Ganho de peso por década entre trabalhadores de um hospital público: estudo de coorte histórica

Denise Renani von Brixen Montzel Bruna Vieira de Lima Costa Flávia Moraes Silva Sobre os autores

Resumo

O objetivo do estudo foi avaliar as modificações no perfil nutricional dos trabalhadores de um hospital público por três décadas e sua associação com fatores ocupacionais. Estudo de coorte histórica com trabalhadores ativos em 2013 admitidos em três períodos. Foram coletados dados sociodemográficos, de peso e de estatura, e calculado o índice de massa corporal (IMC) do exame admissional e de dois exames periódicos/década. Avaliados 386 trabalhadores (76,4% mulheres, 88,1% de cor de pele branca e 29,3±7,3 anos). A média do peso corporal e do IMC da admissão foram maiores naqueles admitidos em 2000 (P = 66,3 ± 12,5 kg; IMC = 21,3 ± 2,5 kg/m2), em comparação àqueles admitidos em 1980 (P = 56,7 ± 10,2 kg; IMC=21,3 ± 2,5 kg/m2) e 1990 (P = 62,2 ± 11,5 kg; IMC = 22,9 ± 3,3 kg/m2). A variação do peso e do IMC/década foi maior nos trabalhadores admitidos em 2000, em comparação com aqueles admitidos em 1990 e 1980. Quando essa comparação foi estratificada por sexo, a diferença na variação do peso e do IMC/década foi observada apenas nos homens. Turno de trabalho e categoria profissional não foram associados com a variação do peso corporal e IMC. O aumento ponderal e do IMC refletem a transição nutricional observada no País, o que reforça a necessidade de vigilância nutricional e educação continuada desses trabalhadores.

Estudo de coorte; Ganho de peso; Estado Nutricional; Saúde do trabalhador

Introdução

A obesidade e o sobrepeso têm crescido alarmantemente nas últimas décadas em todo o mundo, abrangendo indiscriminadamente todas as etnias, faixas etárias e grupos socioeconômicos, constituindo-se hoje um importante problema de saúde pública, com status de epidemia11. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Organização Mundial de Saúde (OMS). Obesidade. [acessado 2017 Jan 6]. Disponível em: http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_joomlabook&task=display&id=234&Itemid=232
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. O excesso de peso representa substancial risco para o desenvolvimento de doenças debilitantes e com alto custo social, como diabetes melito tipo 222. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969., hipertensão arterial e doenças cardiovasculares33. Nguyen T, Lau DC. The obesity epidemic and its impact on hypertension. Can J Cardiol 2012; 28(3):326-333..

Dados epidemiológicos mundiais indicavam que em 2014 mais de 1,9 bilhão de adultos apresentavam excesso de peso, dentre os quais cerca de 600 milhões eram obesos, demonstrando que em comparação à década de 1980 a prevalência de excesso de peso aumentou mais de duas vezes44. World Health Organization (WHO). Obesity and overweight. [acessado 2016 Fev 22]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/
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. Estima-se que em 2030, o excesso de peso seja identificado em 38% da população mundial e que a obesidade afete 20% dela55. Smith KB, Smith MS. Obesity Statistics. Prim Care 2016; 43(1):121-135..

No Brasil, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009, a qual incluiu mais de 188 mil pessoas, o excesso de peso afeta cerca de 50% da população adulta. O diagnóstico de obesidade foi feito em 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres adultas. Nos últimos 34 anos, o excesso de peso em adultos aumentou de 18,5% para 50,1% e de 28,7% para 48,0% em homens e mulheres, respectivamente66. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamento familiar (POF) 2008-2009: Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e adultos no Brasil. [acessado 2016 Set 5]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_encaa/pof_20082009_encaa.pdf
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. Dados do VIGITEL Brasil 2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) apontaram prevalência de excesso de peso em 53,9% dos brasileiros, sendo maior nos homens em comparação às mulheres (57,6% vs. 50,8%). Relação positiva entre idade e excesso de peso foi demonstrada, bem como relação inversa entre escolaridade e excesso de peso em mulheres77. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico: VIGITEL Brasil 2014. [acessado 2016 Fev 22]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/72/553a243c4b9f3.pdf
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.

