Nível insuficiente de atividade física e elevado tempo de tela em adolescentes: impacto de fatores associados

Insufficient physical activity levels and high screen time among adolescents: impact of associated factors

Thiago Silva Piola Eliane Denise Araújo Bacil Ana Beatriz Pacífico Edina Maria de Camargo Wagner de Campos Sobre os autores

Resumo

Verificar o impacto de fatores associados ao nível insuficiente de atividade física e elevado tempo de tela em adolescentes. Estudo transversal, representativo, com 899 alunos de ensino médio da rede pública de São José dos Pinhais, Paraná, Brasil. Foram mensurados o nível de atividade física e o tempo de tela e classificados respectivamente de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde e da American Academy of Pediatrics. Os fatores associados para o nível insuficiente de atividade física e tempo de tela foram: sexo, maturação sexual, apoio social e autoeficacia para a prática de atividade física. As associações foram testadas com a regressão de Poisson. E o impacto dos fatores associados ao nível insuficiente de atividade física e do elevado tempo de tela foram calculadas pela fração atribuível populacional (FAP) e a redução relativa do risco (RRR). Na presença combinada do nível insuficiente de atividades físicas com o elevado tempo de tela, o sexo feminino apresentou uma FAP = 13,04, o estágio pós-púbere FAP = 9,91 e o apoio social apresentou uma RRR = 31,00. Os achados sugerem sexo feminino e estar no estágio pós-púbere como fatores de risco, e apoio social como fator protetor a presença combinada do nível insuficiente de atividade física e do elevado tempo de tela.

Palavras-chave
Atividade Motora; Estilo de Vida Sedentário; Adolescente

Abstract

The scope of this study was to verify the impact of associated factors with insufficient physical activity levels and high screen time among adolescents. A cross-sectional and representative study was conducted with 899 public high school adolescents from São José dos Pinhais, Paraná, Brazil. It involved measurement of physical activity levels and screen time and classification according to the norms of the World Health Organization and the American Academy of Pediatrics. The factors associated with insufficient physical activity levels and high screen time were gender, sexual maturation, social support and self-efficacy in terms of physical activity. Poisson regression was applied to test the associations. Population attributable fraction (PAF) and relative risk reduction (RRR) calculated the impact of associated factors with insufficient physical activity levels and high screen time among adolescents. In the combined presence of insufficient physical activity levels with high screen time, the female sex presented PAF = 13.04, a post-pubertal stage PAF = 9.91 and social support presented RRR = 31.00. The findings suggest that being female and post-pubescent are risk factors, while social support is a protective factor, for combined insufficient physical activity levels and high screen time among adolescents.

Key words
Motor activity; Sedentary lifestyle; Adolescent

Introdução

Estimativas dos anos 2013-2014 indicaram que mais de 25% dos adolescentes brasileiros não realizavam nenhuma atividade física (AF) no tempo de lazer e passam de 50% os que não realizavam AF nos níveis recomendados, de pelo menos 420 min/semana para promoção da saúde11 Barbosa Filho VC, Campos W, Lopes AS. Epidemiology of physical inactivity, sedentary behaviors, and unhealthy eating habits among Brazilian adolescents: a systematic review. Cien Saude Colet 2014; 19(1):173-193.. No Brasil, aproximadamente 50% dos adolescentes também relatavam passar duas horas ou mais por dia em frente às telas, assistindo televisão ou jogando videogame22 Oliveira JS, Barufaldi LA, Abreu GA, Leal VS, Brunken GS, Vasconcelos SML, Santos MM, Bloch KV. ERICA: use of screens and consumption of meals and snacks by Brazilian adolescents. Rev Saúde Públ 2016; 50(Supl. 1):1-7.. Diante da elevada prevalência de baixo nível de AF entre adolescentes, alto tempo de tela, e os agravos resultantes deste comportamento, é fundamental a compreensão dos fatores que poderiam maximizar ou minimizar os níveis insuficientes de AF e elevado tempo de tela.

Em um estudo realizado em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal com uma amostra de adolescentes do 9º ano (idade de 13 a 15 anos), observou-se que apenas 31% das meninas cumpriam os níveis recomendados de prática de AF, enquanto 56% dos meninos realizaram o recomendado. O mesmo estudo apontou ainda que assistir televisão por duas horas ou mais por dia é um comportamento similar de meninos e meninas33 Hallal PC, Knuth AG, Cruz DK, Mendes MI, Malta DC. Physical activity practice among Brazilian adolescents. Cien Saude Colet 2010;15(Supl. 2):3035-3042.. No estudo de coorte com adolescentes de 10 a 12 anos realizado na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, através de uma análise multivariada concluiu-se que o estilo de vida sedentário foi associado positivamente ao sexo feminino, ao nível socioeconômico (nível socioeconômico mais baixo foram mais propensos a caminhar para ir à escola), a inatividade materna e a assistir televisão, porém, inversamente correlacionado com o tempo gasto com videogames44 Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Victora CG. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1277-1287..

Estudos representativos do tipo inquérito que tiveram como objetivo verificar a associação do apoio social com a prática de AF em adolescentes, entre 14 e 18 anos, realizado em Curitiba, Paraná, mostraram que entre os meninos, a companhia frequente da família (RP: 2,88; IC95%: 2,00-4,13) e a dos amigos (RP: 5,46; IC95%: 2,33-12,78), apresentaram associação positiva com a AF. Para as meninas, a companhia frequente da família (RP: 3,39; IC95%: 1,49-7,69) e a dos amigos (RP: 4,06; IC95%: 2,22-7,45) aumentaram a probabilidade da realização de AF, então concluiu-se que a companhia dos amigos é o tipo de apoio social mais importante para a prática de AF dos escolares. Quando analisada a associação entre autoeficácia e AF verificou-se que a autoeficácia tem associação positiva com AF entre adolescentes, sendo esta relação mais consistente entre as meninas55 Souza CA, Rech CR, Sarabia TT, Añez CRR, Reis RS. Autoeficácia e atividade física em adolescentes de Curitiba, Paraná, Brasil. Cad Saude Publica 2013; 29(10):2039-2048..

