Controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos: revisão sistemática

Control of cervical cancer in the primary care setting in South American countries: systematic review

Control del cáncer cervicouterino en los servicios de atención primaria de salud en los países de América del Sur: revisión sistemática

Raisa Santos Cerqueira Hebert Luan Pereira Campos dos Santos Nilia Maria de Brito Lima Prado Rebecca Gusmão Bittencourt Daniela Gomes dos Santos Biscarde Adriano Maia dos Santos Sobre os autores

RESUMO

Objetivo.

Descrever as estratégias para prevenção e controle do câncer do colo do útero (CCU) na atenção primária à saúde (APS) na América do Sul.

Métodos.

Revisão de literatura em duas etapas: revisão documental em sites governamentais de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela; e revisão sistemática da literatura nas bases LILACS, MEDLINE, Scopus, SciELO e Science Direct.

Resultados.

Foram incluídos 21 documentos institucionais (planos, guias de prática e diretrizes nacionais) e 25 artigos. Todos os países tinham taxas elevadas de morbimortalidade por CCU. Predominou o rastreamento oportunístico na APS, embora os documentos disponíveis sinalizassem intenções e estratégias para diagnóstico precoce e acompanhamento longitudinal dos casos suspeitos e confirmados, preferencialmente na rede pública. Todos os países adotavam uma concepção abrangente de APS, embora o processo de implementação estivesse em estágios heterogêneos e predominassem a focalização e a seletividade. Destaca-se pior acesso ao rastreamento para mulheres de regiões rurais ou remotas e para povos originários. A indisponibilidade de serviços de APS próximos às residências/comunidade foi uma importante barreira para o rastreamento do CCU.

Conclusões.

A fragmentação dos sistemas de saúde e a segmentação na oferta de serviços são obstáculos para a prevenção e o controle do CCU na América do Sul. São necessários programas organizados de rastreamento do CCU e a incorporação de busca ativa para realização do Papanicolaou via APS. A interculturalidade nas práticas e a formulação de políticas numa perspectiva interseccional são fundamentais para superar as iniquidades no controle do CCU nos países sul-americanos.

Palavras-chave
Câncer do colo do útero; atenção primária à saúde; acesso universal aos serviços de saúde; teste de Papanicolaou; América do Sul

ABSTRACT

Objective.

To describe cervical cancer (CC) prevention and control strategies in the primary care setting in South America.

Method.

Two review steps were performed: review of documents published in governmental websites in Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Colombia, Ecuador, Paraguay, Peru, Uruguay, and Venezuela; and systematic review of the literature available in LILACS, MEDLINE, Scopus, SciELO, and Science Direct databases.

Results.

Twenty-one institutional documents (plans, practice guides, and national guidelines) and 25 journal articles were included. All countries had high CC morbidity and mortality rates. Screening in primary healthcare (PHC) was mostly opportunistic, although the institutional documents indicated an intention and strategies for early diagnosis and longitudinal follow-up of suspected and confirmed cases, preferably within the public healthcare system. All countries adopted a broad view of PHC, although the stage of PHC implementation was heterogeneous in different countries, with predominance of selective PHC. Access to screening was more difficult for women from rural or remote areas and for indigenous populations. The unavailability of PHC close to households/communities was an important barrier for CC screening.

Conclusions.

The fragmentation of healthcare systems and the selective provision of services are barriers for the prevention and control of CC in South America. Organized CC screening programs and active search for Papanicolaou testing in primary care are needed. Intercultural practices and intersectional public policies are essential to overcome the inequities in CC control in South American countries.

Keywords
Uterine cervical neoplasms; primary healthcare; universal access to health care services; Papanicolaou test; South America

RESUMEN

Objetivo.

Describir las estrategias de prevención y control del cáncer cervicouterino (CCU) en los servicios de atención primaria de salud (APS) de América del Sur.

Métodos.

Revisión bibliográfica en dos etapas, a saber, revisión documental en sitios web gubernamentales de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colombia, Ecuador, Paraguay, Perú, Uruguay y Venezuela, y revisión sistemática en las bases de datos LILACS, MEDLINE, Scopus, SciELO y Science Direct.

Resultados.

Se incluyeron 21 documentos institucionales (planes, guías de práctica y directrices nacionales) y 25 artículos. Todos los países tenían altas tasas de morbilidad y mortalidad por CCU. En los servicios de APS predominó el tamizaje oportunista, aunque los documentos disponibles señalaran intenciones y estrategias de diagnóstico precoz y seguimiento longitudinal de los casos sospechosos y confirmados, particularmente en la red pública. Todos los países adoptaron un concepto integral de APS, aunque el proceso de aplicación se encontrara en fases heterogéneas y predominaran la focalización y la selectividad. Cabe destacar que las mujeres de las zonas rurales o remotas y de los pueblos indígenas registran el peor grado de acceso al tamizaje. La falta de servicios de APS cerca de las residencias o las comunidades fue una barrera importante para el tamizaje del CCU.

Conclusiones.

La fragmentación de los sistemas de salud y la segmentación en la oferta de servicios son obstáculos para la prevención y el control del CCU en América del Sur. Se necesitan programas organizados de tamizaje del CCU e incorporación de la búsqueda activa para realizar la prueba de Papanicolaou en los servicios de APS. La interculturalidad en las prácticas y la formulación de políticas desde una perspectiva intersectorial son esenciales para superar las inequidades en el control del CCU en los países suramericanos.

Palabras clave
Neoplasias del cuello uterino; atención primaria de salud; acceso universal a servicios de salud; prueba de Papanicolaou; América del Sur

O câncer do colo do útero (CCU) é o quarto tumor mais frequente entre as mulheres no mundo, embora seja prevenível e curável quando detectado precocemente e adequadamente tratado (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...
). Considerando que aproximadamente 85% dos casos de CCU ocorrem em países de baixa e média renda e acometem, sobretudo, mulheres jovens com baixa escolaridade e socioeconomicamente vulneráveis, que encontram barreiras de acesso aos serviços de saúde, esse tipo de câncer representa um importante indicador de iniquidade (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...

2. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...
-33. Lemp JM, De Neve J, Bussmann H, Chen S, Manne-Goehler J, Theilmann M, et al. Lifetime Prevalence of Cervical Cancer Screening in 55 Low- and Middle-Income Countries. JAMA. 2020;324(15):1532–1542. https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244
https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244...
). Na América do Sul e Central, a carga de doença associada ao CCU é alta, com taxas elevadas de incidência e taxas baixas de triagem, mesmo em países que possuem programas nacionais de rastreamento (22. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...

3. Lemp JM, De Neve J, Bussmann H, Chen S, Manne-Goehler J, Theilmann M, et al. Lifetime Prevalence of Cervical Cancer Screening in 55 Low- and Middle-Income Countries. JAMA. 2020;324(15):1532–1542. https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244
https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244...
-44. Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07....
). Por sua vez, os países europeus que alcançaram sucesso no controle do CCU implementaram ampla cobertura populacional de rastreamento organizado (55. Jansen EEL, Zielonke N, Gini A, Anttila A, Segnan N, Vokó Z, et al. Effect of organised cervical cancer screening on cervical cancer mortality in Europe: a systematic review. Eur J Cancer. 2020;127:207–23. https://doi.org/10.1016/j.ejca.2019.12.013
https://doi.org/10.1016/j.ejca.2019.12.0...
) e incorporaram um robusto programa de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV, do inglês human papillomavirus) (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...
, 22. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...
). A cobertura nesses países também está relacionada à busca ativa das mulheres e ao acompanhamento longitudinal após um teste de triagem positivo (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...
, 55. Jansen EEL, Zielonke N, Gini A, Anttila A, Segnan N, Vokó Z, et al. Effect of organised cervical cancer screening on cervical cancer mortality in Europe: a systematic review. Eur J Cancer. 2020;127:207–23. https://doi.org/10.1016/j.ejca.2019.12.013
https://doi.org/10.1016/j.ejca.2019.12.0...
).

A atenção primária à saúde (APS), um componente-chave dos sistemas de saúde (66. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Ren...
), tem função central no controle do CCU (77. Tomasi E, Oliveira TF, Fernandes PAA, Thumé E, Silveira DS, Siqueira FV, et al. Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na Atenção Básica à Saúde no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2015;15(2):171–80. https://doi.org/10.1590/S1519-38292015000200003
https://doi.org/10.1590/S1519-3829201500...

8. Anjos EF, Martins PC, Prado NMBL, Bezerra VM, Almeida PF, Santos AM. Quality of actions to control cervical cancer in Bahia, Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2021;22(8):2343–9. https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8.2343
https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8...
-99. Rico AM, Iriart JAB. “Tem mulher, tem preventivo”: sentidos das práticas preventivas do câncer do colo do útero entre mulheres de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(9):1763–73. https://doi.org/10.1590/0102-311X00146512
https://doi.org/10.1590/0102-311X0014651...
). A persistência de altas taxas de mortalidade por CCU associa-se a inadequações nos sistemas de saúde (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...
), barreiras de acesso ao rastreamento, cobertura insuficiente (22. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...

3. Lemp JM, De Neve J, Bussmann H, Chen S, Manne-Goehler J, Theilmann M, et al. Lifetime Prevalence of Cervical Cancer Screening in 55 Low- and Middle-Income Countries. JAMA. 2020;324(15):1532–1542. https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244
https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244...
-44. Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07....
, 1010. Pimple SA, Mishra GA. Optimizing high risk HPV-based primary screening for cervical cancer in low- and middle-income countries: opportunities and challenges. Minerva Ginecol. 2019;71(5):365-371. https://doi.org/10.23736/S0026-4784.19.04468-X
https://doi.org/10.23736/S0026-4784.19.0...
) e dificuldade de atenção numa perspectiva interseccional (1111. Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
https://doi.org/10.3390/cancers13236082...
). Entretanto, embora uma estrutura de saúde e uma assistência adequadas sejam requisitos fundamentais para melhorar o controle do CCU (77. Tomasi E, Oliveira TF, Fernandes PAA, Thumé E, Silveira DS, Siqueira FV, et al. Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na Atenção Básica à Saúde no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2015;15(2):171–80. https://doi.org/10.1590/S1519-38292015000200003
https://doi.org/10.1590/S1519-3829201500...
), são insuficientes (88. Anjos EF, Martins PC, Prado NMBL, Bezerra VM, Almeida PF, Santos AM. Quality of actions to control cervical cancer in Bahia, Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2021;22(8):2343–9. https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8.2343
https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8...
); aspectos como valores culturais das mulheres (99. Rico AM, Iriart JAB. “Tem mulher, tem preventivo”: sentidos das práticas preventivas do câncer do colo do útero entre mulheres de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(9):1763–73. https://doi.org/10.1590/0102-311X00146512
https://doi.org/10.1590/0102-311X0014651...
) e discriminação institucional por questões étnicas (1212. Nevin PE, Garcia PJ, Blas MM, Rao D, Molina Y. Inequities in cervical cancer care in indigenous Peruvian women. Lancet Glob Health. 2019;7(5):e556–e557. https://doi.org/10.1016/S2214-109X(19)30044-0
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(19)30...
), sexuais e de gênero (99. Rico AM, Iriart JAB. “Tem mulher, tem preventivo”: sentidos das práticas preventivas do câncer do colo do útero entre mulheres de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(9):1763–73. https://doi.org/10.1590/0102-311X00146512
https://doi.org/10.1590/0102-311X0014651...
, 1111. Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
https://doi.org/10.3390/cancers13236082...
, 1313. Johnson MJ, Nemeth LS, Mueller M, Eliason MJ, Stuart GW. Qualitative study of cervical cancer screening among Lesbian and Bisexual Women and Transgender Men. Cancer Nurs. 2016;39(6):455-63. https://doi.org/10.1097/NCC.0000000000000338
https://doi.org/10.1097/NCC.000000000000...
) interferem na qualidade e na adesão ao rastreamento. Nesse contexto, a APS tem um papel não apenas na captação das mulheres e na realização de rastreamento citológico, mas também nas ações de mobilização comunitária, educação em saúde e aconselhamento para garantir altas coberturas vacinal, de triagem e adesão a tratamento (1414. Organização Mundial da Saúde. Controle integral do câncer do colo do útero: guia de práticas essenciais. OMS: Genebra;2014. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/31403. Acesso em 10 de março de 2021.
https://iris.paho.org/handle/10665.2/314...
).

