Tendência temporal da prevalência do excesso de peso e obesidade na população adulta brasileira, segundo características sociodemográficas, 2006-2019

Tendencia temporal de la prevalencia de sobrepeso y obesidad en la población adulta brasileña, según características sociodemográficas, 2006-2019

Luiza Eunice Sá da Silva Max Moura de Oliveira Sheila Rizzato Stopa Ellen de Cássia Dutra Pozzetti Gouvea Kauara Rodrigues Dias Ferreira Roberta de Oliveira Santos Paulo da Fonseca Valença Neto Eduardo Marques Macário Luciana Monteiro Vasconcelos Sardinha Sobre os autores

Resumo

Objetivo

Analisar a tendência temporal das prevalências de excesso de peso e obesidade nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, 2006-2019.

Métodos

Série temporal, sobre dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (n=730.309). Analisaram-se as prevalências de excesso de peso e obesidade para cada ano, segundo a combinação de sexo, faixas etárias e níveis de escolaridade. A variação temporal foi analisada por regressão de Prais-Winsten.

Resultados

Observaram-se variações das prevalências de excesso de peso, principalmente em homens com 18-24 anos de idade e até 8 anos de estudo (3,17%/ano), e em mulheres de 18-24 anos e ≥12 anos de estudo (6,81%/ano). Observaram-se variações na prevalência de obesidade, principalmente entre mulheres de 18-24 anos e escolaridade ≥12 anos (10,79%/ano).

Conclusão

Verificou-se aumento do excesso de peso e obesidade na maioria dos estratos sociodemográficos, especialmente entre jovens de maior escolaridade.

Palavras-chave:
Índice de Massa Corporal; Obesidade; Inquéritos Epidemiológicos; Disparidades nos Níveis de Saúde

Resumen

Objetivo

Analizar la tendencia temporal de la prevalencia de sobrepeso y obesidad entre adultos en las capitales brasileñas y el Distrito Federal, 2006-2019.

Métodos

Serie temporal con datos del Sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección de Enfermedades Crónicas por Encuesta Telefónica, 2006-2019 (n=730.309). Se analizaron, para cada uno de los años la prevalencia de sobrepeso y la obesidad, de acuerdo con las características combinadas de sexo, grupo de edad y nivel educativo. Se analizó la variación temporal por el modelo de regresión de Prais-Winsten.

Resultados

Totalizaron 730.309 entrevistas en el período. Se observaron variaciones en la prevalencia de sobrepeso, principalmente en hombres, entre 18-24 años, con hasta 8 años de estudio (3,17%/año) y en mujeres, 18-24 años y ≥12 años de estudio (6,81%/año). Se observaron variaciones en la prevalencia de obesidad, principalmente entre mujeres, 18-24 años y ≥12 años de estudio (10,79%/año).

Conclusión

Hubo un aumento en el sobrepeso y la obesidad en la mayoría de los estratos sociodemográficos estudiados, especialmente en los jóvenes con más estudio.

Palabras clave:
Índice de Masa Corporal; Obesidad; Encuestas Epidemiológicas; Disparidades en el Estado de Salud

