Distúrbios do sono em adultos de uma cidade do Estado de São Paulo

Everton Alex Carvalho Zanuto Manoel Carlos Spiguel de Lima Rafael Gavassa de Araújo Eduardo Pereira da Silva Caroline Cristina Anzolin Monique Yndawe Castanho Araujo Jamile Sanches Codogno Diego Giulliano Destro Christofaro Rômulo Araújo Fernandes Sobre os autores

Resumos

OBJETIVO:

Analisar a ocorrência de distúrbios relacionados ao sono entre adultos de Presidente Prudente, São Paulo, bem como identificar suas associações com variáveis comportamentais, sociodemográficas e de estado nutricional.

MÉTODOS:

Após a seleção aleatória da amostra, foram realizadas entrevistas face a face com 743 adultos de ambos os sexos, residentes na cidade de Presidente Prudente, São Paulo. Foram aplicados questionários para análise de distúrbios relacionados ao sono, variáveis sociodemográficas (sexo, idade, etnia, escolaridade), comportamentais (atividade física no lazer, etilismo e tabagismo) e de estado nutricional.

RESULTADOS:

Foram observados distúrbios relacionados ao sono em 46,7% da amostra, com intervalo de confiança de 95% (IC95%) 43,1 - 50,2. Após a análise multivariada, foi observado que o sexo feminino, com odds ratio (OR) = 1,74 (IC95% 1,26 - 2,40), escolaridade (OR = 0,49; IC95% 0,28 - 0,82), sobrepeso (OR = 1,99; IC95% 1,39 - 2,85) e obesidade (OR = 2,90; IC95% 1,94 - 4,35) foram associados à ocorrência de distúrbios relacionados ao sono.

CONCLUSÃO:

É elevada a ocorrência de distúrbios de sono na amostra analisada, os quais foram mais frequentes em mulheres, pessoas de menor escolaridade e com sobrepeso e obesidade.

Distúrbios do início e manutenção do sono; Sono; Atividade motora; Sobrepeso; Obesidade; Escolaridade


INTRODUÇÃO

O sono é considerado um processo biológico complexo que se alterna com os períodos de vigília. Os estados de sono-vigília são mediados por modulações hormonais e neurais, tais processos fisiológicos modificam a temperatura corporal, trabalho cardíaco e a produção hormonal11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34., levando a um estado neurológico restaurador essencial ao crescimento (durante a infância e a adolescência), aprendizado/memória e funcionamento do organismo22. McCarley RW. Neurobiology of REM and NREM sleep. Sleep Med 2007; 8(4): 302-30.,33. Carter PJ, Taylor BJ, Williams SM, Taylor RW. Longitudinal analysis of sleep in relation to BMI and body fat in children: the FLAME study. BMJ 2011; 342: d2712.. O sono é composto por dois estados distintos: rapid eye movement (REM) e non-rapid eye movement (NREM)22. McCarley RW. Neurobiology of REM and NREM sleep. Sleep Med 2007; 8(4): 302-30., os quais se manifestam em ciclos organizados ao longo de uma noite normal de sono. Contudo, distúrbios que afetam esses dois estados podem acarretar piora na qualidade de vida e instalação, a longo prazo, de diversas doenças de ordem metabólica e cardiovascular11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34..

