Fatores associados à autopercepção negativa da saúde entre idosos não institucionalizados de Montes Claros, Brasil

Sarah Magalhães Medeiros Lorena Santos Rocha Silva Jair Almeida Carneiro Gizele Carmen Fagundes Ramos Ana Teresa Fernandes Barbosa Antônio Prates Caldeira Sobre os autores

Resumo

Objetivou-se conhecer a autopercepção de saúde entre idosos comunitários no norte de Minas Gerais, identificando fatores associados à autopercepção negativa da saúde. Trata-se de estudo transversal, de base populacional, com amostragem probabilística em dois estágios. Os dados foram coletados nos domicílios por equipe treinada com questionários já validados. Para identificar variáveis associadas à autopercepção negativa da saúde, foram feitas análises bivariadas, seguidas de regressão de Poisson. Participaram do estudo 686 idosos (idade média = 70,9 anos; DP = 8,08), sendo 445 (64,9%) do sexo feminino. A maioria era parda (57,1%) e com escolaridade de até 4 anos (76,3%). Sobre a autopercepção de saúde, 291 idosos (42,4%) apresentaram uma percepção positiva de sua própria saúde (Muito boa ou Boa); 302 idosos descreveram uma saúde “Regular” (44,0%) e 93 (13,5%) referiram-se à própria saúde como “Ruim” ou “Muito ruim”. As variáveis associadas com uma autopercepção negativa da saúde foram: dificuldade de acesso aos serviços de saúde, queda no último ano, hipertensão arterial, problema cardíaco, asma/bronquite e algum grau de fragilidade. Os resultados reforçam o fato de que múltiplos fatores se mostram associados à autopercepção negativa entre os idosos, com ênfase para aqueles vinculados à morbidade.

Saúde do idoso; Autoavaliação (saúde); Estudos transversais

Introdução

A autopercepção de saúde é um indicador utilizado em inquéritos de saúde que, embora subjetivo, propicia uma medida eficaz, rápida e de baixo custo sobre a saúde de grupos populacionais11. Aguilar-Palacio I, Carrera-Lasfuentes P, Rabanaque MJ. Salud percibida y nivel educativo en España: tendencias por comunidades autónomas y sexo (2001-2012). Gaceta Sanitaria 2015; 29(1):37-43.. Nos últimos anos, a literatura tem apresentado uma crescente produção sobre esse tema22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.,33. Blazer DG. How do you feel about...? Health outcomes in late life and self-perceptions of health and well-being. Gerontologist 2008; 48(4):415-422., destacando sua associação com morbidade22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.,44. Ocampo-Chaparro JM, Zapata-Ossa HJ, Cubides-Munévar AM, Curcio CL, Villegas JD, Reyes-Ortiz CA. Prevalence of poor self-rated health and associated risk factors among older adults in Cali, Colombia. Colomb Med 2013; 44(4):224-231.

5. Agostinho MR, Oliveira MC, Pinto MEB, Balardin GU, Harzheim E. Autopercepção da saúde entre usuários da Atenção Primária em Porto Alegre, RS. R Bras Med Fam e Comum 2010; 5(17):9-15.
-66. Loyola Filho AI, Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre idosos hipertensos e/ou diabéticos: resultados do projeto Bambuí. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(3):559-571. e com ênfase na população idosa22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.

3. Blazer DG. How do you feel about...? Health outcomes in late life and self-perceptions of health and well-being. Gerontologist 2008; 48(4):415-422.
-44. Ocampo-Chaparro JM, Zapata-Ossa HJ, Cubides-Munévar AM, Curcio CL, Villegas JD, Reyes-Ortiz CA. Prevalence of poor self-rated health and associated risk factors among older adults in Cali, Colombia. Colomb Med 2013; 44(4):224-231.,77. Idler EL, Benyamini Y. Self-rated health and mortality: a review of twenty-seven community studies. J Health Soc Behav 1997; 38(1):21-37..

