Estudos de avaliação do consumo alimentar segundo método dos escores: uma revisão sistemática

Raphaela Costa Ferreira Lídia Bezerra Barbosa Sandra Mary Lima Vasconcelos Sobre os autores

Resumo

O presente artigo tem como objetivo revisar de forma sistematizada a literatura relativa a estudos que utilizaram o método dos escores proposto por Fornés e colaboradores, em 2002, para avaliar o consumo alimentar e discutir o método na perspectiva de avaliação do padrão alimentar. Foi realizada busca de artigos nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Limitou-se a busca aos idiomas inglês, português e espanhol e aos artigos publicados de 2002 até 2016. Os critérios de inclusão foram: estudos que utilizaram o método dos escores proposto por Fornés et al. para avaliar o consumo alimentar. Foram encontrados 8.300 artigos na busca inicial. Após leitura de títulos, resumos e aplicação de critérios de exclusão, 14 artigos foram selecionados. Os artigos avaliaram o padrão alimentar adotando diferentes grupos e verificaram associações com variáveis antropométricas, socioeconômicas e bioquímicas. Concluiu-se que o método dos escores constitui uma ferramenta capaz de avaliar os padrões alimentares e que permite verificar associações entre variáveis antropométricas, bioquímicas, socioeconômicas e clínica com os componentes da dieta/grupo alimentar investigado aos quais o indivíduo foi exposto.

Consumo de alimentos; Humanos; Comportamento alimentar

Introdução

O padrão alimentar da população brasileira tem sofrido mudanças, caracterizadas pelo aumento da ingestão de alimentos com alta densidade energética, pobres em fibras e ricos em gordura saturada, gordura trans e açúcares simples, os quais, associados à inatividade física, ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool, têm sido identificados como preditores independentes de diversas enfermidades11. McNaughton SA, Mishra GD, Brunner EJ. Food patterns associated with blood lipids are predictive of coronary heart disease: the Whitehall II study. Br J Nutr 2009; 102(4):619-624.

2. Link LB, Canchola AJ, Bernstein L, Clarke CA, Stram DO, Ursin G, Horn-Ross PL. Dietary patterns and breast cancer risk in the California Teachers Study cohort. Am J Clin Nutr 2013; 98(6):1524-1532.

3. Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IRS, Cannons G. Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health. Evidence from Brazil. Public Health Nutr 2011; 14(1):5-13.
-44. Levy RB, Claro RM, Mondini L, Sichieri R, Monteiro C A. Regional and socioeconomic distribution of household food availability in Brazil, in 2008-2009. Rev Saude Publica 2012; 46(1):6-15..

A Organização Mundial de Saúde55. World Health Organization (WHO). Report of a Joint FAO/WHO Consultation. Preparation and Use of Food-Based Dietary Guidelines. Geneva: WHO; 1998. sugere que a avaliação do consumo alimentar das populações estaria mais bem representada pelo padrão alimentar, considerando que os indivíduos não consomem nutrientes nem alimentos isoladamente. De acordo com Northstone et al.66. Northstone K, Smith AD, Cribb VL, Emmett PM. Dietary patterns in UK adolescents obtained from a dual-source FFQ and their associations with socio-economic position, nutrient intake and modes of eating. Public Health Nutr 2014; 17(7):1476-1485., a avaliação isolada de nutrientes não traduz a natureza multifatorial da dieta humana. Nesse sentido, é crescente o interesse nessa linha de investigação sobre o consumo de grupos de alimentos considerados definidores de padrões alimentares saudáveis e não saudáveis77. Liese AD, Krebs-Smith SM, Subar AF, George SM, Harmon BE, Neuhouser ML, Boushey CJ, Schap TE, Reedy J. The Dietary Patterns Methods Project: Synthesis of Findings across Cohorts and Relevance to Dietary Guidance. J Nutr 2015; 1(2):393-402.,88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622..

Os padrões alimentares, caracterizados por um conjunto ou grupos de alimentos consumidos por uma dada população, podem ser definidos teoricamente, quando as variáveis nutricionais, como alimentos e nutrientes, são agrupados de acordo com critérios nutricionais escolhidos com precedência, ou empiricamente, quando as variáveis são reduzidas a um número menor por meio de análises estatísticas e são avaliadas posteriormente99. Newby PK, Tucker KL. Empirically derived eating patterns using factor or cluster analysis: a review. Nutr Rev 2004; 62(5):177-203..

Como alternativa, para se fazer a análise global da dieta, foi proposto por Fornés et al.1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18. o método dos escores, o qual se realiza aplicando uma pontuação para alimentos na dieta segundo categorias agrupadas com base no objetivo do estudo. De tal modo, vale salientar que nos dicionários, o termo “escore” é sinônimo de “pontuação”, “um valor que não necessita de unidade de medida”.

Quando aplicado a um grupo populacional, torna possível conhecer o padrão de consumo alimentar dos grupos de alimentos de interesse para aquele estudo e, com o escore estabelecido, por ser um valor numérico, possibilita a comparação com os desfechos também de interesse para aquela pesquisa1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452..

O método dos escores para avaliação do consumo alimentar constitui uma medida relativamente simples e que reflete um aspecto qualitativo e/ou quantitativo da dieta. No método, maiores escores significam maior consumo de determinado grupo de alimento, o que possibilita análises estatísticas de associação dos padrões de consumo com variáveis explicativas1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325..

Diante do exposto, este estudo teve como objetivo revisar a literatura acerca dos estudos que fizeram análise do consumo alimentar através do método dos escores proposto por Fornés et al.1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18. e discutir o método na perspectiva de avaliação do padrão alimentar.

