Prática de atividade física, adiposidade corporal e hipertensão em usuários do Sistema Único de Saúde

Bruna Camilo Turi Jamile Sanches Codogno Rômulo Araújo Fernandes Henrique Luiz Monteiro Sobre os autores

Resumo

INTRODUÇÃO:

A hipertensão arterial é uma doença crônica que exige atenção especial na identificação de comorbidades associadas ou fatores de risco, dos quais se destacam o sedentarismo e a obesidade. Considerando que grande parcela da população brasileira é hipertensa, obesa e sedentária, ainda não está claro o relacionamento entre essas variáveis no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).

OBJETIVO:

Verificar a associação entre prática de atividades físicas, marcadores de adiposidade corporal e hipertensão arterial em adultos usuários da rede pública de saúde da cidade de Bauru, São Paulo.

MÉTODOS:

A investigação foi realizada junto a cinco Unidades Básicas de Saúde da cidade de Bauru, São Paulo, e foi composta por 963 pacientes. Foram coletados dados de atividade física habitual e prévia (infância e adolescência), escolaridade, poder aquisitivo e marcadores antropométricos de obesidade geral e abdominal.

RESULTADOS:

A ocorrência de hipertensão arterial foi de 76,8%. Foram encontradas associações significativas entre sedentarismo, presença de obesidade total e abdominal com a maior ocorrência de hipertensão arterial. Também foi observado que a magnitude da associação entre hipertensão e adiposidade aumentou conforme diminuiu o envolvimento com a prática de atividades físicas.

CONCLUSÃO:

São necessárias novas investigações sobre a ocorrência de excesso de peso e obesidade em pessoas acometidas por doenças crônicas não transmissíveis com a finalidade de prevenir futuras complicações.

Saúde pública; Hipertensão; Fatores de risco; Adulto; Obesidade; Atividade motora


INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica responsável pelo aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais, contribuindo assim para uma elevada demanda nos setores de urgência e emergência e dos serviços de atenção primária a saúde1. Sanchez CG, Pierin AMG, Mion Jr D. Comparação dos perfis dos pacientes hipertensos atendidos em pronto-socorro e em tratamento ambulatorial. Rev Esc Enferm USP 2004; 38(1): 90-8.

. Coelho EB, Moysés Neto M, Palhares R, Cardoso MCM, Geleilete TJM, Nobre F. Relação entre a assiduidade às consultas ambulatoriais e o controle da pressão arterial em pacientes hipertensos. Arq Bras Cardiol 2005; 85(3): 157-61.
- 3. Jardim PCBV, Gondim MRP, Monego ET, Moreira HG, Vitorino PVO, Souza WKSB, et al. Hipertensão arterial e alguns fatores de risco em uma capital brasileira. Arq Bras Cardiol 2007; 88(4): 452-7.. Por ser caracterizada como condição clínica multifatorial, a doença exige atenção especial na identificação de comorbidades associadas ou fatores de risco. Nesse contexto, ganham destaque a obesidade e o sedentarismo, os quais têm sido associados a maiores taxas de morbidade e mortalidade por doenças crônicas4. Malta DC, Oliveira MR, Moura EC, Silva SA, Zouain CS, Santos FP, et al. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre beneficiários da saúde suplementar: resultados do inquérito telefônico Vigitel, Brasil, 2008. Ciênc Saúde Colet 2011; 16(3): 2011-22..

Em especial, no que se refere ao aumento do tecido adiposo, atenção especial deve ser atribuída à obesidade abdominal, a qual se caracteriza como importante fator de risco para doenças cardiovasculares e apresenta potencial aterogênico maior3. Jardim PCBV, Gondim MRP, Monego ET, Moreira HG, Vitorino PVO, Souza WKSB, et al. Hipertensão arterial e alguns fatores de risco em uma capital brasileira. Arq Bras Cardiol 2007; 88(4): 452-7. , 5. Barbosa LS, Scala LCN, Ferreira MG. Associação entre marcadores antropométricos de adiposidade corporal e hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso. Rev Bras Epidemiol 2009; 12(2): 237-47.. Existem vários índices que permitem identificar a obesidade geral (ou excesso de peso), entre os quais o índice de massa corporal (IMC) é o mais utilizado pela facilidade de obtenção, aplica bilidade e boa correlação com as medidas da gordura corporal6. Wang J, Thornton JC, Bari S, Williamson B, Gallagher D, Heymsfield SB, et al. Comparisons of waist circumferences measured at 4 sites. Am J Clin Nutr 2003; 77(2): 379-84.. Para obesidade abdominal, valores isolados de circunferência da cintura (CC) são muito utilizados em estudos epidemiológicos7. Zhu S, Wang Z, Heshka S, Heo M, Faith MS, Heymsfield SB. Waist circumference and obesity-associated risk factors among whites in the third National Health and Nutrition Examination Survey: clinical action thresholds. Am J Clin Nutr 2002; 76(4): 743-9.. Da mesma forma, a prática regular de atividades físicas tem sido apontada como recurso eficiente para o controle dos níveis pressóricos, bem como no combate e prevenção da obesidade8. Barroso WK, Jardim PC, Vitorino PV, Bittencourt A, Miquetichuc F. Influência da atividade física programada na pressão arterial de idosos hipertensos sob tratamento não-farmacológico. Rev Assoc Med Bras 2008; 54(4): 328-33. , 9. Sociedade Brasileira de Cardiogolia (SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). V Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol. 2007; 89(3): e24-79..

