Fatores associados à obesidade em rodoviários da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Luís Paulo Souza e Souza Ada Ávila Assunção Adriano Marçal Pimenta Sobre os autores

RESUMO:

Objetivo:

Analisar os fatores demográficos, comportamentais e ocupacionais associados à obesidade em trabalhadores do transporte coletivo urbano de cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Minas Gerais, Brasil.

Método:

Estudo transversal com 1.448 motoristas e cobradores da RMBH. Dados antropométricos, demográficos, comportamentais, de vínculo com a empresa e condições do ônibus foram coletados, em 2012, por meio de questionário aplicado face a face por entrevistador. Para o cálculo da obesidade, utilizou-se como ponto de corte o índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2. Razões de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram ajustados pela técnica de regressão multivariada de Poisson.

Resultados:

A prevalência da obesidade entre os trabalhadores foi de 16,1%. O sexo feminino (RP = 1,84; IC95% 1,37 - 2,49), estar nas faixas etárias dos 30 aos 39 anos (RP = 1,66; IC95% 1,17 - 2,37) e dos 40 aos 49 anos (RP = 1,59; IC95% 1,04 - 2,42), tempo no cargo de 5,01 a 10 anos (RP = 1,52; IC95% 1,04 - 2,42) e 20,01 a 47 anos (RP = 1,90; IC95% 1,21 - 3,00) e inatividade física (RP 1,32; IC95% 1,01 - 1,73) permaneceram independentemente associados à obesidade após o ajuste multivariado dos dados.

Conclusão:

Tais achados evidenciam a necessidade de considerar, nas discussões sobre promoção da saúde dos rodoviários, ações que incentivem a participação dos trabalhadores em atividades saudáveis, assim como a melhoria da organização e gestão do trabalho, para que este seja um promotor de saúde e bem-estar nesta população.

Palavras-chave:
Condições de trabalho; Saúde do trabalhador; Obesidade; Condução de veículo

INTRODUÇÃO

A obesidade é um importante problema de saúde pública, atingindo aproximadamente 650 milhões de adultos globalmente11. World Health Organization. Obesity and overweight [internet]. Genebra: World Health Organization; 2018 [acessado em 17 nov. 2018]. Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
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. No Brasil, a proporção de indivíduos obesos em 2017 foi de 18,9%, sendo maior entre os homens (19,2%) do que entre as mulheres (18,7%)22. Brasil. Vigitel Brasil 2017: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2017. Brasília: Ministério da Saúde; 2018..

Estima-se que tal morbidade seja responsável por 3,4 milhões de óbitos ao ano e 93,6 milhões de anos de vida vividos com incapacidades em virtude da reconhecida associação com as doenças crônicas e agravos não transmissíveis (DANT), tais como o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, a doença arterial coronariana, o acidente vascular encefálico, alguns tipos de câncer, a apneia obstrutiva do sono e a osteoartrite33. Lim SS, Vos T, Flaxman AD, Danaei G, Shibuya K, Adair-Rohani H, et al. A comparative risk assessment of burden of disease and injury attributable to 67 risk factors and risk factor clusters in 21 regions, 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet 2012; 380(9859): 2224-60. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61766-8
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No Brasil, mais de 70% do total de óbitos ao ano é atribuído às DANT, tornando-as o mais destacado problema de saúde pública33. Lim SS, Vos T, Flaxman AD, Danaei G, Shibuya K, Adair-Rohani H, et al. A comparative risk assessment of burden of disease and injury attributable to 67 risk factors and risk factor clusters in 21 regions, 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. Lancet 2012; 380(9859): 2224-60. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(12)61766-8
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, com elevado ônus social e econômico ao país. Atinge em grandes proporções a população economicamente ativa (PEA), gerando aposentadorias precoces por invalidez e afastamentos temporários, especialmente em decorrência de doenças cardiovasculares44. Azambuja MIR, Foppa M, Maranhão MFC, Achutti AC. Impacto econômico dos casos de doença cardiovascular grave no Brasil: uma estimativa baseada em dados secundários. Arq Bras Cardiol 2008; 91(3): 163-71. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2008001500005
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.

Diante de tal magnitude e relevância social, nos últimos anos tem aumentado o interesse dos pesquisadores no tocante à prevenção, controle e tratamento da obesidade a fim de diminuir o impacto da morbimortalidade por DANT, principalmente na PEA.

Os hábitos de vida não saudáveis estão associados à obesidade 11. World Health Organization. Obesity and overweight [internet]. Genebra: World Health Organization; 2018 [acessado em 17 nov. 2018]. Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
http://www.who.int/news-room/fact-sheets...
,55. Swinburn BA, Caterson I, Seidell JC, James WPT. Diet, nutrition and the prevention of excess weight gain and obesity. Public Health Nutr 2004: 7(1A): 123-46.,66. World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Genebra: World Health Organization; 2010., com destaque para a ingestão de alimentos altamente energéticos ricos em gordura11. World Health Organization. Obesity and overweight [internet]. Genebra: World Health Organization; 2018 [acessado em 17 nov. 2018]. Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
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,55. Swinburn BA, Caterson I, Seidell JC, James WPT. Diet, nutrition and the prevention of excess weight gain and obesity. Public Health Nutr 2004: 7(1A): 123-46. e para a inatividade física11. World Health Organization. Obesity and overweight [internet]. Genebra: World Health Organization; 2018 [acessado em 17 nov. 2018]. Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
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,66. World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Genebra: World Health Organization; 2010.. Entretanto, outras associações ainda carecem de maiores evidências, especialmente aquelas que envolvem as condições de trabalho. Nesse contexto, é desejável estimar as relações entre as condições de trabalho e a obesidade em trabalhadores do transporte coletivo urbano por razões descritas a seguir.

