Exposição a fatores de risco psicossocial em contexto de trabalho: revisão sistemática** Foi mantida a grafia original do artigo em português de Portugal.

Cláudia Fernandes Anabela Pereira Sobre os autores

RESUMO

OBJECTIVO

Analisar a literatura científica acerca dos efeitos da exposição a fatores de risco psicossocial em contextos de trabalho.

MÉTODOS

Realizou-se revisão sistemática usando os termos “psychosocial factors” AND “COPSOQ” nas bases de dados PubMed, Medline e Scopus. Foi analisado o período entre 1o de janeiro de 2004 e 30 de junho de 2012. Foram incluídos artigos que utilizaram o Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ) como instrumento de medida dos fatores psicossociais e a apresentação de resultados quantitativos ou qualitativos. Foram excluídos artigos em alemão, estudos psicométricos ou estudos que não analisavam fatores individuais ou do trabalho.

RESULTADOS

Foram incluídos 22 artigos na análise. Fatores individuais como género, idade e estatuto socioeconómico foram analisados a par com fatores relacionados com o trabalho como exigências laborais, organização do trabalho e conteúdo, relações sociais e liderança, interface trabalho-indivíduo, valores no local de trabalho, justiça e respeito, personalidade, saúde e bem-estar, comportamentos ofensivos. Foi analisado o tipo de amostra e os designs experimentais aplicados. Existem públicos mais vulneráveis como os jovens e os migrantes. O ambiente psicossocial de trabalho deteriorado associa-se a indicadores de saúde física e saúde mental débeis. É também fator de risco para o desenvolvimento de quadros clínicos de gravidade moderada a severa, predizendo absentismo ou intenção de deixar o trabalho.

CONCLUSÕES

A literatura fundamenta o contributo da exposição a fatores de risco psicossocial em ambientes de trabalho e o seu impacto na saúde mental e no bem-estar dos trabalhadores. Permite que o desenho de intervenções práticas em contexto de trabalho tenha como base evidências científicas. Faltam investigações em populações específicas como a indústria e estudos com delineamentos mais robustos.

Impacto Psicossocial; Riscos Ocupacionais; Ambiente de Trabalho; Autonomia Profissional; Satisfação no Emprego; Saúde Mental; Saúde do Trabalhador

INTRODUÇÃO

A exposição a riscos psicossociais em contextos de trabalho é um dos maiores desafios para a segurança e saúde ocupacionais. Isso deve-se à mudança e evolução contínuas da natureza e organização do trabalhoaaEuropean Agency for Safety and Health at Work. Research on the changing nature of work.,bbEuropean Agency for Safety and Health at Work. Expert forecast on the emerging psychosocial risks related to occupational safety and health. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities; 2007. (European Risk Observatory Report, nº 50).,ccUS Department of Health and Human sciences, Centers for Disease Control and Prevention, National Institute for Occupational Safety and Health. The changing organization of work and the safety and health of working people: knowledge gaps and research directions. Cincinnati: NIOSH; 2002. e aos seus impactos ao nível dos indivíduos, das organizações, das sociedades1414. Kristensen TS, Jensen SM, Kreiner S, Mikkelsen S. Socioeconomic status and duration and pattern of sickness absence: a 1-year follow-up study of 2331 hospital employees. BMC Public Health. 2010;10:643. DOI:10.1186/1471-2458-10-643 e das políticas. O ambiente e a natureza do trabalho influenciam o estado de saúde e o bem-estar em geral do ser humano1717. Leka S, Jain A. Health impact of psychosocial hazards at work: an overview. Geneva: World Health Organization; 2010.,2222. Marmot M, Allen J, Bell R, Bloomer E, Goldblatt P. WHO European review of social determinants of health and the health divide. Lancet. 2012;380(9846):1011-29. DOI:10.1016/S0140-6736(12)61228-8. A International Labour Association define risco psicossocial em termos de interação entre conteúdo do trabalho, organização e gestão do trabalho, outras condições organizacionais e ambientais, e as competências e necessidades do trabalhadorddInternational Labour Organization. Psychosocial factors at work: recognition and control. Geneva: International Labour Office; 1986. (Occupational and Health Series, 56).. Interações estas sobre as quais se provou existirem riscos para a saúde dos trabalhadores e diferenças na forma como eles os experienciam. Há algum consenso na literatura acerca da natureza e identificação de riscos psicossociais1616. Leka S, Cox T, editors. The European framework for psychosocial risk managemen: PRIMA - EF. Nottingham: Institute of Work, Health and Organization; 2008.,1717. Leka S, Jain A. Health impact of psychosocial hazards at work: an overview. Geneva: World Health Organization; 2010., como exigências laborais, organização e conteúdo do trabalho, relações sociais e liderança, interface trabalho-indivíduo, valores no local de trabalho, justiça e respeito, saúde e bem-estar, comportamentos ofensivos. Novas ou renovadas formas de trabalho, contextos sociais de interação, alterações demográficas da população, fluxos migratórios, crise económica à escala global, novas tecnologias, renovados modelos de negócio, gestão das cadeias de negócio/logística dão lugar ao aparecimento de novos ou diferentes riscos, que muitas vezes tomam a forma de riscos emergentes ou desconhecidos. Esses riscos podem não estar representados em publicações científicas66. Cox T. Stress research and stress management: putting theory to work. London: Health and Safety Executive; 1993. HSE Contract Research Report Nº 61/1993. devido à natureza operacional da medição da exposição a riscos psicossociais em contexto de trabalho, mas que possam ter grande impacto em diferentes níveis.