No âmbito do trabalho, este cenário não é diferente, tendo sido observada prevalência de 28% de excesso de peso entre trabalhadores de vários países88. Chandola T, Brunner E, Marmot M. Chronic stress at work and the metabolic syndrome: prospective study. BMJ 2006; 332(7540):521-525.. Estudos nacionais demonstraram prevalência de excesso de peso entre 36% dos funcionários públicos de uma Universidade99. Fonseca MJM, Faerstein E, Chor D, Lopes CS, Andreozzi VL. Associações entre escolaridade, renda e Índice de Massa Corporal em funcionários de uma universidade no Rio de Janeiro, Brasil: Estudo Pró-Saúde. Cad Saude Publica 2006; 22(11):2359-2367., de 53% entre trabalhadores de indústria1010. Höfelmann DA, Blank N. Excesso de peso entre trabalhadores de uma indústria: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol 2009; 12(4):657-670., de 45,4% de trabalhadores bancários1111. Petarli GB, Salaroli LB, Bissoli NS, Zandonade E. Autoavaliação do estado de saúde e fatores associados: um estudo em trabalhadores bancários. Cad Saude Publica 2015; 31(4):787-799. e de 44,4% dos trabalhadores públicos municipais1212. Freitas PP, Assunção AA, Bassi IB, Lopes ACS. Excesso de peso e ambiente de trabalho no setor público municipal. Rev. Nutr. 2016; 29(4):519-527..

A relação entre as características do trabalho e o ganho de peso é reconhecida1010. Höfelmann DA, Blank N. Excesso de peso entre trabalhadores de uma indústria: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol 2009; 12(4):657-670.,1212. Freitas PP, Assunção AA, Bassi IB, Lopes ACS. Excesso de peso e ambiente de trabalho no setor público municipal. Rev. Nutr. 2016; 29(4):519-527., mas novas investigações e abordagens com grupos laborais específicos são necessárias para se identificar as vulnerabilidades ocupacionais. A Vigilância da Saúde do Trabalhador deve ser constante e capaz de descrever o perfil de saúde da classe trabalhadora, considerando a análise da situação de saúde, a caracterização do trabalho e o perfil socioeconômico e ambiental1313. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Diretrizes de implantação da Vigilância em Saúde do Trabalhador no SUS. Brasília: MS; 2012. [acessado 2016 Set 5]. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/diretrizes-implanta%C3%A7%C3%A3o-vigil%C3%A2ncia-sa%C3%BAde-trabalhador-sus
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. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar as modificações do perfil nutricional dos trabalhadores de um hospital público de atenção terciária de Porto Alegre (RS) por três décadas e a associação entre estado nutricional e categoria funcional e turno de trabalho.

Métodos

Estudo de coorte histórica, com coleta de dados em prontuário, realizado com os trabalhadores de um hospital público de atenção terciária de Porto Alegre, composto por 5.070 funcionários. Trata-se de uma amostra composta por todos os trabalhadores que foram admitidos nos anos de 1980, 1990 e 2000 e que ainda estivessem trabalhando no Hospital em 2013, momento em que os prontuários médicos foram acessados. No ano de 1980, 1990 e 2000 foram admitidos 229, 474 e 329 trabalhadores, respectivamente.

No momento da coleta de dados, o número e percentual de trabalhadores ativos que haviam sido admitidos em 1980, 1990 e em 2000 eram iguais a 86 (37,6%), 212 (44,7%) e 164 (49,4%), respectivamente: trabalhadores com potencial para inclusão no presente estudo. Não foram incluídos no estudo aqueles trabalhadores que não apresentaram os dados de peso corporal e de estatura registrados no exame admissional e de peso corporal em pelo menos dois periódicos a cada década, bem como gestantes.

As variáveis em estudo foram coletadas dos prontuários de cada trabalhador, disponíveis no serviço de atenção à Saúde do Trabalhador do Hospital, nos quais estão registrados dados relativos ao exame médico admissional e aos exames periódicos. Foram coletados dados sociodemográficos (cor da pele, gênero, idade, ocupação e turno de trabalho), de peso corporal e estatura. Estes últimos dados foram aferidos e registrados pelo médico do trabalho durante os exames médico admissional e periódico.