Países sul-americanos enfrentam desafios na consolidação de modelos assistenciais alicerçados em uma APS abrangente (66. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Ren...
, 1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
). Além das diversidades socioeconômica, geográfica, cultural e étnica, a região possui diferentes estruturas de saúde, com segmentação na oferta de serviços e problemas derivados de subfinanciamento (1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
).

No presente artigo, descrevem-se os resultados de uma análise documental e da revisão sistemática da literatura para identificar as estratégias de prevenção e controle do CCU no âmbito da APS em países da América do Sul. Entende-se que os resultados podem subsidiar a formulação de políticas e apoiar estratégias para controle do CCU, especialmente em países latino-americanos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Realizou-se uma revisão da literatura sobre políticas e iniciativas de controle do CCU no âmbito da APS em países sul-americanos — Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Adotou-se a declaração Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) como diretriz para o desenvolvimento desta revisão sistemática. A questão de pesquisa foi estruturada a partir da especificação de três componentes: população incluída nos estudos (mulheres), delineamento dos estudos (pesquisas sobre políticas para controle do CCU na APS) e desfecho analisado (implementação de ações para rastreamento do CCU na APS em países da América do Sul). A pergunta de investigação foi: quais são, e em que medida estão sendo implementadas, as políticas para controle do CCU no âmbito da APS em países da América do Sul? Foram utilizadas duas estratégias de produção dos dados: pesquisa documental, para identificar as políticas específicas nos sites governamentais dos países selecionados; e revisão da literatura, para identificar as experiências de implementação de ações no âmbito da APS.

Na primeira estratégia, foram analisados os documentos mais recentes disponibilizados nos sites oficiais dos ministérios da saúde dos países selecionados, publicados até abril de 2021. Na ausência de documentos nos referidos sites, recorreu-se ao Google Scholar. A partir do conteúdo desses documentos, considerou-se uma categorização dos países conforme estratégias para controle do CCU na APS, compreendendo três estratos: a) foram categorizados como avançados os países que apresentaram estratégias delineadas sobre a organização das ações a serem desenvolvidas no âmbito da APS; b) como intermediários os países que possuíam alguma informação sobre o papel da APS no controle do CCU, porém sem delineamento claro das ações a serem desenvolvidas pela APS; e c) como incipientes os países que não possuíam informação disponível sobre o papel da APS no controle do CCU.

Para o desenvolvimento da segunda estratégia, o estudo de revisão sistemática, foram utilizados os seguintes termos de busca: América do Sul, atenção primária à saúde, serviços de saúde da mulher, saúde da mulher, neoplasias do colo do útero, sistemas de saúde, útero, qualidade, acesso e avaliação da assistência à saúde, assistência integral à saúde, continuidade da assistência ao paciente, integralidade em saúde, serviços preventivos de saúde, teste de Papanicolaou e lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL, do inglês high-grade squamous intraepithelial lesion). Foram pesquisadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, Scopus, SciELO e Science Direct. A filtragem dos estudos (em abril de 2021) considerou os seguintes critérios de elegibilidade: artigos publicados entre 2007 (ano de publicação do documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde sobre renovação da APS nas Américas) (66. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Ren...
) e abril de 2021; texto completo disponível em inglês, espanhol ou português; e foco em ações de controle do CCU no contexto da APS. Foram excluídos editoriais, teses e literatura cinzenta.

Os artigos selecionados foram examinados para coleta das seguintes informações: ano, periódico, autor, objetivo, país, metodologia, local de publicação, estratégia adotada para controle do CCU e principais achados do artigo. Esses itens foram registrados em uma planilha do Microsoft Excel®. Por fim, a qualidade metodológica dos artigos foi avaliada de acordo com a natureza do estudo. Nas pesquisas quantitativas, foram utilizados os 22 critérios propostos pela iniciativa Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE). Para os estudos qualitativos, foram utilizados os 32 critérios descritos no instrumento Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (CoReQ). Nenhuma dessas avaliações teve finalidade de exclusão dos artigos selecionados; serviram, essencialmente, para avaliar a qualidade e a robustez de cada publicação.

RESULTADOS

O corpus da revisão documental foi composto por 21 publicações, que abarcaram protocolos, planos nacionais e guias clínicos contendo as diretrizes e ações de controle do CCU (1616. Ministerio de Salud de Argentina. Programa Nacional de Prevención de Cáncer Cervicouterino. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/salud/instituto-nacional-del-cancer/institucional/pnpcc#:~:text=El%20PNPCC%20forma%20parte%20de,PAP%20o%20test%20de%20VPH). Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.argentina.gob.ar/salud/insti...

17. Ministerio de Salud de Argentina. Recomendaciones para el tamizaje, seguimiento y tratamiento de mujeres para la prevención del cáncer cervico-uterino en el marco de la incorporación de la prueba de VPH. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2015. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/recomendaciones-para-el-tamizaje-seguimiento-y-tratamiento-de-mujeres-para-la-prevencion. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bancos.salud.gob.ar/recurso/reco...

18. Organización Panamericana de la Salud. Proyecto para el mejoramiento del Programa Nacional de Prevención de Cáncer de Cuello Uterino en Argentina. Buenos Aires: OPS; 2008. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/6236. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/handle/10665.2/623...

19. Ministerio de Salud de Argentina. Plan Nacional de Control de Cáncer 2018-2022. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2018. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan-nacional-de-control-de-cancer-2018-2022. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan...

20. Ministerio de Salud y Deportes. Plan Nacional De Prevención Control Y Seguimiento De Cáncer De Cuello Uterino 2009-2015. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.iccp-portal.org/system/files/plans/plan_cancer_cuello_uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022
https://www.iccp-portal.org/system/files...

21. Ministerio de Salud y Deportes. Norma Nacional, Reglas, Protocolos y Procedimientos para la Detección y Control del Cáncer de Cuello Uterino. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.minsalud.gob.bo/images/Documentacion/redes_salud/NORMA%20NACIONAL%20REGLAS%20PROTOCOLOS%20Y%20PROCEDMIENTOS%20PARA%20LA%20DET.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gob.bo/images/Docum...

22. Ministério da Saúde do Brasil. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-...

23. Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Cadernos de Atenção Básica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...

24. Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2 ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.in...

25. Ministerio de Salud de Chile. Plan Nacional De Cáncer 2018-2028. Santiago: Ministerio de Salud; 2018. Disponível em: https://www.minsal.cl/wp-content/uploads/2019/01/2019.01.23_PLAN-NACIONAL-DE-CANCER_web.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsal.cl/wp-content/uploads...

26. Ministerio Salud y Protección Social. Plan decenal control del cáncer en Colombia 2012-2021. Bogotá: Instituto Nacional Cancerología; 2012 Disponível em: https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Lists/BibliotecaDigital/RIDE/IA/INCA/plan-nacional-control-cancer-2012-2020.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Li...

27. Ministerio de Salud y Protección Social. Norma técnica para la detección temprana del cáncer de cuello uterino y guía de atención de lesiones preneoplásicas de cuello uterino. Bogotá: Ministerio de Salud y Protección Social. Disponível em: https://www.policia.gov.co/sites/default/files/16-DETCANCERCUELLO.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.policia.gov.co/sites/default...

28. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Plan Nacional de Salud Sexual y Salud Reproductiva 2017-2021. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://ecuador.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/PLAN%20NACIONAL%20DE%20SS%20Y%20SR%202017-2021.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://ecuador.unfpa.org/sites/default/...

29. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Estrategia nacional para la atención integral del cáncer en el Ecuador. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/ar...

30. Ministerio de Salud Pública y Bienestar Social. Manual nacional de normas y procedimientos para la prevención y el control del cáncer de cuello uterino. Asunción: OPS; 2010. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/10100/Cancer%20Cuello%20Uterino.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...

31. Ministerio de Salud del Perú. Guía de práctica clínica para la prevención y manejo del cáncer de cuello uterino. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146...

32. Ministerio de Salud del Perú. Plan nacional de prevención y control de cáncer de cuello uterino 2017-2021. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/informes-publicaciones/280845-plan-nacional-para-la-prevencion-y-control-de-cancer-de-cuello-uterino-2017-2021-r-m-n-440-2017-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/inf...

33. Ministerio de Salud del Perú. Plan Nacional de cuidados integrales del Cáncer 2020-2024. Lima: Ministerio de Salud; 2020. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/normas-legales/1377378-1003-2020-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/nor...

34. Ministerio de Salud Pública. Guía de práctica clínica de tamizaje de cáncer de cuello de útero. Montevidéu: Ministerio de Salud Pública; 2014. Disponível em: https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploads/2015/07/2014-Gu%C3%ADa-Cl%C3%ADnica-Tamizaje-C%C3%A1ncer-de-Cuello-Uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploa...

35. Ministerio de Salud Pública. Plan nacional de prevención integral de cáncer de cuello uterino 2012-2015. Montevideo: Ministerio de Salud Pública; 2012. Disponível em: https://www.gub.uy/ministerio-salud-publica/sites/ministerio-salud-publica/files/documentos/publicaciones/Explicativo%20de%20difusion%20sobre%20PAP-HPV%20para%20Docentes.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gub.uy/ministerio-salud-publ...
-3636. Ministerio del Poder Popular para la Salud. Caracas: Ministerio del Poder Popular para la Salud; 2022. Disponível em: http://www.mpps.gob.ve/. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://www.mpps.gob.ve/...
). A tabela 1 apresenta a síntese das ações de controle do CCU na APS descritas em documentos institucionais dos países de interesse e o mapeamento dos modelos de organização da APS.

Dos 10 países analisados, Bolívia (2020. Ministerio de Salud y Deportes. Plan Nacional De Prevención Control Y Seguimiento De Cáncer De Cuello Uterino 2009-2015. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.iccp-portal.org/system/files/plans/plan_cancer_cuello_uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022
https://www.iccp-portal.org/system/files...
, 2121. Ministerio de Salud y Deportes. Norma Nacional, Reglas, Protocolos y Procedimientos para la Detección y Control del Cáncer de Cuello Uterino. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.minsalud.gob.bo/images/Documentacion/redes_salud/NORMA%20NACIONAL%20REGLAS%20PROTOCOLOS%20Y%20PROCEDMIENTOS%20PARA%20LA%20DET.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gob.bo/images/Docum...
), Brasil (2222. Ministério da Saúde do Brasil. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-...

23. Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Cadernos de Atenção Básica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
-2424. Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2 ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.in...
), Chile (2525. Ministerio de Salud de Chile. Plan Nacional De Cáncer 2018-2028. Santiago: Ministerio de Salud; 2018. Disponível em: https://www.minsal.cl/wp-content/uploads/2019/01/2019.01.23_PLAN-NACIONAL-DE-CANCER_web.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsal.cl/wp-content/uploads...
) e Peru (3131. Ministerio de Salud del Perú. Guía de práctica clínica para la prevención y manejo del cáncer de cuello uterino. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146...