Ao considerar que aproximadamente 60% da população brasileira é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que a mesma população é predominantemente hipertensa, obesa e sedentária, desenha-se um importante problema de saúde pública no Brasil1010 . Codogno JS. Influência da prática continuada de atividades físicas sobre os gastos com o tratamento ambulatorial de pacientes da rede pública de Bauru, São Paulo [tese de Doutorado]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista; 2012.

11 . Rouquayrol MZ, Almeida Filho N. Epidemiologia e Saúde. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.
- 1212 . Kilsztajn S, Silva DF, Camara MB, Ferreira VS. Grau de cobertura dos planos de saúde e distribuição regional do gasto público em saúde. Saúde Soc 2001; 10(2): 35-46.. Esse problema se torna mais preocupante ao se constatar que o relacionamento entre essas três variáveis é largamente estudado na população em geral, mas pouco explorado no contexto do SUS1010 . Codogno JS. Influência da prática continuada de atividades físicas sobre os gastos com o tratamento ambulatorial de pacientes da rede pública de Bauru, São Paulo [tese de Doutorado]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista; 2012.. A ausência de tais informações limita a extração de dados relevantes, como é o caso do domínio da atividade física que deve ser explorado em campanhas visando à diminuição de fatores de risco à saúde entre pacientes do SUS (ocupacional, lazer, transporte ativo, etc.)1010 . Codogno JS. Influência da prática continuada de atividades físicas sobre os gastos com o tratamento ambulatorial de pacientes da rede pública de Bauru, São Paulo [tese de Doutorado]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista; 2012..

Dessa maneira, o objetivo deste estudo foi verificar a associação entre prática de atividades físicas, marcadores de adiposidade corporal e hipertensão arterial em adultos usuários da rede pública de saúde, da cidade de Bauru, São Paulo.

MÉTODOS

TIPO DE ESTUDO, POPULAÇÃO E AMOSTRA

O estudo em questão é do tipo transversal com componente retro-analítico11 11 . Rouquayrol MZ, Almeida Filho N. Epidemiologia e Saúde. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.e foi realizado na cidade de Bauru, São Paulo. A amostra foi composta por 963 adultos atendidos nas cinco maiores Unidades Básicas de Saúde (UBS), uma em cada região da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro). O tamanho amostral de 958 sujeitos (mínimo de 192 pacientes por UBS) foi definido utilizando uma equação para parâmetros populacionais (60% para uso do SUS1212 . Kilsztajn S, Silva DF, Camara MB, Ferreira VS. Grau de cobertura dos planos de saúde e distribuição regional do gasto público em saúde. Saúde Soc 2001; 10(2): 35-46.; erro amostral arbitrário de 3,8%; efeito de design de 50%; intervalo de confiança de 95%). Chama atenção a magnitude da amostra selecionada (958 pacientes) numa cidade onde aproximadamente 17 mil hipertensos estão em tratamento regular nas UBS.

Em cada uma das cinco UBS selecionadas, após triagem inicial das agendas médicas (na qual eram computados todos os usuários que passaram pela UBS nos últimos seis meses), os pacientes que atendiam aos critérios de inclusão (idade ≥ 50 anos, sem restrição médica à prática de atividades físicas e ter pelo menos uma consulta nos últimos 6 meses) foram inseridos em uma lista com respectivo número de identificação do prontuário. Em seguida, a partir do número do prontuário, entre 250 e 500 pacientes foram selecionados por meio de sorteio, realizado utilizando o software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 13.0. Os pacientes sorteados foram convidados a comparecerem na UBS para realização de avaliação e aplicação de questionários, sendo que quando o número mínimo de indivíduos não foi atendido no primeiro sorteio, outros foram realizados, e quando alcançado o mínimo de 192 pacientes, foram encerradas as avaliações na UBS.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), Campus de Bauru (Processo nº 1047/46/01/10) e pela Comissão de Ética da Secretaria Municipal de Saúde de Bauru, São Paulo.