Métodos

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, cuja busca de artigos partiu da pergunta pré-definida “O método dos escores é uma ferramenta utilizada para avaliar o consumo alimentar na perspectiva de identificar padrões alimentares e possibilita verificar sua associação com outras variáveis?” Para a organização da pergunta do estudo, estratégia de pesquisa e dos critérios de seleção utilizou-se uma versão ampliada do modelo “População, Intervenção, Comparação, Desfecho” (Population, Intervention, Comparison, Outcome- PICO)1313. Centre for Reviews and Dissemination. Systematic reviews: CRD’s guidance for undertaking reviews in health care. York. 2008 [cited 2016 Ago 01]. Available from: https://www.york.ac.uk/media/crd/Systematic_Reviews.pdf
https://www.york.ac.uk/media/crd/Systema...
: o modelo PICOCS, que também considera o “Contexto” (Context) e o “Delineamento do estudo” (Study design).

Estratégia de busca

A identificação dos artigos de interesse foi realizada em abril de 2016 em 3 base de dados eletrônicas: Medical Literature Library of Medicine (Medline), via PubMed; Scientific Electronic Library (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe (Lilacs), via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com seleção dos estudos publicados a partir do ano 2002 até 01 de dezembro de 2016. Para a busca pelos manuscritos foi escolhido o início pelo ano de 2002 pelo fato de neste ter ocorrido a primeira publicação de Fornés sobre o método dos escores. Restringiu-se a busca aos idiomas “espanhol, inglês e português”.

Selecionou-se as seguintes palavras-chave e seus respectivos termos em inglês dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS): hábitos alimentares (food habits), consumo de alimentos (food consumption) e ingestão de alimentos (food intake). O termo escore (score*) foi também incluído por delimitar o método. Utilizaram-se os operadores lógicos AND e OR para realizar a combinação dos termos escolhidos na busca das publicações.

Critérios de elegibilidade

Foram considerados elegíveis os estudos que utilizaram o método dos escores proposto por Fornés et al.1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18. para avaliar o consumo alimentar. Excluíram-se artigos de revisão; artigos em duplicidade nas bases de dados e estudos que não utilizaram o método dos escores proposto por Fornés et al.

Seleção dos artigos

Dois pesquisadores, de forma independente, avaliaram os artigos oriundos da estratégia de busca inicial, por título e resumo, seguindo os critérios de elegibilidade e exclusão preestabelecidos. Quaisquer divergências foram resolvidas por consenso. Permanecendo a discordância, um avaliador com expertise era consultado.

Extração dos dados

Para a síntese narrativa dos artigos de interesse, extraíram-se os seguintes dados: ano de publicação; periódico e ano de realização do estudo; local do estudo; público-alvo; tamanho amostral; objetivos; variáveis estudadas; padrões de consumo adotados identificando as categorias dos grupos alimentares e, as associações observadas entre os escores formados a partir dos padrões alimentares e as variáveis (Quadro 1).

Quadro 1
Estudos que avaliaram o Padrão de Consumo Alimentar (PCA) a partir do QFA pelo método dos escores idealizado por FORNÉS et al. (2002), publicados* nos últimos 14 anos.

Sobre o método dos escores

Uma vez que o foco deste estudo foi revisar a aplicação do método dos escores idealizado por Fornés et al.1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18., os autores precisaram se debruçar sobre sua metodologia de modo a compreender e a explicar o processo para aplicação do mesmo. O passo-a-passo foi sistematizado e está ilustrado na Figura 1. Com o fluxograma pode-se compreender como as categorias de frequência de consumo do QFA podem ser transformadas em escores e em padrões de consumo alimentar de modo a estudar fatores associados a eles.

Figura 1
Fluxograma para aplicação da ferramenta “Método dos Escores” idealizado por Fornés et al. (2002), para estudo de padrões alimentares com base em QFAs. Os alimentos registrados por meio do QFA podem estar agrupados em diferentes categorias de frequência de consumo (FC) por período (p) diário semanal, mensal e anual e número de vezes (p. ex. 1 vez, 1 a 2 vezes, etc.). Para a FC poder ser transformada escores, a diária corresponde ao escore 1, e para os demais períodos aplica-se as equações ilustradas na figura. Assim, o pesquisador deve considerar o período (p) adotado e o número de vezes para aquele período, estabelecido no

Avaliação da qualidade metodológica dos artigos

Os artigos incluídos foram avaliados, por dois autores, de acordo com os critérios da iniciativa STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology)1414. Von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP, STROBE Initiative. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ 2007; 335(7624):806-808., em que cada um dos 22 critérios recebeu uma pontuação de 0 ou 1 quando considerados que “não atende” ou “atende”, respectivamente1515. Mendes KG, Theodoro H, Rodrigues AD, Olinto MTA. Prevalência de síndrome metabólica e seus componentes na transição menopáusica: uma revisão sistemática. Cad. Saude Publica 2012; 28(8):1423-1437.. Após a avaliação dos critérios, cada artigo recebeu uma pontuação de 0 a 22 de cada revisor. A pontuação final foi obtida calculando-se a média das notas dos autores. De acordo com a nota final, os manuscritos foram classificados de forma ordinal. A pontuação global foi convertida em percentual para avaliar a qualidade dos artigos, classificando-os em 3 categorias, de acordo com Mataratzis et al.1616. Mataratzis PSR, Accioly E, Padilha PC. Deficiências de micronutrientes em crianças e adolescentes com anemia falciforme: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Hematol. Hemoter 2010; 32(3):247-256.: A – quando o estudo preenche mais de 80% dos critérios estabelecidos no STROBE; B – quando 50%- 80% dos critérios do STROBE estão sendo alcançados; e C – quando menos de 50% dos critérios estão preenchidos.

Resultados

Foram encontradas 8.300 referências bibliográficas e avaliados os títulos. Desses, foram selecionados 433 artigos, sendo realizada a leitura dos resumos e excluídos aqueles em que o conteúdo apresentado não se enquadrava nos critérios de seleção. Após essa etapa, 91 artigos foram submetidos à leitura completa do texto. A partir de uma revisão detalhada, 14 artigos foram considerados adequados e tiveram seus resultados sistematizados (Figura 2). A avaliação da qualidade metodológica, segundo os critérios STROBE1414. Von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP, STROBE Initiative. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ 2007; 335(7624):806-808., revelou que 92,9% (n = 13) atingiu pontuação de qualidade B (Tabela 1).

