Adaptação transcultural para a língua portuguesa do The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT)

The transcultural adaptation of the Body-Related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) to Brazilian Portuguese

Virgínia Souza Santos Cíntia Tavares Carleto Vanderlei José Haas Andrée Lee Castonguay Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa Sobre os autores

Resumo

O objetivo do presente estudo foi adaptar transculturalmente o instrumento “The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT)” para a língua portuguesa brasileira. O processo de adaptação envolveu as seguintes etapas: tradução do BSE-FIT para a língua portuguesa; avaliação pelo Comitê de Juízes; retrotradução; análise semântica; e pré-teste. Os membros do Comitê de Juízes apontaram dificuldades na tradução do termo “fitness” e questionaram que o significado da palavra na língua portuguesa é mais amplo do que “forma física”, relacionando-o também ao que o corpo é capaz de fazer. Na análise semântica foram observadas dificuldades de compreensão no item 4 (orgulhoso do meu preparo físico superior) e optou-se por alterar para “orgulhoso do meu superior preparo físico” para facilitar o entendimento. Na etapa de pré-teste não foram observadas dificuldades de preenchimento ou compreensão dos itens e o processo de adaptação transcultural foi encerrado. Ao final, alcançaram-se as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural do instrumento adaptado, além da validade de face e conteúdo. Contudo, para que o BSE-FIT possa ser empregado para a população brasileira é necessária a validação das propriedades métricas do mesmo, cujo estudo está em desenvolvimento.

Palavras-chave
Imagem corporal; Aptidão física; Universidades; Estudantes

Abstract

The scope of this study was to conduct a transcultural adaptation of the Body-Related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) to Brazilian Portuguese. The adaptation process involved the following steps: translation of the BSE-FIT to Brazilian Portuguese; evaluation by the Committee of Judges; back-translation; semantic analysis; and pre-test. The members of the Committee highlighted the difficulties in translating the word “fitness” and suggested that the meaning in Brazilian Portuguese is more than “physical form,” also relating it to what the body is capable of doing. In the semantic analysis, difficulty was observed in understanding item 4 (proud of my superior physical preparation) and the item was changed to “proud of my enhanced physical preparedness” to facilitate understanding. In the pre-test stage, there were no difficulties in completing or understanding the items and the process of cross-cultural adaptation was finalized. In the final analysis, the semantic, idiomatic, conceptual and cultural equivalence of the adapted instrument was achieved, and basic and content validity parameters were met. However, in order for BSE-FIT to be used in Brazil, it is necessary to validate the metric properties of the BSE-FIT, which is currently under study and being developed.

Key words
Body image; Physical fitness; Universities; Students

Introdução

Recentemente, homens e mulheres vivenciam uma batalha para alcançar a aparência física perfeita, o que pode acarretar danos na vida pessoal e social, uma vez que a imagem corporal ideal precisa ser conquistada a qualquer custo11 Perin G, Ferreira VRT. Sintomas depressivos, sintomas ansiosos, dimorfismo corporal e esquemas cognitivos disfuncionais em universitários. Psico Imed 2016; 8(1):30-37..

Quando o padrão de beleza almejado não é alcançado, afeta-se diretamente a percepção da imagem corporal22 Laus MF, Straatmann G, Kakeshita I, Almeida SS. A influência da imagem corporal no comportamento alimentar. In: Almeida SS, Costa BTM, Laus MF, Staatmann G. Psicobiologia do Comportamento Alimentar. Rio de Janeiro: Rubio; 2013. p. 103-118.. A decepção com a forma física resulta em um sentimento negativo que o indivíduo tem em relação ao seu peso e à sua forma corporal, revelando-se um sinal importante para o reconhecimento de alguns transtornos alimentares, como a bulimia nervosa e a anorexia33 Alvarenga MS, Scagliusi FB, Philippi ST. Comportamento de risco para transtorno alimentar em universitárias brasileiras. Rev Psiquiat Clin 2011; 38(1):3-7..

