Cobertura vacinal e fatores associados à vacinação contra influenza em pessoas idosas do Município de São Paulo, Brasil: Estudo SABE 2015

Cobertura de vacunación y factores asociados a la vacunación contra la gripe en personas ancianas del municipio de São Paulo, Brasil: Estudio SABE 2015

Ana Paula Sayuri Sato Fabíola Bof de Andrade Yeda Aparecida Oliveira Duarte José Leopoldo Ferreira Antunes Sobre os autores

Resumo:

O presente estudo avaliou a cobertura da vacina contra influenza entre pessoas idosas (idade de 60 anos ou mais) residentes no Município de São Paulo, Brasil, em 2015, bem como verificou os fatores associados. Trata-se de um estudo transversal de base populacional com dados do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento. A variável dependente foi a vacinação contra influenza nos últimos 12 meses anteriores à entrevista, e as variáveis independentes compreenderam características sociodemográficas, comportamentais, situação de saúde autorreferida e uso de serviços de saúde. Para a análise de dados, considerou-se a amostragem complexa do estudo, respeitando-se o peso amostral. Utilizou-se a regressão de Poisson, com nível de 5% de significância. A cobertura vacinal foi de 79,7% (IC95%: 76,8-82,5). A vacinação contra influenza foi associada a situação conjugal (RP sem companheiro = 0,84; IC95%: 0,77-0,93), prática de atividade física (RP sim = 1,08; IC95%: 1,01-1,17) e consulta médica nos últimos 12 meses (RP sim = 1,22; IC95%: 1,07-1,39). Não houve diferença entre os estratos sociodemográficos. A vacinação de idosos contra influenza já atingiu uma meta de universalidade no Município de São Paulo. Os resultados são relevantes para o planejamento do programa de imunizações, apontando grupos prioritários para motivar a vacinação, e valorizam a interação dos idosos com o serviço de saúde.

Palavras-chave:
Vacinas contra Influenza; Idoso; Programas de Imunização; Cobertura Vacinal

Resumen:

Este estudio evaluó la cobertura de la vacuna de la gripe entre personas ancianas (edad de 60 años o más), residentes en el Municipio de São Paulo, Brasil, en 2015, así como verificó los factores asociados. Se trata de un estudio transversal de base poblacional con datos del Estudio Salud, Bienestar y Envejecimiento. La variable dependiente fue la vacunación contra la gripe en los últimos 12 meses anteriores a la entrevista y las variables independientes comprendieron características sociodemográficas, comportamentales, situación de salud autoinformada y uso de servicios de salud. Para el análisis de datos, se consideró la muestra compleja del estudio, respetando el peso de la muestra. Se utilizó la regresión de Poisson, con un nivel de significancia de un 5%. La cobertura de la vacunación fue de un 79,7% (IC95%: 76,8-82,5). La vacunación contra la gripe estuvo asociada a la situación conyugal (RP sin compañero = 0,84; IC95%: 0,77-0,93), práctica de actividad física (RP sí = 1,08; IC95%: 1,01-1,17) y consulta médica en los últimos 12 meses (RP sí = 1,22; IC95%: 1,07-1,39). No hubo diferencia entre los estratos sociodemográficos. La vacunación de ancianos contra la gripe ya alcanzó una meta de universalidad en el municipio de São Paulo. Los resultados son relevantes para la planificación del programa de inmunizaciones, apuntando grupos prioritarios para la motivación respecto a la vacunación, así como valora la interacción de los ancianos con el servicio de salud.

Palabras-clave:
Vacunas contra la Influenza; Anciano; Programas de Inmunización; Cobertura de Vacunación

Introdução

A influenza é uma infecção respiratória aguda que atinge milhões de pessoas anualmente, sendo responsável por 290 mil a 650 mil óbitos em todo o globo. Pessoas idosas constituem um dos grupos de maior risco para a doença grave e estão mais sujeitas a complicações 11. World Health Organization. Influenza seasonal, 6 November, 2018. https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(seasonal) (acessado em 26/Nov/2019).
https://www.who.int/en/news-room/fact-sh...
. A vacinação é a forma mais efetiva de prevenção da doença e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para idosos, gestantes, crianças de seis meses a cinco anos de idade, indivíduos com condições/doenças crônicas e profissionais de saúde 11. World Health Organization. Influenza seasonal, 6 November, 2018. https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/influenza-(seasonal) (acessado em 26/Nov/2019).
https://www.who.int/en/news-room/fact-sh...
,22. El Omeiri N, Azziz-Baumgartner E, Thompson MG; REVELAC-i network participants, Clará W, Cerpa M, et al. Seasonal influenza vaccine effectiveness against laboratory-confirmed influenza hospitalizations - Latin America, 2013. Vaccine 2018; 36:3555-66..