Em relação aos dados sociodemográficos, os trabalhadores foram classificados quanto à cor da pele em “brancos” ou “não-brancos” – informação autorreferida pelo trabalhador. Quanto ao turno de trabalho, foram alocados para “turno diurno” (aqueles que trabalhavam pela manhã e/ou tarde) ou “turno noturno” (aqueles que trabalhavam à noite e os plantonistas). Aqueles trabalhadores cuja atividade envolvesse contato com paciente foram classificados como “assistência” e os demais como “administrativos” para categorização do cargo ocupacional.

Para avaliação do estado nutricional foi calculado o índice de massa corporal (IMC) a partir da relação entre peso corporal (em quilogramas) e estatura (em metros) elevada ao quadrado e foram utilizados os pontos de corte propostos pela Organização Mundial de Saúde22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969. para sua classificação: baixo peso, IMC < 18,5 kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.; eutrofia, IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.; sobrepeso, IMC entre 25 e 29,9 kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.; obesidade IMC ≥ 30 Kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.. Foram calculados, também, o ganho de peso por década para cada funcionário.

O protocolo para realização do presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Grupo Hospitalar Conceição.

Análise estatística

Realizou-se análise descritiva e avaliação do comportamento de distribuição das variáveis por meio do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov. A comparação das variáveis contínuas entre os trabalhadores admitidos em 1980, 1990 e 2000 foi realizada através do teste Anova ou Kruska-Wallis, conforme distribuição das variáveis, utilizando-se o teste de Tukey ou Dunn’s para as análises post-hoc, respectivamente. As variáveis categóricas foram comparadas pelo teste Qui-quadrado. A comparação do IMC e peso corporal aferidos no exame admissional e em cada periódico foi realizada através do teste General Linear Models para medidas repetidas, utilizando-se o teste de Tukey para as análises post-hoc. O teste de Levene foi considerado para avaliar a homocedasticidade (igualdade entre as variâncias).

A comparação das variáveis em estudo entre os trabalhadores de acordo com o gênero, turno de trabalho e a categoria profissional foi realizada através do teste t de Student ou do teste de Mann-Withney, respeitando-se a normalidade das variáveis contínuas e através do teste Qui-quadrado quando comparadas as variáveis categóricas.

Os resultados foram expressos em média ± desvio padrão para variáveis quantitativas paramétricas, mediano e amplitude interquartil (P25-P75) para variáveis quantitativas não paramétricas, frequência absoluta e relativa para variáveis qualitativas. As análises estatísticas foram realizadas no Pacote Estatístico SPSS 18.0®. Foram considerados significativos valores de p < 0,05.

Resultados

Características gerais da amostra

Foram avaliados 68, 175 e 143 trabalhadores que haviam sido admitidos em 1980, 1990 e 2000, respectivamente, totalizando 386 trabalhadores, dentre os quais 76,4% eram mulheres e 88,1% de cor de pele branca. A idade média da amostra de trabalhadores na admissão foi igual a 29,31 ± 7,31 anos. Em relação às características antropométricas, o peso médio foi igual a 62,76 ± 12,13 kg e o IMC foi igual a 23,08 ± 3,45 kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969..

Na Tabela 1 estão apresentadas as características gerais da amostra no momento da admissão de acordo com o ano de ingresso. O peso corporal e o IMC diferiram significativamente entre os trabalhadores admitidos em 1980, 1990 e 2000, sendo superior naqueles admitidos no ano de 2000 em comparação àqueles admitidos nas décadas anteriores. Não foi observada diferença entre os grupos em relação ao gênero, à cor da pele e à categoria ocupacional.

Tabela 1
Características gerais dos trabalhadores admitidos em hospital público nos anos de 1980, 1990 e 2000 (Porto Alegre – RS, 2017)

Variação dos indicadores antropométricos entre o exame médico admissional e o último periódico de 2010

Os trabalhadores admitidos em 1980 tiveram dados coletados de seis exames médicos periódicos, além do exame admissional. Aqueles admitidos em 1990 tiveram dados de quatro exames médicos periódicos e aqueles admitidos em 2000 de dois exames médicos periódicos, além do admissional. Foi observada diferença significativa na variação entre o último periódico e o exame admissional (considerando-se o tempo de acompanhamento) tanto para o peso como para o IMC quando comparados os trabalhadores admitidos em 1980, 1990 e 2000 (Tabela 2).