32. Ministerio de Salud del Perú. Plan nacional de prevención y control de cáncer de cuello uterino 2017-2021. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/informes-publicaciones/280845-plan-nacional-para-la-prevencion-y-control-de-cancer-de-cuello-uterino-2017-2021-r-m-n-440-2017-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/inf...
-3333. Ministerio de Salud del Perú. Plan Nacional de cuidados integrales del Cáncer 2020-2024. Lima: Ministerio de Salud; 2020. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/normas-legales/1377378-1003-2020-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/nor...
) possuíam estratégias específicas de controle do CCU na APS. Argentina (1616. Ministerio de Salud de Argentina. Programa Nacional de Prevención de Cáncer Cervicouterino. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/salud/instituto-nacional-del-cancer/institucional/pnpcc#:~:text=El%20PNPCC%20forma%20parte%20de,PAP%20o%20test%20de%20VPH). Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.argentina.gob.ar/salud/insti...

17. Ministerio de Salud de Argentina. Recomendaciones para el tamizaje, seguimiento y tratamiento de mujeres para la prevención del cáncer cervico-uterino en el marco de la incorporación de la prueba de VPH. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2015. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/recomendaciones-para-el-tamizaje-seguimiento-y-tratamiento-de-mujeres-para-la-prevencion. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bancos.salud.gob.ar/recurso/reco...

18. Organización Panamericana de la Salud. Proyecto para el mejoramiento del Programa Nacional de Prevención de Cáncer de Cuello Uterino en Argentina. Buenos Aires: OPS; 2008. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/6236. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/handle/10665.2/623...
-1919. Ministerio de Salud de Argentina. Plan Nacional de Control de Cáncer 2018-2022. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2018. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan-nacional-de-control-de-cancer-2018-2022. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan...
), Equador (2828. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Plan Nacional de Salud Sexual y Salud Reproductiva 2017-2021. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://ecuador.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/PLAN%20NACIONAL%20DE%20SS%20Y%20SR%202017-2021.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://ecuador.unfpa.org/sites/default/...
, 2929. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Estrategia nacional para la atención integral del cáncer en el Ecuador. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/ar...
) e Paraguai (3030. Ministerio de Salud Pública y Bienestar Social. Manual nacional de normas y procedimientos para la prevención y el control del cáncer de cuello uterino. Asunción: OPS; 2010. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/10100/Cancer%20Cuello%20Uterino.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...
) apenas faziam menção à APS no controle do CCU, mas sem detalhamento das ações previstas. Os documentos da Colômbia (2626. Ministerio Salud y Protección Social. Plan decenal control del cáncer en Colombia 2012-2021. Bogotá: Instituto Nacional Cancerología; 2012 Disponível em: https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Lists/BibliotecaDigital/RIDE/IA/INCA/plan-nacional-control-cancer-2012-2020.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Li...
, 2727. Ministerio de Salud y Protección Social. Norma técnica para la detección temprana del cáncer de cuello uterino y guía de atención de lesiones preneoplásicas de cuello uterino. Bogotá: Ministerio de Salud y Protección Social. Disponível em: https://www.policia.gov.co/sites/default/files/16-DETCANCERCUELLO.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.policia.gov.co/sites/default...
) e do Uruguai (3434. Ministerio de Salud Pública. Guía de práctica clínica de tamizaje de cáncer de cuello de útero. Montevidéu: Ministerio de Salud Pública; 2014. Disponível em: https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploads/2015/07/2014-Gu%C3%ADa-Cl%C3%ADnica-Tamizaje-C%C3%A1ncer-de-Cuello-Uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploa...
, 3535. Ministerio de Salud Pública. Plan nacional de prevención integral de cáncer de cuello uterino 2012-2015. Montevideo: Ministerio de Salud Pública; 2012. Disponível em: https://www.gub.uy/ministerio-salud-publica/sites/ministerio-salud-publica/files/documentos/publicaciones/Explicativo%20de%20difusion%20sobre%20PAP-HPV%20para%20Docentes.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gub.uy/ministerio-salud-publ...
) não delineavam ações específicas no contexto da APS. Para a Venezuela (3636. Ministerio del Poder Popular para la Salud. Caracas: Ministerio del Poder Popular para la Salud; 2022. Disponível em: http://www.mpps.gob.ve/. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://www.mpps.gob.ve/...
), não foram localizados documentos específicos referentes ao tema.

TABELA 1.
Modelos de atenção primária à saúde e ações para controle do câncer do colo do útero na atenção primária em países selecionados da América do Sula

Em síntese, todos os países conviviam com taxas elevadas de morbimortalidade por CCU (figura 1), e predominava o rastreamento oportunístico nas ações de APS. Além disso, todos os países adotaram uma concepção abrangente da APS, ou seja: enquadravam a APS como “atenção essencial em saúde com base em métodos práticos, cientificamente sólidos e socialmente aceitáveis, bem como tecnologia disponibilizada universalmente a indivíduos e famílias na comunidade por meio de sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país podem manter”, sendo o primeiro nível de contato com indivíduos, a família e a comunidade, trazendo os cuidados de saúde o mais próximo possível de onde as pessoas vivem e trabalham, e constituindo o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção em saúde (66. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Ren...
). Entretanto, o processo de implementação da APS encontrava-se em estágios muito heterogêneos nos diferentes países e, comumente, predominavam a focalização e a seletividade (isto é, apenas um número limitado de serviços estava disponível na APS) (tabela 1). Assim, embora os documentos disponíveis tenham sido insuficientes para realizar um delineamento apurado acerca das ações de controle do CCU via APS, sinalizaram intenções e estratégias para diagnóstico precoce e acompanhamento longitudinal dos casos suspeitos e confirmados, preferencialmente na rede pública.

A revisão sistemática identificou 941 artigos. Após a leitura dos títulos e resumos, foram excluídas 40 duplicatas e 689 publicações que não tratavam da temática central. Os 212 artigos restantes foram lidos na íntegra e de forma independente por dois pesquisadores (RSC e HLPCS). As discordâncias foram resolvidas por um terceiro revisor (AMS). Ao final, 187 artigos foram excluídos por tratarem do tema apenas em serviços privados ou fora do escopo central da revisão. Foram selecionados 25 artigos (3737. Albuquerque CLF, Costa MP, Nunes FM, Freitas RWJF, Azevedo PRM, Fernandes JV, et al. Knowledge, attitudes and practices regarding the Pap test among women in northeastern Brazil. Sao Paulo Med J. 2014;132(1):3–9. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1321551
https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1...

38. Alves SAV, Souza AS, Weller M, Batiston AP. Differential Impact of Education Level, Occupation and Marital Status on Performance of the Papanicolaou Test among Women from Various Regions in Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2019; 20(4):1037–44. https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4...

39. Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...

40. Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
http://www.biomedcentral.com/1472-6963/1...

41. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...

42. Costa RFA, Longatto-Filho A, Vazquez FL, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JHTG. Trend analysis of the quality indicators for the Brazilian cervical cancer screening programme by region and state from 2006 to 2013. BMC Cancer. 2018;18(126). https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-9
https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-...

43. Costa RFA, Longatto-Filho A, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JH. Historical analysis of the Brazilian Cervical Cancer Screening Program from 2006 to 2013: a time for reflection. Plos One. 2015;10(9):e0138945. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0138945
https://doi.org/10.1371/journal.pone.013...

44. Hunt B, Fregnani JHTG, Schwarz RA, Pantano N, Tesoni S, Possati-Resende JC, et al. Diagnosing cervical neoplasia in rural Brazil using a mobile van equipped with in vivo microscopy: a cluster-randomized community trial. Cancer Prev Res (Phila). 2018;11(6):359–70. https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-17-0265
https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-1...

45. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...

46. Martins LFL, Valente JG, Thuler LCS. Factors related to inadequate cervical cancer screening in two Brazilian state capitals. Rev Saude Publica. 2009;43(2):318–25. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200900...

47. Mauad EC, Nicolau SM, Moreira LF, Haikel Jr R, Longatto-Filho A, Baracat EC. Adherence to cervical and breast cancer programs is crucial to improving screening performance. Rural Remote Health. 2009;9(3):1241. https://doi.org/10.22605/RRH1241
https://doi.org/10.22605/RRH1241...

48. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...

49. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...

50. Ribeiro CM, Dias MBK, Pla MAS, Correa FM, Russomano FB, Tomazelli JG. Parâmetros para a programação de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero no Brasil. Cad Saude Publica. 2019;35(6):e00183118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00183118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0018311...

51. Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
https://doi.org/10.1590/S0034-7167201000...

52. Stormo AR, Moura L, Saraiya M. Cervical cancer-related knowledge, attitudes, and practices of health professionals working in Brazil’s network of primary care units. Oncologist. 2014;19(4):375–82. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318.
https://doi.org/10.1634/theoncologist.20...

53. Vale DB, Menin TL, Bragança JF, Teixeira JC, Cavalcante LA, Zeferino LC. Estimating the public health impact of a national guideline on cervical cancer screening: an audit study of a program in Campinas, Brazil. BMC Public Health. 2019;19(1492). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-...

54. Brito-Silva K, Bezerra AFB, Chaves LDP, Tanaka OY. Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso. Rev Saude Publica. 2014;48(2):240–8. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004852
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.20140...

55. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...

56. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...

57. Martelli J, Van Wyngard V, Lagos M, Barriga MI, Illanes KP, Readi CF. Detección precoz del cáncer cervicouterino en Chile: tiempo para el cambio. Rev Med Chil. 2014;142:1047–55. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014000800012
http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014...

58. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...

59. Ponce M. Prevention of cervical and breast cancer in health services and non-governmental organizations in the city of Buenos Aires. Salud Colect. 2013;9(2):215–33. http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013...

60. Sardi A, Orozco-Urdaneta M, Velez-Mejia C, Perez-Bustos AH, Munoz-Zuluaga C, El-Sharkawy F, et al. Overcoming barriers in the implementation of programs for breast and cervical cancers in Cali, Colombia: a pilot model. J Glob Oncol. 2019;(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054...
-6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.), que compuseram o corpus final desta revisão (tabela 2). Os processos de seleção e exclusão estão descritos na figura 2.

Houve predominância de artigos brasileiros e de natureza quantitativa. Nas bases utilizadas e no período proposto, não foram localizadas publicações de Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela (tabela 3).

Os principais achados dos estudos mostram que o CCU é um problema persistente em todos os países (3737. Albuquerque CLF, Costa MP, Nunes FM, Freitas RWJF, Azevedo PRM, Fernandes JV, et al. Knowledge, attitudes and practices regarding the Pap test among women in northeastern Brazil. Sao Paulo Med J. 2014;132(1):3–9. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1321551
https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1...

38. Alves SAV, Souza AS, Weller M, Batiston AP. Differential Impact of Education Level, Occupation and Marital Status on Performance of the Papanicolaou Test among Women from Various Regions in Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2019; 20(4):1037–44. https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4...

39. Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...

40. Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
http://www.biomedcentral.com/1472-6963/1...

41. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...

42. Costa RFA, Longatto-Filho A, Vazquez FL, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JHTG. Trend analysis of the quality indicators for the Brazilian cervical cancer screening programme by region and state from 2006 to 2013. BMC Cancer. 2018;18(126). https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-9
https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-...

43. Costa RFA, Longatto-Filho A, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JH. Historical analysis of the Brazilian Cervical Cancer Screening Program from 2006 to 2013: a time for reflection. Plos One. 2015;10(9):e0138945. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0138945
https://doi.org/10.1371/journal.pone.013...

44. Hunt B, Fregnani JHTG, Schwarz RA, Pantano N, Tesoni S, Possati-Resende JC, et al. Diagnosing cervical neoplasia in rural Brazil using a mobile van equipped with in vivo microscopy: a cluster-randomized community trial. Cancer Prev Res (Phila). 2018;11(6):359–70. https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-17-0265
https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-1...

45. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...

46. Martins LFL, Valente JG, Thuler LCS. Factors related to inadequate cervical cancer screening in two Brazilian state capitals. Rev Saude Publica. 2009;43(2):318–25. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200900...

