Série histórica da taxa de incidência de tuberculose em Santa Catarina: análise de uma década, 2010-2019

Serie histórica de la tasa de incidencia de tuberculosis en el estado de Santa Catarina, Brasil: análisis de una década, 2010-2019

Andrielly Pereira Danúbia Hillesheim Fábio May da Silva Regina Célia Santos Valim Ana Luiza Curi Hallal Sobre os autores

Resumo

Objetivo:

Descrever o perfil dos casos de tuberculose e analisar a tendência temporal da taxa de incidência da doença em Santa Catarina, Brasil, segundo sexo, no período de 2010 a 2019.

Métodos:

Estudo de série temporal, realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Utilizou-se o modelo de regressão de Prais-Winsten.

Resultados:

Ocorreram 16.446 casos novos de tuberculose, em sua maioria entre o sexo masculino (68,5%), pessoas de 20 a 49 anos de idade (70,3%), na Grande Florianópolis (25,1%) e em indivíduos com ensino fundamental incompleto (40,0%). Observou-se tendência de decréscimo nas taxas de incidência de tuberculose para o sexo masculino (VPA: -1,86%; IC95% -2,68;-1,03), feminino (VPA: -1,92%; IC95% -2,63;-1,20) e ambos os sexos (VPA: -1,77%; IC95% -2,37;-1,17).

Conclusão:

Na década analisada, ocorreu redução significativa na taxa de incidência de tuberculose em Santa Catarina, em ambos os sexos. Observou-se perfil predominantemente masculino, em idade economicamente ativa e com baixa escolaridade.

Palavras-chave:
Tuberculose; Epidemiologia; Análise de Regressão; Incidência; Estudos de Séries Temporais

Resumen

Objetivo:

Describir el perfil de los casos de tuberculosis y analizar la tendencia temporal de la tasa de incidencia de la enfermedad en Santa Catarina, según sexo, de 2010 a 2019.

Métodos:

Estudio de series de tiempo realizado con datos del Sistema de Información de Enfermedades Notificables (Sinan). Se utilizó el modelo de regresión de Prais-Winsten.

Resultados:

Se registraron 16.446 nuevos casos de tuberculosis. La mayoría de los casos ocurrieron entre las personas de sexo masculino (68,5%), de 20 a 49 años (70,3%), Gran Florianópolis (25,1%) y en individuos con primaria incompleta (40,0%). Se observó una tendencia decreciente en las tasas de incidencia de tuberculosis para el sexo masculino (VPA: -1,86%; IC95% -2,68;-1,03), el sexo feminino (VPA: -1,92%; IC95% -2,63;-1,20) y ambos sexos (VPA: -1,77%; IC95% -2,37;-1,17).

Conclusión:

En la década analizada, hubo una reducción significativa en la tasa de incidencia de tuberculosis en Santa Catarina, en ambos sexos. Se observó un perfil predominantemente masculino, en edad económicamente activa y con baja escolaridad.

Palabras-clave:
Tuberculosis; Epidemiología; Análisis de Regresión; Incidencia; Estudios de Series Temporales

Contribuições do estudo

Principais resultados

Entre 2010 e 2019, ocorreu redução significativa na taxa de incidência de tuberculose em ambos os sexos. Maior proporção dos casos ocorreu entre o sexo masculino, na Grande Florianópolis, em indivíduos de 20 a 49 anos e com ensino fundamental incompleto.

Implicações para os serviços

Apesar do declínio verificado, ainda há necessidade de fortalecer ações para o enfrentamento da doença em populações prioritárias e aprimorar políticas públicas que combatam a determinação social da doença.

Perspectivas

Encontrar estratégias para reduzir a incidência da doença no estado, especialmente em grupos prioritários e em regiões com maior densidade populacional. Além disso, destaca-se a importância da melhoria crescente dos registros de dados no Sinan.