Tabela 2
Variação por década dos parâmetros antropométricos dos trabalhadores admitidos em hospital público nos anos de 1980, 1990 e 2000 (Porto Alegre – RS, 2017)

Os trabalhadores admitidos em 1980 apresentaram um aumento de 12,5 (6,3 - 18,5) kg entre o exame admissional e o último periódico – após 30 anos (equivalente a 4,2 kg/10 anos). Aqueles admitidos em 1990 aumentaram 7,0 (-5,9 - 19,0) kg em 20 anos (equivalente a 3,5 kg/10 anos), enquanto que os trabalhadores que foram admitidos em 2000 aumentaram 7,0 (2,5 - 12,0) kg em 10 anos (p < 0,001). O IMC variou em 4,63 (2,47 - 6,89) kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.entre o exame admissional e o último periódico nos trabalhadores admitidos em 1980. Para aqueles admitidos em 1990 o aumento foi de 2,41 (-1,89 - 8,29) kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.e para os que ingressaram em 2000 de 2,59 (0,92 - 4,44) kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.(p < 0,001). O aumento no peso corporal e no IMC foi crescente e diferiu significativamente entre o exame admissional e cada periódico para as três coortes de trabalhadores (dados numéricos não apresentados).

A prevalência de baixo peso entre os trabalhadores admitidos em 1980 (14,7%) foi significativamente maior em comparação àqueles admitidos em 1990 (5,1%) e em 2000 (1,4%) (p < 0,001). A prevalência de eutrofia não diferiu entre trabalhadores admitidos em 1980 (73,5%) e 1990 (70,9%), sendo significativamente inferior entre aqueles admitidos em 2000 (58,7%) (p < 0,001). Por outro lado, nenhum dos trabalhadores admitidos em 1980 apresentava obesidade, enquanto que 4% e 5,6% daqueles admitidos em 1990 e em 2000 eram obesos (p = 0,143). A prevalência de sobrepeso também foi significativamente maior entre os trabalhadores admitidos em 2000 (33,6%), em comparação àqueles admitidos em 1980 (11,8%) e 1990 (18,9%) (p<0,001). Já no último periódico, a prevalência de eutrofia (38,2%, 41,7% e 33,6%) e de obesidade (20,6%, 24,6% e 23,8%) não diferiu entre os trabalhadores admitidos em 1980, 1990 e 2000, respectivamente (p = 0,411 e p = 0,751). A frequência relativa de sobrepeso no último periódico foi similar entre os trabalhadores admitidos em 1980 (39,7%) e em 2000 (37,8%), a qual foi superior àquela observada entre os trabalhadores admitidos em 1990 (24,6%) (p = 0,012). No que diz respeito à ocorrência de baixo peso no último periódico, as frequências relativas foram iguais a 1,5%, 7,4% e 07% para os trabalhadores admitidos em 1980, 1990 e 2000, respectivamente (p = 0,005).

Indicadores antropométricos de acordo com o turno de trabalho e categoria profissional

Na Tabela 3 estão apresentados os dados antropométricos de acordo com o turno de trabalho dos trabalhadores, não sendo observada diferença significativa no peso corporal e no IMC entre os trabalhadores do diurno em comparação aos trabalhadores do noturno. Gênero, cor da pele e idade também não diferiram entre os grupos.

Tabela 3
Características dos trabalhadores de um hospital público de acordo com o turno de trabalho (Porto Alegre – RS, 2017)

Quando comparados os dados antropométricos dos trabalhadores de acordo com a categoria funcional (Tabela 4), foi observada maior proporção de homens na categoria “administrativo” em comparação à categoria “assistência”. Ainda, os trabalhadores do administrativo apresentaram maior peso corporal na admissão em comparação aos trabalhadores da assistência, diferença que não foi mantida no último exame periódico.

Tabela 4
Características dos trabalhadores de um hospital público de acordo com a categoria ocupacional (Porto Alegre – RS, 2017).

Discussão

Este estudo de coorte histórica observou menor peso corporal e IMC entre os trabalhadores admitidos em 1980 em comparação àqueles admitidos em 1990 e em 2000. O aumento de peso foi crescente e a variação por década no peso e no IMC foi maior entre aqueles trabalhadores admitidos em 2000. Turno de trabalho e categoria funcional não foi determinante das diferenças no peso e no IMC dos trabalhadores. Os resultados do presente estudo referentes ao aumento crescente do peso e do IMC nas últimas três décadas refletem o crescimento que o sobrepeso e a obesidade tiveram no Brasil66. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamento familiar (POF) 2008-2009: Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e adultos no Brasil. [acessado 2016 Set 5]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_encaa/pof_20082009_encaa.pdf
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,77. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico: VIGITEL Brasil 2014. [acessado 2016 Fev 22]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/72/553a243c4b9f3.pdf
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, seguindo uma tendência mundial1414. Flegal KM, Carroll MD, Kit BK, Ogden CL. Prevalence of obesity and trends in the distribution of Body Mass Index among US adults, 1999 – 2010. JAMA 2012; 307(5):491-497..