Figura 2
Fluxograma das etapas de seleção dos artigos.

Tabela 1
Qualidade dos estudos revisados segundo os critérios do STROBE

Uma síntese dos dados de interesse para esta revisão (autoria, ano de publicação, local de estudo, número de participantes, objetivos do estudo, variáveis estudadas, padrões de consumo alimentar utilizados e principais resultados), extraída dos 14 artigos selecionados após revisão completa, está apresentada no Quadro 1. Todos os estudos foram de delineamento transversal. O primeiro estudo foi publicado em 2002, por Fornés et al.1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18., que propôs o método dos escores e verificou correlações entre padrões de consumo alimentar de proteção e risco cardiovascular e perfil lipídico. O método foi adotado por outros pesquisadores sendo iniciadas as publicações apenas em 20061717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,1818. Moraes SA, Rosas JB, Mondini L, Freitas ICM. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em escolares de área urbana de Chilpancingo, Guerrero, México, 2004. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1289-1301.. Desde então, a média de publicações com esse método passou a ser de um artigo/ano.

Sobre o método dos escores

A maioria dos artigos incluídos nesta revisão foram estudos realizados no Brasil (n = 13; 92,8%)88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.

9. Newby PK, Tucker KL. Empirically derived eating patterns using factor or cluster analysis: a review. Nutr Rev 2004; 62(5):177-203.

10. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.

11. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.
-1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,1919. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.

20. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552.

21. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.

22. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.

23. Saldiva SRDM, Silvia LFF, Saldiva PHN. Avaliação antropométrica e consumo alimentar em crianças menores de cinco anos residentes em um município da região do semiárido nordestino com cobertura parcial do programa bolsa família. Rev Nutr 2010; 23(2):221-229.

24. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.

25. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30.
-2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834. com diferentes tamanhos de amostra (que variou de 50 a 2.866 indivíduos), tipos de QFA (semiquantitativo e qualitativo) e definição dos padrões de consumo alimentar (segundo risco e proteção para DCV, para DCNT, como saudáveis e não saudáveis ou ainda grupos de alimentos sob diferentes formas de agrupamento).

Os periódicos com maior número de artigos publicados foram o Cadernos de Saúde Pública e a Revista de Nutrição com quatro (28,6%) publicações cada um. Embora os grupos estudados tenham variado de crianças menores de 5 anos até indivíduos maiores de 60 anos, em 71,4% (n = 10) dos estudos, o público-alvo foi composto de adultos88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.,1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,1919. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.

20. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552.

21. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.
-2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.,2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.,2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30. e por populações “saudáveis” (n = 12;85,7%)88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.

9. Newby PK, Tucker KL. Empirically derived eating patterns using factor or cluster analysis: a review. Nutr Rev 2004; 62(5):177-203.

10. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.

11. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.
-1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,1919. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.,2020. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552.,2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.

23. Saldiva SRDM, Silvia LFF, Saldiva PHN. Avaliação antropométrica e consumo alimentar em crianças menores de cinco anos residentes em um município da região do semiárido nordestino com cobertura parcial do programa bolsa família. Rev Nutr 2010; 23(2):221-229.
-2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.,2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834.. Além de descrever e/ou avaliar os escores de padrão de consumo alimentar, os objetivos dos estudos foram relacionar esses escores com o estado nutricional, variáveis sociodemográficas, bioquímicas, culturais, estilo de vida, clínicas e econômicas.

Apenas 3 estudos (21,4%)88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.,2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351. analisaram variáveis antropométricas, sociodemográficas e econômicas simultaneamente. As variáveis sociodemográficas e econômicas mais frequentemente avaliadas foram idade (n = 5, 35,7%), sexo, escolaridade e renda (n = 4, 28,5%). A maioria dos estudos (n = 8, 57,1%) relacionou o consumo alimentar com as variáveis antropométricas.

Quanto às variáveis antropométricas, as mais utilizadas foram índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC). Todos os artigos em que os autores utilizaram dados antropométricos (n = 8; 57,1%) foram avaliados peso e altura para obtenção do IMC. A CC foi analisada em 6 estudos (42,8%)88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,1919. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.,2020. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552.,2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.,2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.,2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30..

Atendendo aos pressupostos, pois o método permite isso, foram observadas diferentes distribuições dos padrões alimentares e denominações dos grupos alimentares, de acordo com o objetivo de cada estudo (Quadro 1). Em metade dos estudos os alimentos foram reunidos em 2 grupos (n = 7; 50%)88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.,1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,2121. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.,2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30.,2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834. com as denominações “de risco” e “ de proteção” para DCV (n = 6; 42,8%)1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.,1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,2121. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.,2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.,2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30., para DCNT (n = 1; 7,1%)88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622. e “saudáveis” e “não saudáveis” (n = 1; 7,1%)2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834.. Em 21,4% (n = 3)1919. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.,2020. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552.,2323. Saldiva SRDM, Silvia LFF, Saldiva PHN. Avaliação antropométrica e consumo alimentar em crianças menores de cinco anos residentes em um município da região do semiárido nordestino com cobertura parcial do programa bolsa família. Rev Nutr 2010; 23(2):221-229. os alimentos foram divididos em 3 grupos sob diferentes denominações. Gimeno et al.2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545., dividiram em 4 grupos (obesogênico, saudável, misto e popular); Sotero et al.1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452., por sua vez, classificaram em 6 grupos segundo fontes de nutrientes, de açúcar, gordura e óleo e um grupo incluindo produtos processados e Moraes et al.1818. Moraes SA, Rosas JB, Mondini L, Freitas ICM. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em escolares de área urbana de Chilpancingo, Guerrero, México, 2004. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1289-1301., preferiram separar em apenas 1 grupo (alimentos de risco para doença crônica).