Em primeiro lugar, a prevalência da obesidade entre rodoviários tem se mostrado alta tanto em estudos internacionais (média de 32%, variando entre 9,6 e 57%)77. Wang PD, Lin RS. Coronary heart disease risk factors in urban bus drivers. Public Health 2001; 115(4): 261-4. https://doi.org/10.1038/sj/ph/1900778
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,88. Carneiro LRV, Coqueiro RS, Freire MO, Barbosa AR. Signs of musculoskeletal disorders in bus drivers and fare collectors. Braz J Kinanthropom Hum Performance 2007; 9(3): 277-83. https://doi.org/10.5007/%25x
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,99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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,1111. Saberi HR, Moravveji AR, Fakharian E, Motalebi Kashani M, Dehdashti AR. Prevalence of metabolic syndrome in bus and truck drivers in Kashan, Iran. Diabetol Metab Syndr 2011; 3(8): 1-5. https://dx.doi.org/10.1186%2F1758-5996-3-8
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,1212. Fernández-D'Pool J, Vélez F, Brito A, D'Pool C. Sintomas musculoesqueléticos en conductores de buses de una institución universitaria. Invest Clin 2012; 53(2): 125-37.,1313. Thamsuwan O, Blood RP, Chingc RP, Boyle L, Johnson PW. Whole body vibration exposures in bus drivers: A comparison between a high-floor coach and a low-floor city bus. Int J Ind Ergon 2013; 43(1): 9-17. https://dx.doi.org/10.1016/j.ergon.2012.10.003}
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,1414. Diez JJ, Vigo DE, Cardinali DP, Pérez-Chada D. Sleep habits, daytime sleepiness and working conditions in short-distance bus drivers. Int J Workplace Health Manag 2014; 7(4): 202-12. https://doi.org/10.1108/IJWHM-02-2013-0004
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,1515. Marcinkiewicz A, Szosland D. Selected risk factors of diabetes mellitus among road transport drivers. Int J Occup Med Environ Health 2010; 23(2): 175-80. https://doi.org/10.2478/v10001-010-0018-3
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quanto em estudos nacionais (média de 24%, variando entre 17,3 e 24,7%) 1616. Viegas CAA, Oliveira HW. Prevalência de fatores de risco para a síndrome da apnéia obstrutiva do sono em motoristas de ônibus interestadual. J Bras Pneumol 2006; 32(2): 144-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132006000200010
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,1717. Moraes GN, Fayh APT. Avaliação nutricional e fatores de risco cardiovascular em motoristas de transporte coletivo urbano. Cad Saúde Colet 2011; 19(3): 334-40.,1818. Costa MM, Mastroeni SSBS, Reis MAM, Erzinger GS, Mastroeni MF. Excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana. Rev Bras Cien Mov 2011; 19(1): 42-51.,1919. Hirata RP, Carniatto Cerra J, Rodrigues Macedo C, Favareto J, Leitão Filho FSS, Franco de Oliveira LV. Prevalência de obesidade e hipertensão arterial em uma população de motoristas profissionais rodoviários interestaduais de ônibus. Con Scientia e Saúde 2011; 10(3): 494-9. http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i3.3046
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,2020. Alquimim AF, Barral ABCR, Gomes KC, Rezende MC. Avaliação dos fatores de risco laborais e físicos para doenças cardiovasculares em motoristas de transporte urbano de ônibus em Montes Claros (MG). Ciên Saúde Colet 2012; 17(8): 2151-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000800025
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,2121. Benvegnú LA, Fassa AG, Facchini LA, Breitenbach F. Prevalência de hipertensão arterial entre motoristas de ônibus em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Rev Bras Saúde Ocup 2008; 33(118): 32-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008000200004
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,2222. Faria BK, Amorim G, Vancea DMM. Perfil alimentar e antropométrico dos motoristas de ônibus da empresa de Transporte coletivo Jotur/Palhoça - SC. Rev Bras Obes Nutr Emagrec 2007; 1(1): 11-20.. Em segundo lugar, ainda que bem documentada a influência do ambiente laboral e do processo de trabalho sobre a ocorrência da obesidade 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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,1818. Costa MM, Mastroeni SSBS, Reis MAM, Erzinger GS, Mastroeni MF. Excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana. Rev Bras Cien Mov 2011; 19(1): 42-51.,2020. Alquimim AF, Barral ABCR, Gomes KC, Rezende MC. Avaliação dos fatores de risco laborais e físicos para doenças cardiovasculares em motoristas de transporte urbano de ônibus em Montes Claros (MG). Ciên Saúde Colet 2012; 17(8): 2151-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000800025
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,2323. Freitas PP, Assunção AÁ, Bassi IB, Lopes ACS. Overweight and workplace in municipal public sector. Rev Nutr 2016; 29(4): 519-27. http://dx.doi.org/10.1590/1678-98652016000400007
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, a temática ainda não foi suficientemente explorada em grupos de rodoviários.

Essa evidência, por fim, é preocupante, haja vista o papel destacado do transporte coletivo e de seus protagonistas para a vida nas cidades, incluindo o crescimento e o desenvolvimento econômico. Além de se constituírem em contingente numeroso de profissionais, eles têm a responsabilidade de garantir a mobilidade cotidiana de grande número de passageiros 2424. Battiston M, Cruz RM, Hoffmann MH. Condições de trabalho e saúde de motoristas de transporte coletivo urbano. Estud Psicol 2006; 11(3): 333-43. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2006000300011
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,2528. Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte. Anuário estatístico BHTRANS. Belo Horizonte: Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte; 2009., uma vez que o ônibus é o meio de locomoção mais utilizado pelos brasileiros nas cidades2626. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. SIPS - Sistema de Indicadores de Percepção Social: mobilidade urbana. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2011..

O presente estudo objetivou analisar os fatores demográficos, comportamentais e ocupacionais associados à obesidade em trabalhadores do transporte coletivo urbano de cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Minas Gerais, Brasil.

MÉTODOS

Trata-se de estudo epidemiológico de delineamento transversal e analítico, o qual integra a pesquisa de âmbito mais ampla intitulada “Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores do transporte coletivo urbano”2727. Assunção AA. Condições de saúde e trabalho dos motoristas e cobradores do transporte coletivo das cidades de Belo Horizonte, Betim, e Contagem, MG, Brasil [Internet]. Belo Horizonte: Ed. do Autor; 2013 [acessado em 20 abr. 2015]. Disponível em: http://site.medicina.ufmg.br/nest/wp-content/uploads/sites/33/2015/04/Rodoviarios_livro.pdf
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.

A população elegível para a pesquisa foi composta de motoristas e cobradores das cidades de Belo Horizonte, Betim e Contagem, que fazem parte da RMBH, terceira maior aglomeração urbana do Brasil.