Estudos têm apresentado a relação do nível de AF e elevado tempo de tela com diversas variáveis biológicas, sociodemográficas e psicossociais em adolescentes66 Alves CFA, Silva RCR, Assis AMO, Souza CO, Pinto EJ, Frainer DES. Fatores associados à inatividade física em adolescentes de 10-14 anos de idade, matriculados na rede pública de ensino do município de Salvador, BA. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(4):858-870.

7 Farias Júnior JC. Associação entre prevalência de inatividade física e indicadores de condição socioeconômica em adolescentes. Rev Bras Med Esporte 2008; 14(2):109-114.
-88 Ferreira RW, Rombaldi AJ, Ricardo LIC, Hallal PC, Azevedo MR. Prevalence of sedentary behavior and its correlates among primary and secondary school students. Rev Paul Pediatr 2016; 34(1):56-63., porém a literatura carece de investigações que associem no mesmo trabalho esses fatores sobre a prática insuficiente de atividades físicas e elevado tempo de tela em escolares, em especial, estudos de prevalência que apresentem a fração atribuível populacional quando a prevalência indica risco, e a redução relativa do risco quando a prevalência indica proteção. Diante disso, o objetivo desse estudo foi verificar o impacto de fatores associados ao nível insuficiente de AF e elevado tempo de tela em adolescentes de São José dos Pinhais, PR, Brasil.

Métodos

Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra representativa de adolescentes matriculados no ensino médio (com idades de ≥15 anos a < 18 anos)99 World Health Organization (WHO). Global accelerated action for the health of adolescents (AA-HA): guidance to support country implementation. Genebra: WHO; 2017. de escolas públicas de São José dos Pinhais, Paraná. O município em questão faz parte da região metropolitana de Curitiba, sendo o 5º maior em extensão, apresenta um índice de desenvolvimento humano considerado alto (0,758), ocupando a 400ª posição em relação aos 5.565 municípios do Brasil1010 Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 [página na Internet]. 2016 [acessado 2018 Jul 20]. Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/
http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/...
.

Participantes

Para o cálculo amostral a priori foi considerada uma associação de 1,41111 Laurson KR, Lee JA, Eisenmann JC. The cumulative impact of physical activity, sleep duration, and television time on adolescent obesity: 2011 Youth Risk Behavior Survey. J Phys Act Health 2015; 12(3):355-360. entre baixos níveis de AF e alto tempo de tela, uma prevalência de insuficientemente ativos de 50%, um nível de confiança de 95% (α = 0,05) com um poder de 80% (β = 0,20), resultando em uma amostra mínima de 472 sujeitos, com uma chance de rejeitar corretamente a hipótese nula em 80%. Entretanto, foi considerado um acréscimo de 30% para possíveis perdas e recusas, o que estimou uma amostra mínima necessaria para o estudo de 614 sujeitos.

Após o cálculo do n necessário para o estudo, três estágios foram estabelecidos para a coleta dos dados: i) selecionar todas as escolas que ofertassem o ensino médio matutino; ii) selecionar, por aleatória simples, uma turma de cada série do ensino médio; e iii) convidar todos os alunos da classe para participarem voluntariamente do estudo. A coleta dos dados foi realizada de maneira coordenada em sala de aula, por avaliadores previamente treinados. O estudo seguiu as normas de pesquisa envolvendo seres humanos do Conselho Nacional de Saúde (Resolução nº 466/2012) e, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná.

No total, foram avaliados 1.057 adolescentes entre abril e junho de 2014, entretanto foram excluídos aqueles que apresentaram limitações físicas (n = 2); reportaram estágio maturacional pré-púbere (n = 26); não apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis, se negaram a participar do estudo, preencheram incompleta ou incorretamente os instrumentos, ou ainda faltaram no dia da coleta de dados (n = 130), sendo considerados como perda amostral. Assim, a amostra final do estudo contemplou 899 sujeitos.

O cálculo do poder estatístico da amostra a posteriori, considerando os mesmos parâmetros do cálculo a priori (α = 0,05 e β = 0,20), indicam que 899 sujeitos podem identificar razões de prevalências acima de 1,28 como risco e abaixo de 0,75 como proteção, em prevalências acima de 50% para os suficientemente ativos.

Instrumento de coleta de dados

O sexo foi auto reportado pelos adolescentes e categorizado em masculino e feminino, e a maturação sexual, determinada através do método proposto por Tanner1212 Tanner JM. Growth at adolescence. Filadélfia: J. B. Lippincott Company; 1962., no qual os estágios maturacionais de dividem entre 1 (pré-púbere), 2, 3 e 4 (púbere) e 5 (pós-púbere). A classificação nos estágios foi auto avaliada pelos próprios adolescentes, por meio da análise da pilosidade pubiana através de imagens1313 Martin RHC, Uezu R, Parra A, Arena S, Bojikian L, Bohme M. Auto-avaliação da maturação sexual masculina por meio da utilização de desenhos e fotos. Rev Bras Educ Fís Esporte 2001; 15(2):212-222.,1414 Bojikian LP, Massa M, Martin RHC, Teixeira CP, Kiss MAPDM, Böhme MTS. Auto-avaliação puberal feminina por meio de desenhos e fotos. Rev Bras Ativ Fis Saúde 2012; 7(2):24-34.. Entretanto, no presente estudo, os adolescentes pertencentes ao estágio 1 foram excluídos das análises, por esta ser considerada uma fase de pré-adolescência1515 Malina RM, Rogol AD, Cumming SP, Silva MJC, Figueiredo AJ. Biological maturation of youth athletes: assessment and implications. Br J Sports Med 2015; 49(13):852-829..