A investigação da autopercepção de saúde entre idosos apresenta grande relevância para o Brasil nos últimos anos, que vivencia um acelerado processo de envelhecimento populacional, com importantes impactos e desafios para os serviços de saúde88. Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo, demandas, desafios e inovações. Rev Saude Publica 2009; 43(3):548-554.. Estudos nacionais já revelaram que a proporção de autopercepção negativa da saúde aumenta com o passar da idade99. Reichert FF, Loch MR, Capilheira MF. Autopercepção de saúde em adolescentes, adultos e idosos. Cien Saude Colet 2012; 17(12):3353-3362.,1010. Höfelmann DA, Garcia LP, Freitas LRS. Self-rated health in Brazilian adults and elderly: Data from the National Household Sample Survey 2008. Salud Publica Mex 2014; 56(6):603-611..

É razoável supor que eventos frequentes entre idosos, tais como maior número de doenças crônicas não transmissíveis e incapacidade funcional, repercutam em uma percepção negativa da própria saúde. Entretanto, é importante investigar o quanto essa percepção sofre influência das condições sociais e ambientais. Por se tratar de uma avaliação subjetiva, a autopercepção de saúde possui caráter multidimensional, envolvendo estilos de vida, além de aspectos psicológicos, demográficos e socioeconômicos11. Aguilar-Palacio I, Carrera-Lasfuentes P, Rabanaque MJ. Salud percibida y nivel educativo en España: tendencias por comunidades autónomas y sexo (2001-2012). Gaceta Sanitaria 2015; 29(1):37-43.,22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.,66. Loyola Filho AI, Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre idosos hipertensos e/ou diabéticos: resultados do projeto Bambuí. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(3):559-571.,1010. Höfelmann DA, Garcia LP, Freitas LRS. Self-rated health in Brazilian adults and elderly: Data from the National Household Sample Survey 2008. Salud Publica Mex 2014; 56(6):603-611..

As particularidades que envolvem a autopercepção de saúde justificam a condução de estudos locais e regionais, que possam auxiliar os gestores de saúde na elaboração de estratégias para melhorar as condições de saúde da população, especialmente a população idosa, mais crescente nos últimos anos. A identificação dos diversos aspectos envolvidos na percepção da saúde por pessoas idosas pode revelar grupos mais vulneráveis, possibilitando medidas mais específicas e mais efetivas para melhoria da qualidade de vida desses grupos.

O norte de Minas Gerais é uma área de transição entre o Sudeste e Nordeste do país. Possui alguns indicadores que revelam uma população carente: o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da região está abaixo do estado e do Brasil. A renda domiciliar per capita é inferior à observada para a média do estado, e a segunda menor quando comparada com as demais regiões do estado. Dentre os 89 municípios da região, apenas três possuem Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) alto1111. Minas Gerais. Governo do Estado de Minas Gerais. Caderno Regional Norte de Minas. Belo Horizonte: Secretária de Estado de Planejamento e Gestão; 2014. [acessado 2015 jul 1]. Disponível em: http://www.planejamento.mg.gov.br/publicacoes/cadernos-regionais#
http://www.planejamento.mg.gov.br/public...
. Nesta região não existem registros de inquéritos que envolvam a autopercepção de saúde entre idosos. No presente estudo, o objetivo foi conhecer a autopercepção de saúde entre idosos comunitários da principal cidade do norte de Minas, identificando fatores associados à autopercepção negativa.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, realizado com idosos não institucionalizados, residentes na área urbana do município de Montes Claros, ao norte de Minas Gerais. O processo de amostragem foi probabilístico, por conglomerados e em dois estágios. No primeiro estágio, utilizou-se como unidade amostral o setor censitário e foram selecionados aleatoriamente 42, entre os 362 setores urbanos do município. No segundo estágio, definiu-se o número de domicílios segundo a densidade populacional de indivíduos com idade ≥ 60 anos1212. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sinopse do Senso Demográfico de 2010. Rio de Janeiro: IBGE; 2011.. Nesta etapa, o cálculo do número de domicílios a serem sorteados foi feito com base na média esperada de idosos por domicílio (razão pessoas/domicílio), ou seja, os setores com maior número de idosos tiveram mais domicílios alocados, de forma a produzir uma amostra mais representativa.