PRÁTICA DE ATIVIDADES ESPORTIVAS PRÉVIAS (INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA) E ATUAL

As informações referentes à prática habitual de atividades físicas foram obtidas por meio de entrevista dirigida a partir da utilização do questionário de Baecke et al.1313 . Baecke JA, Burema J, Frijters JE. A short questionnaire for the measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. Am J Clin Nutr 1982; 36(5): 936-42. , que foi validado para a população brasileira por Florindo e Latorre1414 . Florindo AA, Latorre MRDO. Validation and reliability of the Baecke questionnaire for the evaluation of habitual physical activity in adult men. Rev Bras Med Esporte 2003; 9(3): 129-35.. O protocolo é subdividido em três diferentes domínios de atividades físicas com respectivos escores: (i) ocupacional; (ii) esportivo; e (iii) lazer e locomoção. A soma do escore de cada domínio representa a atividade física habitual (AFH), conforme cálculo proposto no questionário original. Em seguida, a amostra foi subdividida em quartis de acordo com o escore total de cada indivíduo1515 . Codogno JS. Diabetes mellitus tipo 2 e esquema terapêutico: Impacto da prática de atividades físicas sobre o custo de tratamento ambulatorial em unidade básica de saúde na cidade de Bauru/SP [dissertação de mestrado]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista; 2010.

16 . Codogno JS, Fernandes RA, Monteiro HL. Prática de atividades físicas e custo do tratamento ambulatorial de diabéticos tipo 2 atendidos em unidade básica de saúde. Arq Bras Endocrinol Metab 2012; 56(1): 6-11.

17 . Codogno JS, Fernandes RA, Sarti FM, Freitas Jr IF, Monteiro HL. The burden of physical activity on type 2 diabetes public healthcare expenditures among adults: a retrospective study. BMC Public Health 2011; 11: 275.
- 1818 . Turi BC, Codogno JS, Fernandes RA, Amaral SL, Monteiro HL. Frequência de ocorrência de doenças crônico-degenerativas em adultos com mais de 50 anos. Rev Bras Ativ Fís Saúde 2010; 15: 218-24. como segue: quartil inferior (1º), sedentários; quartis intermediários (2º e 3º), moderadamente ativos; e quartil superior (4º), ativos.

Para efeito de estudo, considerou-se fisicamente ativo durante a infância e a adolescência o indivíduo que respondeu positivamente a duas perguntas: (1) "Entre os 7 e 10 anos, fora da escola, você esteve engajado em alguma atividade esportiva supervisionada, por no mínimo um ano ininterrupto?" e (2) "Entre os 11 e 17 anos, fora da escola, você esteve engajado em alguma atividade esportiva supervisionada, por no mínimo um ano ininterrupto?" Com base nessas informações, criou-se uma variável com três categorias: (i) resposta "não" para ambas as perguntas; (ii) resposta "sim" para apenas umas das duas perguntas; (iii) resposta "sim" para ambas as perguntas1919 . Fernandes RA, Sponton CHG, Zanesco A. Atividade física na infância e na adolescência promove efeitos benéficos na saúde de adultos. Rev SOCERJ 2009; 22(6): 365-72..

Em seguida, a amostra foi subdividida em quatro grupos de acordo com os períodos da vida em que reportaram a prática de atividades físicas, como segue: (i) nenhum período (persistentemente sedentário); (ii) apenas um período; (iii) apenas dois períodos; e (iv) infância, adolescência e idade adulta (persistentemente ativo).

DETERMINAÇÃO DA DOENÇA HIPERTENSIVA

Foram considerados hipertensos somente aqueles que informaram ser portadores da doença e cujo diagnóstico foi registrado pelo médico no prontuário clínico.