Nos casos de insatisfação, há certa negação do próprio corpo, especialmente quando ele é comparado ao de outras pessoas, e busca-se excessivamente um corpo ideal, mediante práticas de comportamentos alimentares irregulares e de controle de peso, que poderão culminar com o surgimento de distúrbios alimentares44 Bracht CM, Piasetzki CTR, Busnello MB, Berlezi EM, Franz LBB, Boff ETO. Percepção da autoimagem corporal, estado nutricional e prática de atividade física de universitários do Rio Grande do Sul. Mundo da Saúde 2013; 37(3):343-353.,55 Marques RSA, Oliveira AP, Assis MR. Prevalência de insatisfação com a imagem corporal entre estudantes de educação física. Corpus Sci 2013; 9(1):65-78..

A valorização da imagem corporal, bem como o culto à forma física adequada abarcam diversas emoções autoconscientes, que são essenciais para a motivação e o controle de pensamentos, sentimentos e comportamentos66 Fischer KW, Tangney JP. Self-conscious emotions and the affect revolution: framework and overview. In: Tangney JP, Fischer KW. Self-conscious emotions: The psychology of shame, guilt, embarrassment, and pride. New York: The Guilford Press; 1995. p.3-22..

As emoções autoconscientes compreendem as relações sociais nas quais as pessoas se interagem, avaliam e julgam a si mesmas e aos outros77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12.. Elas estão relacionadas a sentimentos negativos e positivos, como a vergonha, a culpa e os orgulhos autêntico e arrogante, que podem interferir nas experiências emocionais e no bem-estar das pessoas de modo geral77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12.,88 Tylka TL. Positive psychology perspectives on body image. In: Cash TF, Smolak L, editors. Body image: a handbook of science, practice, and prevention. 2nd ed. New York: The Guilford Press; 2011. p. 56-64..

O orgulho autêntico refere-se ao sentimento de triunfo sobre a realização de atividades99 Tracy JL, Robins RW. The psychological structure of pride: a tale of twofacets. J Pers Soc Psychol 2007; 92(3):506-525.. Trata-se de um construto positivo que é associado à felicidade e ao prazer em cumprir ações, além de ser um sentimento ligado a um status social99 Tracy JL, Robins RW. The psychological structure of pride: a tale of twofacets. J Pers Soc Psychol 2007; 92(3):506-525.,1010 Laskoski LM, Natividade JC, Navarini D. Construção e validação da Escala de Orgulho e suas relações com autoestima. Aval psicol 2013; 12(1):37-42..

Já o orgulho arrogante possui caráter negativo e inclui sentimentos de egoísmo, arrogância e autoengrandecimento. Este construto envolve a dificuldade de assumir erros e também a desvalorização da contribuição dos outros, além de relacionar-se à procura de atalhos e vantagens para obter um certo status, apontando superioridade e intimidação ao adversário99 Tracy JL, Robins RW. The psychological structure of pride: a tale of twofacets. J Pers Soc Psychol 2007; 92(3):506-525.,1010 Laskoski LM, Natividade JC, Navarini D. Construção e validação da Escala de Orgulho e suas relações com autoestima. Aval psicol 2013; 12(1):37-42..

A escala The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) desenvolvida no Canadá por Castonguay et al.77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12. tem como objetivo avaliar as experiências relacionadas a vergonha, culpa, orgulho autêntico e orgulho arrogante no contexto da forma física e preparo físico, em indivíduos na fase final da adolescência e adultos do Canadá. É composto por 16 itens, avaliados por uma escala do tipo Likert de 5 pontos, onde: 1 = nunca; 2 = raramente; 3 = ocasionalmente; 4 = frequentemente; e 5 = sempre. O escore do instrumento de medida é obtido através das médias das respostas, agrupadas de acordo com os fatores, e cada item recebe uma pontuação que varia de um a cinco. Todos os itens são pontuados em uma direção positiva77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12..

O BSE-FIT demonstrou evidência de consistência interna, estabilidade temporal ao longo de um período de 2 semanas, validade concorrente, convergente e discriminante. Quanto à estrutura interna avaliada através da análise fatorial confirmatória, obteve-se um modelo de quatro fatores77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12..