Estudos envolvendo trabalhadores de hospitais brasileiros demonstraram prevalências variadas de excesso de peso: em um serviço de atendimento pré-hospitalar de Salvador 65,6% foram classificados com sobrepeso ou obesidade1515. Cavagioni LC, Pierin AMG. Hipertensão arterial em profissionais que atuam em serviços de atendimento pré-hospitalar. Texto Contexto Enferm 2011; 20(3):235-244., assim como 63,9% dos trabalhadores de um hospital universitário de Londrina1616. Porto BD, Arruda GA, Altimari LR, Cardoso Júnior CG. Autopercepção de saúde em trabalhadores de um Hospital Universitário e sua associação com indicadores de adiposidade, pressão arterial e prática de atividade física. Cien Saude Colet 2016; 21(4):1113-1122. e 53,3% dos trabalhadores de um hospital geral privado de São Paulo1717. Sarno F, Monteiro CA. Importância relativa do Índice de Massa Corporal e da circunferência abdominal na predição da hipertensão arterial. Rev Saude Publica 2007; 41(5):788-796.. Outro estudo realizado com trabalhadores da enfermagem de unidades de terapia intensiva e emergência demonstrou prevalência menor de sobrepeso e obesidade, 37,8% e 31,1%, respectivamente1818. Silveira CDS, Urbanetto JS, Silva PC, Magnago TS, Figueiredo CEP. Perfil de sobrepeso e obesidade em trabalhadores de enfermagem em unidades de cuidado intensivo e emergência. Cien Saude Colet 2013; 6(3):157-162..

A variação no peso corporal também foi encontrada no estudo envolvendo 1.341 homens e mulheres de Florianópolis, o qual observou aumento médio de 10,4 ± 9,3 kg para mulheres e 11,1 ± 9,1 kg para homens em um período de 12 anos1919. Coelho MSPH, Assis MAA, Moura EC. Aumento do índice de massa corporal após os 20 anos de idade e associação com indicadores de risco ou de proteção para doenças crônicas não transmissíveis. Arq. Bras. Endocrinol Metab 2009; 53(9):1146-1156.. Ainda, o aumento do excesso de peso entre trabalhadores, equivalente a uma variação no IMC superior a 4kg/m22. Chan JM, Rimm EB, Colditz GA, Stampfer MJ, Willett WC. Obesity, fat distribution, and weight gain as risk factors for clinical diabetes in men. Diabetes Care 1994; 17(9):961-969.em 20 anos, foi demonstrado em estudo envolvendo trabalhadores paulistas da companhia de energia2020. Ciorla LAS, Godoy MF. Fatores de risco cardiovascular e mortalidade. Seguimento em longo prazo (até 20 anos) em programa preventivo realizado pela medicina ocupacional. Arq. Bras. Cardiol. 2005; 85(1):20-25.. Já um estudo envolvendo médicos após 15 anos de acompanhamento evidenciou um aumento da prevalência de excesso de peso em torno de 17%2121. Jardim TSV, Jardim PCVB, Araújo WEC, Jardim LMSSV, Salgado CM. Fatores de risco cardiovascular em coorte de profissionais da área médica – 15 anos de evolução. Arq Bras Cardiol 2010; 95(3):332-338..

Indivíduos com excesso de peso são mais susceptíveis ao absenteísmo-doença. A inadequação do peso corporal pode tornar as atividades diárias mais desgastantes, pois gera maior sobrecarga à coluna, influindo nas posturas adotadas, além de resultar em menor desempenho e produtividade, tornando insatisfatória a qualidade de vida no trabalho2222. Colares LGT, Freitas CM. Processo de trabalho e saúde de trabalhadores de uma unidade de alimentação e nutrição: entre a prescrição e o real do trabalho. Cad Saude Publica 2007; 23(12):3011-3020.. Ademais, levam ao aumento do uso de cuidados de saúde gerando aumento dos custos para o mercado e para a sociedade2323. Thompson D. The costs of obesity: what occupational health nurses need to know. AAOHN J 2007; 55(7):265-270..