MARCADORES ANTROPOMÉTRICOS DE OBESIDADE GERAL E ABDOMINAL

Obesidade geral foi identificada pelo uso do IMC, calculado através da utilização dos valores de massa corporal e estatura (kg/m2) e a obesidade abdominal por valores de CC. Todos os procedimentos antropométricos foram realizados de acordo com o protocolo proposto por Lohman et al.2020 . Lohman TG, Roche AF, Mertorell R. Anthropometric Standardization Reference Manual. Illinois: Human Kinectics Books; 1988.. A presença de sobrepeso foi diagnosticada2121 . World Health Organization (WHO). Obesity, Preventing and Managing the Global Epidemic: Report of the WHO Consultation on Obesity. Geneva: WHO; 1998. quando o IMC apresentou-se ≥ 25 kg/m2 e obesidade para valores ≥ 30 kg/m2. Os pontos de corte de 1,02 m para homens e 0,88 m para mulheres foram utilizados para determinar obesidade abdominal2222 . Peixoto MRG, Benício MHD, Latorre MRDO, Jardim PCBV. Circunferência da cintura e índice de massa corporal como preditores da hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol 2006; 87(4): 462-70..

ESCOLARIDADE E PODER AQUISITIVO

Para determinação do poder aquisitivo foi utilizado o questionário da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa2323 . Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Dados com base no Levantamento Sócio Econômico 2008 - IBOPE, 2010 [Internet]. Disponível em: http://www.abeb.org. (Acessado em 14 de janeiro de 2010).
http://www.abeb.org...
, no qual a subdivisão se dá de A (mais alto) até E (mais baixo). Para classificação dos pacientes em grupos por poder aquisitivo adotou-se: classes A1, A2, B1 e B2 (alta); C1 e C2 (média); e D e E (baixa). No presente instrumento encontra-se uma questão que aborda o nível de instrução do chefe da família. Caso o paciente não se enquadrasse nessa condição, complementarmente era formulada uma pergunta referente ao seu grau de instrução.

PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS

Estatísticas descritivas foram expressas através de valores de média, desvio padrão e limites inferior e superior da distribuição. Os dados foram organizados de modo a permitir o tratamento de dados categóricos e, nesse caso, foram apresentados sob a forma de frequência relativa (%). O teste do χ2 (com correção de Yates para tabelas 2x2, quando necessário) e a regressão logística foram empregados para indicar a presença e a magnitude das associações, respectivamente. Um modelo multivariado foi criado para a regressão logística, onde as variáveis independentes que apresentaram valores de significância de até 20% no modelo univariado (teste do χ2) com a variável dependente, foram inseridas como fatores de confusão na análise principal. Esse modelo multivariado foi expresso sob a forma de valores ajustados de Odds Ratio (OR), bem como intervalos de confiança de 95% (IC95%). O software estatístico BioEstat versão 5.2 foi utilizado para efetuar a análise dos dados e a significância estatística foi fixada em p < 0,05 para todos os testes.

RESULTADOS

Participaram do estudo 963 pacientes, sendo 26,6% do sexo masculino (n = 256) e 73,4% do feminino (n = 707). A média de idade foi de 65 ± 9 anos (variando entre 50 e 96 anos). Independente da região de coleta, o poder aquisitivo predominante na amostra foi o intermediário (classe C), abrangendo 61,8% do total de pacientes avaliados (n = 595). Aproximadamente 85% dos avaliados tinham escolaridade até o ensino fundamental (n = 820). A ocorrência de HA foi observada em 76,8% (n = 740) dos sujeitos, sendo 80% entre os homens e 75,7% entre as mulheres. Dentre estes 740 hipertensos, 58 (7,8%) não faziam uso de qualquer droga anti-hipertensiva, ao passo que dentre os hipertensos medicados (n = 682), 40,4% (n = 276) apresentavam valores de pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg e ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg, considerados assim, não controlados.

Considerando a prática de atividades físicas ao longo da vida, observou-se que somente 12 indivíduos (1,2%) apresentaram comportamento ativo na infância, adolescência e idade adulta. Ativos em dois períodos da vida somaram 52 indivíduos (5,4%); em apenas um período, 281 indivíduos (29,2%); e sedentários durante toda a vida foram 618 (64,2%). Analisando o IMC, constatou-se que 37% (n = 356) dos pacientes se encontraram dentro de limites desejáveis de peso corporal, enquanto que os demais eram portadores de sobrepeso (22,4%; n = 216) ou obesidade (40,6%; n = 391). Para CC, 70% (n = 674) da amostra apresentou valores acima dos limites desejáveis. Houve associação significativa entre presença de obesidade total (χ2linear com p = 0,001) e abdominal (χ2em tabela 2x2 com p = 0,001) com a maior ocorrência de HA. Não houve associação significativa entre ocorrência de HA e escolaridade (p = 0,206) e poder aquisitivo (p = 102).