Nos dias atuais, alterações do padrão de sono são muito comuns em crianças33. Carter PJ, Taylor BJ, Williams SM, Taylor RW. Longitudinal analysis of sleep in relation to BMI and body fat in children: the FLAME study. BMJ 2011; 342: d2712., adultos44. Liu Y, Croft JB, Wheaton AG, Perry GS, Chapman DP, Strine TW, et al. Association between perceived insufficient sleep, frequent mental distress, obesity and chronic diseases among US adults, 2009 behavioral risk factor surveillance system. BMC Public Health 2013; 13: 84.,55. Singareddy R, Vgontzas AN, Fernandes-Mendoza J, Liao D, Calhoun S, Shaffer ML, et al. Risk factors for incident chronic insomnia: a general population prospective study. Sleep Med 2012; 13(4): 346-53. e idosos66. Lo CM, Lee PH. Prevalence and impacts of poor sleep on quality of life and associated factors of good sleepers in a sample of older Chinese adults. Health Qual Life Outcomes 2012; 10: 72., sendo que estudos internacionais indicam alta prevalência de distúrbios do sono em pessoas adultas (37,2 a 69,4%)44. Liu Y, Croft JB, Wheaton AG, Perry GS, Chapman DP, Strine TW, et al. Association between perceived insufficient sleep, frequent mental distress, obesity and chronic diseases among US adults, 2009 behavioral risk factor surveillance system. BMC Public Health 2013; 13: 84.,77. Ryu SY, Kim KS, Han MA. Factors associated with sleep duration in Korean adults: results of a 2008 community health survey in Gwangju metropolitan city, Korea. J Korean Med Sci 2011; 26(9): 1124-31.. Estudos conduzidos na cidade de São Paulo identificam que 32% dos paulistanos avaliados apresentaram sintomas de insônia88. Castro LS, Poyares D, Leger D, Bittencourt L, Tufik S. Objective prevalence of insomnia in the São Paulo, Brazil epidemiologic sleep study. Ann Neurol 2013; 74(4): 537-46., bem como que, entre os anos de 1987 e 2007, o percentual de paulistanos que apresentaram "dificuldades para dormir", "manter o sono durante a noite" e "acordar" aumentou de maneira significativa99. Santos-Silva R, Bittencourt LR, Pires ML, de Mello MT, Taddei JA, Benedito-Silva AA, et al. Increasing trends of sleep complaints in the city of Sao Paulo, Brazil. Sleep Med 2010; 11(6): 520-4..

Além disso, estudos recentes identificaram associação entre distúrbios do sono, doenças metabólicas e cardiovasculares (hipertensão arterial, dislipidemias e diabetes mellitus)1010. Pandey A, Williams N, Donat M, Ceide M, Brimah P, Ogedegbe G, et al. Linking sleep to hypertension: greater risk for blacks. Int J Hypertens 2013; 2013: 436502.

11. Kobayashi D, Takahashi O, Deshpande GA, Shimbo T, Fukui T. Relation between metabolic syndrome and sleep duration in Japan: a large scale cross-sectional study. Intern Med 2011; 50(2): 103-7.
-1212. Vgontzas AN, Liao D, Pejovic S, Calhoun S, Karataraki M, Bixler EO. Insomnia with objective short sleep duration is associated with type 2 diabetes. Diabetes Care 2009; 32(11): 1980-5., comportamentos de risco (tabagismo)1313. Kim SK, Kim JH, Park SY, Won HR, Lee HJ, Yang HS, et al. Smoking induces oropharyngeal narrowing and increases the severity of obstructive sleep apnea syndrome. J Clin Sleep Med 2012; 8(4): 367-74.,1414. Peters EN, Fucito LM, Novosad C, Toll BA, O'Malley SS. Effect of night smoking, sleep disturbance, and their co-occurrence on smoking outcomes. Psychol Addict Behav 2011; 25(2): 312-9. e a presença do sobrepeso e/ou obesidade1515. Beccuti G, Pannain S. Sleep and obesity. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2011; 14(4): 402-12.. Os distúrbios do sono, como também a menor duração do sono, estão relacionados ao ganho de peso1616. Marshall NS, Glozier N, Grunstein RR. Is sleep duration related to obesity? A critical review of the epidemiological evidence. Sleep Med Rev 2008; 12(4): 289-98.,1717. Patel SR, Hu FB. Short sleep duration and weight gain: a systematic review. Obesity (Silver Spring) 2008; 16(3): 643-53., e a diminuição da qualidade do sono parece estar associada à maior ingestão alimentar e ao etilismo1818. Galli G, Piaggi P, Mattingly MS, de Jonge L, Courville AB, Pinchera A, et al. Inverse relationship of food and alcohol intake to sleep measures in obesity. Nutr Diabetes 2013; 3: e58.. Por outro lado, a melhora na qualidade do sono parece ser mediada por fatores como a prática de atividade física regular1919. Zuo H, Shi Z, Yuan B, Dai Y, Hu G, Wu G, et al. Interaction between physical activity and sleep duration in relation to insulin resistance among non-diabetic Chinese adults. BMC Public Health 2012; 12: 247.,2020. Pereira EG, Gordia AP, Quadros TMB. Padrão de sono em universitários brasileiros e sua relação com a prática de atividades físicas: uma revisão de literatura. Rev Bras Ciênc Saúde 2011; 9(30): 55-60..