Na literatura brasileira, inexistem instrumentos direcionados para a avaliação de emoções autoconscientes relacionadas à forma física e ao preparo físico, especialmente no enfoque dos sentimentos de vergonha, culpa, orgulhos autêntico e arrogante. Da mesma forma, no cenário internacional, o BSE-FIT foi o primeiro instrumento desenvolvido para avaliar este construto77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12.. Portanto, a adaptação transcultural da escala possibilitará uma ferramenta inovadora para avaliação deste construto no contexto brasileiro, além de contribuir com novos estudos metodológicos sobre o BSE-FIT.

Diante disso, o objetivo deste estudo foi realizar a adaptação transcultural do instrumento BSE-FIT para a língua portuguesa brasileira.

Material e métodos

Tratou-se de um estudo metodológico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Foi concedida a autorização para a utilização do instrumento original pelos autores no dia 25 de abril de 2016 e a coleta de dados foi realizada entre novembro de 2016 a março de 2017.

A tradução e a adaptação transcultural do instrumento BSE-FIT foram realizadas percorrendo sete etapas, conforme o referencial proposto por Ferrer et al.1111 Ferrer M, Alonso J, Prieto L, Plaza V, Monsó E, Marrades R, Aguar MC, Khalaf A, Antó JM. Validity and reability of the St Geroge's Respiratory Questionaire after adaptation to a different language and culture: the spanish example. Eur Respir J 1996; 6(9):1160-1166.: tradução; obtenção do primeiro consenso da versão em português; avaliação pelo Comitê de Juízes; retrotradução; obtenção do consenso das versões em inglês e comparação com a versão original; análise semântica e pré-teste.

Na etapa de tradução, a Versão Original (VO) do BSE-FIT foi enviada para dois tradutores brasileiros fluentes em inglês. Cada tradutor elaborou uma versão da tradução, que foram denominadas: Versão Português Tradutor 1 (VPT1) e Versão Português Tradutor 2 (VPT2).

Finalizadas estas traduções, as duas versões foram comparadas pelas pesquisadoras responsáveis em conjunto com os tradutores, selecionaram-se as frases de melhor expressão e obteve-se a versão consensual em português, denominada Versão Português Consenso 1 (VCP1).

A VPC1 foi analisada por um Comitê de Juízes (n = 7), composto por pesquisadores doutores com experiência em adaptação transcultural de instrumentos ou na temática emoções autoconscientes relacionadas à forma física e ao preparo físico. Os participantes receberam por e-mail, a VO e a VPC1 do BSE-FIT e foram orientados a fazer a leitura do material para avaliar a validade de face e conteúdo, bem como as equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual. A avaliação ocorreu em duas etapas, através de um formulário on-line disponibilizado para preenchimento, através da plataforma Google Docs. No primeiro momento, os membros do Comitê deveriam avaliar se a tradução apresentava todas as equivalências em relação à versão original e, no caso de incoerências, deveriam sugerir modificações. Na segunda fase, as pesquisadoras do estudo realizaram um compilado geral das sugestões dos juízes, que foi novamente enviado para os mesmos para verificar se as sugestões deveriam ser acatadas ou não. As alterações foram acolhidas quando pelo menos 6 juízes estavam de acordo. Ao final da avaliação, obteve-se a Versão em Português Consenso 2 (VPC2).

Para a retrotradução, a VPC2 foi encaminhada para dois tradutores, nascidos nos Estados Unidos e residentes no Brasil, que desempenham atividades como professores da língua inglesa, sem apresentar os objetivos do estudo e VO do instrumento. Cada tradutor elaborou uma versão em inglês do instrumento, denominadas Versão Inglês 1 (VI1) e Versão Inglês 2 (VI2). Em seguida, as pesquisadoras envolvidas no projeto se reuniram com os tradutores e apresentaram os objetivos do estudo e a finalidade do instrumento para comparar as duas versões (VI1 e VI2) e, então, definiram a Versão Inglês Final (VIF). Essa versão (VIF) foi enviada, por meio de correspondência eletrônica para a autora principal do instrumento, para sua avaliação. Apresentou-se algumas sugestões aos tradutores para a comparação com a VIF. Cada parte da VO foi lida e comparada com a VIF e no caso de incoerências na equivalência dos itens com VO, sugeriram-se redações diferentes para obter a equivalência entre as duas versões e uma nova versão em português foi formulada, denominada Versão Português Consenso 3 (VPC3).