No Brasil, a vacina de influenza é ofertada às pessoas idosas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) desde 1999. O Município de São Paulo foi pioneiro nessa ação, e sua primeira campanha de vacinação contra a influenza ocorreu um ano antes, em 1998. Atualmente, a vacina aplicada nas campanhas anuais de vacinação contra influenza sazonal é produzida pelo Instituto Butantan e contém três cepas virais, sendo duas do tipo A (H1N1/pdm09 e H3N2) e uma do tipo B 33. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunização. Informe técnico. Campanha Nacional de Vacinação do Idoso. http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/abril/10/Informe-Cp-Influenza-FINAL.pdf (acessado em 26/Nov/2019).
http://portalarquivos2.saude.gov.br/imag...
.

Até 2017, a meta da cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde era de 80% e, a partir desse ano, passou a ser de 90%. No Município de São Paulo, dados administrativos estimam uma cobertura de 82% em 2015, com aumento progressivo nos anos posteriores, chegando a 93,8% em 2019. No entanto, sabe-se que dados administrativos baseados em número de doses aplicadas possuem menor acurácia em relação a dados de inquéritos vacinais 44. Cutts FT, Claquin P, Danovaro-Holliday MC, Rhoda DA. Monitoring vaccination coverage: Defining the role of surveys. Vaccine 2016; 34:4103-9.. Estudos com dados de inquéritos nacionais e do Município de São Paulo mostram coberturas vacinais de cerca de 70%-75%, de 2006-2016 55. Moura RF, Andrade FB, Duarte YA, Lebrão ML, Antunes JL. Fatores associados à adesão à vacinação anti-influenza em idosos não institucionalizados, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31:2157-68.,66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840.,77. Bof de Andrade F, Sato APS, Moura RF, Ferreira Antunes JL. Correlates of influenza vaccine uptake among community-dwelling older adults in Brazil. Hum Vaccin Immunother 2017; 13:103-10.,88. Sato APS, Antunes JLF, Costa MFFL, Andrade FB. Influenza vaccine uptake among older adults in Brazil: socioeconomic equality and the role of preventive policies and public services. J Infect Public Health 2019; 19:30257-6..

Estudos nacionais mostraram um cenário em que a cobertura vacinal era menor entre indivíduos da cor preta e com menos de quatro anos de estudos em 2013 77. Bof de Andrade F, Sato APS, Moura RF, Ferreira Antunes JL. Correlates of influenza vaccine uptake among community-dwelling older adults in Brazil. Hum Vaccin Immunother 2017; 13:103-10., o que não foi diferente em 2015-2016 88. Sato APS, Antunes JLF, Costa MFFL, Andrade FB. Influenza vaccine uptake among older adults in Brazil: socioeconomic equality and the role of preventive policies and public services. J Infect Public Health 2019; 19:30257-6.. Estudos conduzidos no Município de São Paulo apontaram que a vacinação contra influenza esteve associada positivamente com idade mais elevada, presença de companheiro, presença de doenças crônicas, prática regular de atividade física e interação com o serviço de saúde, especialmente o público, e não houve diferença entre os estratos sociais 55. Moura RF, Andrade FB, Duarte YA, Lebrão ML, Antunes JL. Fatores associados à adesão à vacinação anti-influenza em idosos não institucionalizados, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31:2157-68.,66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840..