Embora exista elevada prevalência de distúrbios do sono na população mundial, e esse desfecho esteja associado à maior ocorrência de complicações e gastos com saúde44. Liu Y, Croft JB, Wheaton AG, Perry GS, Chapman DP, Strine TW, et al. Association between perceived insufficient sleep, frequent mental distress, obesity and chronic diseases among US adults, 2009 behavioral risk factor surveillance system. BMC Public Health 2013; 13: 84.,2121. Sichieri R, do Nascimento S, Coutinho W. The burden of hospitalization due to overweight and obesity in Brazil. Cad Saúde Pública 2007; 23(7): 1721-7.,2222. Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2011. Vigilância e fator de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2012., existe pouca informação nacional investigando os distúrbios do sono e variáveis associadas na população brasileira. Essa ausência de informações se faz mais relevante em cidades interioranas, nas quais os comportamentos relacionados ao sono parecem diferir significativamente de grandes centros metropolitanos.

Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a ocorrência de distúrbios relacionados ao sono entre adultos de Presidente Prudente, São Paulo, bem como identificar suas associações com variáveis comportamentais, sociodemográficas e de estado nutricional.

MÉTODOS

DELINEAMENTO E PARTICIPANTES

Estudo descritivo/analítico de delineamento transversal. Durante o segundo semestre de 2012, foram entrevistados 743 adultos (idade superior a 18 anos) de ambos os sexos, residentes na cidade de Presidente Prudente. O município está localizado na região oeste do Estado de São Paulo, possui cerca de 208.000 habitantes e um índice de desenvolvimento humano de 0,846. A entrevista foi composta de questionários para relatar a qualidade do sono2323. Zomer J, Peled R, Rubin AH, Lavie P. Mini-sleep Questionnaire (MSQ) for screening large populations for EDS complaints. In: Koella WP, Rüther E, Schulz H (eds). Sleep '84 1985: Proceedings of the Seventh European Congress on Sleep Research. Stuttgart: Gustav Fischer; 1985. p. 467-70. e a prática de atividade física durante o período de lazer2424. Baecke JA, Burema J, Frijters JE. A short questionnaire for the measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. Am J Clin Nutr 1982; 36(5): 936-42.. Também foram registradas variáveis comportamentais e sociodemográficas.

O cálculo amostral foi efetuado considerando uma ocorrência estimada de distúrbios relacionados ao sono entre adultos de 35%11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34. (devido à ausência de valores nacionais representativos, esse referencial foi extraído de um grande levantamento epidemiológico realizado com a população americana). O tamanho amostral mínimo para realização do estudo foi de 708 adultos, estimado por meio de uma equação para estimativa de parâmetros populacionais, a qual considerou uma população total de aproximadamente 208.000 habitantes, alfa de 5% (Z = 1,96), erro de 3% e efeito de delineamento de 30% (por utilizar o domicílio como unidade amostral final).