O apoio social e a autoeficácia, ambos avaliados por um instrumento para mensuração de fatores associados à AF1616 Farias Júnior JC, Lopes AS, Reis RS, Nascimento JV, Borgatto AF, Hallal PC. Development and validation of a questionnaire measuring factors associated with physical activity in adolescents. Rev Bras Saude Mater Infant 2011; 11(3):301-312..

Com relação ao apoio social, o instrumento avalia seis tipos de apoio social fornecido por pais e amigos, sendo o apoio social recebido dos pais: “estimularam”, “praticaram junto”, “levaram”, “assistiram”, “comentaram” e “conversaram”. Em relação aos amigos, os tipos de apoio social avaliados foram: “estimularam”, “praticaram junto”, “convidaram”, “assistiram”, “comentaram” e “conversaram”. As opções de resposta estavam dispostas em uma escala tipo Likert de quatro pontos e os adolescentes reportaram a frequência semanal “nunca”, “raramente”, “frequentemente” e “sempre” com que os pais e os amigos forneceram algum tipo de auxílio e/ou a assistência (apoio social) para a prática de atividades físicas durante uma semana normal. Para as análises de associação as opções de resposta “raramente” e “frequentemente” foram agrupadas e classificadas como “às vezes”, assim, as categorias de frequência semanal do apoio social recebido foram classificadas como “nunca”, “às vezes” e “sempre”, posteriormente, uma única variável foi criada, resultando em um score geral através da soma das respostas de apoio social, contemplando o reforço vindo dos pais e dos amigos1616 Farias Júnior JC, Lopes AS, Reis RS, Nascimento JV, Borgatto AF, Hallal PC. Development and validation of a questionnaire measuring factors associated with physical activity in adolescents. Rev Bras Saude Mater Infant 2011; 11(3):301-312., o qual apresenta consistência interna com valores de α iguais a 0,87 e coeficiente de correlação intraclasse (CCI) de 0,92, ambos no escore geral.

A partir da questão “Eu acho que posso praticar AF na maioria dos dias da semana mesmo que” foi mensurada a autoeficácia usando oito itens de uma escala Likert de quatro pontos, variando de 1 = “discordo muito” até 4 = “concordo muito” nas seguintes respostas: “cansado, estressado”, “falta de companhia”, “desmotivado”, “possibilidade de ver TV, jogar games ou usar o computador”, “outros convites de amigos”, “existência de taxas”, “falta de habilidade”e “falta de orientação”. Estes itens correspodem a maneiras de incorporar obstáculos para a prática de atividades físicas pelos adolescentes, e para as análises, foi considerado o score geral através da soma das respostas da autoeficácia, categorizado em tercis “autoeficácia baixa”, “autoeficácia intermediária” e “autoeficácia elevada” (estabelecidos pelos pontos de corte < 33% como o mais baixo, entre ≥ 33% e 65% como intermediário e ≥ 66 como o mais alto)1616 Farias Júnior JC, Lopes AS, Reis RS, Nascimento JV, Borgatto AF, Hallal PC. Development and validation of a questionnaire measuring factors associated with physical activity in adolescents. Rev Bras Saude Mater Infant 2011; 11(3):301-312.. Este istrumento apresenta consistência interna com valores de α iguais a 0,81 e coeficiente de correlação intraclasse (CCI) de 0,78, ambos no escore geral da autoeficácia.

Para estimar o nível de AF, foi utilizado o Self-Administered Activity Checklist1717 Sallis JF, Strikmiller PK, Harsha DW, Feldman HA, Ehlinger S, Stone EJ, Williston J, Woods S. Validation of interviewer- and self-administered physical activity checklists for fifth grade students. Med Sci Sports Exerc 1996; 28(7):840-851., em sua versão adaptada e validada para a população brasileira1818 Farias Júnior JC, Lopes AS, Mota J, Santos MP, Ribeiro JC, Hallal PC. Validade e reprodutibilidade de um questionário para medida de atividade física em adolescentes: uma adaptação do Self-Administered Physical Activity Checklist. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):198-210. que apresenta um coeficiente de correlação intraclasse (CCI) de 0,88, uma correlação de Spearman de 0,62 (p < 0,001) e índice Kappa de 0,59. Neste instrumento os adolescentes reportaram a frequência semanal e a duração na participação em 22 tipos de atividades físicas, com intensidades moderadas a vigorosas na última semana. O escore da AF foi calculado com a soma do produto da frequência semanal pelo volume, em minutos, despendido em cada atividade. E para as análises, foram considerados insuficientemente ativos os adolescentes com um volume semanal de atividades físicas menor do que 420 minutos1919 World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health. Genebra: WHO; 2010..