O universo populacional de motoristas e cobradores das três cidades investigadas correspondia a aproximadamente 17.470 trabalhadores, sendo que Belo Horizonte apresentava cerca de 6.500 motoristas e 6.750 cobradores; Betim contava com 696 motoristas e 524 cobradores; e Contagem, 1.800 motoristas e 1.200 cobradores. A estimativa do universo de Belo Horizonte se baseou na razão de 2,14 motoristas/frota e 2,19 cobradores/frota; já as estimativas de Betim e Contagem foram baseadas em dados fornecidos pelas empresas e pelos sindicatos dos trabalhadores. Uma quota proporcional ao total dos profissionais, e estratificada por ocupação (motoristas e cobradores) em cada uma das três cidades, foi selecionada.

O cálculo amostral foi realizado, levando-se em consideração a gama de desfechos de interesse do estudo. Para tal, foram estimados 4% de erro amostral, intervalo de confiança de 95% e prevalência de 50%, resultando em uma amostra de 565 motoristas e 561 cobradores. Participaram do estudo 1.607 rodoviários (853 motoristas e 754 cobradores), entretanto, para análise da obesidade, foram excluídos 159 devido à perda de informações sobre peso e altura. Diante disso, a amostra final do presente estudo foi constituída por 1.448 trabalhadores.

A coleta de dados ocorreu entre abril e junho de 2012, nos turnos da manhã e da tarde, face a face e com auxílio de netbooks. As entrevistas foram conduzidas em quatro estações ônibus-metrô de Belo Horizonte e em 35 estações de descanso das três cidades.

As estações de descanso, conhecidas como pontos de conforto (PC), são destinadas à parada de ônibus, quando os profissionais fazem uma pausa depois de uma viagem de 60 a 90 minutos. A seleção dos PC seguiu critérios de produtividade (maior número de viagens por turno, tempo entre viagens e relação trabalho/frota). Nas quatro estações ônibus-metrô selecionadas circulavam, em média, 80% dos passageiros que utilizavam o serviço2828. Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte. Anuário estatístico BHTRANS. Belo Horizonte: Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte; 2009..

O instrumento de coleta dos dados foi elaborado tendo em vista a literatura especializada, além de entrevistas prévias com representantes sindicais e trabalhadores. Ressalta-se que os procedimentos da pesquisa foram previamente testados na etapa piloto com 30 participantes. Além disso, a confiabilidade da entrevista foi aferida por meio da reaplicação para o mesmo respondente (12% do total dos participantes) de algumas perguntas selecionadas do questionário original.

A variável de desfecho “obesidade” foi elaborada com base na resposta às seguintes perguntas do questionário: “Qual seu peso?”; “Qual sua altura?”. Reforça-se que, quanto ao fato das medidas antropométricas serem autodeclaradas, estudos 2929. Conde WL, Oliveira DR, Borges CA, Baraldi LG. Consistência entre medidas antropométricas em inquéritos nacionais. Rev Saúde Pública 2013; 47(1): 69-76. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102013000100010
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,3030. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2014: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. validaram essas informações, identificando alta concordância entre os dados autodeclarados e os diretamente mensurados.

O peso e a altura foram utilizados para calcular o índice de massa corporal (IMC), por meio da equação IMC = peso (kg)/altura2 (m). Assim, as pessoas foram classificadas segundo as categorias do IMC:

  1. < 18,5 kg/m2: baixo peso;

  2. 18,5 a 24,9 kg/m2: eutrofia;

  3. 25,0 a 29,9 kg/m2: sobrepeso;

  4. ≥ 30,0 kg/m2: obesidade3131. World Health Organization. Obesity and overweight: What are overweight and obesity? Genebra: World Health Organization; 2014..

Em relação às variáveis independentes, foram incluídas as seguintes:

  1. demográficas: sexo (masculino e feminino); idade (18 - 29 anos, 30 - 39 anos, 40 - 49 anos, ≥ 50 anos); cor da pele (branca, parda/negra, amarela/indígena); situação conjugal [casado(a)/união estável, solteiro(a)/divorciado(a)/viúvo(a)]; número de filhos (nenhum, 1 a 2, 3 ou mais); escolaridade (1 - 4 anos de estudos, 5 - 7 anos de estudos, ≥ 8 anos de estudos);

  2. comportamentais: tabagismo (“Considerando como fumante quem já fumou pelo menos 100 cigarros, ou 5 maços, você se classifica como?” Não fumante, ex-fumante, fumante atual); atividade física (“Com que frequência você realiza atividades físicas?” Nunca, 1 vez por semana, 2 ou mais vezes por semana); atividades culturais [“Você participa de atividades culturais (cinema, teatro, exposição)?” Não, sim]; atividades sociais [“Você participa de atividades sociais (visita amigos, festa, barzinho)?” Não, sim]; dependência alcoólica [“Com base no questionário Cut Down, Annoyed by criticism, Guilty and Eye-opener (CAGE)3232. Masur J, Monteiro MG. Validation of the "CAGE" alcoholism screening test in a Brazilian psychiatric inpatient hospital setting. Braz J Med Biol Res 1983; 16(3): 215-8.: dependente, não dependente]; diagnóstico médico de insônia (não, sim);

  3. ocupacionais: cargo (motorista/monocondutor, cobrador); tempo no cargo (0 - 2 anos, 2,01 - 5 anos, 5,01 - 10 anos, 10,01 - 20 anos, 20,01 - 47 anos); horário de trabalho (manhã, tarde, noite, movimento - dupla pegada, dupla pegada com meia viagem); alternância no horário de trabalho (nunca/raramente, às vezes, quase sempre/sempre); outro trabalho remunerado (não, sim); hora extra ou dobras (nunca/raramente, às vezes, quase sempre/sempre); folgas (final de semana, folga corrida, outra); pausa na jornada de trabalho (nunca/raramente, às vezes, quase sempre/sempre); trabalhar para a empresa durante as férias (nunca/raramente, às vezes, quase sempre/sempre); pausa para almoçar (não, sim); “Três ou mais vezes por semana você almoça ou janta?” (em casa, fora de casa); vibração do corpo no ônibus (nunca/raramente, às vezes, quase sempre/sempre); percepção da temperatura no trabalho (tolerável/incomoda pouco, incomoda muito/insuportável).