Na presente revisão, os percursos de análises foram os mais diversos: os autores utilizaram o somatório dos valores de ponderação (Sp) per si2121. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.,2323. Saldiva SRDM, Silvia LFF, Saldiva PHN. Avaliação antropométrica e consumo alimentar em crianças menores de cinco anos residentes em um município da região do semiárido nordestino com cobertura parcial do programa bolsa família. Rev Nutr 2010; 23(2):221-229., ordenaram estes Sp em tercis1818. Moraes SA, Rosas JB, Mondini L, Freitas ICM. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em escolares de área urbana de Chilpancingo, Guerrero, México, 2004. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1289-1301.,1919. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.,2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834., quintis1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18. e percentis2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.; Sp em mediana e subsequentemente em intervalos interquartílicos88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.,1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.; Sp em mediana e média e desvio padrão2020. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552. e Sp em média e desvio padrão1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30..

Os estudos revelaram com a aplicação do método dos escores um maior consumo de alimentos “protetores/saudáveis/cardioprotetores’’ entre indivíduos obesos88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.; entre crianças com maior renda familiar e mães com maior nível de escolaridade1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.; e entre portadores de síndrome metabólica2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30.. Por outro lado, o maior consumo de alimentos “não protetores/de risco para DCV” foi verificado em indivíduos em TARV2121. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688., em crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família 2323. Saldiva SRDM, Silvia LFF, Saldiva PHN. Avaliação antropométrica e consumo alimentar em crianças menores de cinco anos residentes em um município da região do semiárido nordestino com cobertura parcial do programa bolsa família. Rev Nutr 2010; 23(2):221-229., em mães com melhor nível de escolaridade1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325., e em mães com menores níveis de escolaridade e renda familiar1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452. .

Além disso, como o método possibilita fazer associações ou correlações com as variáveis do estudo, observou-se ainda correlação positiva entre alimentos de risco para DCV com variáveis bioquímicas (lipídeos séricos)1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.,2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545., tolerância à glicose diminuída2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545., antropométricas (excesso de peso)1818. Moraes SA, Rosas JB, Mondini L, Freitas ICM. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em escolares de área urbana de Chilpancingo, Guerrero, México, 2004. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1289-1301.,2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545. e sociodemográficas (procedência da área urbana2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351. e menor faixa etária2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.).

Discussão

Método dos escores

O método de avaliação do padrão de consumo alimentar, por meio de escores, além de ser utilizado na verificação de dietas como prática de risco cardiovascular1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.,1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,2121. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.,2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.,2525. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30., uma vez que teve sua origem em estudo do potencial aterogênico de dietas e como prática de risco cardiovascular1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18., abre a possibilidade de agrupar alimentos segundo um padrão que se queira investigar, haja vista a diversidade de possibilidade apresentada nos estudos revisados. Além de caracterizar um padrão alimentar, o uso dos escores apresenta a vantagem de possibilitar análises estatísticas para avaliação da qualidade da dieta, uma vez que permite fazer associações com as variáveis explicativas relacionadas aos hábitos alimentares.

A OMS sugere que a avaliação do consumo alimentar das populações estaria melhor representada pelo padrão alimentar55. World Health Organization (WHO). Report of a Joint FAO/WHO Consultation. Preparation and Use of Food-Based Dietary Guidelines. Geneva: WHO; 1998., considerando que os indivíduos não consomem nutrientes nem alimentos isoladamente2727. Perozzo G, Olinto MTA, Dias-da-costa JS, Henn RL, Sarriera J, Pattussi MP. Associação dos padrões alimentares com obesidade geral e abdominal em mulheres residentes no Sul do Brasil. Cad Saude Publica 2008; 24(10):2427-2439.. Nesse sentido, é crescente o interesse nessa linha de investigação sobre o consumo de grupos de alimentos considerados definidores de padrões alimentares saudáveis e não saudáveis2828. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: MS; 2011..

Sabe-se que os padrões alimentares podem ser bem diferentes entre as diversas populações e por esse motivo de difícil generalização, sendo resultado da complexa interação de características multidimensionais, que incluem fatores ambientais, demográficos, sociais, econômicos e culturais2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.. A identificação de padrões alimentares tem sido foco de estudos que objetivam discutir essa complexidade à luz da relação entre dieta e desfechos em saúde11. McNaughton SA, Mishra GD, Brunner EJ. Food patterns associated with blood lipids are predictive of coronary heart disease: the Whitehall II study. Br J Nutr 2009; 102(4):619-624.,2929. Kourlaba G, Panagiotakos DB, Mihas K, Alevizos A, Marayiannis K, Mariolis A, Tountas Y. Dietary patterns in relation to socio-economic and lifestyle characteristics among Greek adolescents: a multivariate analysis. Public Health Nutr 2008; 12(9):1366-1372.,3030. Pou SA, del Pilar Díaz M, De La Quintana AG, Forte CA, Aballay LR. Identification of dietary patterns in urban population of Argentina: study on diet-obesity relation in population-based prevalence study. Nutr Res Pract 2016; 10(6):616-622..

A associação de padrões alimentares com fatores associados às DCNT tem sido objeto de interesse de vários estudos88. Azevedo ECC, Dias FMRS, Diniz AS, Cabral PC. Consumo alimentar de risco e proteção para as doenças crônicas não transmissíveis e sua associação com a gordura corporal: um estudo com funcionários da área de saúde de uma universidade pública de Recife (PE), Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(5):1613-1622.,1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18.

11. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.
-1212. Neto ACB, Andrade MIS, Lima VLM, Diniz ASD. Peso corporal e escores de consumo alimentar em adolescentes no nordeste brasileiro. Rev. paul. pediatr.2015; 33(3):318-325.,1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.

18. Moraes SA, Rosas JB, Mondini L, Freitas ICM. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em escolares de área urbana de Chilpancingo, Guerrero, México, 2004. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1289-1301.

19. Oliveira LPM, Pinheiro SMC, Assis AMO, Silva MCM, Santana MLP, Santos NS, Pinheiro SMC, Barreto ML, Souza CO. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saude Publica 2009; 25(3):570-582.