Foram encontrados baixos índices de pacientes ativos na infância (5,4%) e adolescência (13,4%) e não se observou associação significante com a ocorrência de HA. Resposta semelhante ocorreu também para o tracking de atividades físicas (p = 0,860). Por outro lado, houve associação significativa para a prática de atividades físicas atuais e HA (p = 0,002) (Tabela 1). Após o ajuste por fatores de confusão (Tabela 2), os indivíduos ativos apresentaram 52% menos chances de reportar HA, quando comparados aos sedentários.

Tabela 1
Distribuição de frequência absoluta e relativa (%) dos níveis de atividade física em diferentes períodos da vida segundo ausência ou presença de hipertensão arterial, com respectivos valores de significância do teste do χ2.

Tabela 2
Associação entre hipertensão arterial e níveis de atividade física entre adultos atendidos pelo Sistema Único de Saúde em Bauru, São Paulo.

A Tabela 3 evidencia que pessoas com excesso de peso e sedentárias (OR = 4,09; IC95% 1,93 - 8,63) ou com obesidade abdominal e sedentarismo (OR = 4,69; IC95% 2,35 - 9,35) têm chances aumentadas de apresentar HA, quando comparadas a pessoas ativas e sem nenhum tipo de obesidade. A magnitude da associação entre HA e adiposidade aumentou conforme diminuiu o envolvimento com a prática de atividades físicas.

Tabela 3
Associação bruta e ajustada entre prática de atividade física, obesidade central/total e hipertensão arterial.

Na Tabela 4 é mostrada a distribuição de frequência dos pacientes nos diferentes domínios de atividade física. Houve associação significativa entre exercício físico de lazer e ocorrência da doença (p = 0,021).

Tabela 4
Distribuição de frequência absoluta e relativa (%) dos domínios de atividade física segundo ausência ou presença de hipertensão arterial, com respectivos valores de significância do teste do χ2.

DISCUSSÃO

Este estudo identificou elevada ocorrência de HA, obesidade geral e abdominal na população avaliada, bem como baixo índice de envolvimento com a prática de atividades físicas ao longo da vida. Tais resultados foram obtidos de adultos usuários da rede pública de saúde, população predominantemente composta por indivíduos de baixo poder aquisitivo e escolaridade, situação semelhante a grande parte da sociedade brasileira oriunda das periferias dos grandes centros urbanos2424 . Barros MBA, César CLG, Carandina L, Torre GD. Desigualdades sociais na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD-2003. Ciênc Saúde Coletiva 2006; 11(4): 911-26. .

O baixo número de pacientes que informaram ser ativos ao longo da vida configura-se como resultado preocupante, visto que o estilo de vida sedentário tem impacto expressivo sobre a ocorrência de mortalidade por doenças cardiovasculares na população brasileira2525 . Ministério da Saúde. Mortalidade no Brasil. DATASUS: informações de saúde. 2007. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obtuf.def. (Acessado em 07 de novembro de 2009).
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi....
. Corroborando o elevado percentual de sedentários observado no presente estudo, Ferreira et al. 2626 . Ferreira CCC, Peixoto MRG, Barbosa MA, Silveira EA. Prevalência de fatores de risco cardiovascular em idosos usuários do Sistema Único de Saúde. Arq Bras Cardiol 2010; 95(5): 621-8. identificaram que 59,8% dos idosos usuários do SUS de Goiânia, Goiás, apresentavam baixos níveis de atividades físicas. Essas taxas de sedentarismo são preocupantemente superiores às observadas na população em geral e devem ser foco de avaliação entre gestores de saúde.

Considerando que a maior parte de amostra foi composta por hipertensos, a prática regular de atividades físicas contribuiria para o controle dos níveis pressóricos. Nesse caso, o exercício físico aeróbio contínuo é considerado importante coadjuvante no tratamento da HA, devido ao efeito hipotensor que pode ser observado mesmo após uma única sessão do treinamento2727 . Christofaro DGD, Casonatto J, Fernandes RA, Cucato GG, Gonçalves CGS, Oliveira AR, et al. Efeito da duração do exercício aeróbio sobre as respostas hipotensivas agudas pós-exercício. Rev SOCERJ 2008; 21(6): 404-8.. Além disso, uma redução significativa dos valores pressóricos pode ser mantida com o decorrer de um programa de treinamento físico orientado2828 . Monteiro HL, Rolim LMC, Squinca DA, Silva FC, Ticianeli CCC, Amaral SL. Efetividade de um programa de exercícios no condicionamento físico, perfil metabólico e pressão arterial de pacientes hipertensos. Rev Bras Med Esporte 2007; 13(2): 107-12.