O estudo da exposição a fatores psicossociais e do estresse estão relacionados entre si1717. Leka S, Jain A. Health impact of psychosocial hazards at work: an overview. Geneva: World Health Organization; 2010.. Para isso, são utilizados diversos instrumentos e técnicas de aferição relativos a ambos os constructos. Alguns dos instrumentos mais populares e mais utilizados são o Job Content Questionnaire (JCQ)1010. Karasek R, Brisson C, Kawakami N, Houtman I, Bongers P, Amick B. The Job Content Questionnaire (JCQ): an instrument for internationally comparative assessments of psychosocial job characteristics. J Occup Health Psychol. 1998;3(4):322-55. DOI:10.1037/1076-8998.3.4.322, o General Nordic Questionnaire for Psychosocial and Social Factors at Work (QPS)1919. Lindstrom K, Elo AL, Skogstad A, Dallner M, Gamberale F, Hottinen V, et al. User’s guide for the QPS Nordic: General Nordic Questionnaire for Psychosocial and Social Factors at Work. Copenhagen: Nordic Council of Ministers; 2000., o Effort-Reward Imbalance Questionnaire (ERI)3333. Siegrist J, Starke D, Chandola T, Godin I, Marmot M, Niedhammer I, et al. The measurement of effort-reward imbalance at work: European comparisons. Soc Sci Med. 2004;58(8):1483-99. DOI:10.1016/S0277-9536(03)00351-4 e o Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ)1414. Kristensen TS, Jensen SM, Kreiner S, Mikkelsen S. Socioeconomic status and duration and pattern of sickness absence: a 1-year follow-up study of 2331 hospital employees. BMC Public Health. 2010;10:643. DOI:10.1186/1471-2458-10-643. O COPSOQ apresenta características diferenciadoras da maioria desses instrumentos de aferição, nomeadamente do JCQ e do ERI, visto não ser fundamentado apenas em um modelo teórico explicativo da relação entre riscos psicossociais, ambiente de trabalho e saúde55. Burr H, Albertsen K, Rugulies R, Hannerz H. Do dimensions from the Copenhagen Psychosocial Questionnaire predict vitality and mental health over and above the job strain and effort-reward imbalance models? Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):59-68. DOI:10.1177/1403494809353436 mas numa abordagem sistémica. Devido à sua natureza prática, o COPSOQ pode incluir dimensões mais relevantes para a investigação e que possam não estar abrangidas por modelos previamente validados. Pode também incluir factores menos estudados. Optou-se por estudos que incluíssem esse instrumento porque, além da sua abordagem multifacetadaeeVide, a título de exemplo, os manuais de validação do instrumento para diferentes línguas/países, por exemplo, Silva CF. Copenhagen Psychosocial Questionnaire COPSOQ: Portugal e países africanos de língua oficial portuguesa. Lisboa: Fundação para a Ciência e a Tecnologia; 2000. Instituto Sindical de Ambiente, Trabajo y Salud). Manual del método CoPsoQ istas 21 para la evaluación y prevención de los riesgos psicosociales para empresas con 25 o más trabajadores y trabajadoras. Versión 1.5. Barcelona: Centro de Referencia de Organización del Trabajo y Salud; 2010., (i) tem na sua base o método epidemiológico, que define unidades de análise em tercis (melhorar, manter e promover) e permite a existência de uma medida de valoração prática e intervenção em posto de trabalho; (ii) incorpora valores de referência para diversos países, setores e ocupações em particular, permitindo adicionalmente a definição de níveis limite para a exposição a riscos psicossociais (à semelhança da análise de outro tipo de riscos, por exemplo, contaminantes químicos); (iii) aplicável a todo o tipo de empresas/organizações, visto que teve na sua génese a análise e prevenção de riscos laborais.

Não existe revisão sistemática da literatura sobre a exposição a riscos psicossociais em contextos de trabalho com enfoque nos fatores individuais e fatores do trabalho. Além disso, são reduzidos os estudos sistemáticos sobre instrumentos que avaliam os referidos fatores psicossociais. O objetivo deste trabalho foi analisar a literatura científica acerca dos efeitos da exposição a fatores de risco psicossocial em contextos de trabalho.

MÉTODOS

Estudo de revisão sistemática reflexiva da literatura. Foram aplicados os critérios do Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses (Prisma)ff PRISMA Transparent Reporting of Systematic Reviews and Meta-Analyses. Otawa: The PRISMA Statement; 2014 [citado 2014 dez 30]. Disponível em: http://www.prisma-statement.org/ . Foram identificados artigos científicos publicados em revistas internacionais recorrendo a uma busca sistemática nas bases de dados em formato digital: PubMed, Medline; numa segunda fase, à base de dados Scopus. Foram considerados os estudos publicados entre 1º de janeiro de 2004 e 30 de junho de 2012. A equação de pesquisa foi [“PSYCHOSOCIAL FACTORS”], e refinada para [“PSYCHOSOCIAL FACTORS” AND “COPSOQ”] devido ao elevado número de correspondências. O estudo foi restringido a artigos publicados em Inglês. A pesquisa com a equação completa devolveu 79 resumos com 30 correspondências em ambas as bases de dados (PubMed e Medline), resultando em 27 artigos em texto integral. Destes 27, foram excluídos quatro estudos psicométricos e um estudo que não incorporava fatores individuais ou do trabalho, resultando em 22 artigos. Da segunda fase de pesquisa na base Scopus, os 13 artigos foram excluídos por serem duplicados. Os 22 artigos em texto integral resultantes da pesquisa estruturada da literatura foram analisados no processo de revisão da literatura. A catalogação e identificação de referências repetidas foram feitas por meio do programa informático de referenciação bibliográfica EndNote (Tabela 1; Figura).