20. Esteves EA, Rodrigues CAA, Paulino EJ. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev Nutr 2010; 23(4):543-552.

21. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.

22. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.

23. Saldiva SRDM, Silvia LFF, Saldiva PHN. Avaliação antropométrica e consumo alimentar em crianças menores de cinco anos residentes em um município da região do semiárido nordestino com cobertura parcial do programa bolsa família. Rev Nutr 2010; 23(2):221-229.

24. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351.

25. Pinho PM, Machado LM, Torres RS, Carmin SE, Mendes WA, Silva AC, Araújo MS, Ramos EMLS. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd. 2014; 12(1):22-30.
-2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834.. Grande parte aponta associação positiva entre fatores, como sobrepeso e obesidade, níveis elevados de glicose, colesterol total, colesterol HDL e LDL, triglicerídeos, entre outros e padrão alimentar inadequado3131. Casado L, Vianna LM, Thuler, LCM. Fatores de Riscos para Doenças crônicas não Transmissíveis no Brasil: uma revisão sistemática. Rev. bras. cancerol. 2009; 55(4):379-388..

A análise de variáveis demográficas, socioeconômicas, antropométricas e clínicas pelos autores dos estudos revisados permite comentar que este é um aspecto considerado importante e influenciador do consumo alimentar.

Padrão alimentar e variáveis demográficas e socioeconômicas

Foi observada uma correlação positiva entre alimentos de risco para DCV com variáveis sociodemográficas (procedência da área urbana2424. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda Ilma KG, Lira PIC, Cabral PC, Siqueira LAS, Batista Filho M. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Rev Nutr 2012; 25(3):341-351. e menor faixa etária2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.). Destaca-se que a evolução de novos sistemas de vida nas áreas urbanas, as distâncias entre o ambiente de trabalho e o domicílio, a relativa facilidade para a aquisição de produtos alimentícios processados, a influência da mídia sobre a alimentação, com a popularização das informações, foram determinantes conjunturais da oferta, do consumo e disponibilidade de alimentos que são de risco para DCV3232. Neumann AICP, Martins IS, Marcopito LF, Araujo EAC. Padrões alimentares associados a fatores de risco para doenças cardiovasculares entre residentes de um município brasileiro. Rev Panam Salud Publica. 2007; 22(5):329-339..

No que diz respeito às associações entre as variáveis socioeconômicas e o consumo alimentar, foi encontrado que o grupo alimentar composto por alimentos associados ao risco cardiovascular/processado associou-se com indivíduos de baixa renda1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28. e mães de menor escolaridade1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452., achado divergente com do estudo conduzido por Lioret et al.3333. Lioret S, McNaughton SA, Crawford D, Spence AC, Hesketh K, Campbell KJ. Parents’ dietary patterns are significantly correlated: findings from the Melbourne Infant Feeding Activity and Nutrition Trial Program. Br J Nutr 2012; 108(3):518-526., que observaram que mães com escolaridade mais baixa tiveram um maior consumo do grupo das frutas e verduras.

Adicionalmente, em estudo Levy et al.44. Levy RB, Claro RM, Mondini L, Sichieri R, Monteiro C A. Regional and socioeconomic distribution of household food availability in Brazil, in 2008-2009. Rev Saude Publica 2012; 46(1):6-15. sobre a distribuição regional e socioeconômica da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil, a partir de dados secundários da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008-2009, observou que a participação de grupos de alimentos compostos por leite e derivados, frutas, verduras e legumes, gordura animal, bebidas alcoólicas e refeições prontas tendeu a aumentar uniformemente com o nível de rendimentos familiares, ao passo que grupos de alimentares compostos por feijões e outras leguminosas, cereais e derivados e raízes e tubérculos derivados apresentaram tendência inversa; eles verificaram ainda que houve uma diminuição do consumo de açúcar de mesa e aumento do consumo de refrigerantes conforme a elevação da renda e um aumento do consumo de carne bovina e embutidos e redução ou estabilidade para outros tipos de carne.

Estudos apontam que os determinantes sociais são preponderantes na gênese da obesidade3434. Gallus S, Lugo A, Murisic B, Bosetti C, Boffetta P, La Vecchia C. Overweight and obesity in 16 European countries. Eur J Nutr 2015; 54(5):679-689.

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-3636. Aballay LR, Osella AR, De La Quintana AG, Diaz MDP. Nutritional profile and obesity: results from a random-sample population-based study in Córdoba, Argentina. Eur J Nutr 2016; 55(2):675-685., como, por exemplo, baixa escolaridade, menor renda, união conjugal (casados e viúvos) e envelhecimento, dentre outros. A relação entre os determinantes sociais e a obesidade é complexa e ainda não está totalmente esclarecida. Há hipóteses de que a obesidade pode ser desencadeada como sequela da desnutrição energético-proteica precoce, ou pelo desequilíbrio no gasto energético/ingestão calórica, ou relacionada a fatores genéticos3737. Malta DC, Santos MAS, Andrade SSCA, Oliveira TP, Stopa SR, Oliveira MM, Jaime P. Tendência temporal dos indicadores de excesso de peso em adultos nas capitais brasileiras, 2006-2013. Cien Saude Colet 2016; 21(4):1061-1069.,3838. Pinheiro ARO, Freitas SFT, Corso ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev. Nutr. 2004; 17(4):523-533..

Padrão alimentar e estado nutricional antropométrico

Observou-se associações do padrão alimentar de risco para DCNT e obesogênico com o excesso de peso2222. Gimeno SGA, Mondini L, Moraes AS, Freitas ICM. Padrões de consumo de alimentos e fatores associados em adultos de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: Projeto OBEDIARP. Cad Saude Publica 2011; 27(3):533-545.,2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834. e obesidade central2626. Mondini L, Levy RB, Saldiva SRDM, Venâncio SI, Stefanini MLR. Prevalência de sobrepeso e fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23(8):1825-1834.. Sabe-se que dietas com elevada densidade calórica, ricas em gorduras (particularmente as de origem animal) e com escassez no conteúdo de fibras alimentares, podem explicar parte substancial dos casos de algumas doenças crônicas como, por exemplo, a obesidade, as DCV, o diabetes mellitus e a síndrome metabólica1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,3939. Lenz A, Olinto MTA, Dias-da-Costa JS, Alves AL, Balbinotti M, Pattussi MP, Bassani DG. Socioeconomic, demographic and lifestyle factors associated with dietary patterns of women living in Southern Brazil. Cad Saude Publica 2009; 25(6):1297-306..

