trata-se de um estudo de revisão integrativa, realizado por meio de levantamento bibliográfico em bases de dados indexadas. O levantamento ocorreu no ano de 2017, em que foram escolhidas as seguintes bases eletrônicas: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal (Latindex), além do Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A BVS foi escolhida por concentrar informações técnico-científicas sobre saúde na América Latina e no Caribe, por congregar o centro especializado da Organização PanAmericana da Saúde (Opas)/OMS de informações científicas em saúde – a Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) – e por incluir as bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Medline e uma especializada em desastres.

Inicialmente, adotaram-se como critérios de inclusão (fase 1 da busca bibliográfica) os seguintes tipos de publicação: artigos científicos, dissertações, teses e manuais que abordassem aspectos psicossociais em desastres nas Américas, no período de janeiro de 1997 a dezembro de 2016. As razões dessa busca mais genérica nesse momento inicial serão explicadas ainda neste tópico. Outro critério de inclusão adotado foi o de que os materiais estivessem nos idiomas português, inglês e/ou espanhol e publicados no período supracitado. Elegeram-se como critérios de exclusão textos com foco na saúde animal em desastres (medicina veterinária, zootecnia etc.) e publicações cujos resumos não estivessem disponíveis para acesso.

Foram utilizados descritores listados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) que compreendessem os aspectos relacionados com os impactos, as intervenções e o apoio psicossociais nos desastres, tendo sido realizada pesquisa no DeCS para levantamento de todos os termos utilizados nas bases que explorassem essas três dimensões. Os seguintes descritores foram utilizados: ‘desastres’, ‘impacto psicossocial’, ‘apoio psicossocial’, ‘apoio social’, ‘saúde mental’, ‘capacidade de resposta ante emergência’, ‘efeitos de desastre na saúde’, ‘planejamento em desastres’, ‘socorro em desastres’, ‘Resgate, Assistência e Proteção em Desastres’, ‘reconstrução em desastres’ e ‘recuperação pós-desastre’. Foram realizadas combinações entre esses termos em português e inglês, por meio do operador booleano AND.

Nessa primeira fase, foi feita uma busca bibliográfica ampla, abarcando todos os tipos de desastre (não somente os relativos ao clima) e em todo o continente americano. O ‘garimpo’ de publicações que tratassem de desastres climáticos e que fossem de periódicos e/ou autores sul-americanos foi realizado posteriormente, em uma segunda fase (detalhada na figura 1). Isso se explica porque a intenção inicial era conhecer a situação global em situações de desastre nas Américas. No entanto, por conta do grande número de publicações levantadas, optou-se por restringir o escopo de análise e, por conseguinte, o objetivo da presente revisão.

A segunda fase de busca, em que foi aplicado um segundo filtro, objetivou reunir apenas publicações que discorressem sobre desastres de origem geoclimática e de periódicos e/ou autores de países da América do Sul (publicações essas que não necessariamente discutissem desastres ocorridos em países sul-americanos). A intenção era conhecer o que autores e periódicos sul-americanos haviam publicado no período sobre a temática. Esse levantamento bibliográfico passou por três fases, detalhadas na figura 1.

Figura 1
Detalhamento do processo de busca e critérios de seleção da literatura

A busca inicial levantou 2.081 publicações apenas nas bases Capes e SciELO e no portal da BVS; e após a filtragem de materiais repetidos, fora do tema e do recorte temporal, totalizou 1.072 publicações. Na Latindex, não foi possível definir um recorte mais detalhado como o realizado nas outras bases indexadas, dados os limites de escopo da própria plataforma. Nesse caso, foi utilizado o termo ‘desastres’ como palavra de busca no filtro ‘Diretório’, uma das quatro bases de dados oferecidas pela Latindex. A opção por esse filtro se deu porque ele agrupa dados bibliográficos de todas as revistas registradas, tanto de publicações impressas como eletrônicas. A busca na Latindex localizou três revistas relacionadas com desastres, contudo, em apenas uma delas foram identificados materiais que se enquadravam no escopo da revisão: a revista Desastres y Sociedad (publicada por organismos internacionais e associada à Rede de Estudos Sociais em Prevenção de Desastres na América Latina, conhecida como La Red, situada no Panamá).

O levantamento contou com o recurso do Zotero, ferramenta de gerenciamento de bibliografias. Ele possibilitou a concentração em um só local e a organização de todas as publicações achadas nas buscas, com base nos descritores utilizados em cada base de dados e no total de materiais achados. Estes foram organizados por categorias temáticas, tipologia, periódico, país e ano de publicação, nacionalidade dos autores, objetivos das publicações e disponibilidade de acesso aos materiais. As publicações foram sistematizadas por categorias temáticas, considerando os temas dominantes e secundários dos materiais, a nacionalidade do(s) autor(es) e dos periódicos, ano de publicação e tipo de evento extremo.