Introdução

O sobrepeso e a obesidade são os fatores principais para a carga global de morbidade.11. World Health Organization - WHO. Obesity and overweight [Internet]. Genebra: World Health Organization; 2020 [cited 2020 Jan 15]. Available from: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight /
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Em 2016, dados globais mostraram que 39% dos adultos estavam com sobrepeso e 13% com obesidade.11. World Health Organization - WHO. Obesity and overweight [Internet]. Genebra: World Health Organization; 2020 [cited 2020 Jan 15]. Available from: https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight /
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As tendências do índice de massa corporal (IMC) em todo o mundo, no período entre 1975 e 2016, evidenciam a evolução crescente dessas condições entre adultos.22. NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC). Worldwide trends in body-mass index, underweight, overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based measurement studies in 128·9 million children, adolescents, and adults. Lancet [Internet]. 2017 Dec [cited 2020 Oct 5];390(10113):2627-42. Available from: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)32129-3
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A princípio um problema apenas de países de alta renda, desde os anos 2000 o sobrepeso e a obesidade passaram a crescer com maior velocidade nos países de baixa e média renda.22. NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC). Worldwide trends in body-mass index, underweight, overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-based measurement studies in 128·9 million children, adolescents, and adults. Lancet [Internet]. 2017 Dec [cited 2020 Oct 5];390(10113):2627-42. Available from: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)32129-3
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33. Seidell JC, Halberstadt J. The global burden of obesity and the challenges of prevention. Ann Nutr Metab [Internet]. 2015 [cited 2020 Oct 5];66 (Suppl 2):7-12. Available from: https://doi.org/10.1159/000375143
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Estudos nacionais, realizados entre os anos de 2006 e 2017, verificaram o aumento da proporção de excesso de peso e obesidade segundo estratos de sexo, idade e escolaridade.44. Malta DC, Andrade SC, Claro RM, Bernal RT, Monteiro CA. Trends in prevalence of overweight and obesity in adults in 26 Brazilian state capitals and the Federal District from 2006 to 2012. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2014 [cited 2020 Oct 5];17 Suppl 1:267-76. Available from: https://doi.org/10.1590/1809-4503201400050021
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5. Malta DC, Santos MAS, Andrade SSCA, Oliveira TP, Stopa SR, Oliveira MMD, et al. Tendência temporal dos indicadores de excesso de peso em adultos nas capitais brasileiras, 2006-2013. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2016 abr [citado 2020 out 5];21(4):1061-9. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232015214.12292015
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6. Malta DC, Silva AG, Tonaco LAB, Freitas MIF, Velasquez-Melendez G. Tendência temporal da prevalência de obesidade mórbida na população adulta brasileira entre os anos de 2006 e 2017. Cad Saúde Pública [Internet]. 2019 set [citado 2020 out 5];35(9):e00223518. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311x00223518
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-77. Flores-Ortiz R, Malta DC, Velasquez-Melendez G. Adult body weight trends in 27 urban populations of Brazil from 2006 to 2016: a population-based study. PLoS One [Internet]. 2019 Mar [cited 2020 Oct 5];14(3):e0213254. Available from: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0213254
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Observam-se prevalências de obesidade semelhantes entre homens e mulheres, associação inversa com a escolaridade e aumento da prevalência com a idade.44. Malta DC, Andrade SC, Claro RM, Bernal RT, Monteiro CA. Trends in prevalence of overweight and obesity in adults in 26 Brazilian state capitals and the Federal District from 2006 to 2012. Rev Bras Epidemiol [Internet]. 2014 [cited 2020 Oct 5];17 Suppl 1:267-76. Available from: https://doi.org/10.1590/1809-4503201400050021
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5. Malta DC, Santos MAS, Andrade SSCA, Oliveira TP, Stopa SR, Oliveira MMD, et al. Tendência temporal dos indicadores de excesso de peso em adultos nas capitais brasileiras, 2006-2013. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2016 abr [citado 2020 out 5];21(4):1061-9. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232015214.12292015
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6. Malta DC, Silva AG, Tonaco LAB, Freitas MIF, Velasquez-Melendez G. Tendência temporal da prevalência de obesidade mórbida na população adulta brasileira entre os anos de 2006 e 2017. Cad Saúde Pública [Internet]. 2019 set [citado 2020 out 5];35(9):e00223518. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311x00223518
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-77. Flores-Ortiz R, Malta DC, Velasquez-Melendez G. Adult body weight trends in 27 urban populations of Brazil from 2006 to 2016: a population-based study. PLoS One [Internet]. 2019 Mar [cited 2020 Oct 5];14(3):e0213254. Available from: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0213254
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No entanto, essas características foram avaliadas separadamente.

Dada a necessidade de identificar grupos sob maior risco de desenvolver tais condições e essas características coexistirem entre si, este estudo teve como objetivo analisar a tendência temporal das prevalências de excesso de peso e obesidade nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, entre 2006 e 2019.

Métodos

Trata-se de estudo de série temporal, que utilizou dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), colhidos entre 2006 e 2019 (n=730.309). Anualmente, o Vigitel realiza mais de 50 mil entrevistas, por meio de ligações telefônicas em linhas fixas, com adultos (≥18 anos) que vivem em domicílios particulares nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, coletando informações autorreferidas sobre características sociodemográficas, comportamentais, peso e altura, entre outras.88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2020 out 5]. 137 p. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2020/04/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf?x53725
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O processo amostral do Vigitel é realizado em dois passos: (i) sorteio sistematizado de 5 mil linhas de telefones fixos por cidade, com base nos registros telefônicos fornecidos pelas principais empresas de telefonia do país; e (ii) seleção aleatória de um indivíduo no domicílio, a quem é solicitado responder à entrevista.88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2020 out 5]. 137 p. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2020/04/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf?x53725
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Os dados sobre o peso e a altura dos entrevistados foram utilizados para o cálculo do IMC e classificados de acordo com duas categorias: (i) excesso de peso (IMC ≥25kg/m2); e (ii) obesidade (IMC ≥30kg/m2).88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2020 out 5]. 137 p. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2020/04/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf?x53725
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Dados faltantes de peso e altura foram imputados utilizando-se o procedimento hot deck.88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2020 out 5]. 137 p. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2020/04/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf?x53725
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Mais detalhes metodológicos encontram-se no relatório anual do Vigitel.88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2020 out 5]. 137 p. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2020/04/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf?x53725
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As variáveis sociodemográficas de interesse do estudo foram sexo (masculino; feminino), faixa etária (em anos: 18-24; 25-34; 35-44; 45-54; 55-64; 65 ou mais) e nível de escolaridade (em anos de estudo: 0-8; 9-11; 12 ou mais), as quais, combinadas, geraram 36 categorias estratificadoras das análises (Tabela Suplementar 1).