A análise bivariada foi conduzida para avaliar a associação bruta das variáveis independentes de interesse com a obesidade, por meio do teste do χ² de Pearson. A força das associações foi medida pelas razões de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), estimados pela regressão de Poisson com variância robusta.

Na análise multivariada, as variáveis que apresentaram significância estatística inferior a 20% durante a análise bivariada foram consideradas na elaboração do modelo final de regressão de Poisson com variância robusta. Na seleção do modelo final, foi usada a estratégia do passo a passo, com a inclusão de todas as variáveis selecionadas durante a análise bivariada em ordem decrescente de significância estatística. As variáveis que apresentaram valor p ≥ 0,05 foram retiradas uma a uma e consideradas excluídas se não afetassem a estabilidade do modelo. Todas as análises foram conduzidas utilizando o software estatístico STATA versão 10.0.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Observou-se que 16,1% dos profissionais foram classificados como obesos. Além disso, 1,5% deles foram incluídos como baixo peso, 38,5% como sobrepeso e 43,9% como eutróficos.

Com relação às características demográficas e comportamentais, a maior parte dos entrevistados era do sexo masculino, com idades entre 18 e 39 anos, parda ou negra, informou estar casada ou em união estável, tinha 1 a 2 filhos, relatou 8 anos ou mais de estudos, participava de atividades sociais e não participava de atividades culturais. Ademais, 15,8% dos trabalhadores eram fumantes, 13,3% faziam uso abusivo de álcool, 51,7% não praticavam atividades físicas e 14,9% tinham diagnóstico médico de insônia (Tabela 1).

Tabela 1.
Associação das características demográficas e comportamentais com a obesidade em rodoviários da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2012.

Sexo feminino, ter idades entre 30 e 39 anos e entre 40 e 49 anos, ter 1 a 2 filhos ou 3 e mais filhos, ser ex-fumante, não praticar atividade física e relatar diagnóstico médico de insônia se relacionaram à obesidade em nível bivariado (Tabela 1).

No que diz respeito às características ocupacionais, maiores proporções dos participantes exerciam o cargo de motorista, com antiguidade no cargo de 0 a 2 anos, trabalhavam no turno da manhã, sendo que nunca ou raramente alternavam o horário de trabalho, não possuíam outro emprego remunerado, quase sempre/sempre faziam hora extra ou dobras, folgavam no final de semana e nunca ou raramente trabalhavam na empresa durante as férias. Ademais, a maioria dos rodoviários percebia o corpo vibrar durante o serviço, relatava temperatura tolerável ou pouco incomodativa no ônibus, usufruía de pausas durante a jornada de trabalho, mas com restrições à necessária pausa para almoçar ou jantar, e três ou mais vezes por semana referia almoçar ou jantar em casa (Tabela 2).

Tabela 2.
Associação das características ocupacionais com a obesidade em rodoviários da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2012.

Trabalhar na empresa entre 5,01 e 10 anos, estar no mesmo cargo entre 5,01 e 10 anos, trabalhar no turno da tarde, alternar às vezes o horário de trabalho e às vezes fazer pausa durante a jornada de trabalho se relacionaram à obesidade em nível bivariado (p < 0,05) (Tabela 2).

Após a análise multivariada dos dados, o sexo feminino, estar nas faixas etárias dos 30 aos 39 anos e dos 40 aos 49 anos, ter tempo no cargo de 5,01 a 10 anos e 20,01 a 47 anos e ter inatividade física permaneceram independentemente associados à obesidade (Tabela 3).

Tabela 3.
Modelo final pós-análise de regressão de Poisson. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2012.

DISCUSSÃO

No presente estudo, foram analisados os fatores associados à obesidade em uma amostra de motoristas e cobradores da RMBH. A nosso conhecimento, apenas um estudo no Brasil1818. Costa MM, Mastroeni SSBS, Reis MAM, Erzinger GS, Mastroeni MF. Excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana. Rev Bras Cien Mov 2011; 19(1): 42-51. e outros dois internacionais 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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tiveram objetivo e público-alvo similares. Vale, contudo, mencionar as investigações sobre a prevalência da obesidade cujos resultados, ainda que tratados na descrição das características gerais da amostra, não decorreram de problemáticas específicas no campo de estudo das relações entre saúde e trabalho 77. Wang PD, Lin RS. Coronary heart disease risk factors in urban bus drivers. Public Health 2001; 115(4): 261-4. https://doi.org/10.1038/sj/ph/1900778
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,88. Carneiro LRV, Coqueiro RS, Freire MO, Barbosa AR. Signs of musculoskeletal disorders in bus drivers and fare collectors. Braz J Kinanthropom Hum Performance 2007; 9(3): 277-83. https://doi.org/10.5007/%25x
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,1111. Saberi HR, Moravveji AR, Fakharian E, Motalebi Kashani M, Dehdashti AR. Prevalence of metabolic syndrome in bus and truck drivers in Kashan, Iran. Diabetol Metab Syndr 2011; 3(8): 1-5. https://dx.doi.org/10.1186%2F1758-5996-3-8
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,1212. Fernández-D'Pool J, Vélez F, Brito A, D'Pool C. Sintomas musculoesqueléticos en conductores de buses de una institución universitaria. Invest Clin 2012; 53(2): 125-37.,1313. Thamsuwan O, Blood RP, Chingc RP, Boyle L, Johnson PW. Whole body vibration exposures in bus drivers: A comparison between a high-floor coach and a low-floor city bus. Int J Ind Ergon 2013; 43(1): 9-17. https://dx.doi.org/10.1016/j.ergon.2012.10.003}
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,1414. Diez JJ, Vigo DE, Cardinali DP, Pérez-Chada D. Sleep habits, daytime sleepiness and working conditions in short-distance bus drivers. Int J Workplace Health Manag 2014; 7(4): 202-12. https://doi.org/10.1108/IJWHM-02-2013-0004
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,1515. Marcinkiewicz A, Szosland D. Selected risk factors of diabetes mellitus among road transport drivers. Int J Occup Med Environ Health 2010; 23(2): 175-80. https://doi.org/10.2478/v10001-010-0018-3
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,1616. Viegas CAA, Oliveira HW. Prevalência de fatores de risco para a síndrome da apnéia obstrutiva do sono em motoristas de ônibus interestadual. J Bras Pneumol 2006; 32(2): 144-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132006000200010
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,1717. Moraes GN, Fayh APT. Avaliação nutricional e fatores de risco cardiovascular em motoristas de transporte coletivo urbano. Cad Saúde Colet 2011; 19(3): 334-40.,1919. Hirata RP, Carniatto Cerra J, Rodrigues Macedo C, Favareto J, Leitão Filho FSS, Franco de Oliveira LV. Prevalência de obesidade e hipertensão arterial em uma população de motoristas profissionais rodoviários interestaduais de ônibus. Con Scientia e Saúde 2011; 10(3): 494-9. http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i3.3046
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,2020. Alquimim AF, Barral ABCR, Gomes KC, Rezende MC. Avaliação dos fatores de risco laborais e físicos para doenças cardiovasculares em motoristas de transporte urbano de ônibus em Montes Claros (MG). Ciên Saúde Colet 2012; 17(8): 2151-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000800025
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,2121. Benvegnú LA, Fassa AG, Facchini LA, Breitenbach F. Prevalência de hipertensão arterial entre motoristas de ônibus em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Rev Bras Saúde Ocup 2008; 33(118): 32-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008000200004
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,2222. Faria BK, Amorim G, Vancea DMM. Perfil alimentar e antropométrico dos motoristas de ônibus da empresa de Transporte coletivo Jotur/Palhoça - SC. Rev Bras Obes Nutr Emagrec 2007; 1(1): 11-20.,2525. Moura Neto AB, Silva MC. Diagnóstico das condições de trabalho, saúde e indicadores do estilo de vida de trabalhadores do transporte coletivo da cidade de Pelotas - RS. Rev Bras Ativ Fís Saúde 2012; 17(5): 347-58. https://doi.org/10.12820/rbafs.v.17n5p347-358
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.