Resultados e discussão

Os resultados indicaram uma produção de 52 textos1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2525 Portugal FB. Quality of life of primary care patients in Rio de Janeiro and São Paulo, Brasil: associations with stressful life events and mental health. 2016; 21(2):497-508.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2727 Weintraub ACA, Knobloch F, Vicente LN, et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface comum, saúde educ. 2015; 19(53):287-98.,2828 Silva JAM, Siegmund G, Bredemeier J. Crisis interventions in online psychological counseling. Trends in psyc. psychot. 2015; 37(4):171-82.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,3131 Guimaro MS. Post-traumatic stress disorder symptoms among professionals during humanitarian aid in Haiti after the earthquake in 2010. Ciênc. Saúde Colet. 2013; 18(11):3175-81.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3333 Sommer AK, Barreau VM, Dávila DA. et al. Intervención de salud mental en niños expuestos a desastre natural. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):59-67,3434 Gomes ERB, Cavalcante ACS. Desastres naturais: perdas e reações psicológicas de vítimas de enchente em Teresina-PI. Psicol soe. 2012; 24(3):720-8.,3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,3636 Cova F, Rincón P. El terremoto y tsunami del 27-f y sus efectos en la salud mental. Ter psicol. 2010; 28(2):179-85.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,3939 Méndez MD, Leiva MC, Bustos CB, et al. Mapa exploratorio de intervenciones psicosociales frente al terremoto del 27 de febrero de 2010 en la zona centro-sur de Chile. Ter psicol. 2010; 28(2):193-202.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4242 Peru. Ministerio de Salud. Dirección regional de salud ICA. Cómo trabajar salud mental comunitaria en situaciones de emergencia: lineamientos del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en emergencias humanitarias y desastres. Lima: MS; 2007,4343 Comité permanente entre organismos. Guía del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en situaciones de emergencia. Versión resumida. Ginebra: IASC; 2007,4444 Guimarães LAM, Guimarães PM, Neves SNH, et al. A técnica de debriefing psicológico em acidentes e desastres. Mudanças. 2007; 15(1):1-12.,4545 Benyakar M. Salud mental y desastres: nuevos desafíos. Revista neurol. Neuroc. y psiquiatría. 2002; 35(0:3-25.,4646 Alpino TA. Disasters related to droughts and public health – a review of the scientific literature. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):809-20.,4747 Diaz CA, LamigMAV, Venegas MQ, et al. Re-signification of life experience in older adults affected by three kinds of natural disasters in Chile. FQS. 2016; 17(0:1-37.,4848 Camurça CE, Alencar A, Cidade E, et al. Implicações psicossociais da seca na vida de moradores de um municipio da zona rural do nordeste do Brasil. Avanc. psicol. Latino-americana. 2016; 34(0:117-128.,4949 Freitas CM, Silva DRX, Sena ARM, et al. Natural disasters and health: an analysis of the situation in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3645.,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,5656 Grigoletto JC, Cabral AR, Bonfim CV, et al. Management of health sector actions in drought situations. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):709.,5757 Favero E, Diesel V. A seca enquanto um hazard e um desastre: umarevisão teórica. Aletheia. 2008; (27):198.,5858 Bodstein AV. The vulnerability of the elderly in disasters: the need for an effective resilience policy. Ambient. Soc. 2014; 17(2):171-185.,5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303,6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.,6161 Dussaillant F, Guzmán E. Trust via disasters: the case of Chile’s 2010 earthquake. Disasters. 2014; 38(4):808-32.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77.,6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.,6464 Paranhos ME,WerlangBG Psicologianas emergências: uma nova prática a ser discutida. Psicol. ciene. prof. 2015; 35(2):557-71.,6565 Rocha V, Freitas CM. The theme of disaster in health care: profile of technical and scientific production in the specialized database on disasters of the virtual health library – vhl. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90.,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20.,6969 Bedregal P, Carvallo C, Hernández V, et al. Estrés post-traumático post terremoto 27f en cuidadores principales de niños preescolares, factores asociados del cuidador, de la familia y la crianza. Post-traumatic stress disorder after 27/f earthquake in primary caregivers of preschool children, factors associated with the caregiver, family and parenting. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):21-28.,7070 Rojas MC, Meichtry NC, Vázquez JC, et al. El riesgo de la vivienda urbana para la salud de la población. Un análisis desde la salud colectiva y la vulnerabilidad social. 2012.,7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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, no período de 20 anos, de autores e/ou periódicos sul-americanos, tendo em conta os critérios adotados nesta revisão. Esse número corresponde a uma média de 2,6 publicações por ano. Das 34 produções específicas sobre desastres socioambientais de origem geociimática, 21 tinham como tema principal terremotos, mas tão somente os ocorridos no Chile e no Haiti em 2010. Também se destacaram as produções sobre enchentes e inundações (7) e seca (6), sendo que as relativas à seca se concentraram no ano de 2016 (4).

Os países com maior produção foram Brasil e Chile, como ilustra o gráfico 1:

Gráfico 1
Distribuição das publicações da América do Sul no período de 1997 a 2016

Os resultados também apontaram um aumento no número de publicações de autores e/ou periódicos da América do Sul a partir de 2010, com pico em 2014 e uma lacuna entre os anos de 1998 a 2001, de 2003 a 2006 e em 2009. Além disso, as publicações se concentraram em seis países da América do Sul, dos 12 que a integram: Brasil, Chile, Argentina, Peru, Venezuela e Colômbia.

Os aspectos psicossociais foram abordados nas publicações a partir de quatro temáticas principais: ‘saúde mental’, ‘impactos psicossociais e na saúde’, ‘saúde pública’ e ‘gestão de risco’, como pode ser visualizado no quadro 1:

Quadro 1
Temáticas mais discutidas nas publicações e discussões abordadas

No período analisado (1997-2016), o ano com maior número de publicações foi 2014, com 10 produções. Um dado que se sobressaiu nos resultados desse ano foi o foco das produções ter sido os impactos psicossociais dos desastres sobre as populações, em estudos sobre vulnerabilidade e gestão de risco.

As publicações foram sistematizadas a partir de dois eixos temáticos estruturais: ‘impactos psicossociais’ e ‘apoio psicossocial’, como ilustra o quadro 2.

Quadro 2
Eixos temáticos centrais, focos de análise identificados nas publicações e tipos de desastres mais comuns (identificados entre parênteses)