O número total de idosos alocados para o estudo considerou uma prevalência conservadora de 50% para o evento estudado, uma população estimada de 30.790 idosos1212. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sinopse do Senso Demográfico de 2010. Rio de Janeiro: IBGE; 2011., uma margem de erro de 5% e um nível de confiança de 95%. Considerando tratar-se de uma amostragem por conglomerados, o número identificado foi multiplicado por um fator de correção (deff) de 1,5 e acrescido de 20% para eventuais perdas. O número mínimo de pessoas para o estudo definido pelo cálculo amostral foi de 684 pessoas.

Foram definidos como critérios de inclusão: indivíduos com idade de 60 anos ou mais, residentes nos setores censitários sorteados. Foram excluídos idosos cujos cuidadores/familiares consideraram inaptos para responderem ao formulário do estudo. Foram consideradas perdas os idosos não disponíveis para participação em pelo menos três visitas em dias e horários diferentes, mesmo com agendamento prévio.

A coleta de dados foi realizada no domicílio do idoso entre maio e julho de 2013. Os entrevistadores (graduados em enfermagem), previamente treinados, percorreram os setores censitários a partir de um ponto previamente definido em cada um deles para realizarem as entrevistas. O instrumento de coleta de dados utilizou questões já validadas em inquéritos populacionais, com ênfase no inquérito telefônico para vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas1313. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Departamento de Análise de Situação de Saúde. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: Vigitel 2010. Brasília: MS; 2011. e foi previamente utilizado em um estudo piloto em um setor censitário especialmente sorteado para verificar na prática a compreensão das questões pelos entrevistados e a habilidade dos entrevistadores. O estudo piloto mostrou que não eram necessárias mudanças no instrumento de coleta de dados e os dados coletados nessa fase não foram incluídos na análise final.

A variável dependente foi a autopercepção de saúde, avaliada por meio da questão Como o(a) Sr(a) classificaria seu estado de saúde? As opções de resposta eram: Muito bom, Bom, Regular, Ruim ou Muito ruim. Para análise dos dados coletados, as respostas foram dicotomizadas e assumiu-se como percepção positiva da saúde as respostas Muito bom e Bom e percepção negativa da saúde o somatório das respostas Regular, Ruim e Muito Ruim, seguindo estudos similares sobre o tema, tanto nacionais, como internacionais11. Aguilar-Palacio I, Carrera-Lasfuentes P, Rabanaque MJ. Salud percibida y nivel educativo en España: tendencias por comunidades autónomas y sexo (2001-2012). Gaceta Sanitaria 2015; 29(1):37-43.,22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.,44. Ocampo-Chaparro JM, Zapata-Ossa HJ, Cubides-Munévar AM, Curcio CL, Villegas JD, Reyes-Ortiz CA. Prevalence of poor self-rated health and associated risk factors among older adults in Cali, Colombia. Colomb Med 2013; 44(4):224-231.,55. Agostinho MR, Oliveira MC, Pinto MEB, Balardin GU, Harzheim E. Autopercepção da saúde entre usuários da Atenção Primária em Porto Alegre, RS. R Bras Med Fam e Comum 2010; 5(17):9-15..

As variáveis independentes estudadas foram: gênero, idade, cor da pele autorreferida,situação conjugal, arranjo familiar (condição de residir sozinho ou com outras pessoas), escolaridade, renda familiar, prática religiosa, tipo de serviço de saúde utilizado, dificuldade de acesso ao principal serviço de saúde, possuir ou não de plano de saúde, registro de internação hospitalar nos últimos 12 meses, registro de queda nos últimos 12 meses, presença de morbidades crônicas autorreferidas (hipertensão, problema cardíaco, diabetes mellitus, artrite/artrose/reumatismo, osteoporose, asma/bronquite asmática/alérgica e incontinência urinária), polifarmácia (uso regular de cinco ou mais medicamentos), fragilidade (aferida definida pela Edmonton Frail Scale) e sintomas depressivos, aferidos pela Geriatric Depression Scale de 15 itens. Essas duas últimas escalas já foram validadas no país com as adaptações transculturais necessárias1414. Fabrício-Wehbe SCC, Schiaveto FV, Vendrusculo TRP, Haas VJ, Dantas RAS, Rodrigues RAP. Adaptação cultural e validade da Edmonton Frail Scale (EFS) em uma amostra de idosos brasileiros. Rev Latino-Am Enfermagem 2009; 17(6):1043-1049.,1515. Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuro-Psiquiatr 1999; 57(2-B):421-426..