Na amostra de motoristas de ônibus da rede urbana no Sul do Brasil, a idade, a circunferência da cintura e a razão cintura-quadril se associaram à obesidade em nível bivariado, sem que os autores tenham avançado até o ajuste multivariado1818. Costa MM, Mastroeni SSBS, Reis MAM, Erzinger GS, Mastroeni MF. Excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana. Rev Bras Cien Mov 2011; 19(1): 42-51.. No estudo realizado em Minneapolis, Estados Unidos, diversos fatores se associaram à obesidade, incluindo os ocupacionais, tais como estar até três anos na empresa, número de horas trabalhadas por semana, difícil acesso a frutas e restrições à atividade física no ambiente de trabalho99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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. Entretanto, não foi possível inferir a independência das relações encontradas, porque as análises dispensaram o ajuste multivariado. No estudo desenvolvido em Cuneo, Itália, o maior número de horas ao volante por dia e a menor escolaridade se associaram independentemente à obesidade1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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. Porém, tratava-se de um estudo transversal com desfecho frequente e os autores1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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usaram como medida de força de associação a odds ratio (OR), o que é metodologicamente questionável nesse tipo de situação3333. Barros AJ, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio. BMC Med Res Methodol 2003; 3: 21. https://doi.org/10.1186/1471-2288-3-21
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.

No tocante ao rigor metodológico do presente estudo, as análises estatísticas utilizaram RP em vez de OR, pelas razões aventadas acima. A morbidade foco foi identificada em 16,1% da amostra estudada, sendo que fatores demográficos (sexo feminino e avançar da idade), comportamentais (inatividade física) e ocupacionais (tempo no cargo) se associaram independentemente ao desfecho após a análise multivariada dos dados.

Tal prevalência foi contrastada com aquelas evidenciadas em investigações nacionais e internacionais conduzidas com rodoviários entre os anos de 2001 e 2015. Inicialmente, destaca-se convergência com as frequências descritas em estudos realizados no Brasil1616. Viegas CAA, Oliveira HW. Prevalência de fatores de risco para a síndrome da apnéia obstrutiva do sono em motoristas de ônibus interestadual. J Bras Pneumol 2006; 32(2): 144-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132006000200010
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, na Polônia1515. Marcinkiewicz A, Szosland D. Selected risk factors of diabetes mellitus among road transport drivers. Int J Occup Med Environ Health 2010; 23(2): 175-80. https://doi.org/10.2478/v10001-010-0018-3
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e na Itália1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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. Contudo, resultados díspares foram encontrados, sendo a prevalência nos rodoviários da RMBH superior àquela verificada em Taiwan77. Wang PD, Lin RS. Coronary heart disease risk factors in urban bus drivers. Public Health 2001; 115(4): 261-4. https://doi.org/10.1038/sj/ph/1900778
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e inferior àquelas identificadas em outros países ou regiões do Brasil 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1111. Saberi HR, Moravveji AR, Fakharian E, Motalebi Kashani M, Dehdashti AR. Prevalence of metabolic syndrome in bus and truck drivers in Kashan, Iran. Diabetol Metab Syndr 2011; 3(8): 1-5. https://dx.doi.org/10.1186%2F1758-5996-3-8
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,1212. Fernández-D'Pool J, Vélez F, Brito A, D'Pool C. Sintomas musculoesqueléticos en conductores de buses de una institución universitaria. Invest Clin 2012; 53(2): 125-37.,1313. Thamsuwan O, Blood RP, Chingc RP, Boyle L, Johnson PW. Whole body vibration exposures in bus drivers: A comparison between a high-floor coach and a low-floor city bus. Int J Ind Ergon 2013; 43(1): 9-17. https://dx.doi.org/10.1016/j.ergon.2012.10.003}
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,1414. Diez JJ, Vigo DE, Cardinali DP, Pérez-Chada D. Sleep habits, daytime sleepiness and working conditions in short-distance bus drivers. Int J Workplace Health Manag 2014; 7(4): 202-12. https://doi.org/10.1108/IJWHM-02-2013-0004
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,1717. Moraes GN, Fayh APT. Avaliação nutricional e fatores de risco cardiovascular em motoristas de transporte coletivo urbano. Cad Saúde Colet 2011; 19(3): 334-40.,1818. Costa MM, Mastroeni SSBS, Reis MAM, Erzinger GS, Mastroeni MF. Excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana. Rev Bras Cien Mov 2011; 19(1): 42-51.,1919. Hirata RP, Carniatto Cerra J, Rodrigues Macedo C, Favareto J, Leitão Filho FSS, Franco de Oliveira LV. Prevalência de obesidade e hipertensão arterial em uma população de motoristas profissionais rodoviários interestaduais de ônibus. Con Scientia e Saúde 2011; 10(3): 494-9. http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i3.3046
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,2020. Alquimim AF, Barral ABCR, Gomes KC, Rezende MC. Avaliação dos fatores de risco laborais e físicos para doenças cardiovasculares em motoristas de transporte urbano de ônibus em Montes Claros (MG). Ciên Saúde Colet 2012; 17(8): 2151-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000800025
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,2121. Benvegnú LA, Fassa AG, Facchini LA, Breitenbach F. Prevalência de hipertensão arterial entre motoristas de ônibus em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Rev Bras Saúde Ocup 2008; 33(118): 32-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008000200004
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,2222. Faria BK, Amorim G, Vancea DMM. Perfil alimentar e antropométrico dos motoristas de ônibus da empresa de Transporte coletivo Jotur/Palhoça - SC. Rev Bras Obes Nutr Emagrec 2007; 1(1): 11-20..