A amostra foi composta por indivíduos das cinco regiões geográficas da cidade (centro, leste, oeste, norte e sul), sendo elencados e selecionados aleatoriamente todos os bairros presentes em cada uma das regiões. Dentro de cada bairro, 20 ruas/avenidas foram selecionadas aleatoriamente, e 6 domicílios aleatoriamente selecionados em cada uma delas foram avaliados. Todos os moradores dessas residências foram considerados elegíveis e, então, convidados a participar do estudo, respeitando os critérios de inclusão: (a) apresentar idade igual ou superior a 18 anos; (b) ser residente na cidade por no mínimo dois anos. Todos os sujeitos aceitaram participar do estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista, Campus de Presidente Prudente, São Paulo.

VARIÁVEL DEPENDENTE: DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO SONO

Para analisar os distúrbios relacionados ao sono, foi utilizado o Mini-sleep Questionnaire2323. Zomer J, Peled R, Rubin AH, Lavie P. Mini-sleep Questionnaire (MSQ) for screening large populations for EDS complaints. In: Koella WP, Rüther E, Schulz H (eds). Sleep '84 1985: Proceedings of the Seventh European Congress on Sleep Research. Stuttgart: Gustav Fischer; 1985. p. 467-70. (traduzido para o idioma português e validado no nosso meio)2525. Falavigna A, de Souza Bezerra ML, Teles AR, Kleber FD, Velho MC, da Silva RC, et al. Consistency and reliability of the Brazilian Portuguese version of the Mini-Sleep Questionnaire in undergraduate students. Sleep Breath 2011; 15(3): 351-5., composto por 10 questões com 7 possibilidades de respostas (nunca = 1; muito raramente = 2; raramente = 3; às vezes = 4; frequentemente = 5; muito frequentemente = 6; e sempre = 7), as quais analisam diferentes aspectos relacionados ao sono: sonolência, insônia, ronco, dificuldade de dormir, dificuldade de acordar e acordar durante a noite. A soma das 10 respostas gera um escore numérico classificado em 4 categorias para o grau de distúrbios do sono: sono bom (escore entre 10 e 24 pontos), distúrbio leve (escore entre 25 e 27 pontos), distúrbio moderado (escore entre 28 e 30 pontos) e distúrbio severo (escore acima de 30 pontos). Para o presente estudo, foi caracterizada a presença de "distúrbios do sono" quando houve valores ≥ 25 pontos.

VARIÁVEIS INDEPENDENTES: COMPORTAMENTAIS

A prática atual de atividade física durante o horário de lazer (AF de lazer) foi avaliada utilizando o questionário de Baecke et al.2424. Baecke JA, Burema J, Frijters JE. A short questionnaire for the measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. Am J Clin Nutr 1982; 36(5): 936-42., que foi previamente validado para a população brasileira por Florindo et al.2626. Florindo AA, Latorre M do R, Jaime PC, Tanaka T. Zerbini CA. Methodology to evaluation the habitual physical activity in men aged 50 years or more. Rev Saúde Pública 2004; 38(2): 307-14.. O questionário foi respondido durante a entrevista face a face no próprio domicílio do entrevistado. AF de lazer foi avaliada por meio da segunda sessão do instrumento, referente às atividades esportivas realizadas durante horários de lazer. Também foi computada a prática de outras atividades que não as de cunho esportivo (treinamento com pesos, ginástica, modalidades de lutas e caminhada). Foram analisados três construtos dessa prática de atividades físicas durante horários de lazer: a intensidade (baixa, moderada e vigorosa), o tempo semanal de prática, em horas por semana (h/sem) (< 1h/sem; 1 - 2h/sem; 2 - 3h/sem; 3 - 4h/sem; > 4h/sem) e o tempo prévio de engajamento (< 1 mês; 1 - 3 meses; 4 - 6 meses; 7 - 9 meses; > 9 meses). Dessa forma, foram considerados fisicamente ativos os participantes que relataram um mínimo de 180 minutos por semana (3 - 4 h/sem) de atividades físicas de intensidade moderada ou vigorosa, nos últimos quatro meses (4 - 6 meses). Três categorias foram criadas: (i) ausência de prática de atividade física no lazer (APA no lazer): indivíduos que não relataram prática alguma de atividades físicas; (ii) < 180 min: indivíduos que relataram menos do que 180 minutos por semana ou intensidade abaixo da estabelecida ou menor tempo prévio de engajamento; (iii) > 180 min: indivíduos que alcançaram o ponto de corte proposto2727. Fernandes RA, Zanesco A. Early physical activity promotes lower prevalence of chronic diseases in adults. Hypertens Res 2010; 33(9): 926-31.,2828. Fernandes RA, Christofaro DGD, Casonatto J, Codogno JS, Rodrigues EQ, Cardoso M, et al. Prevalência de dislipidemia em indivíduos fisicamente ativos durante a infância, adolescência e idade adulta. Arq Bras Cardiol 2011; 97(4): 317-23..