Para investigar a variação temporal dos indicadores estudados, inicialmente as prevalências foram calculadas para cada um dos estratos, a cada ano. Em seguida, utilizaram-se modelos de regressão de Prais-Winsten, para controlar a autocorrelação dos resíduos da regressão entre os anos analisados;99. Antunes JLF, Cardoso MRA. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2015 jul-set [citado 2020 out 5];24(3):565-76. Disponível em: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300024
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valores significativos (p<0,05) do coeficiente de regressão indicaram aumento ou redução da prevalência.

As prevalências estimadas pelo Vigitel utilizaram pesos pós-estratificação, que consideraram os estratos de sexo, faixa etária e nível de escolaridade, com o objetivo de igualar a estrutura sociodemográfica da população adulta à estrutura da população adulta total de cada localidade estudada.88. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2020 out 5]. 137 p. Disponível em: http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2020/04/vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf?x53725
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As análises estatísticas apoiaram-se no software Stata versão 14.1. Foram utilizados dados secundários, de uso e acesso público, disponíveis no sítio eletrônico do Ministério da Saúde. O estudo Vigitel foi autorizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Ministério da Saúde: Parecer nº 2.006.31, emitido em 6 de junho de 2017; Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 65610017.1.0000.0008. O consentimento livre e esclarecido foi colhido oralmente, durante a entrevista telefônica.

Resultados

A prevalência de excesso de peso aumentou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019 (2,05%/ano) (Tabela Suplementar 2). Em homens acima de 25 anos, as prevalências foram maiores que 40,0%; a partir dos 35 anos de idade, observaram-se maiores prevalências entre os de maior escolaridade. Os maiores incrementos médios ocorreram entre os mais jovens (18-24 anos), com até 8 anos de estudo (de 21,0% em 2006 para 35,8% em 2019; 3,17%/ano) e com 12 anos ou mais de estudo (de 32,6% em 2006 para 41,5% em 2019; 2,24%/ano). Entre aqueles de maior escolaridade (≥12 anos), menores incrementos ocorreram a partir dos 45 anos de idade, comparados com os mais jovens (18-24 anos) (Tabela 1; Figura 1).

Figura 1
Incremento médio e respectivos intervalos de confiança (IC95%) de excesso de peso e obesidade na população adulta das capitais dos estados brasileiros e do Distrito Federal, segundo estratos sociodemográficos, sobre dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2006-2019

Entre as mulheres, aquelas com idade acima de 45 anos apresentaram, na maioria dos anos, prevalências de excesso de peso maiores que 50,0%. Maiores prevalências, em todas as faixas de idade, foram verificadas naquelas com menor escolaridade. Mulheres com 18-24 anos de idade, com 12 anos ou mais de estudo, apresentaram maior incremento no período (de 9,0% em 2006 para 27,5% em 2019; 6,81%/ano), comparadas àquelas de mesma escolaridade, acima de 35 anos de idade (Tabela 1; Figura 1).

Tabela 1
Percentuala (%) da população adulta com excesso de peso nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo estratos sociodemográficos, sobre dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2006-2019

A prevalência de obesidade cresceu de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019: um incremento de 3,8%/ano (Tabela Suplementar 2). Menores prevalências de obesidade entre homens foram verificadas nos mais jovens, de 18 a 24 anos. Comparando-se todos os estratos, não se observaram diferenças nos incrementos médios (Tabela 2; Figura 1).

Tabela 2
Percentuala (%) da população adulta com obesidade nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo estratos sociodemográficos, sobre dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2006-2019

As mulheres apresentaram menores prevalências de obesidade na faixa etária mais jovem, dos 18-24 anos. Observou-se aumento significativo de obesidade em todos os estratos analisados. Comparando-se o maior nível de escolaridade, os maiores incrementos foram verificados naquelas com 18-24 anos (de 2,5% em 2006 para 10,5% em 2019; 10,79%/ano), em relação àquelas acima dos 45 anos de idade (Tabela 2; Figura 1).