47. Mauad EC, Nicolau SM, Moreira LF, Haikel Jr R, Longatto-Filho A, Baracat EC. Adherence to cervical and breast cancer programs is crucial to improving screening performance. Rural Remote Health. 2009;9(3):1241. https://doi.org/10.22605/RRH1241
https://doi.org/10.22605/RRH1241...

48. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...

49. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...

50. Ribeiro CM, Dias MBK, Pla MAS, Correa FM, Russomano FB, Tomazelli JG. Parâmetros para a programação de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero no Brasil. Cad Saude Publica. 2019;35(6):e00183118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00183118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0018311...

51. Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
https://doi.org/10.1590/S0034-7167201000...

52. Stormo AR, Moura L, Saraiya M. Cervical cancer-related knowledge, attitudes, and practices of health professionals working in Brazil’s network of primary care units. Oncologist. 2014;19(4):375–82. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318.
https://doi.org/10.1634/theoncologist.20...

53. Vale DB, Menin TL, Bragança JF, Teixeira JC, Cavalcante LA, Zeferino LC. Estimating the public health impact of a national guideline on cervical cancer screening: an audit study of a program in Campinas, Brazil. BMC Public Health. 2019;19(1492). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-...

54. Brito-Silva K, Bezerra AFB, Chaves LDP, Tanaka OY. Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso. Rev Saude Publica. 2014;48(2):240–8. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004852
https://doi.org/10.1590/S0034-8910.20140...

55. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...

56. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...

57. Martelli J, Van Wyngard V, Lagos M, Barriga MI, Illanes KP, Readi CF. Detección precoz del cáncer cervicouterino en Chile: tiempo para el cambio. Rev Med Chil. 2014;142:1047–55. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014000800012
http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014...

58. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...

59. Ponce M. Prevention of cervical and breast cancer in health services and non-governmental organizations in the city of Buenos Aires. Salud Colect. 2013;9(2):215–33. http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013...

60. Sardi A, Orozco-Urdaneta M, Velez-Mejia C, Perez-Bustos AH, Munoz-Zuluaga C, El-Sharkawy F, et al. Overcoming barriers in the implementation of programs for breast and cervical cancers in Cali, Colombia: a pilot model. J Glob Oncol. 2019;(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054...
-6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.) e destacam pior acesso ao rastreamento para mulheres de regiões rurais, remotas e povos tradicionais (3838. Alves SAV, Souza AS, Weller M, Batiston AP. Differential Impact of Education Level, Occupation and Marital Status on Performance of the Papanicolaou Test among Women from Various Regions in Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2019; 20(4):1037–44. https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4...
, 3939. Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
, 4141. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...
, 4545. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...
, 4848. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...
, 5151. Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
https://doi.org/10.1590/S0034-7167201000...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...

56. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...

57. Martelli J, Van Wyngard V, Lagos M, Barriga MI, Illanes KP, Readi CF. Detección precoz del cáncer cervicouterino en Chile: tiempo para el cambio. Rev Med Chil. 2014;142:1047–55. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014000800012
http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014...
-5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
). Outrossim, fatores relacionados a escolaridade (3838. Alves SAV, Souza AS, Weller M, Batiston AP. Differential Impact of Education Level, Occupation and Marital Status on Performance of the Papanicolaou Test among Women from Various Regions in Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2019; 20(4):1037–44. https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4...
, 4545. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...
, 4646. Martins LFL, Valente JG, Thuler LCS. Factors related to inadequate cervical cancer screening in two Brazilian state capitals. Rev Saude Publica. 2009;43(2):318–25. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200900...
, 4848. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...
, 4949. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...
) e medo/vergonha/tabus (4141. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...
, 4545. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...
, 4949. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
) influenciaram a adesão ao rastreamento na APS. A indisponibilidade de serviços de APS perto de residências ou comunidades (4141. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...
, 4848. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
) foi uma importante barreira para o rastreamento do CCU. Obstáculos para continuidade assistencial também levaram a menor adesão ao tratamento e maior perda de oportunidades de cuidado (4040. Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
http://www.biomedcentral.com/1472-6963/1...
, 4444. Hunt B, Fregnani JHTG, Schwarz RA, Pantano N, Tesoni S, Possati-Resende JC, et al. Diagnosing cervical neoplasia in rural Brazil using a mobile van equipped with in vivo microscopy: a cluster-randomized community trial. Cancer Prev Res (Phila). 2018;11(6):359–70. https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-17-0265
https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-1...
, 5050. Ribeiro CM, Dias MBK, Pla MAS, Correa FM, Russomano FB, Tomazelli JG. Parâmetros para a programação de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero no Brasil. Cad Saude Publica. 2019;35(6):e00183118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00183118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0018311...
, 54-5656. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
, 5959. Ponce M. Prevention of cervical and breast cancer in health services and non-governmental organizations in the city of Buenos Aires. Salud Colect. 2013;9(2):215–33. http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013...
, 6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.). Estudos que avaliaram o rastreamento realizado na APS (3939. Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
, 4646. Martins LFL, Valente JG, Thuler LCS. Factors related to inadequate cervical cancer screening in two Brazilian state capitals. Rev Saude Publica. 2009;43(2):318–25. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200900...
, 5353. Vale DB, Menin TL, Bragança JF, Teixeira JC, Cavalcante LA, Zeferino LC. Estimating the public health impact of a national guideline on cervical cancer screening: an audit study of a program in Campinas, Brazil. BMC Public Health. 2019;19(1492). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-...
) destacaram que os investimentos em políticas de transferência de renda (3939. Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
) e educação comunitária (6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.) aumentam as chances de acesso ao Papanicolaou, enquanto a formação em serviço para profissionais da APS e especialistas reduz as falhas no rastreamento e diagnóstico (4242. Costa RFA, Longatto-Filho A, Vazquez FL, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JHTG. Trend analysis of the quality indicators for the Brazilian cervical cancer screening programme by region and state from 2006 to 2013. BMC Cancer. 2018;18(126). https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-9
https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-...
, 4343. Costa RFA, Longatto-Filho A, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JH. Historical analysis of the Brazilian Cervical Cancer Screening Program from 2006 to 2013: a time for reflection. Plos One. 2015;10(9):e0138945. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0138945
https://doi.org/10.1371/journal.pone.013...
, 5151. Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
https://doi.org/10.1590/S0034-7167201000...

52. Stormo AR, Moura L, Saraiya M. Cervical cancer-related knowledge, attitudes, and practices of health professionals working in Brazil’s network of primary care units. Oncologist. 2014;19(4):375–82. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318.
https://doi.org/10.1634/theoncologist.20...
-5353. Vale DB, Menin TL, Bragança JF, Teixeira JC, Cavalcante LA, Zeferino LC. Estimating the public health impact of a national guideline on cervical cancer screening: an audit study of a program in Campinas, Brazil. BMC Public Health. 2019;19(1492). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
, 6060. Sardi A, Orozco-Urdaneta M, Velez-Mejia C, Perez-Bustos AH, Munoz-Zuluaga C, El-Sharkawy F, et al. Overcoming barriers in the implementation of programs for breast and cervical cancers in Cali, Colombia: a pilot model. J Glob Oncol. 2019;(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054...
).

FIGURA 1.
Características dos sistemas de saúde e ações para o controle do câncer do colo do útero em países da América do Sulaa CCU = câncer de colo uterino.

Além disso, o déficit na produção de procedimentos relacionados à investigação diagnóstica e ao tratamento de lesões precursoras do CCU compromete os resultados das ações ainda oportunísticas de rastreamento (4040. Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
http://www.biomedcentral.com/1472-6963/1...
, 5050. Ribeiro CM, Dias MBK, Pla MAS, Correa FM, Russomano FB, Tomazelli JG. Parâmetros para a programação de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero no Brasil. Cad Saude Publica. 2019;35(6):e00183118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00183118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0018311...
). Por sua vez, a utilização de unidade móvel, em zonas rurais, com equipamentos para diagnóstico de lesões suspeitas, melhorou o acesso e aumentou a resolubilidade da APS (4444. Hunt B, Fregnani JHTG, Schwarz RA, Pantano N, Tesoni S, Possati-Resende JC, et al. Diagnosing cervical neoplasia in rural Brazil using a mobile van equipped with in vivo microscopy: a cluster-randomized community trial. Cancer Prev Res (Phila). 2018;11(6):359–70. https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-17-0265
https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-1...
). Os agentes comunitários de saúde (ACS) desempenhavam um papel fundamental na melhoria da comunicação relacionada ao CCU, muito embora não se sentissem suficientemente preparados para conversar com as mulheres sobre CCU (4747. Mauad EC, Nicolau SM, Moreira LF, Haikel Jr R, Longatto-Filho A, Baracat EC. Adherence to cervical and breast cancer programs is crucial to improving screening performance. Rural Remote Health. 2009;9(3):1241. https://doi.org/10.22605/RRH1241
https://doi.org/10.22605/RRH1241...
, 4949. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...
, 5252. Stormo AR, Moura L, Saraiya M. Cervical cancer-related knowledge, attitudes, and practices of health professionals working in Brazil’s network of primary care units. Oncologist. 2014;19(4):375–82. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318.
https://doi.org/10.1634/theoncologist.20...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
, 5656. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...
). Para ampliar a adesão ao rastreamento, houve formação de líderes comunitários para apoio às mulheres em suas localidades (6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.).

TABELA 2.
Pontuação e percentual de qualidade dos artigos a partir dos critérios do STROBE e CoReQa

Destacou-se, também, o protagonismo de enfermeiros na realização do Papanicolaou (5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
). A adesão ao rastreamento associou-se, ainda, ao conhecimento da mulher em relação ao exame (3737. Albuquerque CLF, Costa MP, Nunes FM, Freitas RWJF, Azevedo PRM, Fernandes JV, et al. Knowledge, attitudes and practices regarding the Pap test among women in northeastern Brazil. Sao Paulo Med J. 2014;132(1):3–9. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1321551
https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.). A visita domiciliar foi a principal estratégia de recrutamento para realizar o Papanicolaou e o principal método de busca das mulheres que não retornavam para receber/discutir o resultado do teste (5151. Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
https://doi.org/10.1590/S0034-7167201000...
, 5252. Stormo AR, Moura L, Saraiya M. Cervical cancer-related knowledge, attitudes, and practices of health professionals working in Brazil’s network of primary care units. Oncologist. 2014;19(4):375–82. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318.
https://doi.org/10.1634/theoncologist.20...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
, 5656. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...
). Por fim, não foi identificado nenhum país sul-americano com programa de rastreamento organizado com cobertura de 100% da população de interesse.

DISCUSSÃO

As altas taxas de incidência e mortalidade pelo CCU demonstram a magnitude dos desafios impostos aos países da América do Sul (6262. Pilleron S, Cabasag CJ, Ferlay J, Bray F, Luciani S, Almonte M, et al. Cervical cancer burden in Latin America and the Caribbean: where are we? Int J Cancer. 2020;147(6):1638–48. http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956
http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956...
) e, especialmente, aos sistemas de serviços de saúde para eliminação do CCU na região (44. Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07....
). Apesar dos avanços na proposição de ações para controle do CCU na APS em países sul-americanos (1616. Ministerio de Salud de Argentina. Programa Nacional de Prevención de Cáncer Cervicouterino. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/salud/instituto-nacional-del-cancer/institucional/pnpcc#:~:text=El%20PNPCC%20forma%20parte%20de,PAP%20o%20test%20de%20VPH). Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.argentina.gob.ar/salud/insti...

17. Ministerio de Salud de Argentina. Recomendaciones para el tamizaje, seguimiento y tratamiento de mujeres para la prevención del cáncer cervico-uterino en el marco de la incorporación de la prueba de VPH. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2015. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/recomendaciones-para-el-tamizaje-seguimiento-y-tratamiento-de-mujeres-para-la-prevencion. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bancos.salud.gob.ar/recurso/reco...