INTRODUÇÃO

A tuberculose é uma das principais questões de saúde a ser enfrentada em âmbito global.11. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de vigilância em saúde. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.,22. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Implantação do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil: primeiros passos rumo ao alcance das metas. Boletim Epidemiológico. 2018;49(11):1-18. A doença atinge, em maior proporção, o sexo masculino, adultos, e habitantes de países de baixa renda, indicando uma ligação entre a ocorrência da doença e fatores socioeconômicos.33. Boletim Epidemiológico. Tuberculose 2020. Brasília: Ministério da Saúde ; 2020 (Número Especial) [citado 2021 jun 10]. Disponível em: Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-de-turbeculose-2020
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Apesar de existirem medidas para prevenção e controle da tuberculose, elas não alcançam toda a população de maneira igualitária, principalmente por uma questão de financiamento e envolvimento político insuficientes.44. Guimarães RM, Lobo AP, Siqueira EA, Borges TF, Melo SC. Tuberculosis, HIV, and poverty: temporal trends in Brazil, the Americas, and worldwide. J Bras Pneumol. 2012;38(4):511-7. doi: 10.1590/S1806-37132012000400014
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Em 2020, ocorreram 9,9 milhões de casos novos no mundo, equivalentes a 127 casos por 100 mil habitantes.55. World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2021. Geneva: WHO; 2021 [cited 2021 out 20]. Available from: Available from: https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/tb-reports
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No mesmo ano, foram diagnosticados 66.819 casos de tuberculose em território brasileiro, correspondendo a uma taxa de incidência de 31,6 casos/100 mil hab.66. Boletim Epidemiológico. Tuberculose 2021. Brasília: Ministério da Saúde ; 2020 (Número Especial) [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2021/boletim-tuberculose-2021
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A incidência de tuberculose no Brasil pode ser considerada baixa, quando comparada à de países africanos e do Sudeste Asiático (> 100 casos/100 mil hab.).55. World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2021. Geneva: WHO; 2021 [cited 2021 out 20]. Available from: Available from: https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/tb-reports
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No entanto, 57 países, localizados principalmente no Mediterrâneo Oriental, Europa e América do Norte, apresentaram baixa incidência de tuberculose (< 10 casos/100 mil hab.) em 2020.55. World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2021. Geneva: WHO; 2021 [cited 2021 out 20]. Available from: Available from: https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/tb-reports
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Santa Catarina estava entre os oito estados do país com menores taxas de incidência (16,9/100 mil hab.), e era um dos quatro com menores taxas de mortalidade (1,1/100 mil hab.) em 2020.66. Boletim Epidemiológico. Tuberculose 2021. Brasília: Ministério da Saúde ; 2020 (Número Especial) [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2021/boletim-tuberculose-2021
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Um estudo realizado no estado, entre 2002 e 2009, observou redução significativa da incidência de tuberculose, de 0,9% ao ano.77. Traebert J, Ferrer GC, Nazário NO, Schneider IJ, Silva RM. Temporal trends in tuberculosis-related morbidity and mortality in the state of Santa Catarina, Brazil, between 2002 and 2009. J Bras Pneumol. 2012;38(6):771-5. doi: 10.1590/S1806-37132012000600014
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Entretanto não foram realizados estudos de série temporal após aquele período, com vistas ao acompanhamento de novos casos e do perfil dos acometidos. Conhecer o cenário epidemiológico é necessário para a formulação de políticas públicas efetivas, direcionadas ao controle e monitoramento da infecção.

Diante desse contexto, o objetivo do estudo foi descrever o perfil dos casos de tuberculose e analisar a tendência temporal da taxa de incidência da doença em Santa Catarina, Brasil, segundo sexo, no período de 2010 a 2019.

MÉTODOS

Estudo descritivo e de série temporal da incidência de tuberculose, realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidos no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) em 10 de junho de 2021.

Analisaram-se os casos notificados no estado de Santa Catarina, no período de 2010 a 2019, incluindo-se, apenas, casos novos e confirmados de tuberculose em adultos (≥ 20 anos). O Ministério da Saúde orienta que sejam considerados casos novos as pessoas com tuberculose registradas no Sinan nas seguintes opções: caso novo; não sabe; e pós-óbito.66. Boletim Epidemiológico. Tuberculose 2021. Brasília: Ministério da Saúde ; 2020 (Número Especial) [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2021/boletim-tuberculose-2021
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,88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Vigilância epidemiológica da tuberculose: análise de indicadores operacionais e epidemiológicos a partir da base de dados do Sinan versão 5.0. Brasília: Ministério da Saúde ; 2016.