Ainda que a proporção da obesidade encontrada tenha sido uma das mais baixas entre as investigações conduzidas em rodoviários, nacional ou internacionalmente, tal resultado é preocupante ao constatar que a amostra diz respeito a sujeitos formalmente empregados e escolarizados, características que tornam os indivíduos menos vulneráveis às doenças crônicas em geral2121. Benvegnú LA, Fassa AG, Facchini LA, Breitenbach F. Prevalência de hipertensão arterial entre motoristas de ônibus em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Rev Bras Saúde Ocup 2008; 33(118): 32-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008000200004
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. Contudo, é também provável que a faixa etária mais jovem, quando comparada às populações-alvo dos outros autores 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1111. Saberi HR, Moravveji AR, Fakharian E, Motalebi Kashani M, Dehdashti AR. Prevalence of metabolic syndrome in bus and truck drivers in Kashan, Iran. Diabetol Metab Syndr 2011; 3(8): 1-5. https://dx.doi.org/10.1186%2F1758-5996-3-8
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,1212. Fernández-D'Pool J, Vélez F, Brito A, D'Pool C. Sintomas musculoesqueléticos en conductores de buses de una institución universitaria. Invest Clin 2012; 53(2): 125-37.,1313. Thamsuwan O, Blood RP, Chingc RP, Boyle L, Johnson PW. Whole body vibration exposures in bus drivers: A comparison between a high-floor coach and a low-floor city bus. Int J Ind Ergon 2013; 43(1): 9-17. https://dx.doi.org/10.1016/j.ergon.2012.10.003}
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,1414. Diez JJ, Vigo DE, Cardinali DP, Pérez-Chada D. Sleep habits, daytime sleepiness and working conditions in short-distance bus drivers. Int J Workplace Health Manag 2014; 7(4): 202-12. https://doi.org/10.1108/IJWHM-02-2013-0004
https://doi.org/10.1108/IJWHM-02-2013-00...
,1717. Moraes GN, Fayh APT. Avaliação nutricional e fatores de risco cardiovascular em motoristas de transporte coletivo urbano. Cad Saúde Colet 2011; 19(3): 334-40.,1818. Costa MM, Mastroeni SSBS, Reis MAM, Erzinger GS, Mastroeni MF. Excesso de peso em motoristas de ônibus da rede urbana. Rev Bras Cien Mov 2011; 19(1): 42-51.,1919. Hirata RP, Carniatto Cerra J, Rodrigues Macedo C, Favareto J, Leitão Filho FSS, Franco de Oliveira LV. Prevalência de obesidade e hipertensão arterial em uma população de motoristas profissionais rodoviários interestaduais de ônibus. Con Scientia e Saúde 2011; 10(3): 494-9. http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i3.3046
http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i...
,2020. Alquimim AF, Barral ABCR, Gomes KC, Rezende MC. Avaliação dos fatores de risco laborais e físicos para doenças cardiovasculares em motoristas de transporte urbano de ônibus em Montes Claros (MG). Ciên Saúde Colet 2012; 17(8): 2151-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000800025
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,2121. Benvegnú LA, Fassa AG, Facchini LA, Breitenbach F. Prevalência de hipertensão arterial entre motoristas de ônibus em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Rev Bras Saúde Ocup 2008; 33(118): 32-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008000200004
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,, explique a divergência dos resultados, com vantagens para a amostra do presente estudo.

Está bem descrito na literatura científica que o excesso de peso aumenta com o avançar da idade 3434. Gigante DP, Moura EC, Sardinha LMV. Prevalência de excesso de peso e obesidade e fatores associados, Brasil, 2006. Rev Saúde Pública 2009; 43(Supl. 2): 83-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009000900011
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,3535. Silveira EA, Kac G, Barbosa LS. Prevalência e fatores associados à obesidade em idosos residentes em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: classificação da obesidade segundo dois pontos de corte do índice de massa corporal. Cad Saúde Pública 2009; 25(7): 1569-77., corroborando os resultados descritos. A associação do ganho de peso com o aumento da idade pode ser explicada, em parte, pelo declínio da taxa metabólica basal que fisiologicamente acompanha o processo de envelhecimento. Ressalta-se que essa tendência linear de aumento da proporção de obesidade com o avanço das faixas etárias ocorre em ambos os sexos, sendo um fenômeno observado tanto nos casos aferidos pelo IMC quanto naqueles mensurados por indicadores de obesidade central3636. Olinto MTA, Nácul LC, Dias-da-Costa JS, Gigante DP, Menezes AMB, Macedo S. Níveis de intervenção para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública 2006; 22(6): 1207-15. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2006000600010
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.

Por outro lado, ter 50 anos ou mais de idade não se manteve associado à obesidade. É possível que o viés de sobrevivência esteja influenciando esse resultado aparentemente inesperado, uma vez que indivíduos obesos têm mais chance de apresentar afastamentos temporários por doença ou afastamentos permanentes em razão de aposentadorias ou morte precoce 3434. Gigante DP, Moura EC, Sardinha LMV. Prevalência de excesso de peso e obesidade e fatores associados, Brasil, 2006. Rev Saúde Pública 2009; 43(Supl. 2): 83-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102009000900011
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,3535. Silveira EA, Kac G, Barbosa LS. Prevalência e fatores associados à obesidade em idosos residentes em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: classificação da obesidade segundo dois pontos de corte do índice de massa corporal. Cad Saúde Pública 2009; 25(7): 1569-77..