Discussão

Observou-se aumento da proporção de adultos com excesso de peso e obesidade na maioria dos estratos estudados, no período de 2006 a 2019. Maiores incrementos médios foram observados, principalmente, entre jovens com alta escolaridade, seja para excesso de peso, seja para obesidade.

As situações de vida e saúde da população e sua relação com rendimentos têm reflexo direto no padrão de seu consumo alimentar e de sua prática de atividade física, principais fatores de risco para obesidade. Uma população economicamente vulnerabilizada na escolha de sua alimentação, reduzida a alimentos mais acessíveis, geralmente dotados de alta densidade energética, ou ainda, residente em regiões de insegurança decorrente da violência urbana, sem condições que lhe permitam aderir, de forma voluntária, a práticas de atividade física, está relacionada à ascensão do crescimento da obesidade.1010. Barros MBA, Francisco PMB, Zanchetta LM, César CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2011 set [citado 2020 out 5];16(9):3755-68. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001000012
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1111. Ferreira VA, Magalhães R. Obesidade entre os pobres no Brasil: a vulnerabilidade feminina. Ciênc Saude Coletiva [Internet]. 2011 [citado 2020 out 5];16(4):2279-87. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000400027
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Nesse cenário, o aumento da prevalência do excesso de peso e obesidade tem-se atribuído, principalmente em países de renda média como o Brasil, às mudanças de comportamentos ao longo dos anos, tais como alimentação inadequada, aumento de hábitos sedentários e baixos níveis de atividade física.1212. Blüher M. Obesity: global epidemiology and pathogenesis. Nat Rev Endocrinol [Internet]. 2019 Feb [cited 2020 Oct 5];15(5):288-98. Available from: https://doi.org/10.1038/s41574-019-0176-8
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As características sociodemográficas estudadas parecem ter influência no aumento do excesso de peso e obesidade, especialmente entre os mais jovens. Maiores variações no sexo feminino podem estar relacionadas a questões de gênero, com impacto expressivo sobre sua saúde.1313. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: outras formas de trabalho 2017: PNAD contínua [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2018 [citado 2020 out 5]. Disponível em: Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/81c9b2749a7b8e5b67f9a7361f839a3d.pdf
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/me...
1414. Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico - IBDU. Direito à cidade: uma visão por gênero [Internet]. São Paulo: IBDU; 2017 [citado 2020 out 5]. 126 p. Disponível em: http://wp.ibdu.org.br/wp-content/uploads/2019/04/DIREITO_CIDADE_GENERO.pdf
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Ainda que, de forma geral, se verifiquem maiores prevalências naqueles indivíduos de menor escolaridade, incrementos médios de maior magnitude podem ser observados naqueles de maior escolaridade. Estes achados podem estar relacionados a fatores como independência financeira, ocupações com menor gasto energético e tempo reduzido para os cuidados de saúde, particularmente entre as mulheres.1515. Dinsa GD, Goryakin Y, Fumagalli E, Suhrcke M. Obesity and socioeconomic status in developing countries: a systematic review. Obes Rev [Internet]. 2012 Nov [cited 2020 Oct 5];13(11):1067-79. Available from: https://doi.org/10.1111/j.1467-789x.2012.01017.x
https://doi.org/10.1111/j.1467-789x.2012...
1616. Reyes MU, Mesenburg MA, Victora CG. Socioeconomic inequalities in the prevalence of underweight, overweight, and obesity among women aged 20-49 in low- and middle-income countries. Int J Obes (Lond) [Internet]. 2020 Mar [cited 2020 Oct 5];44(3):609-16. Available from: https://doi.org/10.1038/s41366-019-0503-0
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Com o intuito de frear o crescimento da obesidade, o Brasil assumiu metas com a Organização das Nações Unidas, objetivando impedir o crescimento da obesidade entre adultos, reduzir o consumo regular de bebidas açucaradas e promover o consumo de frutas e hortaliças até 2019.1717. Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional - CAISAN (BR). Plano nacional de segurança alimentar e nutricional (PLANSAN 2016-2019). Brasília: Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional; 2018 [citado 2020 out 5]. 88 p. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/seguranca_alimentar/caisan/Publicacao/Caisan_Nacional/PLANSAN%202016-2019_revisado_completo.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquiv...
Além disso, um das metas do Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis consiste no controle do crescimento da obesidade entre a população adulta.1818. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde ; 2011 [citado 2020 out 5]. (Série B. Textos Básicos de Saúde). 160 p. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/plano-de-acoes-estrategicas-para-o-enfrentamento-das-doencas-cronicas /