Foram analisadas as variáveis ‘sexo’ (masculino; feminino), ano de notificação (no período de 2010 a 2019), faixa etária (em anos: 20 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69; 70 a 79; 80 ou mais), forma clínica da tuberculose (pulmonar; extrapulmonar; pulmonar e extrapulmonar), macrorregião de saúde de Santa Catarina (Planalto Norte e Nordeste; Grande Oeste; Meio Oeste e Serra Catarinense; Foz do Rio Itajaí; Alto Vale do Itajaí; Grande Florianópolis; Sul) e escolaridade (analfabeto; ensino fundamental incompleto; ensino fundamental completo; ensino médio incompleto; ensino médio completo; educação superior completa; educação superior incompleta).

As taxas brutas de incidência foram calculadas dividindo-se o número de casos novos na população do estudo pelo número de habitantes estimado pelo IBGE para o mesmo período, multiplicado por 100 mil habitantes. No sentido de evitar o efeito da diferença etária da população ao longo dos anos e permitir a comparação, foi realizada a padronização das taxas de tuberculose por idade, adotando-se o método direto. Utilizou-se a população-padrão do Brasil, estimada pelo censo demográfico de 2010.99. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Brasília; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2021 [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
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Na análise de tendência, foi empregado o modelo de regressão de Prais-Winsten.1010. Antunes JLF, Cardoso MRA. Using time series analysis in epidemiological studies. Epidemiol Serv Saude. 2015;24(3):565-76. doi: 10.5123/S1679-49742015000300024
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Este modelo atua na correção do chamado efeito de autocorrelação de primeira ordem, frequentemente encontrado em medidas de dados populacionais.1010. Antunes JLF, Cardoso MRA. Using time series analysis in epidemiological studies. Epidemiol Serv Saude. 2015;24(3):565-76. doi: 10.5123/S1679-49742015000300024
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Neste estudo, particularmente, avaliou-se a presença de autocorrelação mediante o teste de hipóteses Durbin-Watson e gráficos de autocorrelação e autocorrelação parcial da série temporal (não exibidos). A variável dependente foi o logaritmo das taxas de incidência padronizadas, e a variável independente, os anos da série temporal. Com isso, aplicou-se a fórmula proposta por Antunes e Cardoso1010. Antunes JLF, Cardoso MRA. Using time series analysis in epidemiological studies. Epidemiol Serv Saude. 2015;24(3):565-76. doi: 10.5123/S1679-49742015000300024
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para verificação da variação percentual anual (VPA). A VPA, também conhecida como annual percent change (APC), e os intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram obtidos por meio das seguintes fórmulas:

VPA = [-1 + 10^b] *100%

IC95% = [-1+10^(b ± t * EP)] *100%

Onde: o valor de b e o erro-padrão (EP) são extraídos da regressão; e o valor de t é fornecido pela tabela da distribuição de probabilidade do t de Student, com 95% de nível de confiança. Logo, em se tratando de teste de hipótese em H0, assume-se tendência de estabilidade, e, caso não se rejeite H0 (p-valor ≥ 0,05), isto indica tendência de estabilidade e, para rejeição de H0 (p-valor < 0,05), tendência de crescimento ou declínio, conforme a variação positiva ou negativa. Inicialmente, a tabulação dos dados foi realizada utilizando-se o programa Microsoft Office Excel 2019®; posteriormente, os dados foram exportados e analisados com a utilização do software estatístico Stata 14.

Tratando-se de dados de domínio público e sem a identificação dos participantes, o projeto do estudo não necessitou ser submetido à avaliação de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

RESULTADOS

Foram notificados 16.446 casos novos de tuberculose no estado de Santa Catarina. Comparativamente, a maior proporção de casos ocorreu entre o sexo masculino (68,5%), indivíduos de 20 a 49 anos de idade (70,3%) e na macrorregião de saúde da Grande Florianópolis (25,1%). A forma clínica da maior parte dos casos foi confirmada como pulmonar (78,8%) e os indivíduos com ensino fundamental incompleto responderam pela maior participação por faixa etária (40,0%) (Tabela 1).

