A vigilância de doenças e agravos não transmissíveis e os inquéritos populacionais

Este suplemento da Revista Brasileira de Epidemiologia apresenta resultados da II Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2012, além de análises da Vigilância dos Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), dois importantes inquéritos nacionais de saúde.

A PeNSE, em sua segunda edição, foi realizada por meio da parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o suporte do Ministério da Educação. Em 2012, apresenta como novidade a ampliação da amostra, representando Brasil, Regiões Brasileiras, as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal, além de inclusão de novos temas e perguntas. Foram entrevistados cerca de 110 mil escolares, em escolas publicas e privadas na nona série do Ensino Fundamental.

A adolescência é uma fase de ganho de autonomia e transformações, que se refletem na adoção de novas práticas e atitudes e na exposição a diversas situações e riscos, que podem comprometer a saúde presente e futura do jovem. Os estudos apresentados sobre o consumo de tabaco, álcool e outras drogas, sobre o comportamento sexual dos estudantes, análises sobre a família como locus de proteção, entre outros, mostram que conhecer a magnitude do problema é um passo fundamental para planejar intervenções e ações de promoção de saúde, especialmente no ambiente escolar.

O VIGITEL foi implantado em 2006 nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, completando oito anos de existência. Foi coordenado pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde, com o apoio do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (NUPENS) da Universidade de São Paulo. Por meio de entrevistas telefônicas assistidas por computador, o VIGITEL utiliza-se de amostras probabilísticas da população adulta (18 anos ou mais), residente em domicílios servidos por pelo menos uma linha telefônica fixa no ano da pesquisa, em cada uma das 26 capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, entrevistando a cada ano cerca de 54.000 adultos nas capitais brasileiras.

O VIGITEL permite ampliar o conhecimento do perfil epidemiológico da população adulta e fornece subsídios aos estados e municípios para o planejamento de ações de promoção de saúde, caracterizando-se como uma ferramenta de vigilância em saúde. Para cumprir esse objetivo, o VIGITEL deve ser um inquérito anual e contínuo, para permitir análises de séries históricas dos indicadores de saúde, fundamentais para a consolidação da Vigilância de Doenças e Agravos Não-transmissíveis no país.

Os artigos apresentados nesta publicação foram elaborados pela equipe da Secretaria de Vigilância em Saúde (MS) juntamente com diversas Instituições de Ensino e Pesquisa do país, a partir das análises de informações regulares e de qualidade geradas pelo Sistema Único de Saúde, trazendo reflexões sobre a atual situação das doenças e agravos não-transmissíveis na população brasileira e suas perspectivas. A divulgação dessas informações torna-se primordial para que sejam estabelecidas estratégias de enfrentamento dos principais riscos à saúde, por meio de políticas públicas de prevenção e promoção da saúde, além de contribuir para o fortalecimento do sistema de vigilância de doenças e agravos não-transmissíveis no país.

Jarbas Barbosa da Silva Jr.Secretário de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2014
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
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