A análise semântica e o pré-teste da VPC3 foram realizados com acadêmicos da Universidade Federal de Viçosa – Campus de Rio Paranaíba, dos cursos de Administração, Agronomia, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Nutrição, Química e Sistemas de Informação, com idade entre 18 a 59 anos, que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A análise semântica verificou se existiam dificuldades na compreensão dos itens do instrumento pela população alvo. Baseou-se no protocolo de validação semântica do instrumento DISABKIDS1212 Castro MEM. Adaptação transcultural e validação do instrumento genérico de mensuração de qualidade de vida relacionada à saúde, DISABKIDS 37, para crianças e adolescentes mexicanos com doenças crônicas e seus pais ou cuidadores: fase I [tese]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2007.,1313 Nunes LC, Neves D, Teodósio GF, Floriano PM, Lara S. Perfil de estudantes dos anos iniciais com baixo rendimento escolar: importância da educação física na escola. R Bras Ci e Mov 2014; 22(2):36-46. e avaliou-se a adequação dos itens da VPC3, originando a Versão Português Consenso 4 (VPC4). O protocolo de avaliação semântica possuía duas partes, a primeira denominada “Avaliação Geral”, com sete questões nas quais os avaliadores julgaram o instrumento como um todo: a compreensão dos itens, a dificuldade da escala de resposta, a importância das questões e ofereceram sugestões para melhorar a compreensão dos itens. A segunda parte do instrumento de avaliação semântica, denominada “Avaliação Específica”, abordou os itens já traduzidos e adaptados do instrumento, em seus respectivos domínios, e preconizou uma análise crítica da importância dos itens para a situação investigada, da dificuldade da compreensão das questões e da escala de resposta. O protocolo também solicitou aos avaliadores sugestões para melhorar a compreensão dos itens1313 Nunes LC, Neves D, Teodósio GF, Floriano PM, Lara S. Perfil de estudantes dos anos iniciais com baixo rendimento escolar: importância da educação física na escola. R Bras Ci e Mov 2014; 22(2):36-46..

Participaram desta etapa 30 estudantes selecionados por conveniência, sendo três de cada curso de graduação da UFV-CRP: um que cursava os períodos iniciais; outro dos períodos intermediários e; o terceiro dos períodos finais.

A Versão Português Consenso 4 (VPC4) foi submetida ao pré-teste com 36 estudantes, selecionados por conveniência, dos diferentes cursos de graduação da UFV-CRP, para verificar o preenchimento, a compreensão dos itens e a duração da coleta de dados. A versão obtida após o pré-teste foi denominada de Versão Português Final (VPF) e o processo de adaptação transcultural foi finalizado.

Resultados

Tradução do BSE-FIT para a língua portuguesa e obtenção do primeiro consenso

A adaptação transcultural do BSE-FIT para o português brasileiro durou cerca de cinco meses. Ao realizar a tradução do BSE-FIT, os pesquisadores optaram por manter o título em inglês conforme a versão original do instrumento para, futuramente, favorecer às buscas nas bases de dados e possibilitar o maior acesso à versão adaptada do instrumento.

Dois tradutores brasileiros fluentes na língua inglesa elaboraram duas versões de tradução da VO (Quadro 1) para a língua portuguesa (VPT1 e VPT2). Em uma reunião consensual entre tradutores e pesquisadores, as duas versões foram comparadas quando foram selecionadas as frases de melhor expressão e obteve-se a Versão Português Consenso 1 - VPC1 (Quadro 1).

Quadro 1
Tradução e obtenção da primeira Versão Português Consenso 1 (VPC1) do The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT), Rio Paranaíba, MG, 2017.

Avaliação pelo comitê de juízes

O Comitê de Juízes foi composto por sete docentes da Universidade Federal de Viçosa - Campus de Rio Paranaíba e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sendo quatro nutricionistas, dois educadores físicos e uma psicóloga. A média de idade dos juízes foi de 37,57 ± 3,10 anos e o tempo médio de formação foi de 14,57 ± 3,64 anos.