Tabela 1
- Distribuição dos casos de tuberculose segundo características sociodemográficas e forma clínica da doença, em indivíduos com idade ≥ 20 anos, Santa Catarina, 2010-2019

Em todos os anos do período analisado, o sexo masculino apresentarou maiores taxas de incidência pela doença: em 2011, eles referiram a maior taxa padronizada da série temporal, com 51,7 casos a cada 100 mil habitantes. Entre o sexo feminino, a maior taxa foi observada no ano de 2010 (24,1/100 mil hab.), enquanto a menor foi registrada no último ano do período, 2019 (19,6/100 mil hab.) (Figura 1).

Figura 1
- Série temporal das taxas padronizadas de incidência de tuberculose segundo sexo, Santa Catarina, 2010-2019

Observou-se declínio estatisticamente significante da taxa de incidência de tuberculose no sexo feminino (VPA: -1,92%; IC95% -2,63;-1,20), masculino (VPA: 1,86%; IC95% -2,68;-1,03) e para ambos os sexos (VPA: -1,77%; IC95% -2,37;-1,17). O sexo feminino apresentou o maior valor de VPA da série temporal: -1,92% (Tabela 2).

Tabela 2
- Tendência temporal da incidência de tuberculose segundo sexo, Santa Catarina, 2010-2019

DISCUSSÃO

A maioria dos casos de tuberculose ocorreu na população masculina, em indivíduos de 20 a 49 anos de idade, na Grande Florianópolis e em zonas urbanas. Pessoas com ensino fundamental incompleto tiveram maior proporção da doença e a maioria dos casos eram de acometimento pulmonar. O sexo masculino apresentarou maiores taxas e observou-se tendência de declínio das taxas de incidência no período, para ambos os sexos.