Adicionalmente, dados da POF 2008-2009 revelaram que no Brasil, na população de acima de 20 anos de idade, a prevalência de excesso, neste período, atinge 50,0% dos homens e 48,0% das mulheres4040. Instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.. Tal fato está ligado ao novo padrão de estilo de vida da sociedade, marcado pela presença de dietas não saudáveis e sedentarismo e, com relação à POF, isso é confirmado na avaliação do consumo alimentar em que observa-se várias características negativas na dieta da população brasileira44. Levy RB, Claro RM, Mondini L, Sichieri R, Monteiro C A. Regional and socioeconomic distribution of household food availability in Brazil, in 2008-2009. Rev Saude Publica 2012; 46(1):6-15..

Padrão alimentar e fator de risco (FR) para DCV/DCNT

Neste aspecto, os estudos revisados avaliaram associação do estilo de vida, perfil bioquímico, clínico e idade enquanto FR com padrões de consumo alimentar.

Para o primeiro observou-se apenas padrão “obesogênico” em indivíduos ativos, que poderia resultar de um estilo de vida em processo de mudança. Já o hábito de passar muitas horas assistindo televisão e de fazer as refeições diante dela, que vem despontando como importante fator de risco para DCNT4141. Rezende LFM, Rodrigues Lopes M, Rey-López JP, Matsudo VKR, Luiz OC. Sedentary behavior and health outcomes: an overview of systematic reviews. PLoS ONE 2014; 9(8):e105620.,4242. Bickham DS, Blood EA, Walls CE, Shrier LA, Rich M. Characteristics of screen media use associated with higher BMI in young adolescents. J. Pediatr 2013; 131(5):935-941., especialmente em crianças e adolescentes4343. Oliveira JS, Barufaldi LA, Abreu GA, Leal VS, Brunken GS, Vasconcelos SML, Santos MM, Bloch KV. ERICA: uso de telas e consumo de refeições e petiscos por adolescentes brasileiros. Rev Saude Publica 2016; 50(1):7s., uma vez que se acompanha de um padrão alimentar inadequado (refeições prontas, fast food e similares), foi observado em um dos artigo desta revisão1111. Sotero AM, Cabral PC, Silva GAP. Socioeconomic, cultural and demographic maternal factors associated with dietary patterns of infants. Rev. paul. pediatr. 2015; 33(4):445-452.. Estudos que investigam o aparecimento precoce da obesidade dão suporte à importância da influência do ambiente familiar sobre o risco de a criança tornar-se obesa. Atitudes da família em relação à compra e apresentação dos alimentos, os hábitos de alimentação e de atividade física e o apoio oferecido para a promoção de atividades de lazer podem influenciar o padrão de alimentação e de atividade física da criança4444. Scaglioni S, Salvioni M, Galimberti C. Influence of parental attitudes in the development of children eating behaviour. Br J Nutr 2008; 99(1):22-25.,4545. Ovaskainen ML, Nevalainen J, Uusitalo L, Tuokkola JJ, Arkkola T, Kronberg-Kippilä C, Veijola R, Knip M, Virtanen SM.. Some similarities in dietary clusters of pre-school children and their mothers. Br J Nutr 2009; 102(3):443-452..

A aterogenidade da dieta verificada por Fornés et al.1010. Fornés NS, Martins IS, Velásquez-Meléndez G, Latorre MRDO. Escores de consumo alimentar e níveis lipêmicos em população de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica 2002; 36(1):12-18. corrobora a conhecida, clássica e tradicional relação causa efeito, pois o nível de colesterol sérico é influenciado pela quantidade de colesterol e principalmente pela quantidade de gordura saturada e trans da dieta; pessoas que consomem maiores quantidades de gordura de origem animal têm níveis mais elevados de colesterol sérico e uma maior incidência de aterosclerose coronariana4646. Santos RD, Gagliardi ACM, Xavier HT, Magnoni CD, Cassani R, Lottenberg AMP, Filho CA, Araújo DB, Cesena FY, Alves RJ, Fenelon G, Nishioka SAD, Faludi AA., Geloneze B, Scherr C, Kovacs C, Tomazzela C, Carla C, Barrera-Arellano D, Cintra D, Quintão E, Nakandakare E., Fonseca FAH., Pimentel I, Santos JE, Bertolami MC, Rogero M, Izar MC, Nakasato M, Damasceno NRT, Maranhão R, Cassani RSL, Perim R, Ramos S. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol. 2013; 100:1-40., independente de países, culturas e etnia.

Olinto et al.4747. Olinto MTA, Gigante DP, Horta B, Silveira V, Oliveira I, Willett W. Major dietary patterns and cardiovascular risk factors among young Brazilian adults. Eur J Nutr 2012; 51(3):281-291., verificaram associação positiva de padrão alimentar “processado” (hot dog, cheeseburguer, cerveja, carne bovina, embutidos, salgados, refrigerante, pizza, churrasco, batata frita e salgadinhos) com marcadores bioquímicos de risco cardiovascular (HDL baixo, colesterol e LDL elevados).

Em relação ao aspecto clínico, um estudo com indivíduos em TARV geralmente acompanhada de lipodistrofia e, portanto, portadores de DCNT, apresentou padrão de consumo de alimentos não protetores para DCV e, em outro, Moraes et al.1818. Moraes SA, Rosas JB, Mondini L, Freitas ICM. Prevalência de sobrepeso e obesidade e fatores associados em escolares de área urbana de Chilpancingo, Guerrero, México, 2004. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1289-1301. observaram o aumento da frequência de tais alimentos a medida que aumentava a idade.