As informações coletadas foram analisadas por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0 (SPSS for Windows, Chicago, EUA). Foram realizadas análises bivariadas e posteriormente análise múltipla por meio da regressão de Poisson, com variância robusta, na análise múltipla. Em cada uma das análises foram as calculadas as Razões de Prevalência (RP) consideradas com os respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%). Para a análise múltipla foram consideradas apenas as variáveis que mostraram associação até o nível de 20% (p < 0,20) na análise bivariada. No modelo final, após a análise múltipla, foram mantidas apenas as variáveis que mostraram-se associadas até o nível de 5% (p < 0,05).

Foram realizadas análises de distribuição de frequência, medidas de associação por meio do teste qui-quadrado e análise de regressão de Poisson, com variância robusta. Para essa etapa, foram analisadas de forma conjunta todas as variáveis que, na análise bivariada, mostraram associação até o nível de 20% (p < 0,20). Foram mantidas no modelo final as variáveis cujas Razões de Prevalência (RP) mostraram-se significativas até o nível de 5% (p < 0,05).

Todos os participantes foram orientados sobre a pesquisa e apresentaram sua anuência, através da assinatura ou registro da digital em termo de consentimento livre e esclarecido. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros.

Resultados

A amostra de idosos do estudo foi de 686 indivíduos. Destes, 445 (64,9%) eram do sexo feminino. A idade do grupo variou de 60 a 98 anos, com média de 70,9 anos (DP ± 8,08). A maioria declarou-se parda (57,1%) e com escolaridade de até 4 anos (76,3%). Estas e demais características demográficas e socioeconômicas do grupo são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1
Características demográficas e socioeconômicas de idosos em Montes Claros (MG); 2013.

Em relação às características relacionadas aos cuidados de saúde (Tabela 2) destaca-se que 234 idosos (34,1%) informaram possuir um plano de saúde, mas o tipo de serviço de saúde mais utilizado foi o público (68,8%). Aproximadamente um quinto dos entrevistados relatou internação hospitalar nos últimos 12 meses (17,8%). A hipertensão arterial foi a morbidade mais referida pelos respondentes (70,8%). E também houve destaque para artrite/artrose/reumatismo (35,1%) e incontinência urinária (28,3%). Registrou-se ainda que 161 idosos (23,5%) faziam uso regular de cinco ou mais medicamentos (polifamácia). Sobre a autopercepção de saúde, 291 idosos (42,4%) apresentaram uma percepção positiva de sua própria saúde (Muito boa ou Boa); 302 descreveram uma saúde “Regular” (44,0%) e 93 (13,5%) referiram-se à própria saúde como “Ruim” ou “Muito ruim”.

Tabela 2
Características relacionadas aos cuidados de saúde entre idosos em Montes Claros (MG); 2013.

As Tabelas 3 e 4 apresentam os resultados das análises bivariadas (brutas) para associações investigadas e a Tabela 5 as variáveis que se mantiveram no modelo final, após análise conjunta das variáveis. Mostraram associadas com uma autopercepção negativa da saúde: a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, registro de queda no último ano, hipertensão arterial, problema cardíaco, asma/bronquite alérgica ou asmática e algum grau de fragilidade, segundo a Edmonton Frail Scale.

Tabela 3
Análise bivariada entre variáveis demográficas e socioeconômicas e autopercepção de saúde entre idosos; Montes Claros (MG); 2013.

Tabela 4
Análise bivariada entre variáveis relacionadas à saúde e autopercepção de saúde entre idosos; Montes Claros (MG); 2013.

Tabela 5
Resultados na análise multivariada para fatores associados à autopercepção negativa da saúde entre idosos; Montes Claros (MG); 2013.

Discussão

Este estudo revelou uma importante prevalência de autopercepção negativa do estado de saúde entre idosos comunitários no norte de Minas Gerais. Um percentual ligeiramente inferior foi registrado em estudo conduzido em três cidades do interior brasileiro, com metodologia semelhante, que apontou uma frequência de 49,6% de autopercepção negativa da saúde22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.. Percentual de 53,8% foi observado para a autopercepção de saúde regular ou ruim em um grande estudo em São Paulo1616. Lebrão ML, Laurenti R. Saúde, bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE no Município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(2):127-141..