18. Organización Panamericana de la Salud. Proyecto para el mejoramiento del Programa Nacional de Prevención de Cáncer de Cuello Uterino en Argentina. Buenos Aires: OPS; 2008. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/6236. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/handle/10665.2/623...

19. Ministerio de Salud de Argentina. Plan Nacional de Control de Cáncer 2018-2022. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2018. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan-nacional-de-control-de-cancer-2018-2022. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan...

20. Ministerio de Salud y Deportes. Plan Nacional De Prevención Control Y Seguimiento De Cáncer De Cuello Uterino 2009-2015. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.iccp-portal.org/system/files/plans/plan_cancer_cuello_uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022
https://www.iccp-portal.org/system/files...

21. Ministerio de Salud y Deportes. Norma Nacional, Reglas, Protocolos y Procedimientos para la Detección y Control del Cáncer de Cuello Uterino. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.minsalud.gob.bo/images/Documentacion/redes_salud/NORMA%20NACIONAL%20REGLAS%20PROTOCOLOS%20Y%20PROCEDMIENTOS%20PARA%20LA%20DET.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gob.bo/images/Docum...

22. Ministério da Saúde do Brasil. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-...

23. Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Cadernos de Atenção Básica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...

24. Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2 ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.in...

25. Ministerio de Salud de Chile. Plan Nacional De Cáncer 2018-2028. Santiago: Ministerio de Salud; 2018. Disponível em: https://www.minsal.cl/wp-content/uploads/2019/01/2019.01.23_PLAN-NACIONAL-DE-CANCER_web.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsal.cl/wp-content/uploads...

26. Ministerio Salud y Protección Social. Plan decenal control del cáncer en Colombia 2012-2021. Bogotá: Instituto Nacional Cancerología; 2012 Disponível em: https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Lists/BibliotecaDigital/RIDE/IA/INCA/plan-nacional-control-cancer-2012-2020.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Li...

27. Ministerio de Salud y Protección Social. Norma técnica para la detección temprana del cáncer de cuello uterino y guía de atención de lesiones preneoplásicas de cuello uterino. Bogotá: Ministerio de Salud y Protección Social. Disponível em: https://www.policia.gov.co/sites/default/files/16-DETCANCERCUELLO.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.policia.gov.co/sites/default...

28. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Plan Nacional de Salud Sexual y Salud Reproductiva 2017-2021. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://ecuador.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/PLAN%20NACIONAL%20DE%20SS%20Y%20SR%202017-2021.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://ecuador.unfpa.org/sites/default/...

29. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Estrategia nacional para la atención integral del cáncer en el Ecuador. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/ar...

30. Ministerio de Salud Pública y Bienestar Social. Manual nacional de normas y procedimientos para la prevención y el control del cáncer de cuello uterino. Asunción: OPS; 2010. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/10100/Cancer%20Cuello%20Uterino.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...

31. Ministerio de Salud del Perú. Guía de práctica clínica para la prevención y manejo del cáncer de cuello uterino. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146...

32. Ministerio de Salud del Perú. Plan nacional de prevención y control de cáncer de cuello uterino 2017-2021. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/informes-publicaciones/280845-plan-nacional-para-la-prevencion-y-control-de-cancer-de-cuello-uterino-2017-2021-r-m-n-440-2017-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/inf...

33. Ministerio de Salud del Perú. Plan Nacional de cuidados integrales del Cáncer 2020-2024. Lima: Ministerio de Salud; 2020. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/normas-legales/1377378-1003-2020-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/nor...

34. Ministerio de Salud Pública. Guía de práctica clínica de tamizaje de cáncer de cuello de útero. Montevidéu: Ministerio de Salud Pública; 2014. Disponível em: https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploads/2015/07/2014-Gu%C3%ADa-Cl%C3%ADnica-Tamizaje-C%C3%A1ncer-de-Cuello-Uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploa...
-3535. Ministerio de Salud Pública. Plan nacional de prevención integral de cáncer de cuello uterino 2012-2015. Montevideo: Ministerio de Salud Pública; 2012. Disponível em: https://www.gub.uy/ministerio-salud-publica/sites/ministerio-salud-publica/files/documentos/publicaciones/Explicativo%20de%20difusion%20sobre%20PAP-HPV%20para%20Docentes.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gub.uy/ministerio-salud-publ...
), as iniquidades de acesso (5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
) e a fragmentação/segmentação dos sistemas de saúde (66. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Ren...
, 1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
) dificultam o progresso e tornam-se uma barreira à eliminação do CCU como proposta pela OMS (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...
).

No Brasil (2222. Ministério da Saúde do Brasil. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-...

23. Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Cadernos de Atenção Básica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
-2424. Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2 ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.in...
), Chile (2525. Ministerio de Salud de Chile. Plan Nacional De Cáncer 2018-2028. Santiago: Ministerio de Salud; 2018. Disponível em: https://www.minsal.cl/wp-content/uploads/2019/01/2019.01.23_PLAN-NACIONAL-DE-CANCER_web.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsal.cl/wp-content/uploads...
) e Peru (3131. Ministerio de Salud del Perú. Guía de práctica clínica para la prevención y manejo del cáncer de cuello uterino. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146...

32. Ministerio de Salud del Perú. Plan nacional de prevención y control de cáncer de cuello uterino 2017-2021. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/informes-publicaciones/280845-plan-nacional-para-la-prevencion-y-control-de-cancer-de-cuello-uterino-2017-2021-r-m-n-440-2017-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/inf...
-3333. Ministerio de Salud del Perú. Plan Nacional de cuidados integrales del Cáncer 2020-2024. Lima: Ministerio de Salud; 2020. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/normas-legales/1377378-1003-2020-minsa. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gob.pe/institucion/minsa/nor...
), evidenciam-se a função e a integração da APS com os demais pontos de atenção, com estratégias que induzem a organização das práticas para detecção precoce do CCU, tratamento em tempo oportuno e acompanhamento das mulheres diagnosticadas e em cuidados paliativos. Entretanto, o exame de Papanicolaou espontâneo (buscado pela mulher e ofertado no sistema de saúde) foi predominante em todo o continente sul-americano (6363. Lopez MS, Baker ES, Maza M, Fontes-Cintra G, Lopez A, Carvajal JM, et al. Cervical cancer prevention and treatment in Latin America. J Surg Oncol. 2017;115(5):615–8. http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544
http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544...
). De modo geral, a ausência de rastreamento organizado na região tem como efeito indesejável, de um lado, o super-rastreamento de mulheres (rastreamento de mulheres de baixo risco porque realizam espontaneamente o exame em intervalos curtos e desnecessários); e, de outro lado, a manutenção de um grupo de mulheres que nunca realizaram o Papanicolaou (4848. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
, 5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
).

Grosso modo, todos os países da região destacam ações educativas, vacinação em grupos indicados e detecção precoce do CCU e suas lesões precursoras via rastreamento (44. Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07....
). Além disso, com poucas exceções, os documentos institucionais atribuem explicitamente à APS o acompanhamento das usuárias e o encaminhamento aos serviços de referência para confirmação diagnóstica, realização do tratamento e apoio aos cuidados paliativos domiciliares. Mesmo assim, persistem diversas barreiras para o acesso ao rastreamento e à continuidade assistencial (3838. Alves SAV, Souza AS, Weller M, Batiston AP. Differential Impact of Education Level, Occupation and Marital Status on Performance of the Papanicolaou Test among Women from Various Regions in Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2019; 20(4):1037–44. https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4...
, 3939. Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
, 4141. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...
, 4545. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...
, 4646. Martins LFL, Valente JG, Thuler LCS. Factors related to inadequate cervical cancer screening in two Brazilian state capitals. Rev Saude Publica. 2009;43(2):318–25. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200900...
, 4848. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...
, 4949. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...
, 5151. Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
https://doi.org/10.1590/S0034-7167201000...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...

56. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...

57. Martelli J, Van Wyngard V, Lagos M, Barriga MI, Illanes KP, Readi CF. Detección precoz del cáncer cervicouterino en Chile: tiempo para el cambio. Rev Med Chil. 2014;142:1047–55. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014000800012
http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014...
-5858. Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)...
).

Por sua vez, não apenas na América do Sul, há mulheres que evitam os serviços de saúde (22. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...
, 33. Lemp JM, De Neve J, Bussmann H, Chen S, Manne-Goehler J, Theilmann M, et al. Lifetime Prevalence of Cervical Cancer Screening in 55 Low- and Middle-Income Countries. JAMA. 2020;324(15):1532–1542. https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244
https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244...
, 1111. Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
https://doi.org/10.3390/cancers13236082...
) e outras que conseguem acessá-los, mas recebem cuidado inadequado ou de pior qualidade, não por ausência de cobertura e/ou acesso ao rastreamento, mas por iniquidades derivadas de discriminação institucional (5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
). Ademais, mulheres de baixa renda (4848. Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
https://doi.org/10.1590/1413-81232014191...
, 5353. Vale DB, Menin TL, Bragança JF, Teixeira JC, Cavalcante LA, Zeferino LC. Estimating the public health impact of a national guideline on cervical cancer screening: an audit study of a program in Campinas, Brazil. BMC Public Health. 2019;19(1492). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-...
), grupos étnicos (1111. Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
https://doi.org/10.3390/cancers13236082...
, 4141. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...
), mulheres com deficiência (5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
) e mulheres negras (6464. Arvizo C, Mahdi H. Disparities in cervical cancer in African American women: what primary care physicians can do. Cleve Clin J Med. 2017;84(10):788–94. http://dx.doi.org/10.3949/ccjm.84a.15115
http://dx.doi.org/10.3949/ccjm.84a.15115...
), além da população bissexual, lésbica e transgênero (1313. Johnson MJ, Nemeth LS, Mueller M, Eliason MJ, Stuart GW. Qualitative study of cervical cancer screening among Lesbian and Bisexual Women and Transgender Men. Cancer Nurs. 2016;39(6):455-63. https://doi.org/10.1097/NCC.0000000000000338
https://doi.org/10.1097/NCC.000000000000...
), experimentam maiores desafios relacionados ao controle do CCU. Por consequência, as políticas públicas de saúde da mulher carecem de uma perspectiva interseccional (1111. Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
https://doi.org/10.3390/cancers13236082...
).

Vale notar que o componente da interculturalidade, por meio da articulação entre a APS e agentes da medicina tradicional, povos originários e população do campo, é um importante dispositivo na organização dos serviços, embora sua implementação seja bastante variada na Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela (1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
). Tais experiências interculturais, ainda que heterogêneas, têm potencialidade para responder mais adequadamente aos desafios de controle do CCU em populações com menor aderência ao rastreamento, sobretudo por razões simbólicas e culturais (4141. Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969.
https://doi.org/10.1177/1745506519890969...
, 4545. Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
). Tais achados convergem com experiências de desigualdade no controle do CCU em populações de diferentes continentes (1111. Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
https://doi.org/10.3390/cancers13236082...
) que afetam não apenas a qualidade do rastreamento, mas também a própria adesão ao exame.

Como ponto forte no controle do CCU em países sul-americanos como o Brasil e o Chile, que possuem APS abrangente e que disponibilizam dados sobre programas e estratégias para o controle do CCU, destaca-se a definição do papel e das ações a serem desenvolvidas na APS conforme o guia de práticas essenciais para o controle integral do CCU proposto pela OMS (1414. Organização Mundial da Saúde. Controle integral do câncer do colo do útero: guia de práticas essenciais. OMS: Genebra;2014. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/31403. Acesso em 10 de março de 2021.
https://iris.paho.org/handle/10665.2/314...
). Enquanto isso, na Venezuela, o Observatorio Venezolano de la Salud aponta a ausência de avaliação e monitoramento do Programa Nacional de Controle do Câncer citado pelo Ministério da Saúde (3636. Ministerio del Poder Popular para la Salud. Caracas: Ministerio del Poder Popular para la Salud; 2022. Disponível em: http://www.mpps.gob.ve/. Acesso em 20 de abril de 2022.
http://www.mpps.gob.ve/...
), além da carência de dados oficiais sobre as estatísticas de câncer no país, com limitadas informações epidemiológicas nacionais mais recentes.