Embora estudos anteriores mostrem o alcance da universalidade da vacinação contra influenza em pessoas idosas, a cobertura vacinal encontrada ainda não atingiu as metas nacional e internacional, tornando necessário o monitoramento constante dessas coberturas e de seus fatores associados. Assim, o objetivo do presente estudo foi de reavaliar a cobertura da vacina de influenza entre pessoas idosas residentes no Município de São Paulo, em 2015, bem como de verificar se os fatores associados se mantêm os mesmos.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal de base populacional sobre a vacinação contra a influenza em pessoas idosas (idade de 60 anos ou mais) residentes no Município de São Paulo, em 2015.

O Município de São Paulo tem uma população estimada em 11.811.516 habitantes para 2019, sendo 15,18% população idosa. Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal era de 0,805 99. Fundação Seade. Perfil dos municípios paulistas. São Paulo, 2019. http://www.perfil.seade.gov.br/ (acessado em 21/Nov/2019).
http://www.perfil.seade.gov.br/...
.

A fonte de dados foi o Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento - SABE 2015, que é um estudo longitudinal de múltiplas coortes que teve início em 2000 e é repetido a cada cinco anos (2006, 2010 e 2015). A cada nova coleta, há a inclusão de uma nova coorte de indivíduos de 60-64 anos de idade, com o intuito de manter a representatividade das faixas etárias do estudo. A amostra é complexa, com desenho amostral de múltiplos estágios, para que permita a inferência estatística à população urbana, não institucionalizada, de pessoas com 60 anos ou mais de idade do Município de São Paulo. Os setores censitários constituem as unidades primárias da amostra, e os domicílios são as unidades secundárias. Todos os moradores com 60 anos ou mais de idade do domicílio selecionado são convidados a participar do estudo.

Todos os indivíduos que consentiram em participar do estudo foram entrevistados em seus domicílios por uma equipe especificamente treinada. Na ocasião, foi aplicado um questionário que compreendeu características sociodemográficas, comportamentais, de qualidade de vida, uso de serviços de saúde, informações clínicas. Foram coletados medidas antropométricas e material biológico (sangue e urina). Informações detalhadas sobre o Estudo SABE podem ser encontradas em outras publicações 1010. Lebrão ML, Duarte YAO. SABE - Saúde, bem-estar e envelhecimento. O Projeto SABE no município de São Paulo: uma abordagem inicial. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2003. e no site (http://hygeia3.fsp.usp.br/sabe/).

A variável dependente foi a combinação das respostas às questões “Você já tomou a vacina contra a gripe?” e “Quando tomou a vacina contra a gripe?”, de forma que o desfecho foi considerado como a vacinação contra influenza nos últimos 12 meses que antecederam a entrevista.

As variáveis independentes estudadas compreenderam as seguintes: características sociodemográficas (sexo, cor, faixa etária, escolaridade, situação conjugal, se a pessoa idosa vive sozinha e se trabalhava no momento da entrevista); características comportamentais (consumo de álcool durante os três meses que antecederam a entrevista, tabagismo e prática de atividade física por pelo menos 150 minutos por semana); situação de saúde autorreferida (percepção de saúde, número de doenças crônicas, hipertensão, diabetes mellitus, doença cardiovascular, doença pulmonar crônica, queda nos últimos 12 meses que antecederam a entrevista e depressão) e uso de serviços de saúde (consulta médica e hospitalização nos últimos 12 meses que antecederam a entrevista e tipo de serviço de saúde).

A análise de dados considerou a amostragem complexa do desenho do estudo, respeitando os pesos amostrais, ou seja, o inverso da fração amostral, ajustado para a distribuição correspondente da população por gênero e faixa etária. Utilizou-se o módulo survey do Stata 15 (https://www.stata.com).

Foram calculadas as coberturas vacinais (número de pessoas idosas que se vacinaram contra influenza nos últimos 12 meses dividido pelo total de indivíduos) para o total da amostra e segundo as variáveis independentes estudadas, verificando-se associação por meio do teste de qui-quadrado de Rao-Scott.