É preciso registrar que alguns estudos apresentam percentuais bem mais inferiores de autopercepção negativa da saúde66. Loyola Filho AI, Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre idosos hipertensos e/ou diabéticos: resultados do projeto Bambuí. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(3):559-571.,1010. Höfelmann DA, Garcia LP, Freitas LRS. Self-rated health in Brazilian adults and elderly: Data from the National Household Sample Survey 2008. Salud Publica Mex 2014; 56(6):603-611.. Contudo, tais estudos agrupam como resultados de uma percepção negativa apenas as categorias “ruim” e “muito ruim”. Não parece existir padronização em estudos nacionais sobre o adequado “ponto de corte” para avaliar fatores associados a uma percepção negativa da saúde. Isto é, alguns estudos consideram a percepção de saúde regular como percepção positiva66. Loyola Filho AI, Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre idosos hipertensos e/ou diabéticos: resultados do projeto Bambuí. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(3):559-571.,1010. Höfelmann DA, Garcia LP, Freitas LRS. Self-rated health in Brazilian adults and elderly: Data from the National Household Sample Survey 2008. Salud Publica Mex 2014; 56(6):603-611., outros como percepção negativa22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.,55. Agostinho MR, Oliveira MC, Pinto MEB, Balardin GU, Harzheim E. Autopercepção da saúde entre usuários da Atenção Primária em Porto Alegre, RS. R Bras Med Fam e Comum 2010; 5(17):9-15.,99. Reichert FF, Loch MR, Capilheira MF. Autopercepção de saúde em adolescentes, adultos e idosos. Cien Saude Colet 2012; 17(12):3353-3362.,1616. Lebrão ML, Laurenti R. Saúde, bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE no Município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(2):127-141. e outros ainda conduzem análises com mais de dois níveis de para a percepção de saúde considerando a percepção negativa, a positiva e a percepção regular ou intermediária1717. Carvalho FF, Santos JN, Souza LM, Souza NRM. Análise da percepção do estado de saúde dos idosos da região metropolitana de Belo Horizonte. Rev Bras Geriatr Gerontol 2012; 15(2):285-293.,1818. Bez JPO, Neri AL. Velocidade da marcha, força de preensão e saúde percebida em idosos: dados da rede FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(8):3343-3353.. Também existem autores que apresentam outra classificação, apontando as opções “excelente, muito boa, boa, ruim ou muito ruim”, excluindo a opção intemediária1919. Borim FSA, Barros MBA, Neri AL. Autoavaliação da saúde em idosos: pesquisa de base populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2012; 28(4):769-780.. Estudos internacionais também apresentam discordância em relação ao processo de dicotomização da resposta sobre autopercepção de saúde11. Aguilar-Palacio I, Carrera-Lasfuentes P, Rabanaque MJ. Salud percibida y nivel educativo en España: tendencias por comunidades autónomas y sexo (2001-2012). Gaceta Sanitaria 2015; 29(1):37-43.,44. Ocampo-Chaparro JM, Zapata-Ossa HJ, Cubides-Munévar AM, Curcio CL, Villegas JD, Reyes-Ortiz CA. Prevalence of poor self-rated health and associated risk factors among older adults in Cali, Colombia. Colomb Med 2013; 44(4):224-231.,2020. Rosenkranz RR, Duncan MJ, Rosenkranz SK, Kolt GS. Active lifestyles related to excellent self-rated health and quality of life: cross sectional findings from 194,545 participants in The 45 and Up Study. BMC Public Health 2013, 13:1071..

A divergência observada na literatura sobre diferentes pontos de corte para mensurar a autopercepção da saúde não é recente2121. Eriksson I, Udén AL, Elofsson S. Self-rated health. Comparisons between three different measures. Results from a population study. Int J Epidemiol 2001; 30(2):326-333.,2222. Manor O, Mathews S, Power C. Dichotomous or categorial response? Analysing self-rated health and lifetime social class. Int J Epidemiol 2000; 29(1):149-157. e destaca a necessidade de cautela para a comparação dos resultados entre diferentes estudos. Tais divergências, entretanto, não significam uma menos valia do indiciador, que representa uma medida bastante útil em inquéritos populacionais, e que reflete vários aspectos dos cuidados e da utilização dos serviços de saúde11. Aguilar-Palacio I, Carrera-Lasfuentes P, Rabanaque MJ. Salud percibida y nivel educativo en España: tendencias por comunidades autónomas y sexo (2001-2012). Gaceta Sanitaria 2015; 29(1):37-43..