O tempo de tela foi estimado através do Adolescents Sedentary Activity Questionnaire (ASAQ)2020 Hardy LL, Booth ML, Okely AD. The reliability of the Adolescent Sedentary Activity Questionnaire (ASAQ). Prev Med 2007; 45(1):71-74. em sua versão validada para a população brasileira2121 Guimarães RF, Silva MP, Legnani E, Mazzardo O, Campos W. Reproducibility of adolescent sedentary activity questionnaire (ASAQ) in Brazilian adolescents. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2013; 15(3):276-285.. Entretanto, para este estudo, foram abordadas apenas as alternativas referentes ao tempo de tela em horas e/ou minutos durante cada dia de uma típica semana e final de semana (CCI = 0,90; IC95%: 0,86-0,93), sendo considerado como elevado tempo de tela os adolecentes que relataram um tempo maior ou igual a duas horas por dia nestas atividades2222 Academy of Pediatrics. Children, Adolescents, and Television. Pediatrics 2001; 107(2):423-426..

Como potenciais variáveis de confusão foram considerados a classe econômica e o estado nutricional. A classe econômica dos adolescentes foi avaliada com base no número de utensílios domésticos na residência, presença de empregada mensalista e a escolaridade do responsável financeiro pelo domicilio2323 Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil [documento na Internet]. 2013 [acessado 2018 Jul 20]. Disponível em: http://www.abep.org/criterio-brasil
http://www.abep.org/criterio-brasil...
. Para as análises, esta variável foi classificada em três categorias: “baixo” (classes C e D), “intermediário” (classes B1 e B2) e “elevado” (classes A1 e A2).

Para a avaliação do estado nutricional primeiramente foi realizada a mensuração da massa corporal total, com uma balança digital portátil da marca PLENNA com resolução de 100g. Posteriormente foram avaliados quanto a estatura, com um estadiômetro vertical portátil (WISO) escalonado em 0,1cm2424 Alvarez BR, Pavan AL. Alturas e comprimentos. In: Petroski E, editor. Antropometria: técnicas e padronizações. Porto Alegre: Palotti; 2003. p. 31-45.. De posse destes dados, foi possivel calcular o índice de massa corporal/idade (IMC/idade), a partir da razão entre a massa corporal e a altura ao quadrado (Massa corpórea (Kg)/altura (m)2) e posterior classificação dos adolescentes de acordo com o escore Z considerando as curvas de referência da Organização Mundial da Saúde2525 World Health Organization (WHO). WHO child growth standards: length/height for age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and body mass index-for-age, methods and development. Genebra: WHO; 2006., sendo que para fins de análise, os adolescentes foram divididos em “sem excesso de peso” (baixo peso e peso normal) e “excesso de peso” (sobrepeso e obeso) (baseado nos pontos de corte de ≤ 1 desvio padrão como sem excesso de peso e acima de > 1 desvio padrão como excesso de peso).

Instrumento de análise de dados

Os dados obtidos foram digitados no software Epi-info versão 7.2.2, procedendo-se a limpeza no banco para exclusão de duplicidade de registros. Para o tratamento dos dados, inicialmente frequências absolutas e relativas foram utilizadas para descrever a amostra, onde as possíveis diferenças entre sexos foram verificadas pelo teste de qui-quadrado. As possíveis associações do sexo, maturação sexual, apoio social e autoeficácia com a presença isolada e combinada do nível insuficiente de AF e do elevado tempo de tela foram testadas com a regressão de Poisson com variância robusta. Nas análises ajustadas, foram acrescentadas a classe econômica e o estado nutricional, pelo método de entrada forçada. Para os fatores associados à presença isolada e combinada do nível insuficientemente ativo e do elevado tempo de tela foram calculadas a fração atribuída populacional (FAP) quando a prevalência indicava associação positiva entre o fator e o desfecho, e a redução relativa do risco (RRR) quando a prevalência indicava associação negativa entre o fator e o desfecho a partir da razão de prevalência (RP), através das equações FAP = RP - 1 x 1002626 Lee IM, Shiroma EJ, Lobelo F, Puska P, Blair SN, Katzmarzyk PT. Effect of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life expectancy. Lancet 2012; 380(9838):219-229. / RP e RRR = 1 - RP x 1002727 Oliveira Filho PF. Epidemiologia e Bioestatística: Fundamentos para a Leitura Crítica. Rio de Janeiro: Rubio; 2015., respectivamente. Todas as análises foram realizadas no SPSS 24 com um nível de significância estabelecido em 5%.

Resultados

A amostra final foi composta por 899 adolescentes (54,4% de meninas) com idade média de 15,95 ± 1,26 anos. A maior proporção de adolescentes foi classificada no estágio maturacional púbere (70,7%), relatou receber apoio social “às vezes” (57,6%), indicou uma autoeficácia intermediária (69,6%), pertenciam a classe econômica intermediária (57,1%) e foram classificados como sem excesso de peso (87,2%). Ainda, a maioria dos adolescentes foram classificados como insuficientemente ativos (83,2%) e com elevado tempo de tela (84,8%). Quando verificado a presença combinada do nível insuficiente de AF e do elevado tempo de tela os valores foram altos (72,1%). Foram observadas diferenças significativas quando estratificado por sexo, para as variáveis: maturação sexual, apoio social, classe econômica, estado nutricional e nível insuficiente de atividades físicas (p = 0,01) (Tabela 1).

Tabela 1
Frequência absoluta e relativa das variáveis do estudo estratificado por sexo. São José dos Pinhais, Paraná, Brasil, 2014 (n = 899).

Foram observadas associações positivas entre o sexo feminino e ser insuficientemente ativo (RP: 1,19; IC95%: 1,12-1,27; FAP: 15,97). Sobre o apoio social, os escolares que relataram frequências de apoio social “às vezes” e “sempre” se associaram negativamente ao nível insuficiente de atividades físicas (“às vezes” RP: 0,91; IC95% 0,87-0,96; RRR: 9,00 e “sempre” RP: 0,72; IC95%: 0,65-0,79; RRR: 28,00) (Tabela 2). Com relação ao elevado tempo de tela, o estágio maturacional pós-púbere associou-se positivamente com mais de duas horas diárias de tempo de tela (RP: 1,12; IC95%: 1,06-1,18; FAP: 10,71) (Tabela 3).