Durante os debates de avaliação da tradução do instrumento, sugeriram-se modificações em diversos itens. A maioria deles passou por ajustes gramaticais, como o acréscimo de pronomes ou artigos para propiciar melhor compreensão. Somente as opções de resposta do instrumento e os itens 1 e 7 não sofreram modificações. As principais alterações estão destacadas no Quadro 2.

Quadro 2
Versão Português Consenso 2 (VPC2) do The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) obtida após o Comitê de Juízes, Rio Paranaíba, MG, 2017.

Os membros do Comitê de Juízes apontaram dificuldades na tradução do termo fitness e questionaram que o significado da palavra na língua portuguesa é mais amplo do que “forma física”, incluindo também o que o corpo é capaz de fazer.

A tradução do item 4 foi alvo de contestações, pois, de acordo com a visão dos participantes desta etapa, a palavra superior não apresentava sentido na língua portuguesa. Desta forma, sugeriu-se que se substituísse “superior” pela palavra “excelente”, por considerar que a nova tradução contemplaria melhor o item em questão.

Os itens 5 e 13 acarretaram discussões acerca da tradução da palavra inadequate. Embora alguns juízes acreditassem que o termo “insatisfeito” era mais condizente com o contexto da língua portuguesa brasileira, a maioria dos avaliadores optou por alterar o termo para “inadequado”, pois analisaram que inadequate é diferente de dissatisfied e que a nova tradução refletiria a adequação a um determinado padrão.

Além disso, a tradução da palavra unfit do item 9 também foi bastante controversa, uma vez que os juízes afirmaram que há possibilidade de diversas interpretações. Eles mencionaram que no contexto referido, alocado no domínio Vergonha, teria sentido equivalente à inapropriado e, por isso, a melhor tradução seria “fora de forma”.

No item 14, a maioria dos participantes optou pela mudança da tradução do termo “trabalhar” para “esforçar”. De acordo com a percepção dos mesmos, a palavra work, nesta conjuntura, tem relação com o esforço realizado em prol da forma física.

Ao final das observações, foi obtida a Versão Português Consenso 2 (VPC2), que está apresentada no Quadro 2.

Retrotradução

A retrotradução do BSE-FIT foi realizada por dois tradutores que possuíam o inglês como língua nativa e gerou duas versões: a Versão Inglês Tradutor 1 (VIT1) e a Versão Inglês Tradutor 2 (VIT2), dispostas no Quadro 3. Após estas traduções, as pesquisadoras reuniram-se com os tradutores, compararam as duas versões e definiram a Versão Inglês Final (VIF), que foi encaminhada para os autores do instrumento original (Quadro 3).

Quadro 3
Retrotradução do The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) para a língua inglesa, Rio Paranaíba, MG, 2017.

Os autores do instrumento analisaram a VIF e fizeram diversas sugestões que colaboraram para a construção da Versão Português Consenso 3 (VPC3), que está disposta no Quadro 4.

Quadro 4
Versão Português Consenso 3 (VPC3) do The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) obtida após a retrotradução, MG, 2017.

Ao analisarem a VIF, os autores questionaram se haveria uma forma mais precisa para traduzir a palavra fitness, uma vez que, para eles, o termo, na sua definição operacional, dentro do contexto de aptidão do BSE-FIT, refere-se à condição de ser fisicamente apto e saudável, bem como à capacidade de realizar determinada tarefa.

De acordo com os mesmos, a expressão physical shape pode ter um significado diferente na língua inglesa e se referir à aparência física ou à silhueta. Desta forma, eles sugeriram rever os itens de número 1 ao 4, e de 10 ao 15, para que retratassem a aptidão física.

Recomendou-se também que a palavra excellent, apresentada no item 4, fosse substituída por outra que refletisse a superioridade e a característica de ser melhor do que os outros, uma vez que o item representa um conteúdo do domínio “Orgulho Arrogante”, e por isso, optou-se por utilizar novamente a palavra “superior”. Para o item 7, aconselhou-se rever a palavra physical para se adaptar melhor ao contexto de fitness. No item 12, também indicou-se excluir a palavra even.