No presente estudo as variáveis associadas a uma percepção negativa da saúde foram aquelas relacionadas às condições crônicas, ao registro de quedas no último ano, à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e à fragilidade aferida pela Edmonton Frail Scale.

Sobre as condições crônicas, mantiveram-se no modelo final a hipertensão arterial, o registro de algum problema cardíaco, e asma/bronquite alérgica/bronquite asmática. São condições que se mostram estritamente ligadas a percepção de risco de vida e/ou uso contínuo de medicamentos.

As doenças do aparelho circulatório constituem o principal grupo de causas de mortes no Brasil, em ambos os sexos. A associação entre tais condições e a autopercepção negativa de saúde observada neste estudo foi registrada também no Paraná2323. Arruda GO, Santos AL, Teston EF, Cecilio HPM, Radovanovic CAT, Marcon SS. Associação entre autopercepção de saúde e características sociodemográficas com doenças cardiovasculares em indivíduos adultos. Rev Esc Enferm USP 2015; 49(1):61-68.. Outro estudo, na população idosa no Município de São Paulo, concluiu que a doença cardíaca apresentou-se como aquela que mais promoveria ganhos percentuais em anos de vida livres de incapacidade, caso fosse eliminada, em ambos os sexos2424. Campolina AG, Adami F, Santos JLF, Lebrão ML. A transição de saúde e as mudanças na expectativa de vida saudável da população idosa: possíveis impactos da prevenção dedoenças crônicas. Cad Saude Publica 2013; 29(6):1217-1229.. Destaca-se ainda que problemas cardíacos têm impacto na qualidade de vida física e psicológica do idoso e culminam, muitas vezes, na diminuição da sua autonomia2525. Tavares DMS, Dias FA, Ferreira PCS, Rodrigues LR, Gonçalves JRL, Ferreira LA. Morbidades e qualidade de vida de idosos urbanos com e sem problemas cardíacos Cienc Cuid Saude 2014; 13(4):674-681.. Além disso, as doenças cardíacas se mostram associadas com um maior grau de dependência nas atividades instrumentais de vida diária (AIVD), aspecto fortemente relevante para o idoso acerca da suas condições de saúde2626. Barbosa BR, Almeida JM, Barbosa MR, Rossi-Barbosa LAR. Avaliação da capacidade funcional dos idosos e fatores associados à incapacidade. Cien Saude Colet 2014; 19(8):3317-3325.. Todos esses fatores justificam uma autopercepção negativa de saúde entre pessoas com problemas cardíacos, o que foi observado mesmo em indivíduos mais jovens, segundo estudo conduzido no Paraná2323. Arruda GO, Santos AL, Teston EF, Cecilio HPM, Radovanovic CAT, Marcon SS. Associação entre autopercepção de saúde e características sociodemográficas com doenças cardiovasculares em indivíduos adultos. Rev Esc Enferm USP 2015; 49(1):61-68.. Cabe ressaltar que, muitas vezes, os sintomas e as consequências das doenças, como a dor e a limitação das atividades, parecem ser mais fortemente associados à autoavaliação da saúde negativa do que as doenças em si, como destacado em um estudo alemão com idosos com multimorbidade2727. Nützel A, Dahlhaus A, Fuchs A, Gensichen J, König HH, Riedel-Heller S. Self-rated health in multimorbid older general practice patients: a cross-sectional study in Germany. BMC Fam Pract 2014; 15:1..