Quanto às metodologias utilizadas nas publicações, 21 foram pesquisas qualitativaa1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2727 Weintraub ACA, Knobloch F, Vicente LN, et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface comum, saúde educ. 2015; 19(53):287-98.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3434 Gomes ERB, Cavalcante ACS. Desastres naturais: perdas e reações psicológicas de vítimas de enchente em Teresina-PI. Psicol soe. 2012; 24(3):720-8.,3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,3939 Méndez MD, Leiva MC, Bustos CB, et al. Mapa exploratorio de intervenciones psicosociales frente al terremoto del 27 de febrero de 2010 en la zona centro-sur de Chile. Ter psicol. 2010; 28(2):193-202.,4242 Peru. Ministerio de Salud. Dirección regional de salud ICA. Cómo trabajar salud mental comunitaria en situaciones de emergencia: lineamientos del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en emergencias humanitarias y desastres. Lima: MS; 2007,4646 Alpino TA. Disasters related to droughts and public health – a review of the scientific literature. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):809-20.,4949 Freitas CM, Silva DRX, Sena ARM, et al. Natural disasters and health: an analysis of the situation in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3645.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,5757 Favero E, Diesel V. A seca enquanto um hazard e um desastre: umarevisão teórica. Aletheia. 2008; (27):198.,5858 Bodstein AV. The vulnerability of the elderly in disasters: the need for an effective resilience policy. Ambient. Soc. 2014; 17(2):171-185.,5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303,6161 Dussaillant F, Guzmán E. Trust via disasters: the case of Chile’s 2010 earthquake. Disasters. 2014; 38(4):808-32.,6565 Rocha V, Freitas CM. The theme of disaster in health care: profile of technical and scientific production in the specialized database on disasters of the virtual health library – vhl. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90.,7070 Rojas MC, Meichtry NC, Vázquez JC, et al. El riesgo de la vivienda urbana para la salud de la población. Un análisis desde la salud colectiva y la vulnerabilidad social. 2012.,7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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, (com destaque para dois estudos de intervenção participativa3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,3636 Cova F, Rincón P. El terremoto y tsunami del 27-f y sus efectos en la salud mental. Ter psicol. 2010; 28(2):179-85.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,3939 Méndez MD, Leiva MC, Bustos CB, et al. Mapa exploratorio de intervenciones psicosociales frente al terremoto del 27 de febrero de 2010 en la zona centro-sur de Chile. Ter psicol. 2010; 28(2):193-202.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4242 Peru. Ministerio de Salud. Dirección regional de salud ICA. Cómo trabajar salud mental comunitaria en situaciones de emergencia: lineamientos del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en emergencias humanitarias y desastres. Lima: MS; 2007,4343 Comité permanente entre organismos. Guía del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en situaciones de emergencia. Versión resumida. Ginebra: IASC; 2007,4444 Guimarães LAM, Guimarães PM, Neves SNH, et al. 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Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,5656 Grigoletto JC, Cabral AR, Bonfim CV, et al. Management of health sector actions in drought situations. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):709.,5757 Favero E, Diesel V. A seca enquanto um hazard e um desastre: umarevisão teórica. Aletheia. 2008; (27):198.,5858 Bodstein AV. The vulnerability of the elderly in disasters: the need for an effective resilience policy. Ambient. Soc. 2014; 17(2):171-185.,5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303,6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.,6161 Dussaillant F, Guzmán E. Trust via disasters: the case of Chile’s 2010 earthquake. Disasters. 2014; 38(4):808-32.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. 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El riesgo de la vivienda urbana para la salud de la población. Un análisis desde la salud colectiva y la vulnerabilidad social. 2012.,7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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,); 13, quantitativas2525 Portugal FB. Quality of life of primary care patients in Rio de Janeiro and São Paulo, Brasil: associations with stressful life events and mental health. 2016; 21(2):497-508.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,3131 Guimaro MS. Post-traumatic stress disorder symptoms among professionals during humanitarian aid in Haiti after the earthquake in 2010. Ciênc. Saúde Colet. 2013; 18(11):3175-81.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,4747 Diaz CA, LamigMAV, Venegas MQ, et al. Re-signification of life experience in older adults affected by three kinds of natural disasters in Chile. FQS. 2016; 17(0:1-37.,4848 Camurça CE, Alencar A, Cidade E, et al. Implicações psicossociais da seca na vida de moradores de um municipio da zona rural do nordeste do Brasil. Avanc. psicol. Latino-americana. 2016; 34(0:117-128.,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77.,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. 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Post-traumatic stress disorder after 27/f earthquake in primary caregivers of preschool children, factors associated with the caregiver, family and parenting. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):21-28.;15, revisões de literatura1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2525 Portugal FB. 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(sendo duas sistemáticas2828 Silva JAM, Siegmund G, Bredemeier J. Crisis interventions in online psychological counseling. Trends in psyc. psychot. 2015; 37(4):171-82.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,3131 Guimaro MS. Post-traumatic stress disorder symptoms among professionals during humanitarian aid in Haiti after the earthquake in 2010. Ciênc. Saúde Colet. 2013; 18(11):3175-81.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3333 Sommer AK, Barreau VM, Dávila DA. et al. Intervención de salud mental en niños expuestos a desastre natural. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):59-67,3434 Gomes ERB, Cavalcante ACS. Desastres naturais: perdas e reações psicológicas de vítimas de enchente em Teresina-PI. Psicol soe. 2012; 24(3):720-8.,3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,3636 Cova F, Rincón P. El terremoto y tsunami del 27-f y sus efectos en la salud mental. Ter psicol. 2010; 28(2):179-85.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,3939 Méndez MD, Leiva MC, Bustos CB, et al. Mapa exploratorio de intervenciones psicosociales frente al terremoto del 27 de febrero de 2010 en la zona centro-sur de Chile. Ter psicol. 2010; 28(2):193-202.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4242 Peru. Ministerio de Salud. Dirección regional de salud ICA. Cómo trabajar salud mental comunitaria en situaciones de emergencia: lineamientos del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en emergencias humanitarias y desastres. Lima: MS; 2007,4343 Comité permanente entre organismos. Guía del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en situaciones de emergencia. Versión resumida. Ginebra: IASC; 2007,4444 Guimarães LAM, Guimarães PM, Neves SNH, et al. A técnica de debriefing psicológico em acidentes e desastres. Mudanças. 2007; 15(1):1-12.,4545 Benyakar M. Salud mental y desastres: nuevos desafíos. Revista neurol. Neuroc. y psiquiatría. 2002; 35(0:3-25.,4646 Alpino TA. Disasters related to droughts and public health – a review of the scientific literature. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):809-20.,4747 Diaz CA, LamigMAV, Venegas MQ, et al. Re-signification of life experience in older adults affected by three kinds of natural disasters in Chile. FQS. 2016; 17(0:1-37.,4848 Camurça CE, Alencar A, Cidade E, et al. Implicações psicossociais da seca na vida de moradores de um municipio da zona rural do nordeste do Brasil. Avanc. psicol. Latino-americana. 2016; 34(0:117-128.,4949 Freitas CM, Silva DRX, Sena ARM, et al. Natural disasters and health: an analysis of the situation in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3645.,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290.); e três estudos eram de natureza qualitativa e quantitativa3333 Sommer AK, Barreau VM, Dávila DA. et al. Intervención de salud mental en niños expuestos a desastre natural. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):59-67,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.. O período analisado nesta revisão foi marcado por importantes marcos estratégicos no que diz respeito à redução dos riscos de desastres no mundo. Podemos citar, inicialmente, a Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (Eird/ISDR), adotada no ano 2000 pelos Estados-membros da ONU. A finalidade era reduzir as perdas geradas por desastres e construir comunidades e países resilientes para o enfrentamento desses eventos. O propósito era a sistematização das ações por cada país, a partir de plataformas nacionais para a redução de risco de desastres6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.. Além da Estratégia Internacional, pode-se citar o Marco de Ação de Hyogo7373 Díaz EM, Jarau PO. Psicología y desastres ambientales en Chile. R Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):78-95. Disponível em: https://www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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(que estabeleceu metas a serem atingidas até o ano de 2015) e o Marco de Ação de Sendai7474 United Nations International Strategy for Disaster Reduction. Hyogo framework for action 2005-2015: building the resilience of nations and communities disasters [internet]. 2005 [acesso em 2018 Jul 8]. Disponível em: https://www.unisdr.org/.
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(uma complementação do Marco de Hyogo, com ações definidas em 2015 e data-limite de 2030).

O Marco de Hyogo foi pactuado entre 168 países no ano de 2005 com o compromisso de desenvolver medidas de redução do risco de desastres. Tinha como objetivo estratégico alcançar, até o ano de 2015, uma redução dos riscos de desastres e aumentar a resiliência comunitária e das nações7373 Díaz EM, Jarau PO. Psicología y desastres ambientales en Chile. R Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):78-95. Disponível em: https://www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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. Portanto, a concentração de publicações do recorte temporal desta revisão no ano de 2014 pode ser explicada pela influência do Marco de Hyogo. Prestes a alcançar o ano limite da meta estabelecida para atingir os objetivos de redução de riscos de desastres do marco (2015), muitas produções se dedicaram, em 2014, aos impactos causados pelos desastres, na fase de resposta ao desastre e na questão da vulnerabilidade (grupos e ambientes vulneráveis).