Ingestão de álcool e tabagismo também foram identificados: tabagismo (o entrevistado se declarar fumante [sim ou não]) e ingestão semanal de álcool (não [nenhum dia] / sim [ao menos um dia na semana]).

VARIÁVEIS INDEPENDENTES: SOCIODEMOGRÁFICAS

Durante a entrevista, foi relatado pelos participantes: sexo (masculino/ feminino); idade cronológica (categorizadas em quatro grupos: 18 - 29,9; 30 - 44,9; 45 - 59,9; e ≥ 60 anos); e etnia (branca, negra, oriental e outras). A escolaridade foi computada em 1 a 4 anos do ensino fundamental; 5 a 8 anos de ensino fundamental completo; ensino médio/técnico completo; e ensino superior completo.

VARIÁVEIS INDEPENDENTES: ESTADO NUTRICIONAL

Foram relatadas pelos entrevistados a massa corporal e a estatura, sendo, posteriormente, calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) por meio da divisão da massa corporal pelo quadrado da estatura (kg/m2). Assim, os participantes foram classificados em normal (valores entre 18,6 e 24,99 kg/m2), sobrepeso (valores entre 25 e 29,99 kg/m2) e obesidade (valores ≥ 30 kg/m2).

ANÁLISE ESTATÍSTICA

As variáveis categóricas foram expressas como prevalência, e seus respectivos intervalos de confiança foram calculados. O teste do χ22. McCarley RW. Neurobiology of REM and NREM sleep. Sleep Med 2007; 8(4): 302-30. foi empregado na análise de associações entre a presença de distúrbios do sono e as variáveis independentes. Posteriormente, a regressão logística binária foi empregada, utilizando as variáveis que apresentaram significância de até 20% no teste do χ22. McCarley RW. Neurobiology of REM and NREM sleep. Sleep Med 2007; 8(4): 302-30., para elaborar três modelos multivariados, nos quais foi adotada a entrada hierárquica de variáveis independentes de origem sociodemográfica (sexo, idade e escolaridade), comportamental (atividade física, etilismo e tabagismo) e estado nutricional. Esse processo gerou valores ajustados de odds ratio (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). O teste de Hosmer e Lemeshow foi utilizado para analisar o grau de ajuste dos modelos multivariados que foram criados. Foram considerados estatisticamente significativos valores de significância (valor p) inferiores a 5%, e todas as análises foram realizadas no software estatístico BioEstat (versão 5.0).

RESULTADOS

A média de idade dos entrevistados foi de 49,9 ± 17,3 anos (IC95% 48,6 - 51,1 anos). Na amostra analisada, a ocorrência de distúrbios relacionados ao sono foi de 46,7% (IC95% 43,1 - 50,2) (sono levemente alterado: 8,9%; sono moderadamente alterado: 9%; sono severamente alterado: 28,8%). No que se refere à idade, 30,6% dos entrevistados apresentaram 60 anos ou mais. Houve elevada ocorrência de excesso de peso/obesidade na amostra analisada (58,3%), bem como elevado percentual de pessoas com, ao menos, o ensino médio/técnico completo (61,8%).