As razões de prevalência brutas e ajustadas foram calculadas por meio de regressão de Poisson 1111. Barros AJD, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio. BMC Med Res Methodol 2003; 3:21. As variáveis independentes com valor de p < 0,200 foram consideradas para o modelo múltiplo. O processo de modelagem respeitou uma estrutura conceitual organizada em blocos de covariáveis 1212. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol 1997; 26:224-7.. Inicialmente, foram incluídas no modelo as variáveis sociodemográficas, ajustadas entre si. Em seguida, mantiveram-se apenas as variáveis sociodemográficas com valor de p < 0,05 no modelo, que ajustaram as variáveis comportamentais e de situação de saúde autorreferida. Finalmente, incluíram-se as variáveis sobre o uso de serviços de saúde, que foram ajustadas pelas variáveis sociodemográficas, comportamentais e de situação de saúde autorreferida, apresentando valor de p < 0,05.

O Estudo SABE 2015 foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (CAAE: 47683115.4.0000.5421, Parecer: 3.600.782). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e a pesquisa respeitou os procedimentos éticos da Resolução nº 466 de 2012.

Resultados

Do total de 1.399 pessoas idosas elegíveis para o estudo, 1.224 foram entrevistadas no Estudo SABE 2015, e houve 6,1% de recusas e 6,4% de perdas. Entre os entrevistados, 1.043 (85,2%) possuíam a informação sobre ter tomado a vacina de influenza nos últimos 12 meses, sendo que um indivíduo não respondeu à questão “Você já tomou a vacina contra a gripe?” e 180 indivíduos não souberam responder sobre quando a tomaram. A cobertura vacinal foi de 79,7% (intervalo de 95% de confiança - IC95%: 76,8-82,5).

A Tabela 1 apresenta a cobertura da vacina de influenza segundo as características sociodemográficas das pessoas idosas estudadas. A cobertura vacinal foi menor entre pessoas de 60-69 anos de idade (69,1%) em relação às mais idosas e que não tinham companheiro - solteiras, divorciadas ou viúvas - (71,4%). Um importante resultado foi a ausência da diferença das coberturas vacinais entre os estratos de escolaridade (p = 0,885).

Tabela 1
Cobertura da vacina de influenza em pessoas idosas (N = 1.043) segundo características sociodemográficas. Município de São Paulo, Brasil, 2015.

Em relação às características comportamentais (Tabela 2), pessoas idosas que não praticavam atividade física por pelo menos 150 minutos por semana apresentaram menor proporção de vacinação contra a influenza nos últimos 12 meses (78,5%) em relação às que praticavam (86%).

Tabela 2
Cobertura da vacina de influenza em pessoas idosas (N = 1.043) segundo características comportamentais. Município de São Paulo, Brasil, 2015.

A Tabela 3 apresenta a cobertura vacinal segundo a situação de saúde autorreferida. Pessoas idosas que referiram depressão apresentaram menor proporção de vacinação (73%).

Tabela 3
Cobertura da vacina de influenza em pessoas idosas (N = 1.043) segundo situação de saúde autorreferida. Município de São Paulo, Brasil, 2015.

* Teste de qui-quadrado de Rao-Scott.

Sobre o uso de serviços de saúde (Tabela 4), a frequência de consulta médica nos últimos 12 meses foi associada positivamente à vacinação contra a influenza (81,5%).

Tabela 4
Cobertura da vacina de influenza em pessoas idosas (N = 1.043) segundo uso de serviços de saúde. Município de São Paulo, Brasil, 2015.

Para a análise múltipla, foram consideradas as variáveis com valor de p < 0,200, ou seja: sexo (p = 0,062); faixa etária (p = 0,002); situação conjugal (p < 0,001); atividade física (p = 0,038); diabetes mellitus (p = 0,159); doença cardiovascular (p = 0,071); depressão (p = 0,031); consulta médica nos últimos 12 meses (p < 0,001).

A Tabela 5 apresenta as razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas, bem como os respectivos IC95% da análise sobre a associação entre tais fatores e a vacinação contra a influenza nos últimos 12 meses. Verificou-se que sexo, faixa etária e doenças autorreferidas (diabetes mellitus, doença cardiovascular e depressão) não permaneceram no modelo múltiplo. A vacinação contra influenza foi associada a situação conjugal (RP sem companheiro = 0,84; IC95%: 0,77-0,93), prática de atividade física (RP sim = 1,08; IC95%: 1,01-1,17) e consulta média nos últimos 12 meses (RP sim = 1,22; IC95%: 1,07-1,39).

Tabela 5
Razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas de fatores associados à vacinação contra a influenza entre pessoas idosas (N = 1.043). Município de São Paulo, Brasil, 2015.