Tabela 2
Análise bruta e ajustada dos fatores associados ao nível insuficiente de AF em adolescentes. São José dos Pinhais, Paraná, Brasil, 2014 (n = 899).
Tabela 3
Análise bruta e ajustada dos fatores associados ao elevado tempo de tela em adolescentes. São José dos Pinhais, Paraná, Brasil, 2014 (n = 899).

A presença combinada do nível insuficiente de atividades físicas com o elevado tempo de tela apresentou-se associada positivamente com ambas variáveis biológicas (“sexo” RP: 1,15; IC95%: 1,05-1,25; FAP: 13,04 e “maturação sexual” RP: 1,11; IC95%: 1,02-1,21; FAP: 9,91). O apoio social se mostrou associado a presença combinada do nível insuficiente de atividades físicas com o elevado tempo de tela, porém, a associação foi negativa (“às vezes” RP: 0,88; IC95%: 0,80-0,96; RRR: 12,00 e “sempre” RP: 0,69; IC95%: 0,60-0,78; RRR: 31,00) (Tabela 4).

Tabela 4
Análise bruta e ajustada dos fatores associados a presença combinada do nível insuficiente de atividades físicas e elevado tempo de tela em adolescentes. São José dos Pinhais, Paraná, Brasil em adolescentes. São José dos Pinhais, Paraná, Brasil, 2014 (n = 899).

Discussão

Os achados do presente estudo indicaram que o sexo feminino, o estágio maturacional pós-púbere e o apoio social se associaram com a presença combinada do nível insuficiente de atividades físicas com o elevado tempo de tela. Resultados que contribuem para a literatura científica, uma vez que as evidências disponíveis analisaram de forma isolada a presença do nível insuficiente de atividades físicas2828 Barbosa Filho VC, Campos W, Bozza R, Lopes AS. The prevalence and correlates of behavioral risk factors for cardiovascular health among Southern Brazil adolescents: a cross-sectional study. BMC Pediatrics 2012; 12(130):12. ou do elevado tempo de tela2929 Dias PJ, Domingos IP, Ferreira MG, Muraro AP, Sichieri R, Goncalves-Silva RM. Prevalence and factors associated with sedentary behavior in adolescents. Rev Saude Publica 2014; 48(2):266-274.,3030 Greca JPA, Silva DAS, Loch MR. Physical activity and screen time in children and adolescents in a medium size town in the South of Brazil. Rev Paul Pediatr 2016; 34(3):316-322., limitando-se também a medidas de associação.

Outro ponto que merece destaque, é que este estudo apresenta medidas de impacto dos fatores associados ao nível insuficiente de atividades físicas e do elevado tempo de tela, pois estas medidas possibilitam ir além das medidas de associação, podendo estimar consequências e a repercussão de uma exposição sobre a ocorrência de um desfecho. As medidas de impacto utilizadas foram a Fração Atribuível Populacional (FAP), a qual possibilita mensurar quanto a ocorrência do nível insuficiente de atividades físicas e do elevado tempo de tela, tanto em presença isolada quanto em presença combinada, pode ser diminuída sem a exposição dos fatores sexo, maturação sexual, apoio social e a autoeficácia. E a Redução Relativa do Risco (RRR), a qual estima quanto a ocorrência do nível insuficiente de atividades físicas e do elevado tempo de tela, tanto em presença isolada quanto em presença combinada, pode ser reduzida com a exposição dos fatores sexo, maturação sexual, apoio social e a autoeficácia.

Sobre a associação observada entre o sexo feminino e o nível insuficiente de atividades físicas, estes resultados confirmam os achados de Barbosa Filho et al.2828 Barbosa Filho VC, Campos W, Bozza R, Lopes AS. The prevalence and correlates of behavioral risk factors for cardiovascular health among Southern Brazil adolescents: a cross-sectional study. BMC Pediatrics 2012; 12(130):12. que também observaram tais associações, assim como o sexo feminino estar associado com três ou mais comportamentos de risco, mas não com o tempo de tela de forma isolada. O fato é que, neste estudo as meninas são 15,97% mais propensas a não cumprirem as recomendações mínimas para a AF, o que se confirma em níveis insuficientes de AF para estas, como já mencionado. Sabe-se que culturalmente meninas são mais incentivadas a atividades familiares e com menor gasto energético3131 Seabra AF, Mendonca DM, Thomis MA, Anjos LA, Maia JA. Biological and socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Cad Saude Publica 2008; 24(4):721-736. e, em concordância com o declínio natural do nível de AF observado na adolescência3232 Bacil ED, Mazzardo Junior O, Rech CR, Legnani RF, Campos W. Physical activity and biological maturation: a systematic review. Rev Paul Pediatr 2015; 33(1):114-121. faz das meninas mais propensas a níveis insuficientes de atividades físicas. Deixando clara a necessidade de uma atenção especial as meninas em intervenções para promover a atividade física.