Tabela 1
Critérios de inclusão e exclusão de estudos sobre exposição a fatores de risco psicossocial em contextos de trabalho.

Figura
Fluxograma – aplicação dos critérios de inclusão e exclusão aos estudos pesquisados.

A exposição a fatores psicossociais relacionados com o trabalho foi codificada segundo as categorias do COPSOQ: exigências laborais, organização do trabalho e conteúdo, relações sociais e liderança, interface trabalho-casa, valores no local de trabalho, personalidade, saúde e bem-estar, comportamentos ofensivos1313. Kristensen TS, Hannerz H, Hogh A, Borg V. The Copenhagen Psychosocial Questionnaire: a tool for the assessment and improvement of the psychosocial work environment. Scand J Work Environ Health. 2005;31(6):438-49. DOI:10.5271/sjweh.948. Foram também codificados os fatores individuais (idade, género).

Informação sobre o tipo de estudo, amostra, país, setor de atividade, principais descobertas e conclusões foi recolhida, compilada e analisada.

ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram incluídos 22 artigos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão (Tabela 1). Foram abrangidos 51.894 sujeitos, de nove nacionalidades diferentes. Em três estudos, a variável nacionalidade não foi descrita. As nacionalidades mais representadas foram a dinamarquesa, mencionada em nove dos 22 estudos, a sueca e a holandesa, ambas presentes em quatro estudos, seguidas pelos trabalhadores oriundos da Alemanha e da Espanha em três estudos. Os trabalhadores da Suíça foram estudados em dois estudos e os da Polónia e da China, em um. A população trabalhadora em geral (sem distinção de setor ou área de atividade) foi a prevalente (48,0% do total de sujeitos estudados), seguida pelos trabalhadores da área da saúde (33,0%), e os funcionários de serviços prisionais (14,0% de sujeitos abrangidos na totalidade dos estudos analisados); funcionários públicos, hoteleiros, músicos, serviços e agricultores também foram estudados. A metodologia de estudo correlacional foi a mais utilizada, a metodologia longitudinal esteve na base de um estudo, abrangendo aproximadamente 0,7% da totalidade de sujeitos estudados. Quatro estudos utilizaram metodologia combinada com o design longitudinal (duração média de 13 meses), aumentando a robustez da investigação e dos resultados alcançados. As categorias mais estudadas no estudo da exposição a fatores psicossociais em local de trabalho foram: exigências laborais (18 estudos), organização do trabalho e conteúdo (14), relações sociais e liderança e saúde e bem-estar (ambas as categorias 13), interface trabalho-indivíduo (12), comportamentos ofensivos (oito), e as categorias valores no local de trabalho, justiça e respeito, e personalidade (sete). Oito estudos recorreram a um índice global de exposição a fatores de risco psicossocial (Tabela 2).

Tabela 2
Resumo da informação dos 22 estudos incluídos sobre exposição a fatores de risco psicossocial em contexto de trabalho.

De forma geral, a saúde mental e o bem-estar psicossocial dos colaboradores deterioraram-se independentemente do fator psicossocial em avaliação com especial enfoque nas exigências emocionais11. Albertsen K, Rugulies R, Garde AH, Burr H. The effect of the work environment and performance-based self-esteem on cognitive stress symptoms among Danish knowledge workers. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):81-9. DOI:10.1177/1403494809352104,22. Aust B, Rugulies R, Finken A, Jensen C. When workplace interventions lead to negative effects: learning from failures. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):106-19. DOI:10.1177/1403494809354362,44. Burke R. Corporate wellness programs: an overview. In: Burke RJ, Richardsen AM, editors. Corporate wellness programs: linking employee and organizational health. Cheltenham: Edward Elgar; 2014. p.13-27.,88. Ghaddar A, Ronda E, Nolasco A. Work ability, psychosocial hazards and work experience in prison environments. Occup Med (Lond). 2011;61(7):503-8. DOI:10.1093/occmed/kqr124,99. Holst GJ, Paarup HM, Baelum J. A cross-sectional study of psychosocial work environment and stress in the Danish symphony orchestras. Int Arch Occup Environ Health. 2012;85(6):639-49. DOI:10.1007/s00420-011-0710-z,1212. Kolstrup C, Lundqvist P, Pinzke S. Psychosocial work environment among employed Swedish dairy and pig farmworkers. J Agromed. 2008;13(1):23-36. DOI:10.1080/10599240801986157,1515. Larsman P, Sandsjö L, Klipstein A, Vollenbroek-Hutten MM, Christensen H. Perceived work demands, felt stress, and musculoskeletal neck/shoulder symptoms among elderly female computer users. The NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):127-35. DOI:10.1007/s00421-004-1263-6,1818. Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS, et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese NEXT study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. DOI:10.1177/1403494809354361,2020. Llorens C, Alós R, Cano E, Font A, Jódar P, López V, et al. Psychosocial risk exposures and labour management practices: an exploratory approach. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):125-36. DOI:10.1177/1403494809354363,2121. Mache S, Vitzthum K, Nienhaus A, Klapp BF, Groneberg DA. Physicians’ working conditions and job satisfaction: does hospital ownership in Germany make a difference? BMC Health Serv Res. 2009;9:148. DOI:10.1186/1472-6963-9-148,2323. Moncada S, Pejtersen JH, Navarro A, Llorens C, Burr H, Hasle P, et al. Psychosocial work environment and its association with socioeconomic status: a comparison of Spain and Denmark. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):137-48. DOI:10.1177/1403494809353825