Após as contribuições dos autores da escala original optou-se por substituir physical shape por “preparo físico”, ao considerar que a ideia principal do BSE-FIT é abordar o que o corpo é capaz de fazer. Ademais, os autores do BSE-FIT indicaram substituir a expressão “preparo físico” por “forma física” nos itens 8, 9 e 16, já que, nesta situação, o uso do termo refletiria a aptidão física.

Análise semântica

Participaram da análise semântica, 30 estudantes com idade média de 21,63 ± 3,59 anos e 50,0% (n = 15) eram do sexo feminino.

Na avaliação geral do instrumento, 60% (n = 18) discentes avaliaram o questionário como bom, de modo geral, 36,7% (n = 11) como muito bom e apenas 3,3% (n = 1) opinou que o questionário era regular. Sobre a compreensão das questões, 86,7% (n = 26) acharam de fácil entendimento, contra apenas 13,3% (n = 4) que julgaram os itens como às vezes difíceis de entender.

Quanto à escala de resposta, 90,0% (n = 27) alunos afirmaram que não tiveram dificuldades para usá-la e os outros 10,0% (n = 3) relataram algumas dificuldades. Ao serem questionados sobre a importância dos itens para a condição de estudantes universitários, somente 36,7% (n = 11) julgaram como muito importante. Para 50,0% (n = 15), as questões são às vezes importantes e 13,3% (n = 4) acreditam que não têm importância.

Somente três estudantes afirmaram que gostariam de mudar o BSE-FIT, pois julgaram que o instrumento apresenta questões de mesmo sentido. Nenhum aluno afirmou que gostaria de acrescentar alguma coisa no questionário ou não quis responder algum item.

Na avaliação específica, observou-se que a maioria dos estudantes compreendeu os conceitos e itens do instrumento e descreveu que grande parte das questões avaliava a capacidade de realizar esforços físicos, bem como a saúde física. Um aluno do curso de Engenharia de Produção afirmou não compreender o termo “inadequado” dos itens 5 e 12; porém, como o uso desta palavra já havia sido amplamente debatido na etapa do Comitê de Juízes e apenas um estudante levantou este questionamento, optou-se por mantê-lo.

Notaram-se dificuldades de compreensão no item 4 (orgulhoso do meu preparo físico superior). Um estudante do curso de Administração e outro do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos, ao dizerem com suas palavras o que essa questão significava, alegaram que refletia a “satisfação com a forma física da parte de cima do corpo / dos membros superiores”. Devido à interpretação errônea, e considerando as orientações dos autores da escala original, para utilização de uma palavra que refletisse superioridade, pois é um item alocado dentro do fator “Orgulho Arrogante”, decidiu-se inverter a redação para “orgulhoso do meu superior preparo físico”.

Ao final da análise semântica, originou-se a Versão Português Consenso 4 - VPC4, disponibilizada no Quadro 5.

Quadro 5
Versão Português Consenso 4 (VPC4) do The Body-related Self-Conscious Emotions Fitness Instrument (BSE-FIT) obtida após a análise semântica, MG, 2017.

Pré-teste

No pré-teste foram incluídos 36 discentes, com idade média de 20,56 ± 2,24 anos e 50,0% (n = 18) eram do sexo feminino.

Não foram observadas dificuldades de preenchimento ou compreensão dos itens da VPC4, e, portanto, uma vez que não houve modificações, esta foi considerada a Versão Português Final (VPF) e o processo de adaptação transcultural foi finalizado.

Discussão

Por tratar-se de um instrumento novo, publicado em 2016, ainda não existe, na literatura, a publicação de estudos conduzidos em outros países para a adaptação transcultural do BSE-FIT, fato que limita as nossas discussões acerca da pesquisa metodológica.

A adaptação transcultural do instrumento original para a língua portuguesa brasileira foi satisfatória e seguiu as recomendações preconizadas pela literatura nacional e internacional. O processo durou cerca de cinco meses. Apesar de ser um método demorado, tem grande valor para as pesquisas de modo geral e relevância ao considerar que possibilita a aplicabilidade do instrumento para sujeitos de diferentes culturas1414 Dortas Junior SD, Lupi O, Dias GACD, Guimarães MBS, Valle SOR. Adaptação transcultural e validação de questionários na área da saúde. Bjai 2016; 4(1):26-30..