Adicionalmente, na pesquisa de Eyken e Moraes4848. Eyken EBBDV, Moraes CL. Prevalence of risk factors for cardiovascular diseases in an urban male population in Southeast Brazil. Cad Saude Publica 2009; 25(1):111-123., encontraram que quanto maior a faixa etária, maior a proporção de sedentários e maior o uso de cigarro, destacando que durante a idade mais avançada a chance de aumentar os fatores de risco DCV/DCNT é bem mais acentuada, necessitando dessa forma a avaliação constante dos fatores associados. Com esses dados, é evidenciada a importância de estudos com amostras representativas com o intuito de estabelecer padrões alimentares e fazer as associações destes com os fatores de risco ou de proteção para DCV/DCNT.

Outras formas de estabelecer padrões alimentares

O estudo DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), realizado em 1995, por Sacks et al.4949. Sacks FM, Obarzanek E, Windhauser MM, Svetkey LP, Vollmer WM, McCullough M, Karanja N, Lin PH, Steele P, Proschan MA, Marguerite A, Evans RD, Lawrence JA, George A, Thomas MV, Moore TG. Rationale and design of the Dietary Approaches to Stop Hypertension trial (DASH). A multicenter controlled-feeding study of dietary patterns to lower blood pressure. Annals of Epidemiol 1995; 5(2):108-118., revelou que um padrão dietético em frutas, verduras, legumes e grãos, leite e derivados desnatados, peixes, aves e carnes magras, com conteúdo reduzido de doces e bebidas ricas em açúcar, diminui a pressão arterial inclusive em indivíduos saudáveis5050. Chiu S, Bergeron N, Williams PT, Bray GA, Sutherland B, Krauss RM. Comparison of the DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) diet and a higher-fat DASH diet on blood pressure and lipids and lipoproteins: a randomized controlled trial. Am J Clin Nutr 2016; 103(2):341-347.. Paula et al.5151. Paula TP, Steemburgo T, Almeida JC, Dall’alba V, Gross JL, Azevedo MJ. The role of Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) diet food groups in blood pressure in type 2 diabetes. Br J Nutr 2012; 108(1):155-162., adotando este padrão alimentar em diabéticos tipo II verificaram uma redução dos níveis de pressão arterial, quando comparados a indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 sem esse tipo de dieta.

O Nurse’s Health Study identificou dois padrões alimentares em mulheres (entre 38 e 63 anos): um deles, o padrão alimentar “prudente” (composto por frutas, vegetais, legumes, peixes e grãos), adotado por mulheres que fumavam menos, utilizavam mais suplementos vitamínicos, consumiam mais fibras e proteínas e menos gorduras saturadas. Em contrapartida, mulheres que consumiam o padrão “ocidental” (constituído por carnes vermelhas e processadas, doces, sobremesas e grão refinados) apresentavam hábitos de saúde menos saudáveis5252. Willett WC. Nutritional epidemiology issues in chronic disease at the turn of the century. Epidemiol Rev 2000; 22(1):82-86..

No Brasil, um dos primeiros estudos de identificação de padrões alimentares a posteriori com base nos dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (1995) foi desenvolvido por Sichieri5353. Sichieri R. Dietary patterns and their associations with obesity in the Brazilian city of Rio de Janeiro. Obes Res 2002; 10(1):42-48.. A pesquisa observou a existência de dois padrões alimentares: um “tradicional” com a predominância de alimentos típicos da cultura brasileira como o arroz e o feijão, e um “ocidental” caracterizado pelo consumo de alimentos industrializados. Observou-se associação inversa entre o padrão “tradicional” e o aumento do IMC, indicando que este padrão é protetor para obesidade5252. Willett WC. Nutritional epidemiology issues in chronic disease at the turn of the century. Epidemiol Rev 2000; 22(1):82-86..

Em 2012, Weber et al.5454. Weber B, Galante AP, Bersch-Ferreira AC, Torreglosa CR, Carvalho VO, Victor ES, Espírito-Santo JA, Ross-Fernandes MB, Soares RM, Costa RP, Lara ES, Buehler AM, Berwanger O. Effects of Brazilian Cardioprotective Diet Program on risk factors in patients with coronary heart disease: a Brazilian Cardioprotective Diet randomized pilot trial. Clinics (São Paulo) 2012; 67(12):1407-1414. publicaram os achados do estudo piloto com a dieta cardioprotetora brasileira (DICA-Br), conduzido no Hospital do Coração (HCOR) em São Paulo, para a aplicação em estudo multicêntrico. Um dos objetivos do estudo era adaptar a dieta do Mediterrâneo a um padrão brasileiro, estimulando o consumo de alimentos regionais e acessíveis a boa parte da nossa população. O ensaio clínico foi realizado com indivíduos em prevenção secundária para DCV, acompanhados durante 12 semanas. Aqueles que constituíram o grupo DICA-Br se beneficiaram com maiores diminuições na pressão arterial, glicemia e IMC, quando comparados àqueles que receberam orientações gerais conforme as diretrizes brasileiras para DCV. Tais resultados foram atribuídos principalmente à inclusão de alimentos protetores para DCV, amplamente disponíveis em nosso país e evidencia que adaptação do padrão alimentar “mediterrâneo” é possível, se faz necessária e tem impacto positivo sobre indivíduos de alto risco coronariano.