24. Nielsen K, Albertsen K, Brenner SO, Smith-Hansen L, Roepsdorff C. Comparing working conditions and physical and psychological health complaints in four occupational groups working in female-dominated workplaces. Int Arch Occup Environ Health. 2009;82(10):1229-39. DOI:10.1007/s00420-009-0464-z
-2525. Nübling M, Vomstein M, Schmidt SG, Gregersen S, Dulon M, Nienhaus A. Psychosocial work load and stress in the geriatric care. BMC Public Health. 2010;10:428.DOI:10.1186/1471-2458-10-428
https://doi.org/10.1186/1471-2458-10-428...
,2929. Rugulies R, Aust B, Pejtersen JH. Do psychosocial work environment factors measured with scales from the Copenhagen Psychosocial Questionnaire predict register-based sickness absence of 3 weeks or more in Denmark? Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):42-50. DOI:10.1177/1403494809346873

30. Sandsjö L, Larsman P, Vollenbroek-Hutten MMR, Läubli T, Juul-Kristensen B, Klipstein A, et al. Comparative assessment of study groups of elderly female computer users from four European countries: questionnaires used in the NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):122-6. DOI:10.1007/s00421-005-0041-4

31. Schenk P, Läubli T, Hodler J, Klipstein A. Symptomatology of recurrent low back pain in nursing and administrative professions. Eur Spine J. 2007;16(11):1789-98. DOI:10.1007/s00586-007-0346-6
-3232. Sharipova M, Hogh A, Borg V. Individual and organizational risk factors of work-related violence in the Danish elder care. Scand J Caring Sci. 2010;24(2):332-40. DOI:10.1111/j.1471-6712.2009.00724.x. Essa deterioração manifesta-se no aumento dos níveis de estresse fisiológico e estresse cognitivo11. Albertsen K, Rugulies R, Garde AH, Burr H. The effect of the work environment and performance-based self-esteem on cognitive stress symptoms among Danish knowledge workers. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):81-9. DOI:10.1177/1403494809352104,99. Holst GJ, Paarup HM, Baelum J. A cross-sectional study of psychosocial work environment and stress in the Danish symphony orchestras. Int Arch Occup Environ Health. 2012;85(6):639-49. DOI:10.1007/s00420-011-0710-z,1111. Kiss P, De Meester M, Kruse A, Chavée B, Braeckman L. Comparison between the first and second versions of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire: psychosocial risk factors for a high need for recovery after work. Int Arch Occup Environ Health. 2013;86(1):17-24. DOI:10.1007/s00420-012-0741-0,1515. Larsman P, Sandsjö L, Klipstein A, Vollenbroek-Hutten MM, Christensen H. Perceived work demands, felt stress, and musculoskeletal neck/shoulder symptoms among elderly female computer users. The NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):127-35. DOI:10.1007/s00421-004-1263-6 nos trabalhadores. Esse aumento do estresse faz com que os trabalhadores manifestem respostas: (i) fisiológicas, como reações neuroendócrinas e imunológicas; (ii) emocionais, como manifestação de sentimentos de ansiedade, depressão ou sintomas depressivos, alienação, apatia, entre outros; (iii) cognitivas, como restrição da perceção, alteração da capacidade de concentração, alteração da criatividade, dificuldades no processo de tomada de decisão; (iv) conduta, por exemplo abuso de substâncias – álcool, tabaco, drogas, violência.

Esses sintomas são geralmente vistos como resultantes de estresse e estão associados a quadros clínicos com intensidade, frequência e duração variáveisgg European Commission Directorate-General for Employment, Industrial Relations and Social Affairs. Guidance on work related stress: spice of life or kiss of death? Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities; 2000., por exemplo, dores de costas, dores de ombros, dores de cabeça, ou quadros mais complexos e com severidade acrescida como os transtornos gastrointestinais, cardiopatia isquémica, diabetes tipo II e doença mental e suicídios associadas ao posto de trabalhohh International Labour Organization. List of occupational diseases: revised 2010. Geneva; 2010.,ii International Labour Organization. Mental health in the workplace. Geneva; 2000.. A perceção do trabalhador de um ambiente psicossocial deteriorado aparece associado a maiores níveis de absentismo laboral devido, por exemplo, a baixas médicas.

As más práticas de gestão e a liderança destrutiva por parte das chefias mostraram ter efeitos nefastos no ambiente psicossocial organizacional e no bem-estar individual dos colaboradores2020. Llorens C, Alós R, Cano E, Font A, Jódar P, López V, et al. Psychosocial risk exposures and labour management practices: an exploratory approach. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):125-36. DOI:10.1177/1403494809354363,2626. Nyberg A, Holmberg I, Bernin P, Alderling M, Akerblom S, Widerszal-Bazyl M, et al. Destructive managerial leadership and psychological well-being among employees in Swedish, Polish, and Italian hotels. Work. 2011;39(3):267-81. DOI:10.3233/WOR-2011-1175, como: horários acima das 40 horas semanais, trabalho por turnos, horas extra não remuneradas, métodos de trabalho não participados, pouca autonomia, impossibilidade de progressão na carreira, cargas de trabalho excessivas. O número de horas trabalhadas por semana influencia a forma como os trabalhadores percebiam o ambiente de trabalho em geral. Essas duas variáveis estiveram correlacionadas de forma negativa2525. Nübling M, Vomstein M, Schmidt SG, Gregersen S, Dulon M, Nienhaus A. Psychosocial work load and stress in the geriatric care. BMC Public Health. 2010;10:428.DOI:10.1186/1471-2458-10-428
https://doi.org/10.1186/1471-2458-10-428...
. Os horários de trabalho alargados, ainda que remunerados, como nas horas feitas em período de “prevenção” influenciaram negativamente como os colaboradores avaliavam os fatores psicossociais associados à laboração diária. As boas práticas de gestão relacionadas com uma gestão eficaz de tempos de trabalho e a estabilidade de horários e contratos de trabalho, associados à cordialidade e comportamentos não agressivos por parte das chefias foram favoráveis ao desenvolvimento e à perceção por parte dos trabalhadores de ambientes psicossociais mais saudáveis.