A incidência da tuberculose difere entre as grandes regiões brasileiras, podendo dificultar o controle da doença no país.1111. Cortez AO, Melo AC, Neves LO, Resende KA, Camargos P. Tuberculosis in Brazil: one country, multiple realities. J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20200119 doi: 10.36416/1806-3756/e20200119
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No mesmo período, Unidades da Federação com tamanho populacional semelhante ao de Santa Catarina, como o, Maranhão e Goiás, registraram cerca de 19 mil e 9 mil casos, respectivamente, destacando-se Goiás, com número bastante inferior ao observado neste estudo.1212. Ministério da Saúde (BR). Departamento de informática do SUS. TABNET. Brasília: Ministério da Saúde ; 2021 [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabnet/tabnet.htm
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Essas diferenças podem estar relacionadas a questões socioculturais, econômicas, organização dos serviços de saúde e execução das ações dos programas de controle da tuberculose.1111. Cortez AO, Melo AC, Neves LO, Resende KA, Camargos P. Tuberculosis in Brazil: one country, multiple realities. J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20200119 doi: 10.36416/1806-3756/e20200119
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Entre as formas clínicas, houve predomínio de tuberculose pulmonar, corroborando resultados de outros pesquisadores.1313. Gonçalves BD, Cavalini LT, Valente JG. Epidemiological monitoring of tuberculosis in a general teaching hospital. J Bras Pneumol. 2010;36(3):347-55. doi: 10.1590/S1806-37132010000300013
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14. Queiroz AAR, Berra TZ, Garcia MCC, Popolin MP, Belchior AS, Yamamura M, et al. Spatial pattern and temporal trend of mortality due to tuberculosis. Rev Lat Am Enfermagem. 2018;26:e2992. doi: 10.1590/1518-8345.2049.2992
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-1515. Chaves EC, Carneiro ICRS, Santos MIPO, Sarges NA, Neves EOS. Epidemiological, clinical and evolutionary aspects of tuberculosis among elderly patients of a university hospital in Belém, Pará. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(1):45-55. doi: 10.1590/1981-22562017020.160069
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Dois estudos transversais realizados em hospitais universitários brasileiros observaram predomínio da forma clínica pulmonar, com prevalências de 62,1% e 75,6%.1313. Gonçalves BD, Cavalini LT, Valente JG. Epidemiological monitoring of tuberculosis in a general teaching hospital. J Bras Pneumol. 2010;36(3):347-55. doi: 10.1590/S1806-37132010000300013
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,1515. Chaves EC, Carneiro ICRS, Santos MIPO, Sarges NA, Neves EOS. Epidemiological, clinical and evolutionary aspects of tuberculosis among elderly patients of a university hospital in Belém, Pará. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(1):45-55. doi: 10.1590/1981-22562017020.160069
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Um estudo ecológico realizado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, também observou maior prevalência da forma clínica pulmonar da doença, embora sem confirmação bacteriológica ou histológica.1414. Queiroz AAR, Berra TZ, Garcia MCC, Popolin MP, Belchior AS, Yamamura M, et al. Spatial pattern and temporal trend of mortality due to tuberculosis. Rev Lat Am Enfermagem. 2018;26:e2992. doi: 10.1590/1518-8345.2049.2992
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O resultado encontrado na presente pesquisa era esperado, dado o fato de o pulmão possuir condições adequadas para o crescimento bacteriano e ser a porta de entrada do Mycobacterium tuberculosis. Com isso, possivelmente, teria ocorrido disseminação por contiguidade, por via linfática ou hematogênica, principalmente em indivíduos com situação de imunossupressão.1616. Campos HS. Tuberculosis: etiopathogenesis and clinical presentations. Pulmão RJ. 2006;15(1):29-35.,1717. Governo de Estado (Santa Catarina). Secretaria de Estado da Saúde. Nota técnica n° 005 DIVE/SUV/SES/2017. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina; 2017 [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: https://www.dive.sc.gov.br/phocadownload/notas-tecnicas/notas-tecnicas-2017/Nota%20t%C3%A9cnica%20n%C2%B0%20005%20DIVE_SUV_SES_2017%20-%20Realiza%C3%A7%C3%A3o%20de%20teste%20r%C3%A1pido.pdf
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A maioria dos casos foi observada entre pessoas do sexo masculino e na faixa etária de 20 a 49 anos, perfil também identificado em outros estudos.1313. Gonçalves BD, Cavalini LT, Valente JG. Epidemiological monitoring of tuberculosis in a general teaching hospital. J Bras Pneumol. 2010;36(3):347-55. doi: 10.1590/S1806-37132010000300013
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,1414. Queiroz AAR, Berra TZ, Garcia MCC, Popolin MP, Belchior AS, Yamamura M, et al. Spatial pattern and temporal trend of mortality due to tuberculosis. Rev Lat Am Enfermagem. 2018;26:e2992. doi: 10.1590/1518-8345.2049.2992
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Diferentes fatores podem explicar o maior diagnóstico da doença entre o sexo masculino, incluindo razões biológicas, socioculturais, comportamentais e ocupacionais.1818. Hertz D, Schneider B. Sex differences in tuberculosis. Semin Immunopathol. 2019;41(2):225-37. doi: 10.1007/s00281-018-0725-6
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,1919. Nhamoyebonde S, Leslie A. Biological differences between the sexes and susceptibility to tuberculosis. J Infect Dis. 2014;209(Suppl 3):S100-6. doi: 10.1093/infdis/jiu147
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Em algumas culturas, autores apontam que homens podem viajar com maior frequência, realizar mais contatos sociais e passar mais tempo em ambientes propícios à transmissão, além de exercerem profissões de risco para a doença.1818. Hertz D, Schneider B. Sex differences in tuberculosis. Semin Immunopathol. 2019;41(2):225-37. doi: 10.1007/s00281-018-0725-6
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Somados a isso, outros fatores de risco para a infecção por tuberculose, como fumar e beber, tendem a ser mais prevalentes em homens.1818. Hertz D, Schneider B. Sex differences in tuberculosis. Semin Immunopathol. 2019;41(2):225-37. doi: 10.1007/s00281-018-0725-6
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Também foi observada maior taxa de incidência de casos em indivíduos com nível de escolaridade fundamental incompleto, corroborando a relação entre baixa escolaridade e tuberculose.2020. Peruhype RC, Acosta LMW, Ruffino Netto A, Oliveira MMC, Palha PF. The distribution of tuberculosis in Porto Alegre: analysis of the magnitude and tuberculosis-HIV coinfection. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(6):1035-43. doi: 10.1590/S0080-623420140000700011