29 . Oliveira KPC, Vieira EL, Oliveira JD, Oliveira KR, Lopes FJG, Azevedo LF. Exercício aeróbio no tratamento da hipertensão arterial e qualidade de vida de pacientes hipertensos do Programa Saúde da Família de Ipatinga. Rev Bras Hipertens 2010; 17(2): 78-86.
- 3030 . Medina FL, Lobo FS, Souza DR, Kanegusuku H, Forjaz CLM. Atividade física: impacto sobre a pressão arterial. Rev Bras Hipertens 2010; 17(2): 103-6..

Em acordo com essas evidências, nossos resultados apontaram que a prática de atividades físicas é fator de proteção para a ocorrência de HA, mesmo quando os resultados são corrigidos pelos marcadores antropométricos de adiposidade, sexo e idade. Nesse caso, indivíduos ativos apresentaram menores chances (52%) de apresentar HA quando comparados aos sedentários. Confirmando essa evidência, Pitanga e Lessa3131 . Pitanga FJG, Lessa I. Associação entre atividade física no tempo livre e pressão arterial em adultos. Arq Bras Cardiol 2010; 95(4): 480-5. observaram que adultos fisicamente ativos no lazer tinham menores níveis de PAS e PAD. Concomitantemente, estudo que estimou a prevalência de HA e alguns de seus fatores de risco em Goiânia, Goiás, encontrou que a atividade física moderada ou intensa nos momentos de lazer e a atividade física leve no trabalho apresentaram associação negativa com a ocorrência da HA3. Jardim PCBV, Gondim MRP, Monego ET, Moreira HG, Vitorino PVO, Souza WKSB, et al. Hipertensão arterial e alguns fatores de risco em uma capital brasileira. Arq Bras Cardiol 2007; 88(4): 452-7.. Considerando atividades físicas de locomoção, Hayashi et al. 3232 . Hayashi T, Tsumura K, Suematsu C, Okada K, Fujii S, Endo G. Walking to work and the risk for hypertension in men: the Osaka Health Survey. Ann Intern Med 1999; 131(1): 21-6., em estudo que investigou a associação do tempo de caminhada para o trabalho e atividade física no lazer com o risco de HA, encontraram redução de 12% do risco de adoecer pela doença quando o tempo de caminhada aumentava em 10 minutos.

Apesar dos resultados mostrarem benefícios efetivos da prática de atividades físicas pelos portadores de HA, Lopes et al. 3333 . Lopes EB, Caetano MMJV, Leite SPAF, Ito MK. Avaliação da frequência de hábitos e comportamentos de risco na população que auto-referiu hipertensão arterial na pesquisa de "Prevalência de fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis no Distrito Federal". Epidemiol Serv Saúde 2011; 20(1): 111-7., ao analisarem o perfil epidemiológico dos acometidos pela doença em Brasília, Distrito Federal, constataram que a adoção da atividade física regular foi referida por apenas 5,6% dos hipertensos com pressão arterial controlada e por 2,7% dos não controlados. Girotto et al.3434 . Girotto E, Andrade SM, Cabrera MAS. Prevalência de obesidade abdominal em hipertensos cadastrados em uma Unidade de Saúde da Família. Arq Bras Cardiol 2010; 94(6): 754-62., em estudo com hipertensos de uma Unidade da Saúde da Família, encontraram que apenas 20,1% realizavam atividades físicas regulares.

Em nossa amostra 80,1 e 70,2% apresentaram excesso de peso/obesidade e obesidade abdominal, respectivamente. Segundo dados do VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças por Inquérito Telefônico) publicados em 20103535 . Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. VIGITEL Brasil 2010: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2011., 48,1% dos adultos brasileiros estão fora dos limites desejáveis de peso (IMC ≥ 25 kg/m2) e 15% já são obesos (IMC ≥ 30 kg/m2). Além disso, entre 2006 e 2010 houve aumento significativo de sobrepeso e obesidade entre homens e mulheres no país, elevando as taxas de sobrepeso de 42,7 para 48,1% e as de obesidade de 11,4 para 15%.