Ainda no Brasil, Marchioni et al.5555. Marchioni DM, Claro RM, Levy RB, Monteiro CA. Patterns of food acquisition in Brazilian households and associated factors: a population-based survey. Public Health Nutr 2011; 14(9):1586-1592. analisaram os dados referentes à Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002/03 e identificaram a existência de dois padrões, o “padrão duplo” constituído de alimentos reconhecidamente benéficos à saúde tais como frutas, verduras, iogurte, além de ter uma contribuição de alimentos com efeitos deletérios à saúde como doces e sobremesas, carnes processadas, refeições prontas dentre outros, e, o “padrão tradicional” composto de alimentos normalmente utilizados nas preparações domésticas, tais como arroz, feijão, ovos, raízes e tubérculos. Os autores destacam nos resultados a existência de um padrão alimentar tido duplo, ou seja, com a presença de alimentos saudáveis e não saudáveis, muito semelhante a padrões de consumo já observados em outros estudos e que estão associados a maior risco de DCV5454. Weber B, Galante AP, Bersch-Ferreira AC, Torreglosa CR, Carvalho VO, Victor ES, Espírito-Santo JA, Ross-Fernandes MB, Soares RM, Costa RP, Lara ES, Buehler AM, Berwanger O. Effects of Brazilian Cardioprotective Diet Program on risk factors in patients with coronary heart disease: a Brazilian Cardioprotective Diet randomized pilot trial. Clinics (São Paulo) 2012; 67(12):1407-1414..

Uma meta-análise de estudos prospectivos e controlados randomizados evidenciou a relação entre alta aderência ao padrão alimentar mediterrâneo (baseada no consumo de alimentos frescos tais como verduras, frutas, legumes e azeite) e menor risco de DCV e síndrome metabólica5656. Grosso G, Marventano S, Yang J, Micek A, Pajak A, Scalfi L, Galvano F, Kales SN. A Comprehensive Meta-analysis on Evidence of Mediterranean Diet and Cardiovascular Disease: Are Individual Components Equal? Crit Rev Food Sci Nutr 2015; 57(15):3218-3232.,5757. Godos J, Zappalà G, Bernardini S, Giambini I, Bes-Rastrollo M, Martinez-Gonzalez M. Adherence to the Mediterranean diet is inversely associated with metabolic syndrome occurrence: a meta-analysis of observational studies. Int J Food Sci Nutr 2016; 68(2):138-148..

A partir dessas informações, observa-se que vários estudos epidemiológicos vêm utilizando os padrões alimentares para avaliar o risco para doenças crônicas e a variação de biomarcadores relacionados à exposição à dieta como um todo1717. Neumann AICP, Shirassu MM, Fisberg RM. Consumo de alimentos de risco e proteção para doenças cardiovasculares entre funcionários públicos. Rev. Nutr. 2006; 19(1):19-28.,2121. Silva EFR, Lewi DS, Vedovato GM, Garcia VRS, Tenore SB, Bassichetto KC. Estado nutricional, clínico e padrão alimentar de pessoas vivendo com HIV/Aids em assistência ambulatorial no município de São Paulo. Rev. bras. epidemiol. 2010; 13(4):677-688.,5858. Fung TT, McCullough ML, Newby PK, Manson JE, Meigs JB, Rifai N, Willett WC, Hu FB. Diet-quality scores and plasma concentrations of markers of inflammation and endothelial dysfunction. Am J Clin Nutr 2005; 82(1):163-173.. Isso se deve à premissa de que a avaliação do efeito dos nutrientes isoladamente não é equivalente a do consumo do alimento com vários nutrientes, ou ainda, a de alimentos consumidos dentro de um padrão alimentar habitual, contendo vários alimentos5959. Hu FB. Dietary pattern analysis: a new direction in nutritional epidemiology. Curr. opin. lipidol. 2002; 13(1):3-9..

A identificação dos padrões alimentares da população constitui importante objeto de estudo da epidemiologia nutricional, no sentido de compreender os fatores responsáveis pela saúde6060. Assis AM, Barreto ML. Epidemiologia Nutricional. In: Almeida Filho N, Barreto ML, organizadores. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p. 213-214.. Por outro lado, há necessidade de aperfeiçoamento da forma de avaliação do padrão alimentar por meio de novas metodologias. Assim, o uso do método de frequência de consumo de alimentos, analisada por meio de escores, pode ser um instrumento útil na avaliação da qualidade alimentar consumida pelos indivíduos.

Esta é a primeira revisão sistemática que buscou os estudos que utilizaram o método dos escores proposto por Fornés et al. para avaliar consumo alimentar. Esta estratégia de aplicar escores apresenta a vantagem de maximizar a utilização das informações relacionadas ao consumo alimentar. Entender os padrões de consumo de alimentos e ingestão de nutrientes e sua associação com a saúde humana é importante para a orientação dietética, particularmente para os países em desenvolvimento, que cada vez mais adotam os padrões alimentares ocidentais6161. Auestad N, Hurley JS, Fulgoni VL, Schweitzer CM. Contribution of Food Groups to Energy and Nutrient Intakes in Five Developed Countries. Nutrients 2015; 7(6):4593-618..

Limitação dos estudos

A principal limitação apontada pelos revisores foi a falta de padronização para a definição dos padrões de consumo alimentar, o que dificulta a comparação de resultados entre os estudos. Entretanto, o leque de opções de análises que o método oferece dando liberdade ao pesquisador de aplicá-lo de modo a atender o seu objeto de investigação se configura como uma vantagem ímpar.

Conclusão

A aplicação do método dos escores revisada neste estudo permite concluir que este constitui uma ferramenta capaz de avaliar o consumo alimentar e estabelecer associações entre os padrões alimentares e as variáveis estudadas. Com a revisão dos estudos evidenciou-se que este método possibilita analisar a exposição de indivíduos em diferentes fases do ciclo da vida a nutrientes ou componentes da dieta/grupo alimentar investigado e que as variáveis antropométricas, bioquímicas, socioeconômicas, demográficas e clínicas foram as mais estudadas para se verificar associações com o consumo alimentar.

Agradecimento

Às instituições de fomento Ministério da Saúde/ Departamento de Ciência e Tecnologia (MS-DECIT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL), Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (SESAU), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Maio 2019
  • Data do Fascículo
    Maio 2019

Histórico

  • Recebido
    04 Fev 2017
  • Revisado
    07 Ago 2017
  • Aceito
    09 Ago 2017
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