O fato é que a prática de atividades físicas é multifatorial3333 Bauman AE, Reis RS, Sallis JF, Wells JC, Loos RJ, Martin BW. Correlates of physical activity: why are some people physically active and others not? Lancet 2012; 380(9838):258-271., sendo a maturação sexual um dos fatores associados3434 Bacil EDA, Piola TS, Watanabe PI, Silva MP, Legnani RFS, Campos W. Biological maturation and sedentary behavior in children and adolescents: a systematic review. J Phys Educ 2016; 27:e2730-016., e embora este indicador biológico não tenha sido associado com baixos níveis de AF no presente estudo, foi associada ao elevado tempo de tela, o que quase sempre é observado em adolescentes com baixos níveis de AF2828 Barbosa Filho VC, Campos W, Bozza R, Lopes AS. The prevalence and correlates of behavioral risk factors for cardiovascular health among Southern Brazil adolescents: a cross-sectional study. BMC Pediatrics 2012; 12(130):12..

Então sujeitos pós-púberes apresentarem uma probabilidade 10,71% maior de apresentarem elevado tempo de tela pode ser confirmado pela hipótese de que adolescentes maturados tendem a apresentarem maiores riscos para comportamentos não saudáveis e, que embora fisicamente desenvolvido, o adolescente pode ser psicologicamente imaturo e sem habilidades cognitivas para resistir à pressão social de seus amigos, os quais tendem a realizar um tempo maior em comportamentos sedentários no dia a dia3434 Bacil EDA, Piola TS, Watanabe PI, Silva MP, Legnani RFS, Campos W. Biological maturation and sedentary behavior in children and adolescents: a systematic review. J Phys Educ 2016; 27:e2730-016.. Ainda sobre o estágio pós-púbere, este apresentou uma probabilidade 9,91% maior de ter a presença combinada do nível insuficiente de atividades físicas e do elevado tempo de tela. Como já evidenciado pela literatura, elevado tempo em atividades sedentárias tendem a se associar com baixos níveis de atividade física3535 Guerra PH, Farias Júnior JC, Florindo AA. Comportamento sedentário em crianças e adolescentes brasileiros: revisão sistemática. Rev Saude Publica 2016; 50(9):2-15., confirmando resultados alarmantes dos adolescentes com relação ao pouco engajamento em atividades físicas11 Barbosa Filho VC, Campos W, Lopes AS. Epidemiology of physical inactivity, sedentary behaviors, and unhealthy eating habits among Brazilian adolescents: a systematic review. Cien Saude Colet 2014; 19(1):173-193.,3636 Hallal PC, Andersen LB, Bull FC, Guthold R, Haskell W, Ekelund U. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. Lancet 2012; 380(9838):247-257. e as prevalências de comportamento sedentário serem acima de 50%11 Barbosa Filho VC, Campos W, Lopes AS. Epidemiology of physical inactivity, sedentary behaviors, and unhealthy eating habits among Brazilian adolescents: a systematic review. Cien Saude Colet 2014; 19(1):173-193..

Um outro ponto é que o tempo em atividades sedentárias e o insuficiente engajamento em atividades físicas tendem a aumentar tanto com o avanço da idade cronológica quanto da maturação, o que mostra que esforços na promoção da saúde, além de incentivar a diminuição do comportamento sedentário devem incentivar a prática habitual de atividades físicas, levando em consideração não apenas a idade cronológica, mas também considerar as mudanças maturacionais3434 Bacil EDA, Piola TS, Watanabe PI, Silva MP, Legnani RFS, Campos W. Biological maturation and sedentary behavior in children and adolescents: a systematic review. J Phys Educ 2016; 27:e2730-016., deste modo cabendo, principalmente, à escola o papel de promover a prática de atividades físicas e incentivar a redução do tempo de tela ao adolescente, podendo então contribuir para a mudança de comportamento de um único indivíduo, assim como de grandes populações de adolescentes.

Quanto ao apoio social, este apresenta um efeito protetor para o nível insuficiente de atividades físicas e para a presença combinada de baixos níveis de AF e elevado tempo de tela, resultados que confirmam estudos prévios com o apoio social, o qual elucidam esta variável como um importante correlato da AF, e, além de sua associação com a prática de atividades físicas, possui papel determinante na prática desta com sua causalidade confirmada pela literatura3333 Bauman AE, Reis RS, Sallis JF, Wells JC, Loos RJ, Martin BW. Correlates of physical activity: why are some people physically active and others not? Lancet 2012; 380(9838):258-271.. O fato é que o apoio social é evidenciado pela literatura como importante para a adoção de um estilo de vida mais ativo, bem como para a manutenção do mesmo, o que faz deste reforço um importante fator para ser considerado em estratégias de promoção da atividade física3737 Mendonca G, Cheng LA, Melo EN, Farias Junior JC. Physical activity and social support in adolescents: a systematic review. Health Educ Res 2014; 29(5):822-839..

Sabe-se que os pais têm grande influência sobre os comportamentos relacionados a saúde, porém, na adolescência há uma maior independência da família e expansão das redes sociais. E que também adolescentes ativos tem amigos ativos, pois, estes se incentivam tanto para iniciar quanto para continuar em uma atividade física3838 Pratt M, Sarmiento OL, Montes F, Ogilvie D, Marcus BH, Perez LG, Brownson RC, Lancet Physical Activity Series Working Group. The implications of megatrends in information and communication technology and transportation for changes in global physical activity. Lancet 2012; 380(9838):282-293., sendo estes feedbacks característicos do apoio social. E como a literatura confirma as associações entre apoio social e níveis recomendados de AF já observados em estudos transversais3737 Mendonca G, Cheng LA, Melo EN, Farias Junior JC. Physical activity and social support in adolescents: a systematic review. Health Educ Res 2014; 29(5):822-839., mostrando que este deve ser considerado em intervenções para promoção da AF em adolescentes3939 Bandura A. Social foundations of thought and action: A social cognitive theory. New Jersey: Prentice Hall; 1986..