Ambas os tipos de obesidade foram associadas a HA (p < 0,001) e esse tipo de achado foi observado em outros estados da federação5. Barbosa LS, Scala LCN, Ferreira MG. Associação entre marcadores antropométricos de adiposidade corporal e hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso. Rev Bras Epidemiol 2009; 12(2): 237-47. , 3636 . Lino MZR, Muniz PT, Siqueira KS. Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em adultos: inquérito populacional em Rio Branco, Acre, Brasil, 2007-2008. Cad Saúde Pública 2011; 27(4): 797-810. , 3737 . Cipullo JP, Martin JFV, Ciorlia LAS, Godoy MRP, Cação JC, Loureiro AAC, et al. Prevalência e fatores de risco para hipertensão em uma população urbana brasileira. Arq Bras Cardiol 2010; 94(4): 519-26.. No entanto, a obesidade abdominal tem sido apontada como mais nociva à saúde do que a obesidade geral. Os mecanismos pelos quais a gordura abdominal se associa a aumentos dos valores de pressão arterial podem ser devido à hiperinsulinemia, a qual provoca aumentos da atividade do sistema nervoso simpático e da reabsorção tubular de sódio3838 . DeFronzo RA, Ferranini E. Insulin resistance: a multifaceted syndrome responsible for NIDDM, obesity, hypertension, dyslipidemia, and atherosclerotic cardiovascular disease. Diabetes Care 1991; 14(3): 173-94.

39 . Reaven GM, Lithell H, Landsberg L. Hypertension and associated metabolic abnormalities -- the role of insulin resistance and the sympathoadrenal system. N Engl J Med 1996; 334(6): 374-81.
- 4040 . Moan A, Nordby G, Rostrup M, Eide I, Kjeldsen SE. Insulin sensitivity, sympathetic activity, and cardiovascular reactivity in young men. Am J Hypertens 1995; 8(3): 268-75., ações que contribuem para o aumento da pressão arterial. Por outro lado, a insulina é um hormônio que tem sua ação ligada à promoção de vasodilatação e induz aumentos do fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética, efeito que parece ser mediado pelo óxido nítrico4141 . Steinberg HO, Chaker H, Learning R, Johnson A, Brechtel G, Baron AD. Obesity/insulin resistance is associated with endothelial dysfunction. Implications for the syndrome of insulin resistance. J Clin Invest 1996; 97(11): 2601-10. , 4242 . Baron AD, Steinberg HO, Chaker H, Learning R, Jonhson A, Brechtel G. Insulin-mediated skeletal muscle vasodilatation contributes to both insulin sensitivity and responsiveness in lean humans. J Clin Invest 1995; 96(2): 786-92.. Esses efeitos são acentuadamente diminuídos em pacientes obesos e hipertensos4141 . Steinberg HO, Chaker H, Learning R, Johnson A, Brechtel G, Baron AD. Obesity/insulin resistance is associated with endothelial dysfunction. Implications for the syndrome of insulin resistance. J Clin Invest 1996; 97(11): 2601-10., portadores de resistência à insulina. Além desse possível comprometimento dos mecanismos de vasodilatação, que poderia contribuir ainda mais para a elevação da pressão arterial, o decréscimo do fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética poderia determinar, também, a redução no aproveitamento periférico de glicose, agravando o estado de resistência à insulina4343 . Zeng G, Quon MJ. Insulin-stimulated production of nitric oxide is inhibited by wortmannim. Direct measurement in vascular endothelial cells. J Clin Invest 1996; 98(4): 894-8..

Em decorrência da ativa participação do tecido adiposo em mecanismos fisiológicos de controle pressórico e de sua influência para as estruturas cardiovasculares, se faz importante notar as inter-relações entre obesidade, sedentarismo e HA em pacientes do SUS.

Em estudo realizado por Sterwart et al. 4444 . Sterwart KJ, Bacher AC, Turner KL, Fleg JL, Hees PS, Shapino EP, et al. Effect of exercise on blood pressure in older persons: a randomized controlled trial. Arch Intern Med 2005; 165(7): 756-62. foi observado que reduzir adiposidade abdominal em hipertensos foi importante na diminuição da PAS. Em outro estudo, houve redução da PAS e da pressão de pulso de pacientes que tiveram diminuição da circunferência abdominal após 16 semanas de treinamento aeróbio4545 . Martinelli B, Barrile SR, Arca EA, Franco RJS, Martin LC. Influência do exercício aeróbio na renina de portadores de hipertensão arterial com sobrepeso. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1): 91-8.. Após esses achados, é importante ressaltar que a diminuição da gordura visceral associou-se à melhora da complacência arterial, contrária à progressão da rigidez arterial, que está associada com o ganho de peso4646 . Wildman RP, Farhat GN, Patel AS, Mackey RH, Brockwell S, Thompson T, et al. Weight change is associated with change in arterial stiffness among healthy young adults. Hypertension 2005; 45(2): 187-92..