TABELA 3.
Características e principais achados dos estudos selecionados na revisão integrativa sobre controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos

Em muitos países sul-americanos, a concepção da APS seletiva passou a predominar, marcada por uma cobertura segmentada, com importantes desigualdades no acesso (1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
). No contexto do CCU, apesar de o rastreamento ser uma ação comum a todos os planos em países com APS seletiva, o controle está fortemente comprometido devido à desarticulação entre diferentes pontos do sistema de saúde. O sistema de saúde argentino, por exemplo, é marcado pela forte segmentação entre seguro social, programas públicos específicos e pagamento a planos e serviços privados (5959. Ponce M. Prevention of cervical and breast cancer in health services and non-governmental organizations in the city of Buenos Aires. Salud Colect. 2013;9(2):215–33. http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013...
). Na Argentina, as limitações para o controle do CCU envolvem baixa cobertura, especialmente entre mulheres em vulnerabilidade socioeconômica, concentração do rastreamento em mulheres jovens de baixo risco e insuficiência de profissionais capacitados na APS para realização da busca ativa de mulheres (5959. Ponce M. Prevention of cervical and breast cancer in health services and non-governmental organizations in the city of Buenos Aires. Salud Colect. 2013;9(2):215–33. http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013...
).

Na Bolívia, mesmo tendo a maior taxa de mortalidade por CCU no continente sul-americano (6262. Pilleron S, Cabasag CJ, Ferlay J, Bray F, Luciani S, Almonte M, et al. Cervical cancer burden in Latin America and the Caribbean: where are we? Int J Cancer. 2020;147(6):1638–48. http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956
http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956...
), destaca-se a APS como responsável pela prevenção, pelo controle e pelo seguimento do CCU na região onde as mulheres vivem/residem, respeitando a diversidade cultural. Há, ainda, incentivo à formação de redes de vigilância locais com participação da comunidade na luta contra o CCU. Os documentos também orientam a busca ativa de casos positivos e mulheres que nunca realizaram o exame citológico (2020. Ministerio de Salud y Deportes. Plan Nacional De Prevención Control Y Seguimiento De Cáncer De Cuello Uterino 2009-2015. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.iccp-portal.org/system/files/plans/plan_cancer_cuello_uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022
https://www.iccp-portal.org/system/files...
, 2121. Ministerio de Salud y Deportes. Norma Nacional, Reglas, Protocolos y Procedimientos para la Detección y Control del Cáncer de Cuello Uterino. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.minsalud.gob.bo/images/Documentacion/redes_salud/NORMA%20NACIONAL%20REGLAS%20PROTOCOLOS%20Y%20PROCEDMIENTOS%20PARA%20LA%20DET.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gob.bo/images/Docum...
).

No caso do Equador, os documentos localizados (2828. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Plan Nacional de Salud Sexual y Salud Reproductiva 2017-2021. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://ecuador.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/PLAN%20NACIONAL%20DE%20SS%20Y%20SR%202017-2021.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://ecuador.unfpa.org/sites/default/...
, 2929. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Estrategia nacional para la atención integral del cáncer en el Ecuador. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/ar...
) não eram específicos para o CCU no âmbito da APS. A Estrategia Nacional para la Atención Integral del Cáncer en el Ecuador (2929. Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Estrategia nacional para la atención integral del cáncer en el Ecuador. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/ar...
) inclui, no portfólio de serviços, ações para promoção da saúde, consulta preventiva condicionada ao ciclo de vida e detecção precoce de CCU por meio do Papanicolaou como as únicas atividades previstas para serem desenvolvida pela APS.

O papel central das unidades de saúde é destacado no Paraguai (3030. Ministerio de Salud Pública y Bienestar Social. Manual nacional de normas y procedimientos para la prevención y el control del cáncer de cuello uterino. Asunción: OPS; 2010. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/10100/Cancer%20Cuello%20Uterino.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://iris.paho.org/bitstream/handle/1...
), com incentivo às ações de controle e monitoramento no contexto da APS. Contudo, o referido plano não detalha as ações específicas a serem desenvolvidas pela APS. Do mesmo modo, o sistema colombiano, apesar de dispor de um Plan Decenal para el Control del Cáncer en Colombia (2626. Ministerio Salud y Protección Social. Plan decenal control del cáncer en Colombia 2012-2021. Bogotá: Instituto Nacional Cancerología; 2012 Disponível em: https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Lists/BibliotecaDigital/RIDE/IA/INCA/plan-nacional-control-cancer-2012-2020.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Li...
), que define objetivos e ações por linha estratégica e destina uma seção específica para CCU, não explicita a APS como lócus principal do cuidado. Entre as diversas ações propostas, inclui-se a proposição de construção de estratégias relacionadas ao CCU no primeiro nível de atenção, mas não há descrição pormenorizada de ações para o controle do CCU no contexto da APS. Tais achados sinalizam a fragilidade e os desafios da APS no controle do CCU, em consonância com outros estudos (22. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...
, 77. Tomasi E, Oliveira TF, Fernandes PAA, Thumé E, Silveira DS, Siqueira FV, et al. Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na Atenção Básica à Saúde no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2015;15(2):171–80. https://doi.org/10.1590/S1519-38292015000200003
https://doi.org/10.1590/S1519-3829201500...

8. Anjos EF, Martins PC, Prado NMBL, Bezerra VM, Almeida PF, Santos AM. Quality of actions to control cervical cancer in Bahia, Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2021;22(8):2343–9. https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8.2343
https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8...
-99. Rico AM, Iriart JAB. “Tem mulher, tem preventivo”: sentidos das práticas preventivas do câncer do colo do útero entre mulheres de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(9):1763–73. https://doi.org/10.1590/0102-311X00146512
https://doi.org/10.1590/0102-311X0014651...
).

Na APS colombiana, as barreiras perpassavam a comunicação limitada ou inexistente entre os diferentes níveis de atenção (6060. Sardi A, Orozco-Urdaneta M, Velez-Mejia C, Perez-Bustos AH, Munoz-Zuluaga C, El-Sharkawy F, et al. Overcoming barriers in the implementation of programs for breast and cervical cancers in Cali, Colombia: a pilot model. J Glob Oncol. 2019;(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054...
). Um dos fatores que contribui para tal realidade é a organização segmentada do sistema de saúde, no qual os usuários que possuem o regime contributivo usufruem de pacotes mais completos, enquanto usuários do regime subsidiado possuem pacote limitado de serviços (1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
, 4040. Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
http://www.biomedcentral.com/1472-6963/1...
). No regime subsidiado, as ações e os serviços são restritos e não incluem todos os níveis de cuidado. Até 2005, por exemplo, a colposcopia e a biópsia do colo do útero não eram fornecidas a pessoas subsidiadas ou sem seguro (4040. Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
http://www.biomedcentral.com/1472-6963/1...
, 6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.). Havia, ainda, dificuldade em acessar programas de rastreamento e obter autorizações para serviços cobertos pelo plano governamental de controle do câncer (6060. Sardi A, Orozco-Urdaneta M, Velez-Mejia C, Perez-Bustos AH, Munoz-Zuluaga C, El-Sharkawy F, et al. Overcoming barriers in the implementation of programs for breast and cervical cancers in Cali, Colombia: a pilot model. J Glob Oncol. 2019;(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054...
).

FIGURA 2.
Fluxograma da seleção dos artigos para revisão integrativa sobre controle do câncer do colo do útero na atenção primária à saúde em países sul-americanos

Embora tenham sido localizados no site do Ministério de Saúde uruguaio documentos específicos para o CCU (3434. Ministerio de Salud Pública. Guía de práctica clínica de tamizaje de cáncer de cuello de útero. Montevidéu: Ministerio de Salud Pública; 2014. Disponível em: https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploads/2015/07/2014-Gu%C3%ADa-Cl%C3%ADnica-Tamizaje-C%C3%A1ncer-de-Cuello-Uterino.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploa...
, 3535. Ministerio de Salud Pública. Plan nacional de prevención integral de cáncer de cuello uterino 2012-2015. Montevideo: Ministerio de Salud Pública; 2012. Disponível em: https://www.gub.uy/ministerio-salud-publica/sites/ministerio-salud-publica/files/documentos/publicaciones/Explicativo%20de%20difusion%20sobre%20PAP-HPV%20para%20Docentes.pdf. Acesso em 20 de abril de 2022.
https://www.gub.uy/ministerio-salud-publ...
), não havia discriminação de quais ações seriam realizadas pela APS. Quanto a isso, o Uruguai não possuía um programa de prevenção forte e que abrangesse todos os níveis de prevenção do CCU, além de conviver com um programa de rastreamento com cobertura insuficiente.

Em comum, nenhum dos países possuía um programa de rastreamento organizado — um importante indicador de fragilidade do controle do CCU — independentemente do sistema de saúde local (44. Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07....
, 6262. Pilleron S, Cabasag CJ, Ferlay J, Bray F, Luciani S, Almonte M, et al. Cervical cancer burden in Latin America and the Caribbean: where are we? Int J Cancer. 2020;147(6):1638–48. http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956
http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956...
, 6363. Lopez MS, Baker ES, Maza M, Fontes-Cintra G, Lopez A, Carvajal JM, et al. Cervical cancer prevention and treatment in Latin America. J Surg Oncol. 2017;115(5):615–8. http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544
http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544...
). Um sistema de convocação e reconvocação, além de busca ativa da população de interesse para rastreamento organizado, reduz iniquidades no acesso (22. Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
https://doi.org/10.1002/ijgo.13458...
). Por outro lado, na ausência de um sistema de acompanhamento de todas as mulheres não rastreadas no período adequado, os ACS (4747. Mauad EC, Nicolau SM, Moreira LF, Haikel Jr R, Longatto-Filho A, Baracat EC. Adherence to cervical and breast cancer programs is crucial to improving screening performance. Rural Remote Health. 2009;9(3):1241. https://doi.org/10.22605/RRH1241
https://doi.org/10.22605/RRH1241...
, 4949. Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
https://doi.org/10.1590/S0102-311X201000...
, 5555. Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
https://doi.org/10.1590/0102-311X0023461...
, 5656. Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
https://doi.org/10.1590/0102-31100004119...
) e outras lideranças das localidades (6161. Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.) poderiam assumir tal demanda de vigilância territorial e apoio ao controle do CCU.

Por fim, em âmbito global, cabe mencionar, entre as estratégias para eliminação do CCU, a agenda 90-70-90 proposta pela OMS (11. Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.who.int/publications/i/item/...
), que estabelece a seguinte meta: até 2030, imunizar 90% das meninas de 15 anos em todo o mundo contra o HPV; alcançar rastreamento em 70% das mulheres por meio de um teste de alto desempenho, primeiro aos 35 e depois aos 45 anos; e tratar 90% das mulheres diagnosticadas com CCU. Os dados apresentados em nosso estudo evidenciam os desafios que os países da América do Sul enfrentarão para alcançar tais metas (44. Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07....
, 6262. Pilleron S, Cabasag CJ, Ferlay J, Bray F, Luciani S, Almonte M, et al. Cervical cancer burden in Latin America and the Caribbean: where are we? Int J Cancer. 2020;147(6):1638–48. http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956
http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956...
, 6363. Lopez MS, Baker ES, Maza M, Fontes-Cintra G, Lopez A, Carvajal JM, et al. Cervical cancer prevention and treatment in Latin America. J Surg Oncol. 2017;115(5):615–8. http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544
http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544...
) diante das barreiras e limitações peculiares da região, relacionadas diretamente com as características dos sistemas de saúde (1515. Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf. Acesso em 10 de março de 2021.
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/...
), o baixo investimento público na APS e as desigualdades sociais (66. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf. Acesso em 17 de maio de 2021.
https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Ren...
).