A literatura disponibiliza inúmeros percursos metodológicos para a adaptação transcultural de escalas, englobando desde processos mais simples até mais complicados. Entretanto, não existe uma consonância quanto à metodologia ou estratégia mais adequadas ou até mesmo sobre as etapas fundamentais na adaptação transcultural de instrumentos1515 Moraes CL, Hasselmann MH, Reichenheim ME. Adaptação transcultural para o português do instrumento "Revised Conflict Tactics Scales (CTS2)" utilizado para identificar violência entre casais. Cad Saude Publica 2002; 18(1):163-176.,1616 Oliveira AF, Hildenbrand L, Lucena RS. Adaptação transcultural de instrumentos de medida e avaliação em saúde: estudo de metodologias. Revista Acred 2015; 5(10):13-33..

Destaca-se que a adaptação tem sido vastamente utilizada, por possibilitar que instrumentos de medida de grande importância sejam empregados em diferentes culturas. Notadamente no Brasil, o uso de escalas adaptadas é reiterado em diversos campos da saúde1616 Oliveira AF, Hildenbrand L, Lucena RS. Adaptação transcultural de instrumentos de medida e avaliação em saúde: estudo de metodologias. Revista Acred 2015; 5(10):13-33..

Adaptar um instrumento a um novo contexto cultural não deve ser um processo limitado à tradução idiomática, visto que engloba adaptações culturais e regionais. Entretanto, é requerida atenção nas adequações, especialmente em considerar que é necessária a aproximação cultural, mas não deve ocorrer a generalização ou a utilização de expressões inadequadas que alterem a estrutura da escala1515 Moraes CL, Hasselmann MH, Reichenheim ME. Adaptação transcultural para o português do instrumento "Revised Conflict Tactics Scales (CTS2)" utilizado para identificar violência entre casais. Cad Saude Publica 2002; 18(1):163-176..

Devido à originalidade do estudo, a adaptação transcultural englobou dificuldades e foi desafiadora, especialmente na adequação do termo fitness para a língua portuguesa. Embora seja uma palavra rotineira na linguagem dos brasileiros, adaptá-la ao nosso contexto cultural foi laborioso. Entretanto, através do Comitê de Juízes e também dos tradutores nativos, com auxílio dos autores do instrumento original na retrotradução, obteve-se as melhores traduções e alcançou-se as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural, que foram confirmadas através da avaliação semântica.

Desta forma, esta etapa foi fundamental, pois possibilitou mais clareza na adaptação da palavra fitness, uma vez que os autores da escala original foram participantes ativos neste processo. Os referidos autores enfatizaram, através do objetivo principal do BSE-FIT, que é avaliar o que o corpo é capaz de fazer, que fitness deveria ser explorado de acordo com o contexto dos itens e domínios. Deste modo, nos itens 8, 9 e 16, fitness foi substituído pela expressão “forma física”. Nos demais itens, optou-se por utilizar “preparo físico”.

Em outro estudo de adaptação transcultural também foi necessária uma adequação na tradução do termo fitness que, ao final, foi descrito como “boa forma”, diferentemente da interpretação obtida neste estudo1717 Conti MA, Scagliusi F, Queiroz GKO, Hearst CTAN. Adaptação transcultural: tradução e validação de conteúdo para o idioma português do modelo da Tripartite Inflence Scale de insatisfação corporal. Cad Saude Publica 2010; 26(3):503-513.. Isto reforça a importância do processo de adaptação transcultural para além da tradução literal, uma vez que, a fim de obter as equivalências, é necessário considerar o aspecto contextual e os objetivos do instrumento original.

O estudo de validação de conteúdo do BSE-FIT, versão original, realizado no Canadá, contou com a participação de um número maior de juízes, sendo 29 membros, com média de formação de 10,55 ± 6,49 anos77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12..

As dificuldades de compreensão observadas na avaliação semântica refletem o objetivo da adaptação transcultural que busca acordar determinado conceito a outro e verifica a aplicabilidade da escala em uma conjuntura distinta daquela para a qual foi criada1616 Oliveira AF, Hildenbrand L, Lucena RS. Adaptação transcultural de instrumentos de medida e avaliação em saúde: estudo de metodologias. Revista Acred 2015; 5(10):13-33..