Possivelmente, o peso corporal mais elevado na admissão e o maior aumento de peso por década entre os trabalhadores admitidos em 2000, em comparação àqueles admitidos em 1980 e em 1990, estejam associados ao processo de transição nutricional e do impacto do estilo de vida atual mais sedentário aliado a um consumo alimentar de maior densidade energética2424. Jaime PC, Silva ACF, Gentil PC, Claro RM, Monteiro AC. Brazilian obesity prevention and control initiatives obesity reviews. Obes. Rev. 2013; 14(Supl. 2):88-95.. A prática da alimentação fora do lar, o aumento de consumo de alimentos ultraprocessados e a substituição de refeições completas por lanches com elevada concentração de energia, açúcar e sódio contribuem para o maior aporte energético2525. Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IR, Cannon G. Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: evidence from Brazil. Public Health Nutr 2011; 14(1):5-13. No entanto, é importante considerar que este peso corporal mais elevado nos trabalhadores admitidos no ano 2000 pode também estar relacionado com a idade (adultos jovens com mais de 30 anos). De fato, estudo de base populacional conduzido na Dinamarca, que acompanhou 2436 adultos entre 1982-83 e 1993-1994, demonstrou uma média de ganho ponderal entre 0,9 e 1,2 kg nos indivíduos com idade entre 30 e 40 anos2626. Heitmann BL, Garby L. Patterns of long-term weight changes in overweight developing Danish men and women aged between 30 and 60 years. Int J Obes Relat Metab Disord 1999; 23(10):1074-1078.. Ainda, análise longitudinal de sete estudos de coorte com a população adulta alemã, com idade entre 18 e 83 anos avaliada inicialmente entre 1994 e 2007 e acompanhadas por um período de quatro a 11,9 anos, demonstrou um ganho de peso médio de 0,25 kg/ano, sendo a quantidade de ganho de peso dependente da idade no início do acompanhamento e significativamente maior naqueles com < 45 anos, corroborando os achados do presente estudo que demonstrou ganho de peso expressivo em adultos jovens2727. Haftenberger M, Mensink GB, Herzog B, Kluttig A, Greiser KH, Merz B, Nöthlings U, Schlesinger S, Vogt S, Thorand B, Peters A, Ittermann T, Völzke H, Schipf S, Neamat-Allah J, Kühn T, Kaaks R, Boeing H, Bachlechner U, Scheidt-Nave C, Schienkiewitz A. Changes in body weight and obesity status in German adults: results of seven population-based prospective studies. Eur J Clin Nutr 2015 70(3):300-305.. Outro estudo que comparou cinco coortes finlandesas de diferentes períodos de tempo (1972 – 2007) demonstrou ganho de peso anual de 0,3 kg em ambos os sexos, sendo o ganho de peso mais pronunciado nas coortes cujo acompanhamento foi iniciado mais tardiamente (1980 e 1990 x 1970) e nos indivíduos mais jovens, assim como no presente estudo2828. Pajunen P, Vartiainen E, Männistö S, Jousilahti P, Laatikainen T, Peltonen M. Intra-individual changes in body weight in population-based cohorts during four decades: the Finnish FINRISK study. Eur J Public Health 2010; 22(1):107-112..