A autoavaliação negativa de saúde também mostrou-se associada ao registro de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Esta é uma condição clínica irreversível que, por si própria, por suas complicações ou pela terapia medicamentosa utilizada, pode interferir em diversos aspectos da qualidade de vida dos pacientes, especialmente em idosos2828. Arbex FS, Almeida EA. Qualidade de vida e hipertensão arterial no envelhecimento. Rev Bras Clin Med 2009; 7(5):339-342.. A HAS é um grande fator de risco para doenças como insuficiência cardíaca e renal; além disso, há a necessidade de controle medicamentoso rígido e prolongado e tudo isso contribui para uma pior percepção do estado de saúde. Associação similar entre autopercepção negativa da saúde e hipertensão arterial também foi registrada em outros estudos22. Silva RJS, Smith-Menezes A, Tribess S, Rómo-Perez V, Virtuoso Júnior JS. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Rev Bras Epidemiol 2012; 15(1):49-62.,66. Loyola Filho AI, Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre idosos hipertensos e/ou diabéticos: resultados do projeto Bambuí. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(3):559-571.. A estreita relação entre autopercepção de saúde e doenças cardiovasculares foi estudada por Arruda et al.2323. Arruda GO, Santos AL, Teston EF, Cecilio HPM, Radovanovic CAT, Marcon SS. Associação entre autopercepção de saúde e características sociodemográficas com doenças cardiovasculares em indivíduos adultos. Rev Esc Enferm USP 2015; 49(1):61-68. que destacam que tal associação deve ser realçada aos profissionais de saúde, pois interferem no modo como os pacientes lidam com a doença, o que pode auxiliar nas orientações para o autocuidado.

A asma, outra condição crônica associada a autopercepção negativa neste estudo, também é conhecida como “bronquite asmática” ou como “bronquite alérgica” e assim foi investigada entre os idosos. Trata-se de uma doença que pode ser considerada incapacitante e a idade avançada é fator de risco para maior gravidade e mortalidade devido à asma2929. Ribeiro TEL, Silva ECF, Meneses SLS, Lopes AJ. Correlação dos achados clínicos com os parâmetros funcionais em idosos portadores de asma. Rev Portuguesa Pneumol 2009; 15(6):1029-1041.. Sua sintomatologia cursa com dificuldade respiratória intensa, que se exacerba, dentre outros fatores, com esforços físicos, restringindo, sobremaneira, as atividades dos pacientes. Idosos asmáticos utilizam com maior frequência a rede hospitalar e apresentam maior tempo de internação. Associação similar foi observada em estudo conduzido com idosos em seis municípios de São Paulo, mas avaliou doença pulmonar em geral3030. Francisco PMSB, Donalisio MR, Barros MBA, César CLG, Carandina L, Goldbaum M. Fatores associados à doença pulmonar em idosos. Rev Saude Publica 2006; 40(3):428-435..

No presente estudo também se registrou associação estatisticamente significante entre autopercepção negativa de saúde e registro de dificuldades para utilização dos serviços de saúde. Esse achado provavelmente se justifica pelo fato de a autopercepção negativa de saúde estar fortemente relacionada com a presença de morbidade, fragilidade e outras condições que determinam maior necessidade de procura por serviços médicos. Nessas condições, uma busca mais frequente implica também em maiores dificuldades de acesso e utilização. Um grande estudo conduzido em São Paulo3131. Louvison MCP, Lebrão ML, Duarte YAO, Santos JLF, Malik AM, Almeida ES. Desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde entre idosos do município de São Paulo. Rev Saude Publica 2008; 42(4):733-740. já havia destacado a associação entre autopercepção negativa de saúde e maior acesso aos serviços de saúde, e resultados de estudos em Minas Gerais66. Loyola Filho AI, Firmo JOA, Uchôa E, Lima-Costa MF. Fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre idosos hipertensos e/ou diabéticos: resultados do projeto Bambuí. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(3):559-571. e no Rio Grande do Sul55. Agostinho MR, Oliveira MC, Pinto MEB, Balardin GU, Harzheim E. Autopercepção da saúde entre usuários da Atenção Primária em Porto Alegre, RS. R Bras Med Fam e Comum 2010; 5(17):9-15. também mostraram tal associação.