A relação entre ambiente psicossocial de trabalho e a prevalência de lesões musculosqueléticas (LME) variou de acordo com a população em estudo e o tipo de função desempenhada1212. Kolstrup C, Lundqvist P, Pinzke S. Psychosocial work environment among employed Swedish dairy and pig farmworkers. J Agromed. 2008;13(1):23-36. DOI:10.1080/10599240801986157,1515. Larsman P, Sandsjö L, Klipstein A, Vollenbroek-Hutten MM, Christensen H. Perceived work demands, felt stress, and musculoskeletal neck/shoulder symptoms among elderly female computer users. The NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):127-35. DOI:10.1007/s00421-004-1263-6,3030. Sandsjö L, Larsman P, Vollenbroek-Hutten MMR, Läubli T, Juul-Kristensen B, Klipstein A, et al. Comparative assessment of study groups of elderly female computer users from four European countries: questionnaires used in the NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):122-6. DOI:10.1007/s00421-005-0041-4,3131. Schenk P, Läubli T, Hodler J, Klipstein A. Symptomatology of recurrent low back pain in nursing and administrative professions. Eur Spine J. 2007;16(11):1789-98. DOI:10.1007/s00586-007-0346-6. Com o aumento da idade, aumenta também a probabilidade de virem a ocorrer LME. Ambientes de trabalho exigentes levaram à maior incidência de LME nas profissões de colarinho azul devido ao seu efeito mediador nos mecanismos de estresse. As exigências laborais, nomeadamente as exigências quantitativas e o ritmo de trabalho imposto apresentaram-se como fatores relevantes para o desenvolvimento de LME nas zonas do pescoço, ombros e zona lombar. Esses tipos de lesões também correlacionaram-se com funções mais repetitivas ou em que o colaborador permanecia muito tempo na mesma posição, solicitando constantemente os mesmos grupos musculares ou funções que implicassem levantamentos e manipulações frequentes. As queixas do trabalhador quanto à prevalência de LME eram corroboradas por exames médicos ou diagnóstico médico.

A interferência do trabalho na vida familiar foi fator importante para a compreensão do conflito trabalho-casa. As exigências do trabalho e as exigências familiares aumentaram a necessidade de gestão eficaz dos tempos por parte do trabalhador, podendo levar a conflito de tempos e impossibilidade de conciliação dos mesmos. Essa interferência foi mais pronunciada no sexo feminino. Esse fator apresentou-se com um risco acrescido no caso de mau relacionamento interpessoal com colegas de trabalho e da falta de organização55. Burr H, Albertsen K, Rugulies R, Hannerz H. Do dimensions from the Copenhagen Psychosocial Questionnaire predict vitality and mental health over and above the job strain and effort-reward imbalance models? Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):59-68. DOI:10.1177/1403494809353436,77. Fuss I, Nübling M, Hasselhorn HM, Schwappach D, Rieger MA. Working conditions and Work-Family Conflict in German hospital physicians: psychosocial and organisational predictors and consequences. BMC Public Health. 2008;8:353. DOI:10.1186/1471-2458-8-353,88. Ghaddar A, Ronda E, Nolasco A. Work ability, psychosocial hazards and work experience in prison environments. Occup Med (Lond). 2011;61(7):503-8. DOI:10.1093/occmed/kqr124,1111. Kiss P, De Meester M, Kruse A, Chavée B, Braeckman L. Comparison between the first and second versions of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire: psychosocial risk factors for a high need for recovery after work. Int Arch Occup Environ Health. 2013;86(1):17-24. DOI:10.1007/s00420-012-0741-0,1212. Kolstrup C, Lundqvist P, Pinzke S. Psychosocial work environment among employed Swedish dairy and pig farmworkers. J Agromed. 2008;13(1):23-36. DOI:10.1080/10599240801986157,1818. Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS, et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese NEXT study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. DOI:10.1177/1403494809354361,2020. Llorens C, Alós R, Cano E, Font A, Jódar P, López V, et al. Psychosocial risk exposures and labour management practices: an exploratory approach. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):125-36. DOI:10.1177/1403494809354363,2121. Mache S, Vitzthum K, Nienhaus A, Klapp BF, Groneberg DA. Physicians’ working conditions and job satisfaction: does hospital ownership in Germany make a difference? BMC Health Serv Res. 2009;9:148. DOI:10.1186/1472-6963-9-148,2323. Moncada S, Pejtersen JH, Navarro A, Llorens C, Burr H, Hasle P, et al. Psychosocial work environment and its association with socioeconomic status: a comparison of Spain and Denmark. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):137-48. DOI:10.1177/1403494809353825,2424. Nielsen K, Albertsen K, Brenner SO, Smith-Hansen L, Roepsdorff C. Comparing working conditions and physical and psychological health complaints in four occupational groups working in female-dominated workplaces. Int Arch Occup Environ Health. 2009;82(10):1229-39. DOI:10.1007/s00420-009-0464-z,2929. Rugulies R, Aust B, Pejtersen JH. Do psychosocial work environment factors measured with scales from the Copenhagen Psychosocial Questionnaire predict register-based sickness absence of 3 weeks or more in Denmark? Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):42-50. DOI:10.1177/1403494809346873