Os resultados do presente estudo devem ser interpretados com cautela, por se tratar de uma amostra de estudantes de escolas públicas, limitando a extrapolação dos dados e pelo método utilizado para a coleta de dados (dados auto reportados), que embora amplamente utilizados pela literatura1111 Laurson KR, Lee JA, Eisenmann JC. The cumulative impact of physical activity, sleep duration, and television time on adolescent obesity: 2011 Youth Risk Behavior Survey. J Phys Act Health 2015; 12(3):355-360.,2828 Barbosa Filho VC, Campos W, Bozza R, Lopes AS. The prevalence and correlates of behavioral risk factors for cardiovascular health among Southern Brazil adolescents: a cross-sectional study. BMC Pediatrics 2012; 12(130):12., tendem a subestimar ou superestimar as respostas e ter limitações quanto a sua acurácia.

Por outro lado, o estudo apresenta pontos positivos que merecem destaque, afinal, o uso de medidas de impacto nas análises possibilita uma melhor interpretação da exposição de diferentes fatores ao nível insuficiente de AF e do elevado tempo de tela. Outro ponto forte do estudo seria o tamanho amostral adequado para as análises de associação entre as variáveis. Além disso, foram utilizados instrumentos previamente testados e que apresentam qualidades psicométricas adequadas para aplicação em escolares na faixa etária de interesse.

Por fim, os achados sugerem que o sexo, a maturação sexual e o apoio social estariam associados ao nível de AF e ao tempo de tela de adolescentes. Sugere-se intervenções específicas para aumentar os níveis de AF, em especial de meninas. E considerações especiais sobre a variável apoio social, que deve ser vista como uma importante ferramenta para aumentar os níveis de AF em adolescentes. As escolas, visto suas possibilidades de lidar com grande número de adolescentes, podem ter papel fundamental na promoção da prática de atividades físicas e na redução do tempo de tela, contribuindo assim para o desfecho saúde, e ainda é essencial considerar que a escola é fundamental na formação e atuação das pessoas em todas as arenas da vida social, cumprindo papel decisivo na formação dos estudantes, na percepção e construção da cidadania e no acesso as políticas públicas4040 Guimarães RF, Langer RD, Guerra-Júnior G, Gonçalves EM. Efetividade de programas de intervenção escolar para reduzir fatores de risco à saúde em adolescentes: uma revisão sistemática. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2015; 17(4):485-495..

Agradecimentos

Agradecemos todas as escolas visitadas e sua ótima recepção a equipe de coleta de dados, aos estudantes que se voluntariaram a participar do estudo, bem como seus respectivos responsáveis pela autorização aos mesmos.