O sexo feminino mostrou-se, conforme esperado, independentemente associado à obesidade 3636. Olinto MTA, Nácul LC, Dias-da-Costa JS, Gigante DP, Menezes AMB, Macedo S. Níveis de intervenção para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Cad Saúde Pública 2006; 22(6): 1207-15. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2006000600010
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,3737. Vedana EHB, Peres MA, Neves J, Rocha GC, Longo GZ. Prevalência de obesidade e fatores potencialmente causais em adultos em região Sul do Brasil. Arq Bras Endocrinol Metab 2008; 52(7): 1156-62. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302008000700012
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,3838. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda IKG, Lira PIC, Sequeira LAS, Gonçalves FCLSP, et al. Excesso de peso em adultos do Estado de Pernambuco, Brasil: magnitude e fatores associados. Cad Saúde Pública 2011; 27(12): 2340-50. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011001200006
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. Maior concentração de gordura corporal por causa de gestações, diferenças hormonais e climatério explicam as desvantagens para as mulheres nesse quesito 3939. Ronsoni RM, Coutinho MSSA, Pereira MR, Silva RH, Becker IC, Sehnen Júnior L. Prevalência de obesidade e seus fatores associados na população de Tubarão-SC. Arq Catarin Med 2005; 34(3): 51-7.,4040. Pinho CPS, Diniz AS, Arruda IKG, Batista Filho M, Coelho PC, Sequeira LAS, et al. Prevalência e fatores associados à obesidade abdominal em indivíduos na faixa etária de 25 a 59 anos do Estado de Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública 2013; 29(2): 313-24. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000200018
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.

Além disso, ainda que os aspectos relativos ao período reprodutivo não tenham se constituído em questões do inquérito, a maior parte das mulheres da amostra estava nesse período, sendo plausível supor histórico gestacional com efeitos sobre os resultados descritos 4141. Castanheira M, Olinto MTA, Gigante DP. Associação de variáveis sócio demográficas e comportamentais com a gordura abdominal em adultos: estudo de base populacional no Sul do Brasil. Cad Saúde Pública 2003; 19(Sup. 1): S55-65. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2003000700007
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.

Ainda, destaca-se o fato de que, socialmente, as tarefas domésticas são realizadas majoritariamente pelas mulheres. Assim, a profissional tem que conciliar a sua difícil atividade ocupacional com a jornada de trabalho no domicílio, limitando o tempo livre para atividades recreativas, como a prática de exercícios físicos, e potencializando o ganho de peso e a obesidade4242. Landim MB, Victor EG. Escore de Framingham em motoristas de transportes coletivos urbanos de Teresina, Piauí. Arq Bras Cardiol 2006; 87(3): 315-20. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2006001600014
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. Com relação a esse aspecto, no presente estudo a inatividade física se manteve independentemente associada à obesidade.

A relação entre sedentarismo e obesidade também foi observada em outro estudo realizado com rodoviários99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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. Sabe-se que a atividade física e a aptidão física são importantes modificadores dos índices de morbidade e mortalidade relacionadas ao sobrepeso e à obesidade 66. World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Genebra: World Health Organization; 2010.,4343. Allman-Farinell MA, Chey T, Merom D, Bauman AE. Occupational risk of overweight and obesity: an analysis of the Australian Health Survey. J Occup Med Toxicol 2010; 5: 14. https://doi.org/10.1186/1745-6673-5-14
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.

Entretanto, recomenda-se cautela na interpretação dos nossos achados porque estimamos apenas a frequência de realização de atividade física entre os participantes do estudo (nenhuma, uma vez por semana, duas ou mais vezes por semana), sem a coleta de informações a respeito do tempo e da intensidade. Dessa forma, a categoria de referência da variável “fazer atividade física duas ou mais vezes por semana” pode incluir indivíduos que são considerados fisicamente ativos (150 ou mais minutos/semana) ou insuficientemente ativos (menos de 150 minutos/semana), sendo que o efeito protetor para a obesidade tem sido demonstrado, geralmente, para pessoas na primeira categoria66. World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Genebra: World Health Organization; 2010..

Maior antiguidade no cargo permaneceu independentemente associado à obesidade, sendo convergente com a literatura 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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. Tal achado pode ser explicado pela maior exposição, ao longo dos anos, a fatores ergonômicos (postura sentada1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
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), do ambiente ocupacional (inexistência de estrutura e baixo apoio social para manutenção de hábitos saudáveis de vida 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1717. Moraes GN, Fayh APT. Avaliação nutricional e fatores de risco cardiovascular em motoristas de transporte coletivo urbano. Cad Saúde Colet 2011; 19(3): 334-40.) e das condições de trabalho (excesso de horas trabalhadas e ausência de pausas durante a jornada de trabalho4444. Chung Y-S, Wong J-T. Developing effective professional bus driver health programs: An investigation of self-rated health. Accid Anal Prev 2011; 43(6): 2093-103. https://doi.org/10.1016/j.aap.2011.05.032
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) que aumentam o risco de obesidade.

Sabe-se que a postura sentada, quando adotada por longos períodos da jornada, como é o caso da amostra estudada, diminui o gasto calórico. Ademais, as horas conduzidas por dia e a quilometragem percorrida por ano estão, de algum modo, intimamente relacionadas com a pouca disponibilidade para realização de atividade física e, também, com a dieta não saudável do trabalhador, favorecendo o ganho de peso 99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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,1010. Rosso GL, Perotto M, Feola M, Bruno G, Caramella M. Investigating Obesity Among Professional Drivers: The High Risk Professional Driver Study. Am J Ind Med 2015; 58(2): 212-9. https://doi.org/10.1002/ajim.22400
https://doi.org/10.1002/ajim.22400...
.