Alterações no sono foram mais reportadas por mulheres (OR = 1,75; IC95% 1,30 - 2,37), pessoas mais velhas (60 anos ou mais; OR = 2,26; IC95% 1,40 - 3,64) e com obesidade (OR = 3,00; IC95% 2,04 - 4,41). Por outro lado, pessoas com maior escolaridade e fisicamente ativas apresentaram menor ocorrência do desfecho analisado (Tabela 1).

Tabela 1.
Fatores associados a distúrbios do sono entre adultos de Presidente Prudente, São Paulo.
Tabela 2.
Modelo ajustado para a associação entre distúrbios do sono e variáveis.

Utilizando as variáveis independentes que apresentaram significância de até 20% no teste do χ22. McCarley RW. Neurobiology of REM and NREM sleep. Sleep Med 2007; 8(4): 302-30., foram elaborados três modelos multivariados adotando uma entrada hierárquica de variáveis socioeconômicas, comportamentais e de estado nutricional. O último modelo gerado não ficou saturado (teste de Hosmer e Lemeshow com valor p = 0,987) e identificou que mulheres (OR = 1,74; IC95% 1,26 - 2,40), pessoa de menor escolaridade e com sobrepeso (OR = 1,99; IC95% 1,39 - 2,85) e obesidade (OR = 2,90; IC95% 1,94 - 4,35) apresentaram maior ocorrência do desfecho analisado.

DISCUSSÃO

A ocorrência de distúrbios relacionados ao sono foi de 46,7% (IC95% 43,1 - 50,2%). Esse percentual é superior ao observado em estudos anteriores abordando o tema em populações adultas de outros países e, também, da cidade de São Paulo11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34.,88. Castro LS, Poyares D, Leger D, Bittencourt L, Tufik S. Objective prevalence of insomnia in the São Paulo, Brazil epidemiologic sleep study. Ann Neurol 2013; 74(4): 537-46.,2929. Siu YF, Chan S, Wong KM, Wong WS. The comorbidity of chronic pain and sleep disturbances in a community adolescent sample: prevalence and association with sociodemographic and psychosocial factors. Pain Med 2012; 13(10): 1292-303.. Ao longo dos últimos anos, tem sido observada uma significativa diminuição do tempo de sono da população adulta11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34. e, paralelamente a essa diminuição, tem sido observada também uma diminuição na qualidade do sono99. Santos-Silva R, Bittencourt LR, Pires ML, de Mello MT, Taddei JA, Benedito-Silva AA, et al. Increasing trends of sleep complaints in the city of Sao Paulo, Brazil. Sleep Med 2010; 11(6): 520-4.. Por outro lado, a grande maioria dos estudos realizados sobre o tema é conduzida com populações residentes em grandes centros urbanos, e sabe-se pouco sobre essa variável em cidades de menor porte (locais que diferem significativamente dos grandes centros no que se refere à qualidade de vida e comportamentos, os quais podem impactar na qualidade do sono). Nosso estudo demonstra que, embora ainda pouco explorado na população brasileira residente em cidades do interior, esse tipo de desfecho merece maior atenção, uma vez que tem elevada ocorrência também nessa parcela da população e está relacionado ao desenvolvimento de diferentes problemas de saúde11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34..