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Para atingir tais metas, o país precisa desenvolver estratégias de enfrentamento intersetoriais, tais como medidas ambientais que influenciem escolhas mais saudáveis, a exemplo da restrição da publicidade de alimentos não saudáveis,1919. Freeman B, Kelly B, Vandevijvere S, Baur L. Young adults: beloved by food and drink marketers and forgotten by public health? Health Promot Int [Internet]. 2016 Dec [cited 2020 Oct 5];31(4):954-61. Available from: https://doi.org/10.1093/heapro/dav081
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medidas fiscais, como subsídios e tributações,2020. Passos CM, Maia EG, Levy RB, Martins APB, Claro RM. Association between the price of ultra-processed foods and obesity in Brazil. Nutr Metabol Card Dis [Internet]. 2020 Apr [cited 2020 Oct 5];30(4):589-98. Available from: https://doi.org/10.1016/j.numecd.2019.12.011
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2121. World Health Organization - WHO. Global strategy on diet, physical activity and health. Resolution of the World Health Assembly. Fifty-seventh World Health Assembly [Internet]. Genebra: World Health Organization ; 2004 [cited 2020 Oct 5]. Available from: https://www.who.int/dietphysicalactivity/strategy/eb11344/strategy_english_web.pdf
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e a reformulação dos espaços urbanos, tornando-os mais acessíveis à prática de atividade física, assumindo-se as prioridades da segurança pública e da revitalização dos espaços e equipamento de praças e parques, bem como o estímulo ao deslocamento ativo. Tais intervenções são parte do fomento de políticas públicas que promovam maior equidade e igualdade de gêneros.2222. Ferreira VA, Silva AE, Rodrigues CAA, Nunes NLA, Vigato TC, Magalhães R. Desigualdade, pobreza e obesidade. Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2010 Jun [cited 2020 Oct 5];15(supl. 1):1423-32. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000700053
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A coleta de dados autorreferidos, e possíveis imprecisões no cálculo do IMC decorrentes, quando esses dados são comparados àqueles diretamente aferidos, limitam a validade desta pesquisa. Entretanto, informações autorreferidas são largamente empregadas em pesquisas de saúde e recomendadas para a investigação de fatores de risco.2323. Centers for Disease Control and Prevention - CDC. Behavioral risk factor surveillance system - BRFSS [Internet]. Washington, D.C.: CDC; 2014 [cited 2020 Jan 24]. Available from: https://www.cdc.gov/brfss/about/index.htm
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2424. World Health Organization - WHO. Summary: surveillance of risk factors for non-communicable diseases. The WHO STEP wise approach. Geneva: World Health Organization; 2001. A amostra do Vigitel restringe-se a indivíduos com telefone fixo, residentes nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Esta condição da pesquisa ainda pode implicar viés nas informações do IMC referidas por indivíduos com telefone fixo, possivelmente diferentes das informações daqueles que não dispõem de telefone. Embora a metodologia adotada para coleta dos dados, eventualmente, influencie as estimativas de prevalência para cada um dos anos, avalia-se que resultados de sub ou superestimação dessas estimativas sejam consistentes no decorrer dos anos. Outrossim, a combinação das características sociodemográficas estudadas pode ter influenciado na precisão das estimativas de alguns estratos.

Observou-se aumento da proporção de adultos com excesso de peso e obesidade na maioria dos estratos estudados, principalmente entre os jovens com maior escolaridade. O enfrentamento dos complexos desafios que a obesidade representa para a sociedade vão além do setor Saúde. Estimular, por meio de políticas públicas, um conjunto de ações intersetoriais que encorajem estilos de vida saudáveis é essencial ao controle do crescimento dessas condições no país.

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Suplementar

Tabela 1
Distribuição da população entrevistada e de adultos com excesso de peso e obesidade nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo estratos sociodemográficos, sobre dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2006-2019

Tabela 2
Percentuala (%) de excesso de peso e obesidade no conjunto da população adulta das capitais dos estados brasileiros e do Distrito Federal, segundo estratos sociodemográficos, sobre dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2006-2019

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Fev 2021
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 2021

Histórico

  • Recebido
    18 Maio 2020
  • Aceito
    08 Set 2020
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente - Ministério da Saúde do Brasil Brasília - Distrito Federal - Brazil
E-mail: ress.svs@gmail.com