Salienta-se que o número de participantes da etapa pré-teste foi definido de acordo com a literatura1818 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures. Washington: American Academy of Orthopaedic Surgeons, Institute for Work & Health; 2002. que recomenda que o pré-teste seja realizado entre 30 a 40 indivíduos. Além disso, os autores do instrumento original contaram com a participação de 32 indivíduos nesta etapa, que é semelhante ao número de participantes no presente estudo77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12..

Embora existam outros estudos com o enfoque nas emoções relacionadas ao corpo1919 Tangney JP, Tracy JL. Self-conscious emotions. In: Leary M, Tangney JP. Handbook of self and identity. 2nd ed. New York: The Guilford Press; 2012. p. 446-478.,2020 Sabiston CM, Castonguay AL. Self-conscious emotions. In: Eklund R, Tenenbaum G, editors. Encyclopedia of sport and exercise psychology. Thousand Oaks: Sage Publications; 2014. p. 623-626., o BSE-FIT foi a primeira escala desenvolvida para avaliar “o que o corpo pode fazer”77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12.. Ademais, a literatura nacional é escassa de instrumentos para a avaliação de construtos relacionados ao preparo físico de estudantes universitários. Portanto, através deste estudo, foi possível disponibilizar, para a utilização no Brasil, uma escala para a avaliação de emoções autoconscientes relacionadas a forma e ao preparo físico, com abordagem nos sentimentos de vergonha, culpa, orgulhos autêntico e arrogante. Ressalta-se que Castonguay et al.77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12. foram pioneiros no desenvolvimento de uma escala para avaliação destes aspectos.

Castonguay et al.77 Castonguay AL, Sabiston CM, Kowalski KC, Wilson PM. Introducing an instrument to measure body and fitness-related self-conscious emotions: The BSE-FIT. Psychol Sport Exerc 2016; 23:1-12. apontam que o BSE-FIT é um instrumento pequeno, fácil de ser utilizado, que pode ser aplicado como ferramenta de rastreio da população, tanto na pesquisa, quanto na atuação dos profissionais da área da saúde.

A qualidade das informações oferecidas pelas pesquisas são uma ligação entre a teoria e o empirismo e, por isso, a coleta de dados deve ser executada com cuidado, através de instrumentos adequados2121 Reichenheim ME, Moraes CL. Operacionalização de adaptação transcultural de instrumentos de aferição usados em epidemiologia. Rev Saude Publica 2007; 41(4):665-673.. E, desta forma, as adaptações transculturais de escalas exercem papel fundamental para proporcionar análises em estudos epidemiológicos. Alexandre e Coluci2222 Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cien Saude Colet 2011; 16(7):3061-3068. destacam a importância destas pesquisas ao afirmarem que o número de instrumentos disponíveis na área da saúde tem aumentado e, por isso, é essencial que, na idealização da coleta de dados, opte-se por instrumentos de qualidade, apropriados para determinada população e que tragam indicadores seguros.

Conclusão

O BSE-FIT, originalmente redigido na língua inglesa, para indivíduos na fase final da adolescência e adultos do Canadá, foi culturalmente adaptado para a população brasileira.

A adaptação transcultural foi realizada de acordo com a metodologia preconizada na literatura nacional e internacional, através das etapas de tradução, avaliação pelo comitê de juízes, retrotradução, análise semântica e pré-teste.

A versão adaptada do BSE-FIT manteve as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural do instrumento original, bem como apresentou validade de face e conteúdo.

Ao disponibilizar o BSE-FIT em sua versão na língua portuguesa brasileira, abrem-se novos campos de pesquisa para aprofundamentos dos sentimentos de vergonha, culpa, orgulhos autêntico e arrogante no contexto fitness. Entretanto, ressalta-se que ainda é necessária a validação das propriedades métricas do instrumento para que o mesmo possa ser utilizado para a população brasileira, cujo estudo já se encontra em desenvolvimento.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Set 2019
  • Data do Fascículo
    Out 2019

Histórico

  • Recebido
    08 Out 2017
  • Aceito
    26 Mar 2018
  • Publicado
    28 Mar 2018
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