É importante ressaltar que, por se tratar de um estudo transversal, não é plausível concluir relações causais, pois é impossível identificar uma relação de temporalidade entre as variáveis de interesse. Além disso, é necessário destacar as limitações em relação aos estudos transversais na área de saúde ocupacional, uma vez que existe a possibilidade do “efeito do trabalhador sadio” 1919. Hirata RP, Carniatto Cerra J, Rodrigues Macedo C, Favareto J, Leitão Filho FSS, Franco de Oliveira LV. Prevalência de obesidade e hipertensão arterial em uma população de motoristas profissionais rodoviários interestaduais de ônibus. Con Scientia e Saúde 2011; 10(3): 494-9. http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i3.3046
http://dx.doi.org/10.5585/ConsSaude.v10i...
,2020. Alquimim AF, Barral ABCR, Gomes KC, Rezende MC. Avaliação dos fatores de risco laborais e físicos para doenças cardiovasculares em motoristas de transporte urbano de ônibus em Montes Claros (MG). Ciên Saúde Colet 2012; 17(8): 2151-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000800025
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. Também, ressalta-se que o presente estudo não incluiu um inquérito alimentar, limitando os nossos achados, uma vez que hábitos alimentares não saudáveis estão diretamente relacionados à obesidade55. Swinburn BA, Caterson I, Seidell JC, James WPT. Diet, nutrition and the prevention of excess weight gain and obesity. Public Health Nutr 2004: 7(1A): 123-46.. Especificamente, apenas um estudo realizado com rodoviários evidenciou associação das variáveis “difícil acesso a frutas no ambiente de trabalho”, “uso de bebidas adoçadas, salgadinhos e comidas e bebidas frias”, “ingestão de gordura e leite com alto teor de gordura” com a obesidade, caracterizando a classe ocupacional dos rodoviários como de alto risco para o excesso de peso99. French SA, Harnack LJ, Toomey TL, Hannan PJ. Association between body weight, physical activity and food choices among metropolitan transit workers. Int J Behav Nutr Phys Act 2007; 4: 52. https://dx.doi.org/10.1186%2F1479-5868-4-52
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.

Por fim, os resultados descritos indicam a relevância de ações preventivas a fim de evitar agravos frequentemente identificados nesse grupo ocupacional, conforme evidenciam os estudos que encontraram associação da obesidade com índice de distúrbios respiratórios durante o sono4545. Hui DSC, Ko FW, Chan JK, To KW, Fok JP, Ngai JC, et al. Sleep-disordered breathing and continuous positive airway pressure compliance in a group of commercial bus drivers in Hong Kong. Respirology 2006; 11(6): 723-30. https://doi.org/10.1111/j.1440-1843.2006.00932.x
https://doi.org/10.1111/j.1440-1843.2006...
, ocorrência de acidentes de trânsito e sonolência durante a condução do ônibus1414. Diez JJ, Vigo DE, Cardinali DP, Pérez-Chada D. Sleep habits, daytime sleepiness and working conditions in short-distance bus drivers. Int J Workplace Health Manag 2014; 7(4): 202-12. https://doi.org/10.1108/IJWHM-02-2013-0004
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, hipertensão arterial sistêmica 1515. Marcinkiewicz A, Szosland D. Selected risk factors of diabetes mellitus among road transport drivers. Int J Occup Med Environ Health 2010; 23(2): 175-80. https://doi.org/10.2478/v10001-010-0018-3
https://doi.org/10.2478/v10001-010-0018-...
,2121. Benvegnú LA, Fassa AG, Facchini LA, Breitenbach F. Prevalência de hipertensão arterial entre motoristas de ônibus em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Rev Bras Saúde Ocup 2008; 33(118): 32-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008000200004
http://dx.doi.org/10.1590/S0303-76572008...
,4646. Kaewboonchoo O, Saleekul S, Powwattana A, Kawai T. Blood Lead Level and Cardiovascular Risk Factors among Bus Drivers in Bangkok, Thailand. Ind Health 2007; 45(4): 590-4.,4747. Shin S, Lee CG, Song HS, Kim SH, Lee HS, Jung MS, et al. Cardiovascular Disease Risk of Bus Drivers in a City of Korea. Ann Occup Environ Med 2013; 25: 34. https://dx.doi.org/10.1186%2F2052-4374-25-34
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, hiperglicemia1515. Marcinkiewicz A, Szosland D. Selected risk factors of diabetes mellitus among road transport drivers. Int J Occup Med Environ Health 2010; 23(2): 175-80. https://doi.org/10.2478/v10001-010-0018-3
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, aumento do nível de chumbo no sangue4949. Kaewboonchoo O, Morioka I, Saleekul S, Miyai N, Chaikittiporn C, Kawai T. Blood Lead Level and Cardiovascular Risk Factors among Bus Drivers in Bangkok, Thailand. Ind Health 2010; 48(1): 61-5., insônia e apneia do sono 5050. Razmpa E, Niat KS, Saedi B. Urban Bus Drivers' Sleep Problems and Crash Accidents. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg 2011; 63(3): 269-73. https://dx.doi.org/10.1007%2Fs12070-011-0235-5
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,5151. Firat H, Yuceege M, Demir A, Ardic S. Comparison of four established questionnaires to identify highway bus drivers at risk for obstructive sleep apnea in Turkey. Sleep Biol Rhythms 2012; 10(3): 231-6. https://doi.org/10.1111/j.1479-8425.2012.00566.x
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e sintomas musculoesqueléticos1212. Fernández-D'Pool J, Vélez F, Brito A, D'Pool C. Sintomas musculoesqueléticos en conductores de buses de una institución universitaria. Invest Clin 2012; 53(2): 125-37..

CONCLUSÃO

Os resultados descritos reforçam a importância de desenvolver ações de promoção, orientadas numa perspectiva ampla e abrangente de saúde e relacionadas às condições e organização do trabalho e à qualidade de vida, com vistas a reduzir a proporção da obesidade entre os rodoviários.

AGRADECIMENTOS

Aos motoristas e cobradores deste estudo, os quais representaram os tantos outros de nossa sociedade, por contribuírem com a realização desta pesquisa.

Estudo apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Processo 458922/2014-5).

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  • Fonte de financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo nº 458922/2014-5

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

  • 3
    CAAE - 02705012.4.0000.5149, Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Abr 2019

Histórico

  • Recebido
    12 Set 2016
  • Revisado
    06 Jun 2017
  • Aceito
    01 Set 2017
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
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