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A tuberculose é considerada um grave problema social, sendo a baixa escolaridade e a pobreza importantes fatores de risco para a doença: indivíduos nessas condições estão mais predispostos ao baixo autocuidado e encontram maior dificuldade no acesso a serviços de saúde.2020. Peruhype RC, Acosta LMW, Ruffino Netto A, Oliveira MMC, Palha PF. The distribution of tuberculosis in Porto Alegre: analysis of the magnitude and tuberculosis-HIV coinfection. Rev Esc Enferm USP. 2014;48(6):1035-43. doi: 10.1590/S0080-623420140000700011
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,44. Guimarães RM, Lobo AP, Siqueira EA, Borges TF, Melo SC. Tuberculosis, HIV, and poverty: temporal trends in Brazil, the Americas, and worldwide. J Bras Pneumol. 2012;38(4):511-7. doi: 10.1590/S1806-37132012000400014
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Moreira et al. e Pedro e Oliveira demonstraram que o adoecimento por tuberculose está diretamente relacionado à precariedade da infraestrutura urbana e de serviços básicos de saúde, alta densidade populacional, alimentação inadequada e abuso de substâncias ilícitas.2121. Moreira ASR, Kritski AL, Carvalho ACC. Social determinants of health and catastrophic costs associated with the diagnosis and treatment of tuberculosis. J Bras Pneumol. 2020;46(5):e20200015. doi: 10.36416/1806-3756/e20200015
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,2222. San Pedro A, Oliveira RM. Tuberculosis and socioeconomic indicators: systematic review of the literature. Rev Panam Salud Publica. 2013;33(4):294-301. doi: 10.1590/S1020-49892013000400009
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Além disso, a ausência de informação, que pode estar atrelada a baixa escolaridade, aumenta a vulnerabilidade de grupos populacionais à doença.2121. Moreira ASR, Kritski AL, Carvalho ACC. Social determinants of health and catastrophic costs associated with the diagnosis and treatment of tuberculosis. J Bras Pneumol. 2020;46(5):e20200015. doi: 10.36416/1806-3756/e20200015
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No que concerne ao número de casos novos por macrorregiões de saúde de Santa Catarina, observou-se maior concentração na Grande Florianópolis, uma das macrorregiões com maior densidade demográfica do estado,2323. Sebrae. Santa Catarina em números: macrorregião Serra Catarinense. Florianópolis: Sebrae; 2013 (Macrorregiões; n. 2). seguida pelas que incluem municípios litorâneos ou próximos do litoral, corroborando achados prévios indicativos de maior risco do aparecimento de tuberculose nessas macrorregiões.2424. Mendonça SA, Franco SC. Evaluation of epidemiologic risk and Tuberculosis Control Program performance by health regions, State of Santa Catarina, Brazil, 2003-2010. Epidemiol Serv Saude. 2015;24(1):59-70. doi: 10.5123/S1679-49742015000100007
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A heterogeneidade da distribuição dos casos de tuberculose pode ser explicada por diferentes fatores, entre eles a diferença na qualidade dos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) em cada macrorregião.2525. Ferrer GCN, Silva RM, Ferrer KT, Traebert J. The burden of disease due to tuberculosis in the state of Santa Catarina, Brazil. J Bras Pneumol. 2014;40(1):61-8. doi: 10.1590/S1806-37132014000100009
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Outra possível explicação estaria relacionada ao fato de, geralmente, regiões com maior densidade populacional apresentarem favelas e maior dinâmica populacional, o que favorece a transmissão da doença. Outros autores confirmaram os achados do presente estudo, ao observarem autocorrelação espacial da tuberculose com concentração nos conglomerados urbanos das maiores cidades de Santa Catarina.2626. Mendonça SA, Franco SC, Vieira CV, Prado RL. Análise espacial da tuberculose em Santa Catarina correlacionando com determinantes sociais e de saúde. Rev Bras Geogr Fis.. 2020;13(07):3159-76. doi: 10.26848/rbgf.v13.07.p3159-3176
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Nesta pesquisa, observou-se declínio da taxa de incidência de tuberculose no estado de Santa Catarina em ambos os sexos. Um estudo que analisou a tendência de incidência de tuberculose em adultos de todos os estados brasileiros, entre 2001 e 2017, identificou padrão de diminuição semelhante em Santa Catarina, porém com queda mais acentuada, de 5,6% ao ano.2727. Melo MC, Barros H, Donalisio MR. Temporal trend of tuberculosis in Brazil. Cad Saude Publica. 2020;36(6):e00081319. doi: 10.1590/0102-311X00081319
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Outro estudo desenvolvido no estado, com base em dados de notificações realizadas entre 2002 e 2009, também observou queda de novos casos, atribuindo esse achado à melhora no acesso e na qualidade dos serviços de saúde oferecidos.77. Traebert J, Ferrer GC, Nazário NO, Schneider IJ, Silva RM. Temporal trends in tuberculosis-related morbidity and mortality in the state of Santa Catarina, Brazil, between 2002 and 2009. J Bras Pneumol. 2012;38(6):771-5. doi: 10.1590/S1806-37132012000600014
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Essa redução também pode ser justificada pela melhoria progressiva na atenção à saúde, como o aumento da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) no país e a realização do tratamento diretamente observado - conhecido pela sigla TDO - de até 90%.2828. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasil Livre da Tuberculose: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde , 2017 [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_livre_tuberculose_plano_nacional.pdf
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Nos últimos anos, as estratégias de controle da tuberculose em Santa Catarina têm se fortalecido, com a consequente redução da transmissão e a ocorrência de novos casos.2929. Barreira D. Os desafios para a eliminação da tuberculose no Brasil. Epidemiol Serv Saude. 2018;27(1):e00100009. doi: 10.5123/S1679-49742018000100009
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Entre essas estratégias, destaca-se a manutenção das taxas de cobertura elevadas da vacina do bacilo de Calmette-Guérin (BCG) no primeiro ano de vida, o diagnóstico precoce e a implementação do tratamento supervisionado dos indivíduos com tuberculose. Além disso, Santa Catarina se manteve como um dos estados menos desiguais do país no período, segundo a síntese de indicadores sociais da população brasileira.99. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Brasília; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2021 [citado 2021 jun 15]. Disponível em: Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
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Todavia, permanece a necessidade de consolidar ações eficazes para o enfrentamento da doença em populações prioritárias, definidas pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), tais como: população em situação de rua, populações privadas de liberdade, indígenas e pessoas vivendo com HIV/aids.2929. Barreira D. Os desafios para a eliminação da tuberculose no Brasil. Epidemiol Serv Saude. 2018;27(1):e00100009. doi: 10.5123/S1679-49742018000100009
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Para combater a tuberculose, é necessário investir na articulação intersetorial, especialmente em políticas públicas de enfrentamento da determinação social da doença.