30. Sandsjö L, Larsman P, Vollenbroek-Hutten MMR, Läubli T, Juul-Kristensen B, Klipstein A, et al. Comparative assessment of study groups of elderly female computer users from four European countries: questionnaires used in the NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):122-6. DOI:10.1007/s00421-005-0041-4
-3131. Schenk P, Läubli T, Hodler J, Klipstein A. Symptomatology of recurrent low back pain in nursing and administrative professions. Eur Spine J. 2007;16(11):1789-98. DOI:10.1007/s00586-007-0346-6. O tempo livre foi considerado período de descanso e de reposição de energias físicas e mentais. No entanto, locais de trabalho com elevadas exigências e insegurança no posto de trabalho levaram à fraca recuperação após o trabalho1111. Kiss P, De Meester M, Kruse A, Chavée B, Braeckman L. Comparison between the first and second versions of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire: psychosocial risk factors for a high need for recovery after work. Int Arch Occup Environ Health. 2013;86(1):17-24. DOI:10.1007/s00420-012-0741-0, contribuindo para a deterioração do estado de saúde em geral e da baixa na produtividade dos trabalhadores.

O estatuto socioeconómico e a nacionalidade dos trabalhadores foram duas variáveis com influência na forma como o ambiente psicossocial de trabalho é percecionado2323. Moncada S, Pejtersen JH, Navarro A, Llorens C, Burr H, Hasle P, et al. Psychosocial work environment and its association with socioeconomic status: a comparison of Spain and Denmark. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):137-48. DOI:10.1177/1403494809353825 e foram dois fatores importantes para a redução de desigualdades sociais quando se pretende intervir em posto de trabalho. A variabilidade geográfica e as especificidades culturais individuais foram evidentes quanto à influência dos fatores individuais e do trabalho na perceção da exposição aos riscos psicossociais, existindo grupos mais vulneráveis como sejam migrantes e a população não residente2727. Olesen K, Carneiro IG, Jorgensen MB, Flyvholm M-A, Rugulies R, Rasmussen CDN, et al. Psychosocial work environment among immigrant and Danish cleaners. Int Arch Occup Environ Health. 2012;85(1):89-95. DOI:10.1007/s00420-011-0642-7. Os grupos de trabalhadores deslocados da residência apresentam maiores riscos para a saúde física e mental, sobretudo à hipertensão e à perceção do significado do trabalho2727. Olesen K, Carneiro IG, Jorgensen MB, Flyvholm M-A, Rugulies R, Rasmussen CDN, et al. Psychosocial work environment among immigrant and Danish cleaners. Int Arch Occup Environ Health. 2012;85(1):89-95. DOI:10.1007/s00420-011-0642-7,2828. Olesen K, Carneiro IG, Jorgensen MB, Rugulies R, Rasmussen CDN, Sogaard K, et al. Associations between psychosocial work environment and hypertension among non-Western immigrant and Danish cleaners. Int Arch Occup Environ Health. 2012;85(7):829-35. DOI:10.1007/s00420-011-0728-2. As diferenças entre géneros foram evidenciadas na perceção de sintomas de estresse: as mulheres reportaram maiores exigências laborais e níveis mais elevados de sintomas de estresse quando comparadas com os homens em funções e com tarefas análogas1818. Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS, et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese NEXT study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. DOI:10.1177/1403494809354361.

Trabalhadores com mais idade apresentaram estratégias de coping que lhes permitiram lidar mais adequadamente com as exigências do trabalho. A experiência no trabalho foi fator mediador entre a idade e a capacidade para o trabalho88. Ghaddar A, Ronda E, Nolasco A. Work ability, psychosocial hazards and work experience in prison environments. Occup Med (Lond). 2011;61(7):503-8. DOI:10.1093/occmed/kqr124. A experiência profissional e as competências físicas e cognitivas também se apresentaram como mediadores da produtividadejj Hunkler C. Age and productivity: speech at the European Summit on Innovation for Active and Healthy Ageing; 2015 Mar 9-10; Brussels, Belgium. Munich: Max Planck Institute for Social Law and Social Policy; 2015 [citado 2015 abr 14]. Disponível em: http://ec.europa.eu/research/innovation-union/pdf/active-healthy-ageing/hunkler.pdf#view=fit&pagemode=none/ . Empregados mais jovens foram o grupo de risco mais elevado à exposição a fatores de risco psicossocial, principalmente na exposição a comportamentos violentos relacionados com o trabalho3232. Sharipova M, Hogh A, Borg V. Individual and organizational risk factors of work-related violence in the Danish elder care. Scand J Caring Sci. 2010;24(2):332-40. DOI:10.1111/j.1471-6712.2009.00724.x. A idade foi fator de risco para o desempenho de tarefas com cargas físicas mais pesadas1515. Larsman P, Sandsjö L, Klipstein A, Vollenbroek-Hutten MM, Christensen H. Perceived work demands, felt stress, and musculoskeletal neck/shoulder symptoms among elderly female computer users. The NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):127-35. DOI:10.1007/s00421-004-1263-6 e também fator de resistência e de resiliência aumentada em posto de trabalho ao nível psicossocial88. Ghaddar A, Ronda E, Nolasco A. Work ability, psychosocial hazards and work experience in prison environments. Occup Med (Lond). 2011;61(7):503-8. DOI:10.1093/occmed/kqr124,1515. Larsman P, Sandsjö L, Klipstein A, Vollenbroek-Hutten MM, Christensen H. Perceived work demands, felt stress, and musculoskeletal neck/shoulder symptoms among elderly female computer users. The NEW study. Eur J Appl Physiol. 2006;96(2):127-35. DOI:10.1007/s00421-004-1263-6.