Discussão

O estudo mostrou que a cobertura da vacina de influenza entre pessoas idosas do Município de São Paulo, em 2015, alcançou as metas nacionais e internacionais de 80% da época. Os fatores associados à vacinação foram os seguintes: situação conjugal, prática de atividade física e interação com o serviço de saúde. Vale ressaltar a manutenção da ausência de desigualdade na vacinação entre os estratos de escolaridade. Esses são os resultados mais importantes do estudo.

Os dados administrativos do PNI apontaram cobertura da vacina influenza de 82% na população idosa em 2015 1313. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunização. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações 2019. http://sipni-gestao.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/relatorio/consolidado/coberturaVacinalCampanhaInfluenza.jsf (acessado em 21/Nov/2019).
http://sipni-gestao.datasus.gov.br/si-pn...
, ou seja, bastante semelhante à encontrada no presente estudo. Essa proporção aumentou progressivamente se compararmos esses dados com as avaliações anteriores do município, realizadas por meio do Estudo SABE, em 2006 (73,8%) 55. Moura RF, Andrade FB, Duarte YA, Lebrão ML, Antunes JL. Fatores associados à adesão à vacinação anti-influenza em idosos não institucionalizados, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31:2157-68. e 2010 (74,2%) 66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840., ou de estudos realizados em outros municípios brasileiros 1414. Donalisio MR, Ruiz T, Cordeiro R. Fatores associados à vacinação contra influenza em idosos em município do Sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública 2006; 40:115-9.,1515. Lima-Costa MF. Factors associated with influenza vaccination among elderly in a metropolitan area in Southeastern Brazil. Rev Saúde Pública 2008; 42:100-7.,1616. Francisco PMSB, Barros MBA, Cordeiro MRD. Vacinação contra influenza em idosos: prevalência, fatores associados e motivos da não-adesão em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2011; 27:417-26.,1717. Campos EC, Sudan LCP, Mattos ED, Fidelis R. Fatores relacionados à vacinação contra a gripe em idosos: estudo transversal, Cambé, Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública 2012; 28:878-88..

A situação conjugal foi associada à vacinação contra influenza, de forma que idosos sem companheiro(a) apresentaram menor cobertura vacinal. Tal associação também foi encontrada anteriormente 1515. Lima-Costa MF. Factors associated with influenza vaccination among elderly in a metropolitan area in Southeastern Brazil. Rev Saúde Pública 2008; 42:100-7.,1717. Campos EC, Sudan LCP, Mattos ED, Fidelis R. Fatores relacionados à vacinação contra a gripe em idosos: estudo transversal, Cambé, Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública 2012; 28:878-88.. Esse resultado pode expressar a falta de apoio do cônjuge nos pontos relacionados ao cuidado de saúde e na questão financeira 1818. Lillard LA, Waite LJ. Til death do us part: marital disruption and mortality. Am J Sociol 1995; 100:1131-56.. Estudo que comparou a utilização de serviços de saúde mostrou que a chance de internação era mais elevada entre pessoas não casadas, ao passo que a chance do uso de serviços ambulatoriais era maior entre pessoas casadas 1919. Pandey KR, Yang F, Cagney KA, Smieliauskas F, Meltzer DO, Ruhnke GW. The impact of marital status on health care utilization among Medicare beneficiaries. Medicine (Baltimore) 2019; 98:e14871.. Outro estudo verificou que as pessoas são mais propensas à adoção de comportamentos de saúde positivos quando o(a) companheiro(a) também os adota 2020. Jackson SE, Steptoe A, Wardle J. The influence of partner&apos;s behavior on health behavior change: the English Longitudinal Study of Ageing. JAMA Intern Med 2015; 175:385-92..