A obesidade está relacionada ao desenvolvimento de distúrbios do sono11. Luyster FS, Strollo PJ Jr, Zee PC, Walsh JK. Sleep: A health imperative. Sleep 2012; 35(6): 727-34.. Nesse sentido, essa alta ocorrência de distúrbios do sono pode estar associada à elevada taxa de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) observada nesses entrevistados (58% dos entrevistados). O excesso de peso afeta a qualidade do sono de diferentes formas, como é o caso da apneia obstrutiva do sono, na qual o excesso de adiposidade na região do pescoço interfere na circulação do ar e, consequentemente, na respiração3030. Schmid SM, Hallschmid M, Jauch-Chara K, Born J, Schultes B. A single night of sleep deprivation increases ghrelin levels and feelings of hunger in normal-weight healthy men. J Sleep Res 2008; 17(3): 331-4.. Além disso, distúrbios do sono estão relacionados ao ganho de peso, pois uma única noite de restrição do sono afeta significativamente os níveis de grelina e cortisol, favorecendo, assim, uma redução no gasto energético3030. Schmid SM, Hallschmid M, Jauch-Chara K, Born J, Schultes B. A single night of sleep deprivation increases ghrelin levels and feelings of hunger in normal-weight healthy men. J Sleep Res 2008; 17(3): 331-4.. Além disso, existe relação entre apneia obstrutiva do sono e resistência à ação da leptina por parte do organismo3131. Shimura R, Tatsumi K, Nakamura A, Kasahara Y, Tanabe N, Takiguchi Y, et al. Fat accumulation, leptin, and hypercapnia in obstructive sleep apnea-hypopnea syndrome. Chest 2005; 127(2): 543-9.. Por outro lado, embora existam teorias biológicas consistentes ligando ambas as variáveis, deve-se salientar que ainda não há como indicar com total segurança as relações de causalidade entre distúrbios do sono e maior adiposidade corporal.

Além disso, a relação do excesso de peso com a prática insuficiente de atividade física também parece afetar a qualidade do sono. Em um estudo longitudinal realizado por Zuo et al.1919. Zuo H, Shi Z, Yuan B, Dai Y, Hu G, Wu G, et al. Interaction between physical activity and sleep duration in relation to insulin resistance among non-diabetic Chinese adults. BMC Public Health 2012; 12: 247. na China, foi verificado, em uma amostra de 1224 adultos, que a prática de atividade física caracterizou-se como um fator de prevenção contra distúrbios do sono. Por outro lado, a prática insuficiente de atividade física não se manteve associada ao desfecho após a inserção do excesso de peso (sobrepeso e obesidade), evidenciando que esse possível efeito protetor da atividade física, aparentemente, seja pelo menor IMC do sujeito, ou seja, pessoas mais ativas apresentam melhor qualidade do sono por possuírem menores valores de adiposidade3232. Fernandes RA, Christofaro DG, Casonato J, Costa Rosa CS, Costa FF, Freitas Júnior IF, et al. Leisure time behaviors: prevalence, correlates and associations with overweight in Brazilian adults. A cross-sectional analysis. Rev Med Chil 2010; 138(1): 29-35..

Mulheres apresentaram maior ocorrência de distúrbios do sono. Biologicamente, mulheres possuem um sono mais fragmentado, tornando-o menos contínuo quando comparado ao dos homens3333. Vigeta SM, Hachul H, Tufic S, de Oliveira EM. Sleep in postmenopausal women. Qual Health Res 2012; 22(4): 466-75.. Além disso, o estressante contexto social no qual as mulheres estão inseridas (cobrança social referente ao trabalho, cuidados com a família, estética, etc.) pode fazer com que elas assumam comportamentos não saudáveis e que impactam negativamente no sono3434. Oliveira BHD, Yassuda MS, Cupertino APFB, Neri AL. Relações entre padrão do sono, saúde percebida e variáveis socioeconômicas em uma amostra de idosos residentes na comunidade - Estudo PENSA. Ciênc Saúde Colet 2010; 15(3): 851-60..