É importante destacar as limitações inerentes a revisões de literatura. As estratégias de busca e o período considerado para análise podem não ter captado artigos relevantes sobre a temática. Ainda, a revisão documental apresenta restrições por não ter buscado dados publicados fora dos sites oficiais de cada país da região. Ainda assim, os resultados analisados fornecem informações significativas sobre experiências que podem inspirar a formulação de estratégias mais acertadas para o controle do CCU no contexto da APS dos países sul-americanos ou, pelo menos, permitem reconhecer problemas comuns que podem ser superados diante do acúmulo de evidências internacionais.

À guisa de conclusão, as estratégias para prevenção e controle do CCU na APS nos países da América do Sul encontram obstáculos em decorrência de sistemas fragmentados e segmentação na oferta de serviços. Há, portanto, necessidade de estabelecer programas abrangentes e organizados de rastreamento do CCU, bem como de incorporar práticas de busca ativa para realização do Papanicolaou via APS. A dimensão da interculturalidade nas práticas locais e a formulação de políticas nacionais numa perspectiva interseccional são fundamentais para superar as iniquidades no controle do CCU e, finalmente, eliminar as taxas inaceitáveis de mortes evitáveis nos países sul-americanos.

Declaração.

As opiniões expressas no manuscrito são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem necessariamente a opinião ou política da RPSP/PAJPH ou da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Agradecimentos.

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela ajuda financeira a AMS por meio da bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ) (processo 311362/2021-4). Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela ajuda financeira a RSC por meio da bolsa de pesquisa (BOL0116/2020). Agradecemos, também, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – código de financiamento 001.

  • Contribuições dos autores.
    Todos os autores conceberam a ideia original e contribuíram para a análise e interpretação dos resultados. Todos os autores revisaram e aprovaram a versão final.
  • Conflitos de interesse.
    Nada declarado pelos autores.
  • Financiamento.
    A pesquisa “Integração assistencial e acesso aos serviços de saúde em regiões de saúde: câncer de colo do útero como condição traçadora para compreensão dos fluxos assistenciais”, da qual este artigo faz parte, foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (TO - SUS0030/2018).