Foram consideradas na sistematização deste artigo as cinco fases da Gestão de Riscos e Desastres (GRD) descritas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil7575 United Nations International Strategy for Disaster Reduction. UNISDR. Sendai framework for disaster risk reduction 2015-2030. [internet]. 2015. [acesso em 2018 jul 8]. Disponível em: http://wwwwcdrr. org/uploads/SendaLFramework_for_Disaster_Risk_ Reduction_2015-2030.pdf.
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: prevenção, preparação, mitigação, resposta e recuperação.

Os anos de 2013, 2016 e 2010 tiveram o segundo maior número de publicações, com sete materiais cada. Acredita-se que as produções de 2016 tenham refletido a influência das discussões de outro marco, o de Sendai, adotado em 2015 pelos Estados-membros da ONU. Sem dúvida, esse importante instrumento, que complementou o Marco de Hyogo, mobilizou a comunidade científica a atuar de forma a reduzir os riscos e a ampliar as perspectivas de análise. Destaca-se que um dos aspectos-chave do Marco de Sendai foi a mudança de foco da redução de desastres para a redução de risco de desastres. Assim, o número de publicações em 2016 traduz, de certa forma, a preocupação com a mudança climática e com a agenda de desenvolvimento pós-2015.

No que concerne ao número significativo de materiais sobre seca no ano de 2016, é importante destacar o fenômeno El Niño em todo o globo. Muitos relatórios que tratam sobre o clima no planeta apontam que o ano de 2015 foi extremamente seco. Na América do Sul, por exemplo, apesar de muitos países da faixa subtropical terem apresentado clima úmido no ano de 2015, o Brasil aparece como tendo sido bastante afetado pela seca, com exceção do Sudeste66 World Meteorological Organization. The Global climate in 2013-2015, N°. 1179 [internet]. 2016. [acesso em 2018 nov 16]. Disponível em: http://www.obser-vatoriodoclima.eco.br/onu-liga-eventos-extremos-- a-aquecimento/.
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O predomínio das discussões sobre as fases de prevenção e resposta nos desastres e o pouco debate sobre a fase de recuperação/ reconstrução, que aparece em apenas sete publicações2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5858 Bodstein AV. The vulnerability of the elderly in disasters: the need for an effective resilience policy. Ambient. Soc. 2014; 17(2):171-185.,6161 Dussaillant F, Guzmán E. Trust via disasters: the case of Chile’s 2010 earthquake. Disasters. 2014; 38(4):808-32.,6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.,6565 Rocha V, Freitas CM. The theme of disaster in health care: profile of technical and scientific production in the specialized database on disasters of the virtual health library – vhl. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90., evidenciam a necessidade não apenas de mais publicações na área, mas, sobretudo, a forte tendência ao enfoque na pronta resposta nesses contextos, revelando a adoção de estratégias pontuais e que não consideram em muitos casos os impactos em longo prazo nas diversas dimensões dos sujeitos. Quando explorada, a fase da recuperação vem associada à atuação do campo da saúde mental e aos impactos da intervenção tardia e/ou pontual na saúde psicológica em longo prazo, podendo levar a casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e depressão. Outro aspecto observado foi a ausência do termo ‘psicossocial’ em 13 publicações3434 Gomes ERB, Cavalcante ACS. Desastres naturais: perdas e reações psicológicas de vítimas de enchente em Teresina-PI. Psicol soe. 2012; 24(3):720-8.,3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4343 Comité permanente entre organismos. Guía del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en situaciones de emergencia. Versión resumida. Ginebra: IASC; 2007,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5757 Favero E, Diesel V. A seca enquanto um hazard e um desastre: umarevisão teórica. Aletheia. 2008; (27):198.,6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77.,6464 Paranhos ME,WerlangBG Psicologianas emergências: uma nova prática a ser discutida. Psicol. ciene. prof. 2015; 35(2):557-71.,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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Porém, mesmo não utilizando o termo, retrataram as dimensões psicológica e social em conjunto, pela perspectiva dos impactos nessas dimensões3434 Gomes ERB, Cavalcante ACS. Desastres naturais: perdas e reações psicológicas de vítimas de enchente em Teresina-PI. Psicol soe. 2012; 24(3):720-8.,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5757 Favero E, Diesel V. A seca enquanto um hazard e um desastre: umarevisão teórica. Aletheia. 2008; (27):198.,6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77.,6464 Paranhos ME,WerlangBG Psicologianas emergências: uma nova prática a ser discutida. Psicol. ciene. prof. 2015; 35(2):557-71.,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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e para falar do apoio social e psicológico aos afetados3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4343 Comité permanente entre organismos. Guía del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en situaciones de emergencia. Versión resumida. Ginebra: IASC; 2007.

Impactos psicossociais e na saúde

Trinta e oito publicações exploraram, em alguma medida, os impactos dos desastres na dimensão psicossocial e na saúde, bem como o uso dos recursos psicossociais no enfrentamen-to ao desastre1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,3131 Guimaro MS. Post-traumatic stress disorder symptoms among professionals during humanitarian aid in Haiti after the earthquake in 2010. Ciênc. Saúde Colet. 2013; 18(11):3175-81.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3333 Sommer AK, Barreau VM, Dávila DA. et al. Intervención de salud mental en niños expuestos a desastre natural. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):59-67,3434 Gomes ERB, Cavalcante ACS. Desastres naturais: perdas e reações psicológicas de vítimas de enchente em Teresina-PI. Psicol soe. 2012; 24(3):720-8.,3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,3636 Cova F, Rincón P. El terremoto y tsunami del 27-f y sus efectos en la salud mental. Ter psicol. 2010; 28(2):179-85.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,3838 García FE, Mardones R. Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. 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Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90.,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20.,7070 Rojas MC, Meichtry NC, Vázquez JC, et al. El riesgo de la vivienda urbana para la salud de la población. Un análisis desde la salud colectiva y la vulnerabilidad social. 2012.,7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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. A vulnerabilidade socioambiental, individual, estrutural ou institucional foi discutida em 11 publicações1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,4545 Benyakar M. Salud mental y desastres: nuevos desafíos. Revista neurol. Neuroc. y psiquiatría. 2002; 35(0:3-25.,4646 Alpino TA. Disasters related to droughts and public health – a review of the scientific literature. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):809-20.,4949 Freitas CM, Silva DRX, Sena ARM, et al. Natural disasters and health: an analysis of the situation in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3645.,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5656 Grigoletto JC, Cabral AR, Bonfim CV, et al. Management of health sector actions in drought situations. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):709.,7070 Rojas MC, Meichtry NC, Vázquez JC, et al. El riesgo de la vivienda urbana para la salud de la población. Un análisis desde la salud colectiva y la vulnerabilidad social. 2012.,7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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. Grupos vulneráveis, como idosos, crianças e adolescentes, tiveram destaque em sete delas3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3333 Sommer AK, Barreau VM, Dávila DA. et al. Intervención de salud mental en niños expuestos a desastre natural. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):59-67,3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,4646 Alpino TA. Disasters related to droughts and public health – a review of the scientific literature. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):809-20.,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20., em que os autores falaram da importância da psicoeducação na prevenção a danos evitáveis em nível social e emocional. Três desses estudos relataram a prevalência para TEPT em crianças e professores após o terremoto de 2010 no Chile6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20.. Explicaram que as estratégias de psicoeducação, fortalecimento familiar e coesão social têm papel efetivo na redução dos impactos psicossociais nesses grupos vulneráveis. Expuseram os impactos do TEPT no desenvolvimento de crianças afetadas, com risco de apresentarem outras patologias em longo prazo3333 Sommer AK, Barreau VM, Dávila DA. et al. Intervención de salud mental en niños expuestos a desastre natural. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):59-67,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20., e a necessidade de implementar programas preventivos para a população jovem afetada por desastres. Um dos estudos demonstrou que as políticas de alto impacto no enfrentamento aos desastres ao longo dos anos no Chile foram se adequando à realidade socioepidemiológica do País e que a saúde mental de crianças foi ganhando relevância3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.. Já o estudo sobre idosos chilenos tratou da ressignificação de redes e da própria vida, indicando que este também deve ser um grupo merecedor de atenção no planejamento em desastres4646 Alpino TA. Disasters related to droughts and public health – a review of the scientific literature. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):809-20.. Um aspecto interessante em algumas publicações que tratam dos impactos foi a perspectiva positiva do desastre. Alguns estudos definiram essas experiências potencialmente traumáticas como enriquecedoras, fazendo alusão à psicologia positiva e aos conceitos de resiliência e crescimento pós-traumático. Esses conceitos defendem a aprendizagem e as mudanças positivas diante de situações negativas e são considerados uma forma de adaptação a situações potencialmente traumáticas. Afirmam que há um componente capaz de trazer crescimento nesses contextos, e que deve ser explorado3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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. Em alguns estudos, a sobreposição de vulnerabilidades e impactos também foi investigada em decorrência do abandono social no processo de recuperação e reconstrução1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62..