Comportamentos mais saudáveis são associados a desfechos positivos de saúde 21. A prática de atividade física regular é descrita como um importante marcador para a adoção desses comportamentos. Muitos estudos mostram como a atividade física está associada positivamente à vacinação contra influenza 66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840.,77. Bof de Andrade F, Sato APS, Moura RF, Ferreira Antunes JL. Correlates of influenza vaccine uptake among community-dwelling older adults in Brazil. Hum Vaccin Immunother 2017; 13:103-10.,2222. Hellfritzsch M, Thomsen RW, Baggesen LM, Larsen FB, Sørensen HT, Christiansen CF. Lifestyle, socioeconomic characteristics, and medical history of elderly persons who receive seasonal influenza vaccination in a tax-supported healthcare system. Vaccine 2017; 35:2396-403.,2323. Kwon DS, Kim K, Park SM. Factors associated with influenza vaccination coverage among the elderly in South Korea: the Fourth Korean National Health and Nutrition Examination Survey (KNHANES IV). BMJ Open 2016; 6:e012618.,2424. Chang YC, Huang N, Chen LS, Hsu SW, Chou YJ. Factors affecting repeated influenza vaccination among older people in Taiwan. Vaccine 2013; 31:410-6..

A interação do indivíduo com o serviço de saúde tem sido apontada como um preditor da vacinação contra a influenza em diferentes estudos. A maior frequência aos serviços de saúde pode resultar em maior acesso às informações sobre as campanhas de vacinação e à importância de se vacinar, de forma a contribuir também com a redução da desigualdade de acesso à saúde 55. Moura RF, Andrade FB, Duarte YA, Lebrão ML, Antunes JL. Fatores associados à adesão à vacinação anti-influenza em idosos não institucionalizados, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31:2157-68.,66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840.,77. Bof de Andrade F, Sato APS, Moura RF, Ferreira Antunes JL. Correlates of influenza vaccine uptake among community-dwelling older adults in Brazil. Hum Vaccin Immunother 2017; 13:103-10.,88. Sato APS, Antunes JLF, Costa MFFL, Andrade FB. Influenza vaccine uptake among older adults in Brazil: socioeconomic equality and the role of preventive policies and public services. J Infect Public Health 2019; 19:30257-6.,1414. Donalisio MR, Ruiz T, Cordeiro R. Fatores associados à vacinação contra influenza em idosos em município do Sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública 2006; 40:115-9.,1515. Lima-Costa MF. Factors associated with influenza vaccination among elderly in a metropolitan area in Southeastern Brazil. Rev Saúde Pública 2008; 42:100-7.,1616. Francisco PMSB, Barros MBA, Cordeiro MRD. Vacinação contra influenza em idosos: prevalência, fatores associados e motivos da não-adesão em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2011; 27:417-26..

Em muitos estudos, a frequência ao serviço de saúde está atrelada à condição de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares ou pulmonares 55. Moura RF, Andrade FB, Duarte YA, Lebrão ML, Antunes JL. Fatores associados à adesão à vacinação anti-influenza em idosos não institucionalizados, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2015; 31:2157-68.,66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840.,77. Bof de Andrade F, Sato APS, Moura RF, Ferreira Antunes JL. Correlates of influenza vaccine uptake among community-dwelling older adults in Brazil. Hum Vaccin Immunother 2017; 13:103-10.,88. Sato APS, Antunes JLF, Costa MFFL, Andrade FB. Influenza vaccine uptake among older adults in Brazil: socioeconomic equality and the role of preventive policies and public services. J Infect Public Health 2019; 19:30257-6.,1515. Lima-Costa MF. Factors associated with influenza vaccination among elderly in a metropolitan area in Southeastern Brazil. Rev Saúde Pública 2008; 42:100-7.,1616. Francisco PMSB, Barros MBA, Cordeiro MRD. Vacinação contra influenza em idosos: prevalência, fatores associados e motivos da não-adesão em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2011; 27:417-26.. No Município de São Paulo, em 2010, verificou-se associação positiva da vacinação contra influenza com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e doença cardiovascular 66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840.. Nos estudos nacionais, também foi verificada essa associação 77. Bof de Andrade F, Sato APS, Moura RF, Ferreira Antunes JL. Correlates of influenza vaccine uptake among community-dwelling older adults in Brazil. Hum Vaccin Immunother 2017; 13:103-10.,88. Sato APS, Antunes JLF, Costa MFFL, Andrade FB. Influenza vaccine uptake among older adults in Brazil: socioeconomic equality and the role of preventive policies and public services. J Infect Public Health 2019; 19:30257-6., ao contrário do presente estudo, que não revelou associação da vacinação com a presença de doenças crônicas, sugerindo que as ações de vacinação estão sendo mais efetivas, no sentido de atingir a população idosa como um todo, sem desigualdades nos estratos sociais. Além disso, conclui-se que os serviços de saúde estão cumprindo o seu papel no fornecimento da informação, sem diferenças entre pessoas que frequentam mais ou menos a unidade por conta da existência de doenças crônicas.