A ocorrência de queda nos últimos 12 meses também se associou a uma autopercepção negativa da saúde. As quedas acarretam muitos danos à saúde da pessoa idosa, entre elas a mais comum é a fratura. Além do trauma físico e como resultado dele, a dor, o medo de cair, a incapacidade funcional e a restrição ao leito, com todas as suas consequências nocivas, contribuem para reduzirem a independência e a qualidade de vida do idoso e, por fim, para uma pior percepção do estado de saúde. Esta associação já foi apontada em estudo prévio3232. Siqueira FV, Facchini LA, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, Silveira DS, Vieira V, Hallal PC. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev Saude Publica 2007; 41(5):749-756. e outros autores já destacaram a associação entre autopercepção negativa da saúde e medo de cair3333. Silva CK, Trelha CS, Silva Junior RA. Fear of falling and self-perception of health in older participants and non-participants of physical activity programs. Motriz: rev educ fis 2013; 19(4):763-769. ou entre a autopercepção negativa e menor capacidade funcional, incluindo-se aí a restrição da locomoção3434. Cardoso MC, Marquesan FM, Lindôso ZCL, Schneider R, Gomes I, De Carli GA. Análise da capacidade funcional dos idosos de Porto Alegre e sua associação com autopercepção de saúde. Estud interdiscipl envelhec 2012; 17(1):111-124. ou dificuldades com a marcha1818. Bez JPO, Neri AL. Velocidade da marcha, força de preensão e saúde percebida em idosos: dados da rede FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Cien Saude Colet 2014; 19(8):3343-3353..

Outra variável que se mostrou associada com a autopercepção negativa da saúde foi a fragilidade, reconhecida como uma síndrome geriátrica multidimensional atribuída à deterioração multissistêmica das capacidades de reserva, que resultam em vulnerabilidade e maior risco de ocorrência de desfechos clínicos adversos. Trata-se de uma condição determinada por fatores múltiplos (biológicos, psicológicos e sociais), que variam de indivíduo para indivíduo3535. Fernandes MGM, Andrade NA, Nóbrega MML. Antecedents of frailty in the elderly: a systematic revision. Online Braz J Nurs 2010; 9(1). e pode resultar num ciclo crescente de debilidade. É natural, portanto, que qualquer grau de fragilidade esteja associado a uma percepção negativa da saúde. Tal associação já foi observada em outros estudos3636. Castelblanque EM, Cuñat VA. Quinénes son ancianos frágiles-ancianos de riesgo? Estudio em personas mayores de 65 años del área sanitaria de Guadalajara. Med General 2002; 45:443-459.,3737. Rockwood K, Howlett SE, Macknight C, Beattie BL, Bergman H, Hébert R, Hogan DB, Wolfson C, McDowell I. Prevalence, attributes, and outcomes of fitness and frailty in community-dwelling older adults: report from the Canadian Study of Health and Aging. J Gerontol 2004; 59(12):1310-1317. e reiteram, como já destacado, que os sintomas e as consequências das doenças, como a dor e a limitação dessas atividades, parecem ser mais fortemente associados à autopercepção negativa da saúde do que as próprias doenças.

Os resultados do presente estudo devem ser interpretados à luz de algumas limitações. Trata-se de um estudo transversal, que avalia apenas associação entre variáveis, sem possibilidade de definir relação de causalidade. Destaca-se também que as variáveis foram aferidas por informação do próprio idoso, e, embora esse seja um procedimento válido e utilizado em diversos estudos, tem a limitação da memória como fator que interfere negativamente. A baixa escolaridade do grupo estudado também pode ser considerada uma limitação, pois tem potencial de comprometer a compreensão das questões investigadas e a qualidade das respostas. Contudo, apesar de tais limitações, trata-se de uma abordagem de base populacional, conduzida com um seguimento crescente da população nacional em uma região que até então não contava com estudos dessa natureza.

Conclusão

Os achados deste estudo reforçam o fato de que múltiplos fatores se mostram associados à autopercepção negativa de saúde pelos idosos, com ênfase para aqueles vinculados à morbidade. Isso destaca a relevância da investigação da autopercepção da saúde para profissionais e gestores de saúde, pois tem o potencial de alertar para melhoria dos cuidados de saúde para os idosos. Atenção especial deve ser dada ao idoso que não avalia positivamente sua condição de saúde, propiciando melhor manejo das condições crônicas e minimizando suas incapacidades para promover qualidade de vida ao aumento da longevidade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov 2016

Histórico

  • Recebido
    24 Ago 2015
  • Revisado
    28 Set 2015
  • Aceito
    30 Set 2015
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