Saúde mental

Trinta e uma publicações retrataram os aspectos psicossociais sob o enfoque da saúde mental1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2525 Portugal FB. Quality of life of primary care patients in Rio de Janeiro and São Paulo, Brasil: associations with stressful life events and mental health. 2016; 21(2):497-508.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2727 Weintraub ACA, Knobloch F, Vicente LN, et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface comum, saúde educ. 2015; 19(53):287-98.,2828 Silva JAM, Siegmund G, Bredemeier J. Crisis interventions in online psychological counseling. Trends in psyc. psychot. 2015; 37(4):171-82.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,3131 Guimaro MS. Post-traumatic stress disorder symptoms among professionals during humanitarian aid in Haiti after the earthquake in 2010. Ciênc. Saúde Colet. 2013; 18(11):3175-81.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. 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Prevención de trastorno de estrés postraumático en supervivientes del terremoto de Chile de febrero de 2010: una propuesta de intervención narrativa. Ter psicol. 2010; 28(l):85-93.,3939 Méndez MD, Leiva MC, Bustos CB, et al. Mapa exploratorio de intervenciones psicosociales frente al terremoto del 27 de febrero de 2010 en la zona centro-sur de Chile. Ter psicol. 2010; 28(2):193-202.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4242 Peru. Ministerio de Salud. Dirección regional de salud ICA. Cómo trabajar salud mental comunitaria en situaciones de emergencia: lineamientos del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en emergencias humanitarias y desastres. Lima: MS; 2007,4343 Comité permanente entre organismos. Guía del IASC sobre salud mental y apoyo psicosocial en situaciones de emergencia. Versión resumida. Ginebra: IASC; 2007,4444 Guimarães LAM, Guimarães PM, Neves SNH, et al. A técnica de debriefing psicológico em acidentes e desastres. Mudanças. 2007; 15(1):1-12.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.,6464 Paranhos ME,WerlangBG Psicologianas emergências: uma nova prática a ser discutida. Psicol. ciene. prof. 2015; 35(2):557-71.,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20.,7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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, Falaram da importância de intervenções psicossociais precoces (nas primeiras horas que sucedem o dia do evento) para que não haja impactos em longo prazo na saúde mental, especialmente casos de TEPT e depressão1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2727 Weintraub ACA, Knobloch F, Vicente LN, et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface comum, saúde educ. 2015; 19(53):287-98.,3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,3535 Correa A, Abufhele M, Bricefio AM, et al. Intervención de salud mental para niños expuestos al desastre en la comunidad de Iloca: experiencia de la unidad de psiquiatría infantil de clínica alemana. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):92-101.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,3939 Méndez MD, Leiva MC, Bustos CB, et al. Mapa exploratorio de intervenciones psicosociales frente al terremoto del 27 de febrero de 2010 en la zona centro-sur de Chile. Ter psicol. 2010; 28(2):193-202.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.. Os estudos mencionaram que a intervenção precoce atua na recuperação dos recursos psicossociais dos afetados6464 Paranhos ME,WerlangBG Psicologianas emergências: uma nova prática a ser discutida. Psicol. ciene. prof. 2015; 35(2):557-71., que o apoio psicossocial2727 Weintraub ACA, Knobloch F, Vicente LN, et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface comum, saúde educ. 2015; 19(53):287-98.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7., mental e espiritual às vítimas, familiares e profissionais de saúde deve constar nos planos de ação5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290. e que uma maior exposição nos desastres leva a maiores chances de desenvolver TEPT e distúrbios clinicamente significativos em longo prazo2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,6767 Cova F, Valdivia M, Rincón P, et al. Estrés postraumático en población infantojuvenil post 27f. Post-traumatic stress disorder in young population after the natural disaster on february 27, 2010. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(1):2-11.. Um dado que chamou a atenção foi a mudança de paradigma quanto ao conceito de trauma, pois alguns estudos desta revisão (um deles pautado em revisões sistemáticas e meta-análises4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.) demonstraram a necessidade de intervenção psicológica precoce e contínua, levando em conta diversos setores e campos disciplinares3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4.,6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.,6868 Bricefio AM, Abufhele M, Dávila AM, et al. Estrés postraumático en escolares a 8 meses del 27í Post-traumatic stress disorder in children in a coastal town eight months after the earthquake/tsunami. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):12-20.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51. e a importância do entendimento de que uma parcela dos afetados por desastre não necessariamente apresentará transtorno mental pós-traumático.

Desse modo, observa-se o deslocamento de uma visão patologizante e medicamentosa para uma abordagem que valoriza os aspectos psicossociais e o enfrentamento. Os primeiros cuidados psicológicos, a psicoeducação, a triagem psicológica nos primeiros dias após o evento, os trabalhos coordenados com a rede de saúde pública local e trabalho conjunto com assistentes sociais e profissionais da assistência humanitária são alguns exemplos de ações que reduzem os riscos do desenvolvimento de enfermidades pós-traumáticas. Nesse sentido, pode-se destacar a crítica feita, em uma das publicações, ao foco dado aos problemas de saúde mental na saúde pública ao longo dos anos, o que comprova que houve uma evolução na abordagem, dando lugar às discussões que privilegiam as ações psicossociais, a prevenção e a mitigação das consequências do desastre na saúde, e não somente os transtornos mentais3636 Cova F, Rincón P. El terremoto y tsunami del 27-f y sus efectos en la salud mental. Ter psicol. 2010; 28(2):179-85..