Referências

  • 1
    Barbosa Filho VC, Campos W, Lopes AS. Epidemiology of physical inactivity, sedentary behaviors, and unhealthy eating habits among Brazilian adolescents: a systematic review. Cien Saude Colet 2014; 19(1):173-193.
  • 2
    Oliveira JS, Barufaldi LA, Abreu GA, Leal VS, Brunken GS, Vasconcelos SML, Santos MM, Bloch KV. ERICA: use of screens and consumption of meals and snacks by Brazilian adolescents. Rev Saúde Públ 2016; 50(Supl. 1):1-7.
  • 3
    Hallal PC, Knuth AG, Cruz DK, Mendes MI, Malta DC. Physical activity practice among Brazilian adolescents. Cien Saude Colet 2010;15(Supl. 2):3035-3042.
  • 4
    Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Victora CG. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saude Publica 2006; 22(6):1277-1287.
  • 5
    Souza CA, Rech CR, Sarabia TT, Añez CRR, Reis RS. Autoeficácia e atividade física em adolescentes de Curitiba, Paraná, Brasil. Cad Saude Publica 2013; 29(10):2039-2048.
  • 6
    Alves CFA, Silva RCR, Assis AMO, Souza CO, Pinto EJ, Frainer DES. Fatores associados à inatividade física em adolescentes de 10-14 anos de idade, matriculados na rede pública de ensino do município de Salvador, BA. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(4):858-870.
  • 7
    Farias Júnior JC. Associação entre prevalência de inatividade física e indicadores de condição socioeconômica em adolescentes. Rev Bras Med Esporte 2008; 14(2):109-114.
  • 8
    Ferreira RW, Rombaldi AJ, Ricardo LIC, Hallal PC, Azevedo MR. Prevalence of sedentary behavior and its correlates among primary and secondary school students. Rev Paul Pediatr 2016; 34(1):56-63.
  • 9
    World Health Organization (WHO). Global accelerated action for the health of adolescents (AA-HA): guidance to support country implementation Genebra: WHO; 2017.
  • 10
    Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 [página na Internet]. 2016 [acessado 2018 Jul 20]. Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/
    » http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/
  • 11
    Laurson KR, Lee JA, Eisenmann JC. The cumulative impact of physical activity, sleep duration, and television time on adolescent obesity: 2011 Youth Risk Behavior Survey. J Phys Act Health 2015; 12(3):355-360.
  • 12
    Tanner JM. Growth at adolescence Filadélfia: J. B. Lippincott Company; 1962.
  • 13
    Martin RHC, Uezu R, Parra A, Arena S, Bojikian L, Bohme M. Auto-avaliação da maturação sexual masculina por meio da utilização de desenhos e fotos. Rev Bras Educ Fís Esporte 2001; 15(2):212-222.
  • 14
    Bojikian LP, Massa M, Martin RHC, Teixeira CP, Kiss MAPDM, Böhme MTS. Auto-avaliação puberal feminina por meio de desenhos e fotos. Rev Bras Ativ Fis Saúde 2012; 7(2):24-34.
  • 15
    Malina RM, Rogol AD, Cumming SP, Silva MJC, Figueiredo AJ. Biological maturation of youth athletes: assessment and implications. Br J Sports Med 2015; 49(13):852-829.
  • 16
    Farias Júnior JC, Lopes AS, Reis RS, Nascimento JV, Borgatto AF, Hallal PC. Development and validation of a questionnaire measuring factors associated with physical activity in adolescents. Rev Bras Saude Mater Infant 2011; 11(3):301-312.
  • 17
    Sallis JF, Strikmiller PK, Harsha DW, Feldman HA, Ehlinger S, Stone EJ, Williston J, Woods S. Validation of interviewer- and self-administered physical activity checklists for fifth grade students. Med Sci Sports Exerc 1996; 28(7):840-851.
  • 18
    Farias Júnior JC, Lopes AS, Mota J, Santos MP, Ribeiro JC, Hallal PC. Validade e reprodutibilidade de um questionário para medida de atividade física em adolescentes: uma adaptação do Self-Administered Physical Activity Checklist. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):198-210.
  • 19
    World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health Genebra: WHO; 2010.
  • 20
    Hardy LL, Booth ML, Okely AD. The reliability of the Adolescent Sedentary Activity Questionnaire (ASAQ). Prev Med 2007; 45(1):71-74.
  • 21
    Guimarães RF, Silva MP, Legnani E, Mazzardo O, Campos W. Reproducibility of adolescent sedentary activity questionnaire (ASAQ) in Brazilian adolescents. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2013; 15(3):276-285.
  • 22
    Academy of Pediatrics. Children, Adolescents, and Television. Pediatrics 2001; 107(2):423-426.
  • 23
    Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil [documento na Internet]. 2013 [acessado 2018 Jul 20]. Disponível em: http://www.abep.org/criterio-brasil
    » http://www.abep.org/criterio-brasil
  • 24
    Alvarez BR, Pavan AL. Alturas e comprimentos. In: Petroski E, editor. Antropometria: técnicas e padronizações Porto Alegre: Palotti; 2003. p. 31-45.
  • 25
    World Health Organization (WHO). WHO child growth standards: length/height for age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and body mass index-for-age, methods and development Genebra: WHO; 2006.
  • 26
    Lee IM, Shiroma EJ, Lobelo F, Puska P, Blair SN, Katzmarzyk PT. Effect of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life expectancy. Lancet 2012; 380(9838):219-229.
  • 27
    Oliveira Filho PF. Epidemiologia e Bioestatística: Fundamentos para a Leitura Crítica Rio de Janeiro: Rubio; 2015.
  • 28
    Barbosa Filho VC, Campos W, Bozza R, Lopes AS. The prevalence and correlates of behavioral risk factors for cardiovascular health among Southern Brazil adolescents: a cross-sectional study. BMC Pediatrics 2012; 12(130):12.
  • 29
    Dias PJ, Domingos IP, Ferreira MG, Muraro AP, Sichieri R, Goncalves-Silva RM. Prevalence and factors associated with sedentary behavior in adolescents. Rev Saude Publica 2014; 48(2):266-274.
  • 30
    Greca JPA, Silva DAS, Loch MR. Physical activity and screen time in children and adolescents in a medium size town in the South of Brazil. Rev Paul Pediatr 2016; 34(3):316-322.
  • 31
    Seabra AF, Mendonca DM, Thomis MA, Anjos LA, Maia JA. Biological and socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Cad Saude Publica 2008; 24(4):721-736.
  • 32
    Bacil ED, Mazzardo Junior O, Rech CR, Legnani RF, Campos W. Physical activity and biological maturation: a systematic review. Rev Paul Pediatr 2015; 33(1):114-121.
  • 33
    Bauman AE, Reis RS, Sallis JF, Wells JC, Loos RJ, Martin BW. Correlates of physical activity: why are some people physically active and others not? Lancet 2012; 380(9838):258-271.
  • 34
    Bacil EDA, Piola TS, Watanabe PI, Silva MP, Legnani RFS, Campos W. Biological maturation and sedentary behavior in children and adolescents: a systematic review. J Phys Educ 2016; 27:e2730-016.
  • 35
    Guerra PH, Farias Júnior JC, Florindo AA. Comportamento sedentário em crianças e adolescentes brasileiros: revisão sistemática. Rev Saude Publica 2016; 50(9):2-15.
  • 36
    Hallal PC, Andersen LB, Bull FC, Guthold R, Haskell W, Ekelund U. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. Lancet 2012; 380(9838):247-257.
  • 37
    Mendonca G, Cheng LA, Melo EN, Farias Junior JC. Physical activity and social support in adolescents: a systematic review. Health Educ Res 2014; 29(5):822-839.
  • 38
    Pratt M, Sarmiento OL, Montes F, Ogilvie D, Marcus BH, Perez LG, Brownson RC, Lancet Physical Activity Series Working Group. The implications of megatrends in information and communication technology and transportation for changes in global physical activity. Lancet 2012; 380(9838):282-293.
  • 39
    Bandura A. Social foundations of thought and action: A social cognitive theory New Jersey: Prentice Hall; 1986.
  • 40
    Guimarães RF, Langer RD, Guerra-Júnior G, Gonçalves EM. Efetividade de programas de intervenção escolar para reduzir fatores de risco à saúde em adolescentes: uma revisão sistemática. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2015; 17(4):485-495.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    Jul 2020

Histórico

  • Recebido
    28 Jan 2018
  • Aceito
    03 Out 2018
  • Publicado
    05 Out 2018
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revscol@fiocruz.br