Dessa maneira, o sedentarismo, favorecendo a HA e a obesidade, pode estar associado com o aumento da atividade da renina plasmática, fundamental regulador da PA, o que acarreta uma elevação significativa da mortalidade e morbidade, já que esses indicadores podem comprometer o sistema cardiovascular direta e independentemente do aumento da pressão arterial4747 . Kyle UG, Morabia A, Schutz Y, Pichard C. Sedentarism affects body fat mass index and fat-free mass index in adults aged 18 to 98 years. Nutrition 2004; 20(3): 255-60. , 4848 . De Backer GC, Ambrosioni E, Broch-Johnsen K, Brotons C, Cifkova R, Dallongeville J, et al. European guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice: third joint task force of European and other societies on cardiovascular disease prevention in clinical practice (constituted by representatives of eight societies and by invited experts). Eur J Cardiovasc Prev Rehabil 2003; 10(4): S1-10..

Por fim, não foi observada interação entre tracking de atividades físicas e ocorrência de HA, assim como outros estudos também não conseguiram demonstrar associação entre atividade física prévia e pressão arterial na fase adulta4949 . Boreham C, Twisk J, Neville C, Savage M, Murray L, Gallagher A. Associations between physical fitness and activity patterns during adolescence and cardiovascular risk factors in young adulthood: the Northern Ireland Young Hearts Project. Int J Sports Med 2002; 23(Suppl 1): S22-6. , 5050 . Twisk JW, Kemper HC, van Mechelen W. The relationship between physical fitness and physical activity during adolescence and cardiovascular disease risk factors at adult age. The Amsterdam Growth and Health Longitudinal Study. Int J Sports Med 2002; 23(Suppl 1):S8-14.. Por outro lado, o pequeno número de indivíduos que mantêm um estilo de vida ativo ao longo da vida pode ter comprometido o seu efeito nas associações analisadas, bem como, chama a atenção para esse perigoso comportamento de risco mantido durante a vida. Adicionalmente, estudos prévios demonstram que a prática prévia de atividades físicas na infância e adolescência pode prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis na população brasileira1919 . Fernandes RA, Sponton CHG, Zanesco A. Atividade física na infância e na adolescência promove efeitos benéficos na saúde de adultos. Rev SOCERJ 2009; 22(6): 365-72. , 5151 . Fernandes RA, Christofaro DG, Casonatto J, Codogno JS, Rodrigues EQ, Cardoso ML, et al. Prevalence of dyslipidemia in individuals physically active during childhood, adolescence and adult age. Arq Bras Cardiol 2011; 97(4): 317-23. , 5252 . Fernandes RA, Zanesco A. Early physical activity promotes lower prevalence of chronic diseases in adulthood. Hypertens Res 2010; 33(9): 926-31.. Tais informações têm relevância no que se refere aos esforços para reduzir custos por meio da promoção da prática de atividades físicas1717 . Codogno JS, Fernandes RA, Sarti FM, Freitas Jr IF, Monteiro HL. The burden of physical activity on type 2 diabetes public healthcare expenditures among adults: a retrospective study. BMC Public Health 2011; 11: 275., mas principalmente para melhorar as condições de saúde da população assistida pelo SUS.

Como pontos relevantes, destacam-se as associações significativas entre obesidade abdominal, sedentarismo e ocorrência de HA e os baixos índices de pacientes ativos na infância e adolescência. Como limitações do estudo têm-se o delineamento transversal, que não permite estabelecer relações de causalidade entre o desfecho e as variáveis independentes, e a lacuna de tempo não investigada entre o fim da adolescência (17 anos) e o início da idade adulta (50 anos), o que deixa em aberto inúmeras informações referentes aos comportamentos e hábitos de vida no referido período.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se associação estatística significativa entre marcadores antropométricos de obesidade geral e abdominal, prática atual de atividades físicas e ocorrência de HA. Destaca-se, por essa razão, a necessidade de estudos que contribuam para identificar a ocorrência de excesso de peso e obesidade em pessoas acometidas por doenças crônicas não transmissíveis, com a finalidade de prevenir futuras complicações.

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  • Fonte de financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    20 Maio 2012
  • Revisado
    01 Set 2013
  • Aceito
    15 Jan 2013
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revbrepi@usp.br