No presente estudo, pessoas com maior escolaridade apresentaram menor ocorrência de distúrbios do sono. Essa associação aponta que fatores relacionados à escolaridade (condição econômica e atividade ocupacional) podem interferir nos processos relacionados aos distúrbios do sono. Escolaridade tem sido utilizada como indicador de condição econômica2727. Fernandes RA, Zanesco A. Early physical activity promotes lower prevalence of chronic diseases in adults. Hypertens Res 2010; 33(9): 926-31.,2828. Fernandes RA, Christofaro DGD, Casonatto J, Codogno JS, Rodrigues EQ, Cardoso M, et al. Prevalência de dislipidemia em indivíduos fisicamente ativos durante a infância, adolescência e idade adulta. Arq Bras Cardiol 2011; 97(4): 317-23.,3232. Fernandes RA, Christofaro DG, Casonato J, Costa Rosa CS, Costa FF, Freitas Júnior IF, et al. Leisure time behaviors: prevalence, correlates and associations with overweight in Brazilian adults. A cross-sectional analysis. Rev Med Chil 2010; 138(1): 29-35., e menor escolaridade remete a fatores como atividades ocupacionais mais estressantes e de maior esforço físico, bem como a menor acesso a serviços de saúde com o objetivo de prevenção3535. Codogno JS, Fernandes RA, Sarti FM, Freitas Júnior IF, Monteiro HL. The burden of physical activity on type 2 diabetes public healthcare expenditures among adults: a retrospective study. BMC Public Health 2011; 11: 275.. Além disso, maior escolaridade pode ainda abrigar uma maior capacidade de assimilação do que são comportamentos benéficos à saúde e, assim, prevenir problemas que podem ocasionar distúrbios do sono.

O presente estudo não identificou o tabaco como um fator de risco para distúrbios no sono, diferentemente de outros1313. Kim SK, Kim JH, Park SY, Won HR, Lee HJ, Yang HS, et al. Smoking induces oropharyngeal narrowing and increases the severity of obstructive sleep apnea syndrome. J Clin Sleep Med 2012; 8(4): 367-74.,1414. Peters EN, Fucito LM, Novosad C, Toll BA, O'Malley SS. Effect of night smoking, sleep disturbance, and their co-occurrence on smoking outcomes. Psychol Addict Behav 2011; 25(2): 312-9.. No estudo de Kim et al.1313. Kim SK, Kim JH, Park SY, Won HR, Lee HJ, Yang HS, et al. Smoking induces oropharyngeal narrowing and increases the severity of obstructive sleep apnea syndrome. J Clin Sleep Med 2012; 8(4): 367-74. foi observado que o tabagismo pode desencadear distúrbios do sono e até ser um fator de risco para a síndrome da apneia obstrutiva do sono. Dessa forma, as diferenças observadas entre esses estudos poderiam ser explicadas, ao menos em parte, pela diferença entre os questionários utilizados e ausência de análises mais acuradas sobre problemas como a apneia obstrutiva do sono; além disso, devido ao fato de ex-fumantes terem sido inseridos no grupo de "não fumantes".

Como limitações do estudo, destacam-se a ausência de medidas mais detalhadas sobre o consumo de álcool (quantidade consumida) e tabaco (número de cigarros consumidos por dia e tempo prévio de exposição ao tabagismo), bem como a ausência de informações acerca do tipo de jornada de trabalho. Tais informações podem ser de grande valia para futuros estudos interessados em analisar mais detalhadamente a relação do desfecho em questão com variáveis comportamentais.

Por fim, os resultados apresentados identificam um problema de saúde pública, o qual merece atenção de profissionais da área da saúde, pois ações de conscientização e educação relacionadas a uma boa qualidade do sono são pouco comuns, seja na atenção básica, seja na prevenção em meio escolar.

CONCLUSÃO

Em resumo, é possível concluir que existe alta prevalência de distúrbios do sono em indivíduos adultos da cidade de Presidente Prudente, São Paulo, bem como que esse desfecho está associado ao sexo feminino, à presença do sobrepeso/obesidade e a uma menor escolaridade.

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  • Fonte de financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Edital Universal 14/2012, Processo 474484/2012-2.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2015

Histórico

  • Recebido
    22 Jul 2013
  • Revisado
    25 Mar 2014
  • Aceito
    23 Abr 2014
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
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