A perspectiva da psicologia positiva presente em algumas publicações1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,4444 Guimarães LAM, Guimarães PM, Neves SNH, et al. A técnica de debriefing psicológico em acidentes e desastres. Mudanças. 2007; 15(1):1-12.,6363 Sena A, Barcellos C, Ramalho W, et al. Measuring the invisible: analysis of the sustainable development goals in relation to populations exposed to drought. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):671-84.,6666 Fernandes GCM, Boehs AE, Heidemann ITSB. O suporte social durante a transição familiar no pós-de-sastre natural. Texto & contexto – Enfermagem. 2013; 22(4):1098-105.,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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traz a ideia do desastre como evento que possibilita o crescimento e mobiliza recursos de enfrentamento. Os conceitos de resiliência e crescimento pós-traumático explicaram, por exemplo, o crescimento de políticas públicas e o fortalecimento da identidade nacional no Chile após o terremoto de 2010 segundo um dos estudos3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.. O desastre foi avaliado como uma oportunidade de crescimento para o País, marcado por inúmeros terremotos em sua história. Além desses aspectos, foi mencionado, em alguns estudos, o papel estratégico dos centros de saúde pública no monitoramento emocional dos afetados, que oferecem às pessoas os primeiros cuidados psicológicos, segurança, acolhimento, apoio social, informações e facilitam o retorno às suas atividades de rotina. Esses recursos são vistos como moderadores de risco para o desenvolvimento de possíveis patologias4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51..

O apoio social é citado como relevante fator psicossocial e gerador de maior satisfação na vida dos afetados, impactando sua saúde mental2525 Portugal FB. Quality of life of primary care patients in Rio de Janeiro and São Paulo, Brasil: associations with stressful life events and mental health. 2016; 21(2):497-508.. Nessa linha, um dos estudos identificou a correlação entre um baixo nível de apoio social e o aumento do sofrimento psicológico, indicando que, na cultura latino-americana, alguns dos elementos centrais de sua identidade são o coletivismo, a coesão social e a solidariedade, comparada a culturas individualistas7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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. O apoio psicossocial foi abordado com uma perspectiva não só de redução do sofrimento psíquico, mas também de reabilitação física3030 Guimaro MS, Steinman M, Kernkraut AM, et al. Psychological distress in survivors of the 2010 Haiti earthquake. Einstein (São Paulo). 2013; 11(1):11-4..

Saúde pública

A saúde pública foi investigada em 19 publicações,1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2525 Portugal FB. Quality of life of primary care patients in Rio de Janeiro and São Paulo, Brasil: associations with stressful life events and mental health. 2016; 21(2):497-508.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2828 Silva JAM, Siegmund G, Bredemeier J. Crisis interventions in online psychological counseling. Trends in psyc. psychot. 2015; 37(4):171-82.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4545 Benyakar M. Salud mental y desastres: nuevos desafíos. Revista neurol. Neuroc. y psiquiatría. 2002; 35(0:3-25.,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77. com enfoque no risco sanitário1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4949 Freitas CM, Silva DRX, Sena ARM, et al. Natural disasters and health: an analysis of the situation in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3645.,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15., na importância do apoio mútuo entre os diversos órgãos que compõem o setor saúde de um país1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290., nos impactos na saúde e organização do setor nesses cenários1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,2828 Silva JAM, Siegmund G, Bredemeier J. Crisis interventions in online psychological counseling. Trends in psyc. psychot. 2015; 37(4):171-82.,3232 Schonhaut BL. Terremotos, solidaridad y movilización nacional. Rev chil pediatr. 2013; 84(1):20-5.,3737 Erazo C, Pemjean A. Red de atención de salud mental en chile y el terremoto de febrero 2010: fortalezas, daños y respuestas. Rev chil salud pública. 2010; 14(l):59-65.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,4545 Benyakar M. Salud mental y desastres: nuevos desafíos. Revista neurol. Neuroc. y psiquiatría. 2002; 35(0:3-25.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77., na participação comunitária como base para a intervenção psicossocial2424 Abeldafio RA, Fernández R. Salud mental en la comunidad en situaciones de desastre. Una revisión de los modelos de abordaje en la comunidad. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(2):431-42.,4141 Loubat M, Fernández AM, Morales M. La experiencia de peralillo: una intervención psicológica para el estado de emergencia. Ter psicol. 2010; 28(2):203-7,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303,6565 Rocha V, Freitas CM. The theme of disaster in health care: profile of technical and scientific production in the specialized database on disasters of the virtual health library – vhl. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90., na atenção primária em saúde como elemento estratégico2525 Portugal FB. Quality of life of primary care patients in Rio de Janeiro and São Paulo, Brasil: associations with stressful life events and mental health. 2016; 21(2):497-508.,2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.,5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303,6565 Rocha V, Freitas CM. The theme of disaster in health care: profile of technical and scientific production in the specialized database on disasters of the virtual health library – vhl. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90., e na importância da definição, nas primeiras etapas da fase de resposta, dos processos psicossociais demandados nos desastres para apoiar vítimas, familiares e profissionais envolvidos1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,4040 Figueroa RA, González M, Marín H. Apoyo psicológico en desastres: propuesta de un modelo de atención basado en revisiones sistemáticas y metaanáli-sis. Rev med chil. 2010; 138(2):143-51.,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290.,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42.. Alguns estudos demonstraram dados de que uma maior exposição aos impactos de um desastre leva a distúrbios clinicamente significativos em longo prazo2626 Londe LR, Marchezini V, Conceição RS, et al. Impactos de desastres socioambientais em saúde pública: estudos dos casos dos estados de Santa Catarina em 2008 e Pernambuco em 2010. Rev bras estud popul. 2015; 32(3):537-62.,5252 Castro CF, Simoes DCM, Delamarque EV, et al. Mass events, disasters and public health/Eventos de massa, desastres e saúde pública. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3717,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6., o que reforça a necessidade de o setor saúde estar atento à redução desses impactos e riscos em todas as fases do desastre. O monitoramento continuado e em longo prazo dos efeitos do desastre na saúde também foi recomendado1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616., assim como o uso de práticas de intervenção psicossocial que têm apresentado resultados eficazes na saúde pública, como a terapia comunitária no Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS)5959 Cueto RM, Fernández MZ, Moll S, et al. Community participation and strengthening in a reconstruction context after a natural disaster. J prev interv community. 2015; 43(4):291-303 e as experiências positivas do modelo de Saúde da Família no Chile5454 Cardoso TAO. Biosecurity and disaster: concepts, prevention, public health and management of corpses. Physis. 2012; 22(4):1523-42. e no Brasil6565 Rocha V, Freitas CM. The theme of disaster in health care: profile of technical and scientific production in the specialized database on disasters of the virtual health library – vhl. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3775-90.. Um dos enfoques dados ao risco sanitário foi debatido sob o prisma da saúde pública na publicação sobre biossegurança e manejo de corpos, associando a importância e rapidez desse serviço à redução da carga psicológica dos sobreviventes5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15..