Ambiente psicossocial de trabalho deteriorado associou-se a indicadores de saúde física e de saúde mental débeis, como hipertensão, LME, estresse, baixa autoestima, burnout, saúde em geral11. Albertsen K, Rugulies R, Garde AH, Burr H. The effect of the work environment and performance-based self-esteem on cognitive stress symptoms among Danish knowledge workers. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):81-9. DOI:10.1177/1403494809352104,55. Burr H, Albertsen K, Rugulies R, Hannerz H. Do dimensions from the Copenhagen Psychosocial Questionnaire predict vitality and mental health over and above the job strain and effort-reward imbalance models? Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):59-68. DOI:10.1177/1403494809353436,77. Fuss I, Nübling M, Hasselhorn HM, Schwappach D, Rieger MA. Working conditions and Work-Family Conflict in German hospital physicians: psychosocial and organisational predictors and consequences. BMC Public Health. 2008;8:353. DOI:10.1186/1471-2458-8-353,1414. Kristensen TS, Jensen SM, Kreiner S, Mikkelsen S. Socioeconomic status and duration and pattern of sickness absence: a 1-year follow-up study of 2331 hospital employees. BMC Public Health. 2010;10:643. DOI:10.1186/1471-2458-10-643,2424. Nielsen K, Albertsen K, Brenner SO, Smith-Hansen L, Roepsdorff C. Comparing working conditions and physical and psychological health complaints in four occupational groups working in female-dominated workplaces. Int Arch Occup Environ Health. 2009;82(10):1229-39. DOI:10.1007/s00420-009-0464-z,2727. Olesen K, Carneiro IG, Jorgensen MB, Flyvholm M-A, Rugulies R, Rasmussen CDN, et al. Psychosocial work environment among immigrant and Danish cleaners. Int Arch Occup Environ Health. 2012;85(1):89-95. DOI:10.1007/s00420-011-0642-7. Um ambiente psicossocial medíocre foi fator de risco para o desenvolvimento de quadros clínicos de gravidade moderada a severa, predizendo a ausência do trabalhador ao trabalho, sobretudo por baixa médica2929. Rugulies R, Aust B, Pejtersen JH. Do psychosocial work environment factors measured with scales from the Copenhagen Psychosocial Questionnaire predict register-based sickness absence of 3 weeks or more in Denmark? Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):42-50. DOI:10.1177/1403494809346873 ou a intenção de deixar o trabalho1818. Li J, Fu H, Hu Y, Shang L, Wu Y, Kristensen TS, et al. Psychosocial work environment and intention to leave the nursing profession: results from the longitudinal Chinese NEXT study. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):69-80. DOI:10.1177/1403494809354361.

Síntese das limitações metodológicas

A metodologia selecionada para inclusão e exclusão dos estudos limita os resultados obtidos. Deixa de fora estudos com dados válidos, especialmente numa área considerada emergente como o estudo de fatores psicossociais. Isso faz com que possam ser excluídos fatores relevantes para a compreensão da temática, ainda que pouco estudados.

A seleção de estudos que utilizem apenas o instrumento de medida de fatores psicossociais COPSOQ reduz os estudos a incluir na revisão, apesar da metodologia permitir comparação mais fácil das variáveis identificadas e a natureza do instrumento permitir abranger um maior número de fatores.

Não foi efetuado estudo da qualidade dos artigos resultantes da aplicação da metodologia. Essa opção prendeu-se com a natureza multidimensional e multideterminada do conceito permitindo assim uma análise e discussão mais lata do tema.

Existe o risco de não incluir todos os artigos com os critérios definidos recorrendo à pesquisa estruturada em bases de dados. Para tentar mitigar esse efeito, foi incluída uma terceira base de dados, a Scopus, apesar de ter resultado numa correspondência total de resultados que não levaram à inclusão de qualquer estudo.

Não existe suficiente dispersão geográfica. Os resultados poderão representar a exposição a fatores de risco psicossocial de algumas zonas geográficas (por exemplo, países nórdicos) e com culturas distintas. Deve-se considerar padrões de relatividade cultural das populações em estudo. O mesmo comentário é válido para o setor de atividade, por exemplo, dados na área da indústria não são reportados, existindo evidência noutras áreas e setores como sejam os serviços ou a saúde onde os estudos são mais abundantes.

A maioria dos estudos incluídos seguiu um desenho metodológico correlacional, e este não é o design mais adequado se queremos perceber causalidade. Dos artigos incluídos, os designs experimentais mais robustos foram pouco utilizados.

Implicações para a prática

Número crescente de organizações mostra interesse em programas de promoção do bem-estar dos seus colaboradores e de gestão dos riscos psicossociais, apesar de as intervenções serem comumente focadas em um único fator comportamental (por exemplo, fumar), ou em grupos de fatores (por exemplo, fumar, dieta, exercício). A maioria dos programas oferece educação para a saúde com percentagem reduzida de organizações a mudarem as políticas organizacionais ou o próprio ambiente de trabalho44. Burke R. Corporate wellness programs: an overview. In: Burke RJ, Richardsen AM, editors. Corporate wellness programs: linking employee and organizational health. Cheltenham: Edward Elgar; 2014. p.13-27..