REFERÊNCIAS

  • 1.
    Organização Mundial de Saúde. Global strategy to accelerate the elimination of cervical cancer as a public health problem. OMS: Genebra; 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107 Acesso em 17 de maio de 2021.
    » https://www.who.int/publications/i/item/9789240014107
  • 2.
    Vale DB, Teixeira JC, Bragança JF, Derchain S, Sarian LO, Zeferino LC. Elimination of cervical cancer in low- and middle-income countries: Inequality of access and fragile healthcare systems. Int J Gynaecol Obstet. 2021;152(1):7-11. https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
    » https://doi.org/10.1002/ijgo.13458
  • 3.
    Lemp JM, De Neve J, Bussmann H, Chen S, Manne-Goehler J, Theilmann M, et al. Lifetime Prevalence of Cervical Cancer Screening in 55 Low- and Middle-Income Countries. JAMA. 2020;324(15):1532–1542. https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244
    » https://doi.org/10.1001/jama.2020.16244
  • 4.
    Murillo R, Herrero R, Sierra MS, Forman D. Cervical cancer in Central and South America: Burden of disease and status of disease control. Cancer Epidemiol. 2016;44 Suppl 1:121s–130. https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
    » https://doi.org/10.1016/j.canep.2016.07.015
  • 5.
    Jansen EEL, Zielonke N, Gini A, Anttila A, Segnan N, Vokó Z, et al. Effect of organised cervical cancer screening on cervical cancer mortality in Europe: a systematic review. Eur J Cancer. 2020;127:207–23. https://doi.org/10.1016/j.ejca.2019.12.013
    » https://doi.org/10.1016/j.ejca.2019.12.013
  • 6.
    Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Renovação da atenção primária em saúde nas Américas: documento de posicionamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington: OPAS; 2007. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf Acesso em 17 de maio de 2021.
    » https://www.paho.org/bra/dmdocuments/Renovacao-Atencao-Primaria.pdf
  • 7.
    Tomasi E, Oliveira TF, Fernandes PAA, Thumé E, Silveira DS, Siqueira FV, et al. Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na Atenção Básica à Saúde no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2015;15(2):171–80. https://doi.org/10.1590/S1519-38292015000200003
    » https://doi.org/10.1590/S1519-38292015000200003
  • 8.
    Anjos EF, Martins PC, Prado NMBL, Bezerra VM, Almeida PF, Santos AM. Quality of actions to control cervical cancer in Bahia, Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2021;22(8):2343–9. https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8.2343
    » https://doi.org/10.31557/APJCP.2021.22.8.2343
  • 9.
    Rico AM, Iriart JAB. “Tem mulher, tem preventivo”: sentidos das práticas preventivas do câncer do colo do útero entre mulheres de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(9):1763–73. https://doi.org/10.1590/0102-311X00146512
    » https://doi.org/10.1590/0102-311X00146512
  • 10.
    Pimple SA, Mishra GA. Optimizing high risk HPV-based primary screening for cervical cancer in low- and middle-income countries: opportunities and challenges. Minerva Ginecol. 2019;71(5):365-371. https://doi.org/10.23736/S0026-4784.19.04468-X
    » https://doi.org/10.23736/S0026-4784.19.04468-X
  • 11.
    Brzoska P, Wahidie D, Yilmaz-Aslan Y. An intersectional perspective on the utilization of cervical cancer screening among migrants: a cross-sectional analysis of survey data from Austria. Cancers. 2021;3(23):6082. https://doi.org/10.3390/cancers13236082
    » https://doi.org/10.3390/cancers13236082
  • 12.
    Nevin PE, Garcia PJ, Blas MM, Rao D, Molina Y. Inequities in cervical cancer care in indigenous Peruvian women. Lancet Glob Health. 2019;7(5):e556–e557. https://doi.org/10.1016/S2214-109X(19)30044-0
    » https://doi.org/10.1016/S2214-109X(19)30044-0
  • 13.
    Johnson MJ, Nemeth LS, Mueller M, Eliason MJ, Stuart GW. Qualitative study of cervical cancer screening among Lesbian and Bisexual Women and Transgender Men. Cancer Nurs. 2016;39(6):455-63. https://doi.org/10.1097/NCC.0000000000000338
    » https://doi.org/10.1097/NCC.0000000000000338
  • 14.
    Organização Mundial da Saúde. Controle integral do câncer do colo do útero: guia de práticas essenciais. OMS: Genebra;2014. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/31403 Acesso em 10 de março de 2021.
    » https://iris.paho.org/handle/10665.2/31403
  • 15.
    Giovanella L, Feo O, Faria M, Tobar S, organizadores. Sistemas de salud en Suramérica: desafios para la universalidad la integralidad y la equidade. Rio de Janeiro: ISAGS; 2012. 852p. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf Acesso em 10 de março de 2021.
    » https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/816019/678763-sistemas-de-salud-en-america-del-sur.pdf
  • 16.
    Ministerio de Salud de Argentina. Programa Nacional de Prevención de Cáncer Cervicouterino. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer. Disponível em: https://www.argentina.gob.ar/salud/instituto-nacional-del-cancer/institucional/pnpcc#:~:text=El%20PNPCC%20forma%20parte%20de,PAP%20o%20test%20de%20VPH). Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.argentina.gob.ar/salud/instituto-nacional-del-cancer/institucional/pnpcc#:~:text=El%20PNPCC%20forma%20parte%20de,PAP%20o%20test%20de%20VPH
  • 17.
    Ministerio de Salud de Argentina. Recomendaciones para el tamizaje, seguimiento y tratamiento de mujeres para la prevención del cáncer cervico-uterino en el marco de la incorporación de la prueba de VPH. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2015. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/recomendaciones-para-el-tamizaje-seguimiento-y-tratamiento-de-mujeres-para-la-prevencion Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://bancos.salud.gob.ar/recurso/recomendaciones-para-el-tamizaje-seguimiento-y-tratamiento-de-mujeres-para-la-prevencion
  • 18.
    Organización Panamericana de la Salud. Proyecto para el mejoramiento del Programa Nacional de Prevención de Cáncer de Cuello Uterino en Argentina. Buenos Aires: OPS; 2008. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/6236 Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://iris.paho.org/handle/10665.2/6236
  • 19.
    Ministerio de Salud de Argentina. Plan Nacional de Control de Cáncer 2018-2022. Buenos Aires: Instituto Nacional del Cáncer; 2018. Disponível em: https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan-nacional-de-control-de-cancer-2018-2022 Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://bancos.salud.gob.ar/recurso/plan-nacional-de-control-de-cancer-2018-2022
  • 20.
    Ministerio de Salud y Deportes. Plan Nacional De Prevención Control Y Seguimiento De Cáncer De Cuello Uterino 2009-2015. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.iccp-portal.org/system/files/plans/plan_cancer_cuello_uterino.pdf Acesso em 20 de abril de 2022
    » https://www.iccp-portal.org/system/files/plans/plan_cancer_cuello_uterino.pdf
  • 21.
    Ministerio de Salud y Deportes. Norma Nacional, Reglas, Protocolos y Procedimientos para la Detección y Control del Cáncer de Cuello Uterino. La Paz: Ministerio de Salud y Deportes; 2009. Disponível em: https://www.minsalud.gob.bo/images/Documentacion/redes_salud/NORMA%20NACIONAL%20REGLAS%20PROTOCOLOS%20Y%20PROCEDMIENTOS%20PARA%20LA%20DET.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.minsalud.gob.bo/images/Documentacion/redes_salud/NORMA%20NACIONAL%20REGLAS%20PROTOCOLOS%20Y%20PROCEDMIENTOS%20PARA%20LA%20DET.pdf
  • 22.
    Ministério da Saúde do Brasil. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/ Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/
  • 23.
    Ministério da Saúde do Brasil. Cadernos de controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Cadernos de Atenção Básica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf
  • 24.
    Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2 ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf
  • 25.
    Ministerio de Salud de Chile. Plan Nacional De Cáncer 2018-2028. Santiago: Ministerio de Salud; 2018. Disponível em: https://www.minsal.cl/wp-content/uploads/2019/01/2019.01.23_PLAN-NACIONAL-DE-CANCER_web.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.minsal.cl/wp-content/uploads/2019/01/2019.01.23_PLAN-NACIONAL-DE-CANCER_web.pdf
  • 26.
    Ministerio Salud y Protección Social. Plan decenal control del cáncer en Colombia 2012-2021. Bogotá: Instituto Nacional Cancerología; 2012 Disponível em: https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Lists/BibliotecaDigital/RIDE/IA/INCA/plan-nacional-control-cancer-2012-2020.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.minsalud.gov.co/sites/rid/Lists/BibliotecaDigital/RIDE/IA/INCA/plan-nacional-control-cancer-2012-2020.pdf
  • 27.
    Ministerio de Salud y Protección Social. Norma técnica para la detección temprana del cáncer de cuello uterino y guía de atención de lesiones preneoplásicas de cuello uterino. Bogotá: Ministerio de Salud y Protección Social. Disponível em: https://www.policia.gov.co/sites/default/files/16-DETCANCERCUELLO.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.policia.gov.co/sites/default/files/16-DETCANCERCUELLO.pdf
  • 28.
    Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Plan Nacional de Salud Sexual y Salud Reproductiva 2017-2021. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://ecuador.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/PLAN%20NACIONAL%20DE%20SS%20Y%20SR%202017-2021.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://ecuador.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/PLAN%20NACIONAL%20DE%20SS%20Y%20SR%202017-2021.pdf
  • 29.
    Ministerio de Salud Pública del Ecuador. Estrategia nacional para la atención integral del cáncer en el Ecuador. Quito: Ministerio de Salud Pública; 2017. Disponível em: https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://aplicaciones.msp.gob.ec/salud/archivosdigitales/documentosDirecciones/dnn/archivos/ac_0059_2017.pdf
  • 30.
    Ministerio de Salud Pública y Bienestar Social. Manual nacional de normas y procedimientos para la prevención y el control del cáncer de cuello uterino. Asunción: OPS; 2010. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/10100/Cancer%20Cuello%20Uterino.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/10100/Cancer%20Cuello%20Uterino.pdf?sequence=1&isAllowed=y
  • 31.
    Ministerio de Salud del Perú. Guía de práctica clínica para la prevención y manejo del cáncer de cuello uterino. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » http://bvs.minsa.gob.pe/local/MINSA/4146.pdf
  • 32.
    Ministerio de Salud del Perú. Plan nacional de prevención y control de cáncer de cuello uterino 2017-2021. Lima: Ministerio de Salud; 2017. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/informes-publicaciones/280845-plan-nacional-para-la-prevencion-y-control-de-cancer-de-cuello-uterino-2017-2021-r-m-n-440-2017-minsa Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.gob.pe/institucion/minsa/informes-publicaciones/280845-plan-nacional-para-la-prevencion-y-control-de-cancer-de-cuello-uterino-2017-2021-r-m-n-440-2017-minsa
  • 33.
    Ministerio de Salud del Perú. Plan Nacional de cuidados integrales del Cáncer 2020-2024. Lima: Ministerio de Salud; 2020. Disponível em: https://www.gob.pe/institucion/minsa/normas-legales/1377378-1003-2020-minsa Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.gob.pe/institucion/minsa/normas-legales/1377378-1003-2020-minsa
  • 34.
    Ministerio de Salud Pública. Guía de práctica clínica de tamizaje de cáncer de cuello de útero. Montevidéu: Ministerio de Salud Pública; 2014. Disponível em: https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploads/2015/07/2014-Gu%C3%ADa-Cl%C3%ADnica-Tamizaje-C%C3%A1ncer-de-Cuello-Uterino.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.mysu.org.uy/wp-content/uploads/2015/07/2014-Gu%C3%ADa-Cl%C3%ADnica-Tamizaje-C%C3%A1ncer-de-Cuello-Uterino.pdf
  • 35.
    Ministerio de Salud Pública. Plan nacional de prevención integral de cáncer de cuello uterino 2012-2015. Montevideo: Ministerio de Salud Pública; 2012. Disponível em: https://www.gub.uy/ministerio-salud-publica/sites/ministerio-salud-publica/files/documentos/publicaciones/Explicativo%20de%20difusion%20sobre%20PAP-HPV%20para%20Docentes.pdf Acesso em 20 de abril de 2022.
    » https://www.gub.uy/ministerio-salud-publica/sites/ministerio-salud-publica/files/documentos/publicaciones/Explicativo%20de%20difusion%20sobre%20PAP-HPV%20para%20Docentes.pdf
  • 36.
    Ministerio del Poder Popular para la Salud. Caracas: Ministerio del Poder Popular para la Salud; 2022. Disponível em: http://www.mpps.gob.ve/ Acesso em 20 de abril de 2022.
    » http://www.mpps.gob.ve/
  • 37.
    Albuquerque CLF, Costa MP, Nunes FM, Freitas RWJF, Azevedo PRM, Fernandes JV, et al. Knowledge, attitudes and practices regarding the Pap test among women in northeastern Brazil. Sao Paulo Med J. 2014;132(1):3–9. https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1321551
    » https://doi.org/10.1590/1516-3180.2014.1321551
  • 38.
    Alves SAV, Souza AS, Weller M, Batiston AP. Differential Impact of Education Level, Occupation and Marital Status on Performance of the Papanicolaou Test among Women from Various Regions in Brazil. Asian Pac J Cancer Prev. 2019; 20(4):1037–44. https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
    » https://doi.org/10.31557/APJCP.2019.20.4.1037
  • 39.
    Barcelos MRB, Lima RCD, Tomasi E, Nunes BP, Duro SMS, Facchini LA. Quality of cervical cancer screening in Brazil: external assessment of the PMAQ. Rev Saude Publica. 2017;51(67). https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
    » https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006802
  • 40.
    Chocontá-Piraquive LA, Alvis-Guzman N, Hoz-Restrepo F. How protective is cervical cancer screening against cervical cancer mortality in developing countries? The Colombian case. BMC Health Serv Res. 2010;10(270). http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
    » http://www.biomedcentral.com/1472-6963/10/270
  • 41.
    Collins JH, Bowie D, Shannon G. A descriptive analysis of health practices, barriers to healthcare and the unmet need for cervical cancer screening in the Lower Napo River region of the Peruvian Amazon. Womens Health (Lond). 2019;15:174550651989096. https://doi.org/10.1177/1745506519890969
    » https://doi.org/10.1177/1745506519890969
  • 42.
    Costa RFA, Longatto-Filho A, Vazquez FL, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JHTG. Trend analysis of the quality indicators for the Brazilian cervical cancer screening programme by region and state from 2006 to 2013. BMC Cancer. 2018;18(126). https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-9
    » https://doi.org/10.1186/s12885-018-4047-9
  • 43.
    Costa RFA, Longatto-Filho A, Pinheiro C, Zeferino LC, Fregnani JH. Historical analysis of the Brazilian Cervical Cancer Screening Program from 2006 to 2013: a time for reflection. Plos One. 2015;10(9):e0138945. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0138945
    » https://doi.org/10.1371/journal.pone.0138945
  • 44.
    Hunt B, Fregnani JHTG, Schwarz RA, Pantano N, Tesoni S, Possati-Resende JC, et al. Diagnosing cervical neoplasia in rural Brazil using a mobile van equipped with in vivo microscopy: a cluster-randomized community trial. Cancer Prev Res (Phila). 2018;11(6):359–70. https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-17-0265
    » https://doi.org/10.1158/1940-6207.CAPR-17-0265
  • 45.
    Luque JS, Opoku S, Ferris DG, Condorhuaman WSG. Social network characteristics and cervical cancer screening among Quechua women in Andean Peru. BMC Public Health. 2016;16(181). https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
    » https://doi.org/10.1186/s12889-016-2878-3
  • 46.
    Martins LFL, Valente JG, Thuler LCS. Factors related to inadequate cervical cancer screening in two Brazilian state capitals. Rev Saude Publica. 2009;43(2):318–25. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
    » https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000200013
  • 47.
    Mauad EC, Nicolau SM, Moreira LF, Haikel Jr R, Longatto-Filho A, Baracat EC. Adherence to cervical and breast cancer programs is crucial to improving screening performance. Rural Remote Health. 2009;9(3):1241. https://doi.org/10.22605/RRH1241
    » https://doi.org/10.22605/RRH1241
  • 48.
    Oliveira MV, Guimarães MDC, França EB. Fatores associados a não realização de Papanicolau em mulheres quilombolas. Cienc Saude Colet. 2014;19(11):4535–44. https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
    » https://doi.org/10.1590/1413-812320141911.15642013
  • 49.
    Rafael RMR, Moura ATMS. Barreiras na realização da colpocitologia oncótica: um inquérito domiciliar na área de abrangência da Saúde da Família de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2010;26(5):1045–50. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
    » https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000500026
  • 50.
    Ribeiro CM, Dias MBK, Pla MAS, Correa FM, Russomano FB, Tomazelli JG. Parâmetros para a programação de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero no Brasil. Cad Saude Publica. 2019;35(6):e00183118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00183118
    » https://doi.org/10.1590/0102-311X00183118
  • 51.
    Soares MBO, Silva SR. Análise de um programa municipal de prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):177–82. https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
    » https://doi.org/10.1590/S0034-71672010000200002
  • 52.
    Stormo AR, Moura L, Saraiya M. Cervical cancer-related knowledge, attitudes, and practices of health professionals working in Brazil’s network of primary care units. Oncologist. 2014;19(4):375–82. https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318
    » https://doi.org/10.1634/theoncologist.2013-0318
  • 53.
    Vale DB, Menin TL, Bragança JF, Teixeira JC, Cavalcante LA, Zeferino LC. Estimating the public health impact of a national guideline on cervical cancer screening: an audit study of a program in Campinas, Brazil. BMC Public Health. 2019;19(1492). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
    » https://doi.org/10.1186/s12889-019-7846-2
  • 54.
    Brito-Silva K, Bezerra AFB, Chaves LDP, Tanaka OY. Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso. Rev Saude Publica. 2014;48(2):240–8. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004852
    » https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048004852
  • 55.
    Fernandes NFS, Galvão JR, Assis MMA, Almeida PF, Santos AM. Acesso ao exame citológico do colo do útero em região de saúde: mulheres invisíveis e corpos vulneráveis. Cad Saude Publica. 2019;35(10):e00234618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
    » https://doi.org/10.1590/0102-311X00234618
  • 56.
    Galvão JR, Almeida PF, Santos AM, Bousquat A. Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro. Cad Saude Publica. 2019;35(12):e00004119. https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
    » https://doi.org/10.1590/0102-31100004119
  • 57.
    Martelli J, Van Wyngard V, Lagos M, Barriga MI, Illanes KP, Readi CF. Detección precoz del cáncer cervicouterino en Chile: tiempo para el cambio. Rev Med Chil. 2014;142:1047–55. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014000800012
    » http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872014000800012
  • 58.
    Paz-Soldán VA, Bayer AM, Nussbaum L, Cabrera L. Structural barriers to screening for and treatment of cervical cancer in Peru. Reprod Health Matters. 2012;20(40):49–58. http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
    » http://dx.doi.org/10.1016/S0968-8080(12)40680-2
  • 59.
    Ponce M. Prevention of cervical and breast cancer in health services and non-governmental organizations in the city of Buenos Aires. Salud Colect. 2013;9(2):215–33. http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1851-82652013000200007
  • 60.
    Sardi A, Orozco-Urdaneta M, Velez-Mejia C, Perez-Bustos AH, Munoz-Zuluaga C, El-Sharkawy F, et al. Overcoming barriers in the implementation of programs for breast and cervical cancers in Cali, Colombia: a pilot model. J Glob Oncol. 2019;(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
    » http://dx.doi.org/10.1200/JGO.19.00054
  • 61.
    Wiesner-Ceballos C, Cendales-Duarte R, Tovar-Murillo SL. Aplicación de un modelo para el control del cáncer de cuello uterino en Soacha, Colombia. Rev Salud Publica. 2008;10(5):691–705.
  • 62.
    Pilleron S, Cabasag CJ, Ferlay J, Bray F, Luciani S, Almonte M, et al. Cervical cancer burden in Latin America and the Caribbean: where are we? Int J Cancer. 2020;147(6):1638–48. http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956
    » http://dx.doi.org/10.1002/ijc.32956
  • 63.
    Lopez MS, Baker ES, Maza M, Fontes-Cintra G, Lopez A, Carvajal JM, et al. Cervical cancer prevention and treatment in Latin America. J Surg Oncol. 2017;115(5):615–8. http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544
    » http://dx.doi.org/10.1002/jso.24544
  • 64.
    Arvizo C, Mahdi H. Disparities in cervical cancer in African American women: what primary care physicians can do. Cleve Clin J Med. 2017;84(10):788–94. http://dx.doi.org/10.3949/ccjm.84a.15115
    » http://dx.doi.org/10.3949/ccjm.84a.15115

  • a CCU = câncer de colo uterino.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Abr 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    12 Ago 2021
  • Aceito
    28 Mar 2022
Organización Panamericana de la Salud Washington - Washington - United States
E-mail: contacto_rpsp@paho.org