Gestão de risco

Treze publicações trataram da gestão de risco (análise, percepção e comunicação de risco)1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,4848 Camurça CE, Alencar A, Cidade E, et al. Implicações psicossociais da seca na vida de moradores de um municipio da zona rural do nordeste do Brasil. Avanc. psicol. Latino-americana. 2016; 34(0:117-128.,4949 Freitas CM, Silva DRX, Sena ARM, et al. Natural disasters and health: an analysis of the situation in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3645.,5151 Xavier D, Barcellos C, Freitas C. Extreme weather events and their consequences on health: the 2008 disaster in Santa Catarina taking into account different information sources. Ambiet. soc. [internet]. 2014; 17(4):273-290.,5353 Shoaf K. Organizing the health sector for response to disasters. Cad. Saúde Pública. 2014; 19(9):3705-15.,5555 López TE, Santana NP. El terremoto de 2010 en chile: respuesta del sistema de salud y de la cooperación internacional. Revpanam salud pública. 2011; 30(2)160-6.,5757 Favero E, Diesel V. A seca enquanto um hazard e um desastre: umarevisão teórica. Aletheia. 2008; (27):198.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77.,6969 Bedregal P, Carvallo C, Hernández V, et al. Estrés post-traumático post terremoto 27f en cuidadores principales de niños preescolares, factores asociados del cuidador, de la familia y la crianza. Post-traumatic stress disorder after 27/f earthquake in primary caregivers of preschool children, factors associated with the caregiver, family and parenting. Rev soc psiquiatr neurol infanc adolesc. 2011; 22(l):21-28.,7070 Rojas MC, Meichtry NC, Vázquez JC, et al. El riesgo de la vivienda urbana para la salud de la población. Un análisis desde la salud colectiva y la vulnerabilidad social. 2012.,7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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, com maior foco de análise na vulnerabilidade e na análise de riscos como prática preventiva. Um exemplo disso foi uma revisão realizada por autores chilenos sobre a percepção de riscos e desastres socioambientais de uma população potencialmente vulnerável no Chile7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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, em que apontaram a importância de obter informações sobre a percepção de risco para a formulação de campanhas educativas de prevenção em desastres, mostrando que o componente cultural também atravessa a forma com que os enfrentamos. Fizeram uma distinção interessante acerca das culturas individualistas e coletivistas, mencionando a cultura anglo-saxônica como exemplo de individualista e a latino-americana como coletivista, com maior predomínio de coesão cultural e solidariedade7272 Mocellin J, Barreto A, Gural D. Pobreza y desastres: terapia integrante sistemática en una barriada pobre de Brasil Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):69-77 Disponível em: https:// www.desenredando.org/public/revistas/dys/.
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Ainda sobre a gestão de risco, as produções dos países da América do Sul refletem como estes têm lidado com os desastres: ainda se discute percepção de risco enquanto a tônica em outros locais do globo está bem mais avançada. Isso reforça a necessidade premente de políticas educativas, especialmente no Brasil.

Nesse sentido, a ausência de preocupação com as diversas dimensões do sofrimento social de grupos afetados por desastres foi identificada como ponto negativo em um estudo que avaliou a finalidade institucional da Defesa Civil no Brasil. Criticou-se seu aspecto tecnicista, que acaba não englobando dimensões importantes, como os impactos na fase de recuperação e as vulnerabilidades prévias ao evento1414 Valencio NFLS. Disasters: technicism and social suffering. 2014; 19(9):3631-44..

No Chile, um estudo realizado para avaliar as atividades em saúde mental conduzidas pelos centros de atenção primária à saúde em Maule, região atingida pelo terremoto e pelo tsunami de 2010, indicou que houve dificuldade em lidar com os problemas de saúde mental desencadeados pelo desastre e que a não identificação das vulnerabilidades prévias do local interferiu na eficácia da assistência. A falta de coordenação, planejamento e exercícios locais também emergiu como problema para a efetividade das ações2929 Vitriol V, Minoletti A, Alvarado R, et al. Respuesta de los centros de atención primaria en salud mental después del terremoto y tsunami del 2010 en la región del Maule. Rev med chil. 2014; 142(9):1120-7..

Mudança climática e as políticas de desenvolvimento sustentável

Apenas cinco artigos da revisão referiam-se à mudança climática, à agenda política global pós-2015 e a políticas baseadas nos objetivos do desenvolvimento sustentável1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,5050 Spink MJP. Viver em áreas de risco: tensões entre gestão de desastres ambientais e os sentidos de risco no cotidiano. Ciênc. Saúde Colet. 2014; 19(9):3743-54.,5656 Grigoletto JC, Cabral AR, Bonfim CV, et al. Management of health sector actions in drought situations. Ciênc. Saúde Colet. 2016; 21(3):709.,6262 Magaña Frade I, Silva-Nadales S, Rovira Rubio R. Catástrofe, subjetividad femenina y reconstrucción: aportes y desafíos desde un enfoque de género para la intervención psicosocial en comunidades afectadas por el terremoto. Ter Psicol. 2010; 28(2):169-77., apesar das estratégias já citadas. É um número baixo ao considerar-se a importância global desse tema como eixo transversal das políticas. A seca foi o tema central de análise em três dessas publicações, ora relacionando-a com os riscos, hazards e os desastres, ora explorando a realidade do semiárido nordestino brasileiro e a tendência ao aumento da escassez de água até 2030 e seu impacto na saúde pública. Um artigo discorreu sobre as enchentes1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616., que também foram analisadas em relação aos seus reflexos na saúde pública. Os cinco artigos são de autores e periódicos brasileiros.

Capital social e participação social como estratégias para o fortalecimento e a resiliência

O capital social é definido como a capacidade de uma comunidade ou grupo para constituir diferentes tipos de associações, formais ou informais, permitindo o inter-relacionamento e a colaboração de seus participantes baseados nos princípios da confiança mútua, reciprocidade e cooperação6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069.. Em um dos estudos realizados após o terremoto de 2010 no Chile, os autores sinalizaram, por meio de dados empíricos, que quando o capital social inicial de uma comunidade é muito baixo, o aumento da confiança comunitária, depois do desastre, é menor. Além disso, ressaltaram que o capital social baixo influi nos impactos do desastre, que aumentam em médio e longo prazo, e ainda favorece a violência no pós-desastre6060 Santos Padilha C, Oliveira WF. Community therapy: practice reported by professionals within SUS in Santa Catarina, Brazil. Rev Gaúcha Enfer. 2012; 16(43):1069..