Esta revisão da literatura apresenta informação importante a considerar no desenho de planos de promoção da saúde e bem-estar em posto de trabalho, nomeadamente nos programas de gestão dos riscos psicossociais. Uma empresa pode organizar-se para promover ambientes de trabalho saudáveis alicerçados na gestão de riscos psicossociais, adotando algumas medidas nas seguintes áreas:

1.Horários de trabalho – permitir articulação harmoniosa das exigências e responsabilidades da função do trabalho com as exigências da vida familiar e fora do trabalho. Isso permite aos trabalhadores maior conciliação trabalho-casa. Os horários por turnos deverão idealmente ser fixos. Os turnos rotativos deverão ser estáveis e preditivos variando no sentido manhã, tarde e noite. A gestão dos tempos e o acompanhamento do trabalhador deve ser especialmente cuidada nos casos cujo contrato de trabalho preveja “períodos de prevenção”.

2.Exigências psicológicas – redução das exigências psicológicas do trabalho.

3.Participação/controlo – aumentar o nível de controlo sobre os tempos de trabalho, férias, pausas, entre outros. Permitir, dentro do possível, que os trabalhadores participem em decisões relacionadas com o posto de trabalho e distribuição do trabalho.

4.Carga de trabalho – disponibilização de formação direcionada ao manuseamento de cargas e posturas corretas. Assegurar que as tarefas são compatíveis com as capacidades, recursos e conhecimentos do trabalhador. Prever pausas e tempo de descanso em tarefas especialmente árduas quer física quer mentalmente.

5.Conteúdo de trabalho – desenhar tarefas para que tenham sentido para o trabalhador e estimulem o mesmo. Dar oportunidades para os trabalhadores colocarem conhecimentos em prática. Clarificar a importância da tarefa para o objetivo da empresa, sociedade, entre outros.

6.Clareza e definição de papel – Fomentar a clareza e transparência organizacional, definindo postos de trabalho, funções assignadas, margem de autonomia, responsabilidades, entre outros.

7.Responsabilidade social – a promoção de ambientes socialmente responsáveis, que promovam o apoio social e emocional e a interajuda entre colegas de trabalho, a própria empresa/organização e a sociedade envolvente. Promoção do respeito e do tratamento justo. Eliminação da discriminação por sexo, idade, etnia, ou qualquer outra índole.

8.Segurança – promover a estabilidade e segurança em posto de trabalho, a possibilidade de desenvolvimento de carreira e de acesso a programas de formação e desenvolvimento evitando as perceções de ambiguidade e a instabilidade. Potenciar a aprendizagem ao longo da vida e a promoção da empregabilidade.

9.Tempo de lazer – maximizar o tempo de lazer para repor o equilíbrio físico e mental de forma adaptativa.

A gestão das expectativas dos colaboradores deve ser tomada considerando processos de diagnóstico psicossocial organizacional e o desenho e implementação de programas de promoção/manutenção saúde e bem-estar. Instrumentos de avaliação, como o COPSOQ, permitirão identificar precocemente fatores psicossociais de risco e facilitar a intervenção mais orientada, específica e direcionada para os referidos fatores visando o bem-estar do indivíduo e a melhor capacidade de trabalho. Os resultados obtidos com uma intervenção em posto de trabalho poderão não ser sempre positivos nem os desejados. Poderá surgir o efeito negativo das intervenções33. Briner RB, Reynolds S. The costs, benefits, and limitations of organizational level stress interventions. J Organ Behav. 1999;20(5):647-64. DOI:10.1002/(SICI)1099-1379(199909)20:5<647::AID-JOB919>3.0.CO;2-1
https://doi.org/10.1002/(SICI)1099-1379(...
em que o optimismo sobre intervenções organizacionais atua como barreira ao desenvolvimento e elaboração de formas diferenciadas de intervenção22. Aust B, Rugulies R, Finken A, Jensen C. When workplace interventions lead to negative effects: learning from failures. Scand J Public Health. 2010;38(3 Suppl):106-19. DOI:10.1177/1403494809354362.

CONCLUSÕES

Foi apresentada a pertinência e as mais-valias da utilização de um instrumento multidimensional quando se pretende intervir em contexto organizacional. A natureza dos fatores em estudo – fatores de risco psicossocial – e a multiplicidade de fatores individuais e do trabalho podem influir na relação. Recorrer a instrumentos validados e com possibilidade de adaptação à realidade e contexto de atuação de cada empresa, como o COPSOQ, é uma mais-valia. Os dados resultantes deste instrumento de avaliação dos riscos psicossociais podem ser comparados com valores de referência internacionais, facilitando a sinalização de desvios relativos a pontos de referência na população, facilitando a intervenção. Importa pois, estudar e compreender o maior número possível de variáveis para fundamentar um campo de estudo “emergente” e a intervenção prática.

Existe interação entre fatores individuais e fatores relacionados com o trabalho e fatores de risco psicossocial. A exposição de trabalhadores a ambientes psicossociais pobres influência vários níveis, desde a saúde física e mental dos colaboradores ao ambiente de trabalho geral das organizações e à qualidade do tempo de lazer e descanso. É necessário compreender a extensão desses fatores em públicos pouco estudados, como seja a indústria e recorrendo a planos experimentais mais robustos.

Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Carlos F. Silva pelos comentários e sugestões para melhorar a qualidade do manuscrito.

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  • *
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  • e
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  • h
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Maio 2016

Histórico

  • Recebido
    19 Jan 2015
  • Aceito
    24 Abr 2015
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
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