A manutenção da ausência de desigualdades na vacinação entre os estratos educacionais é um resultado bastante relevante do estudo, sugerindo que o programa já atingiu a meta de universalidade, resultado já encontrado em avaliações anteriores no Município de São Paulo 66. Sato APS, Antunes JLF, Moura RF, Andrade FB, Duarte YAO, Lebrão ML Factors associated to vaccination against influenza among elderly in a large Brazilian Metropolis. PLoS One 2015; 10:e0123840. e no país 88. Sato APS, Antunes JLF, Costa MFFL, Andrade FB. Influenza vaccine uptake among older adults in Brazil: socioeconomic equality and the role of preventive policies and public services. J Infect Public Health 2019; 19:30257-6.. Vale ressaltar que a vacinação contra influenza em idosos é uma estratégia efetiva na redução da iniquidade da carga da doença entre os estratos sociais. Estudo que avaliou o impacto da vacinação de influenza no Município de São Paulo, de 1998 a 2002, apontou queda de 26,3% da mortalidade por pneumonia e influenza após o seu início, com queda mais elevada nas áreas mais socialmente desfavorecidas do município 2525. Antunes JLF, Waldman EA, Borrell C, Paiva TM. Effectiveness of influenza vaccination and its impact on health inequalities. Int J Epidemiol 2007; 36:1319-26..

Uma potencialidade importante do estudo é ter analisado uma amostra populacional representativa da população idosa de uma grande metrópole, condição que permite uma avaliação mais extensa do que a inferência de cobertura vacinal por meio da quantidade de doses ministradas. Além disso, a utilização do Estudo SABE é também um destaque positivo, pois sua metodologia padronizada possibilita a comparabilidade ao longo do tempo em 2006, 2010 e 2015. A representatividade das amostras em todos os anos permite a comparação direta entre os resultados dos estudos em um período de dez anos. A principal limitação da pesquisa é a informação sobre a vacinação contra influenza ser autorreferida, sem validação documental, como consulta à carteira de vacinação, estando sujeita ao viés de memória. Estudos apontam alta sensibilidade (98%) e moderada especificidade (71%) dessa informação em estudo realizado com idosos 2626. MacDonald R, Baken L, Nelson A, Nichol KL. Validation of self-report of influenza and pneumococcal vaccination status in elderly outpatients. Am J Prev Med 1999; 163:173-7.. Outros estudos mais recentes corroboram a validade do dado autorreferido sobre a vacinação contra influenza na população idosa 2727. Rolnick SJ, Parker ED, Nordin JD, Hedblom BD, Wei F, Kerby T, et al. Self-report compared to electronic medical record across eight adult vaccines: do results vary by demographic factors? Vaccine 2013; 31:3928-35.,2828. Setbon M, Raude J. Factors in vaccination intention against the pandemic influenza A/H1N1. Eur J Public Health 2010; 20:490-4..

Em conclusão, o estudo apresenta resultados relevantes para o planejamento do programa de imunizações, apontando os solteiros e os idosos fisicamente inativos como foco prioritário para a motivação à vacinação contra influenza. O estudo valoriza a interação dos idosos com o serviço de saúde, notando que se vacinaram menos aqueles que não participaram de nenhuma interação no ano anterior. A ausência da manutenção da associação com as doenças crônicas sugere que os serviços de saúde estão cumprindo com seu papel de fornecer a informação sobre a vacina de influenza, independentemente da frequência ao serviço de saúde por conta do atendimento a essas doenças. Todos esses resultados valorizam e mostram a importância da avaliação contínua das coberturas vacinais e de seus fatores associados.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP - processo nº 2014/50649-6).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Ago 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    11 Dez 2019
  • Revisado
    20 Fev 2020
  • Aceito
    09 Mar 2020
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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