O fortalecimento social também foi retratado sob a perspectiva das estratégias de adaptação, mostrando o efeito da fé espiritual como mediadora da angústia ligada à pobreza, esta última como uma dimensão psicossocial. Elaborou-se uma análise da relação entre o bem-estar psicossocial e a extrema pobreza, mostrando a realidade de uma favela no município de Fortaleza (CE), em que foi identificado um alto grau de percepção de bem-estar e de aspectos psicossociais causadores de ansiedade. Os autores apontaram as intervenções com terapia integrativa sistemática e o recurso da fé espiritual como ‘âncoras de estabilidade emocional e bem-estar’ e mostraram que há uma fragmentação nas abordagens científicas sobre as consequências psicossociais dos desastres em grupos em situação de pobreza e extrema pobreza. Indicaram o modelo de terapia integrativa sistemática como um valioso ‘modificador de angústias’ relacionadas a desastres e pobreza7171 Panza R, Wiesenfeld E. Las tres caras de los desastres: percepción de riesgo, derrumbe y reubicación. Rev. Desast. socied. [internet]. 1997 [acesso em 2017 mar 15]; 5(8):76-90. Disponível em: https://www.de-senredando.org/public/revistas/dys/.
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A respeito do desastre na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, desencadeado por fortes chuvas e deslizamentos em janeiro de 2011, o levantamento revelou uma lacuna de produções que investigassem esse desastre tão emblemático ocorrido no Brasil: apenas quatro1111 Freitas CM, Ximenes EF. Enchentes e saúde pública: uma questão na literatura científica recente das causas, consequências e respostas para prevenção e mitigação. Ciênc. Saúde Colet. 2012; 17(6):1601-1616.,1515 Freitas CM, Carvalho ML, Ximenes EF, et al. Socio-environmental vulnerability, disaster risk-reduction and resilience-building: lessons from the earthquake in Haiti and torrential rains in the mountain range close to Rio de Janeiro in Brazil. Ciênc. Saúde Colet. [internet]. 2012; 17(6):1577-86.,2727 Weintraub ACA, Knobloch F, Vicente LN, et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface comum, saúde educ. 2015; 19(53):287-98.,4848 Camurça CE, Alencar A, Cidade E, et al. Implicações psicossociais da seca na vida de moradores de um municipio da zona rural do nordeste do Brasil. Avanc. psicol. Latino-americana. 2016; 34(0:117-128.. Vale frisar que esse desastre foi classificado pela ONU como o 8º maior deslizamento de terra ocorrido no planeta nos últimos 100 anos, tendo sido comparado ao furacão Katrina de 2005 quando se trata de danos e magnitude1212 World Meteorological Organization. WMO. The Global Climate 2011-2015. [internet], [acesso em 2018 abr 12]. Disponível em: https://public.wmo.int/en/ media/press-release/global-climate-2011-2015-hot--and-wild.
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. Dada a relevância desse acontecimento para o País, que salientou a desigualdade social e a vulnerabilidade socioeconômica e espacial dos locais onde houve deslocamentos de terra, a comunidade científica deveria ter se debruçado para analisar as iniciativas psicossociais realizadas nos locais afetados. Esse compartilhamento de experiências faz-se essencial para a multiplicação de práticas exitosas e é importante por representar práticas baseadas em evidências.

Considerações finais

Com o objetivo de contribuir para o conhecimento científico acerca dos desastres, esta revisão integrativa buscou responder ‘como os aspectos psicossociais têm sido explorados na literatura científica nos últimos 20 anos (1997-2016) por autores e periódicos de países da América do Sul, em contextos de desastre socioambiental de origem geociimática’. Considerando a importância dos aspectos psicossociais no contexto de desastres e seu papel no planejamento de ações, possibilitou um panorama sobre a produção sul-americana no período analisado, as diferentes perspectivas sobre os aspectos psicossociais em desastres, estratégias e abordagens utilizadas.

O que se observa é a necessidade de sair, particularmente o Brasil, de uma cultura do risco de desastres, que focaliza os eventos desencadeantes, para dar lugar a uma cultura de enfrentamento dos riscos a partir de suas causas estruturais, como a vulnerabilidade espacial e de grupos específicos. O foco na externalidade das causas dos desastres, ou seja, nos eventos físicos da natureza, torna-se uma perigosa forma de tentar compreendê-los e limita as ações de mitigação e prevenção. Observa-se uma atribuição do desastre a eventos físicos ameaçadores, e não aos processos sociais vigentes e ao uso inadequado do território.

No entanto, as publicações levantadas nesta revisão demonstraram a preocupação da comunidade científica sul-americana com as causas estruturais, cada vez mais relacionadas com as desigualdades sociais e vulnerabilidades socioambientais. De acordo com os estudos, os países da América do Sul precisam canalizar seus esforços para a construção de comunidades resilientes e para a minimização de problemas estruturais e de natureza social, política e econômica, como a diminuição das desigualdades e da vulnerabilidade social, sabidamente potencializadoras de desastres. No entanto, o que se vê, infelizmente, é uma produção que não se efetiva na prática; ações que estão condicionadas a decisões e interesses políticos, que minam os esforços para a redução de riscos de desastres.

Nota-se que a realidade do Chile, após os emblemáticos terremoto e tsunami de fevereiro de 2010 e de outros eventos semelhantes em seu território, ‘moldou’, como afirma um dos artigos, a construção da identidade e das políticas públicas nesse país, onde os processos de gestão de riscos de desastres foram sendo construídos ao longo dos anos com base na prevenção, na adaptação ao enfrentamento e em estratégias psicossociais calcadas na prevenção, resposta e recuperação, especialmente no rastreio e acompanhamento de sintomatologias psicopatológicas. No entanto, por falta de articulação com outros setores e de coordenação e planejamento, em alguns contextos, a população ficou desassistida e teve cobertura de saúde mental insuficiente.

Por fim, ressalta-se que, apesar do descritor ‘psicossocial’ e das palavras-chave contidas nos materiais, grande parte das publicações abordou exclusivamente o apoio e/ou os impactos psicológicos, desprezando outros elementos que a dimensão psicossocial engloba. Desse modo, esta revisão chama a atenção para o fato de que a maioria das publicações que contêm o termo ‘psicossocial’ ainda prioriza os aspectos psicológicos, mostrando forte tendência a focalizar o campo da saúde mental durante a análise dos aspectos ‘psicossociais’ em desastres. Contudo, o não reconhecimento das diversas dimensões do âmbito psicossocial em desastres pode gerar uma sobreposição de danos e atuar como fator gerador de outros desastres.

Agradecimentos

Ao apoio financeiro recebido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (Capes) e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

  • *
    Orcid (Open Researcher and Contributor ID).
  • Suporte financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (Capes) – Código de Financiamento 001 – e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) – Programa Bolsa Nota 10 -Doutorado

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Jul 2021
  • Data do Fascículo
    Jul 2020

Histórico

  • Recebido
    29 Set 2019
  • Aceito
    10 Jan 2020
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