Destaca-se que o uso de dados secundários pode ser considerado uma limitação, no sentido da possível ocorrência de falhas no preenchimento das fichas e/ou subnotificação da doença. Contudo, uma investigação cujo propósito foi descrever a completude dos registros de casos de tuberculose em Santa Catarina, no período de 2007 a 2016, concluiu que os dados eram adequados para a orientação das ações de prevenção e controle da doença.3030. Canto VB, Nedel FB. Completeness of tuberculosis records held on the Notifiable Health Conditions Information System (Sinan) in Santa Catarina, Brazil, 2007-2016. Epidemiol Serv Saude. 2020;29(3):e2019606. doi: 10.5123/S1679-49742020000300020
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Conclui-se que, na década analisada, houve redução significativa nas taxas de incidência de tuberculose em Santa Catarina, em ambos os sexos. O perfil dos casos foi predominantemente masculino, em indivíduos na idade economicamente ativa e com baixa escolaridade. A forma clínica mais comum foi a pulmonar, e os casos localizaram-se, em maior proporção, na Grande Florianópolis.

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  • TRABALHO ACADÊMICO ASSOCIADO

    Nota de pesquisa derivada de monografia de conclusão de curso intitulada ‘Análise do perfil epidemiológico e da distribuição espacial de tuberculose no estado de Santa Catarina, Brasil, no período entre 2010 e 2019’, defendida por Andrielly Pereira no Curso de Graduação em Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina, em 2021.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Set 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    28 Nov 2021
  • Aceito
    21 Jun 2022
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente - Ministério da Saúde do Brasil Brasília - Distrito Federal - Brazil
E-mail: ress.svs@gmail.com