O reflexo da transição nutricional observado entre os trabalhadores do presente estudo é preocupante, vez que o aumento da prevalência e incidência de obesidade está diretamente relacionado ao aumento da prevalência e incidência de diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares – doenças crônicas de elevado impacto na morbimortalidade e com alto custo social1111. Petarli GB, Salaroli LB, Bissoli NS, Zandonade E. Autoavaliação do estado de saúde e fatores associados: um estudo em trabalhadores bancários. Cad Saude Publica 2015; 31(4):787-799.,2929. Pinheiro ARO, Freitas SFT, Corso ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev Nutr 2004; 17(4):523-533.. Estudo de coorte com 114.281 enfermeiras americanas demonstrou aumento de 1,9 vezes no risco de desenvolvimento de diabetes melito tipo 2 entre aquelas que aumentaram entre 5 e 8 kg ao longo do acompanhamento (1976 – 1990) em comparação aquelas que mantiveram o peso estável44. World Health Organization (WHO). Obesity and overweight. [acessado 2016 Fev 22]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/
http://www.who.int/mediacentre/factsheet...
. O risco de HAS é duas vezes maior em obesos quando comparados a indivíduos não-obesos1616. Porto BD, Arruda GA, Altimari LR, Cardoso Júnior CG. Autopercepção de saúde em trabalhadores de um Hospital Universitário e sua associação com indicadores de adiposidade, pressão arterial e prática de atividade física. Cien Saude Colet 2016; 21(4):1113-1122.. Ainda, o risco de doenças cardiovasculares é maior em mulheres obesas3030. Souza RMRP, Sobral DP, Paz SMRS, Martins MCC. Prevalência de sobrepeso e obesidade entre funcionários plantonistas de unidades de saúde de Teresina, Piauí. Rev Nutr 2007; 20(5):473-482.e em trabalhadores noturnos3131. Chen JD, Lin YC, Hsiao ST. Obesity and high blood pressure of 12-hour night shift female clean-room workers. Chronobiol Int 2010; 27(2):334-344.. Estes últimos têm 40% mais risco de desenvolverem doenças cardiovasculares que os trabalhadores diurnos3131. Chen JD, Lin YC, Hsiao ST. Obesity and high blood pressure of 12-hour night shift female clean-room workers. Chronobiol Int 2010; 27(2):334-344.. Estudo brasileiro mostrou uma prevalência de risco cardiovascular de 67% maior entre os trabalhadores noturnos3232. Pimenta AM, Kac G, Souza RRC, Ferreira LMBA, Siqueira SMF. Trabalho noturno e risco cardiovascular em funcionários de universidade pública. Rev Assoc. Med Bras 2012; 58(2):168-177.. No entanto, não foi observada relação do turno laboral com o aumento do peso e IMC.

O fato de o presente estudo ter sido retrospectivo, com coleta de dados em prontuário médico, pode ser uma potencial limitação ao mesmo, vez que tal metodologia inviabiliza a padronização na coleta das informações. Por registro incompleto nos prontuários médicos, parcela de trabalhadores não pode ser incluída no estudo. Ainda, selecionamos uma amostra de conveniência, sendo a proporção de trabalhadores incluídos no presente estudo inferior a 50% do total admitido em cada ano avaliado, o que pode não ser representativo do total de trabalhadores. Isso pode ser justificado pelo tempo entre admissão e coleta de dados para o presente estudo (mínimo de 10 anos e máximo de 30 anos), tornando indisponíveis os dados de muitos trabalhadores que já não faziam mais parte do quadro de profissionais do Hospital. Ainda, a falta de informações mais detalhadas nos prontuários impossibilitou a avaliação de variáveis que poderiam complementar os dados do presente estudo, tais como presença de comorbidades vinculadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão e dislipidemia, entre outras.

Por outro lado, o presente estudo pode contribuir para compreensão do perfil de saúde da classe trabalhadora e para o desenvolvimento de ações e estratégias de saúde para grupos laborais específicos. O aumento do excesso de peso observado é alarmante visto que o ganho ponderal aumenta o risco de morbidade, incapacidade e mortalidade, implicando em aumento nos custos sociais. Ademais, o presente estudo fornece dados dos últimos 30 anos referentes ao perfil nutricional de trabalhadores de um hospital público terciário, tendo como originalidade a comparação entre trabalhadores admitidos em diferentes décadas, de categorias distintas e com atuação em ambos os turnos de trabalho.

Considerações finais

Trabalhadores de um hospital público, admitidos em três períodos distintos nos últimos 30 anos, apresentaram aumento ponderal e do IMC, sendo mais expressivo naqueles trabalhadores admitidos no hospital no ano de 2000. Tais achados reforçam a necessidade de vigilância nutricional desses trabalhadores, através do monitoramento do estado nutricional e da implantação de programas educacionais em saúde, sobretudo programas multidisciplinares com objetivo de incentivar práticas alimentares saudáveis e exercícios físicos regulares, visando a melhoria da qualidade de vida e a redução de agravos à saúde evitáveis.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2019
  • Data do Fascículo
    Jul 2019

Histórico

  • Recebido
    11 Jan 2017
  • Revisado
    04 Out 2017
  • Aceito
    06 Out 2017
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