Violência sexual contra homens no Brasil: subnotificação, prevalência e fatores associados

Denis Gonçalves Ferreira Maritsa Carla de Bortoli Paula Pexe-Machado Gustavo Santa Roza Saggese Maria Amelia Veras Sobre os autores

RESUMO

OBJETIVOS

Identificar e mapear a literatura referente à violência sexual contra meninos e homens brasileiros, bem como descrever sua subnotificação, sua prevalência e os fatores associados.

MÉTODOS

Realizou-se uma revisão de escopo com buscas nas bases de dados: PubMed, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Biblioteca Virtual em Saúde, Scopus e Web of Science. Os critérios de inclusão foram: (a) pesquisas que incluíssem dados sobre violência sexual; (b) inclusão de meninos ou homens como vítimas de violência sexual; (c) apresentassem dados sobre prevalência, subnotificação e fatores associados à violência sexual entre meninos e homens brasileiros.

RESULTADOS

Foram encontrados 1.481 trabalhos. No total, 53 foram incluídos e tiveram seus dados extraídos. A maioria dos estudos é de natureza quantitativa (n = 48). O total de participantes em todos os estudos foi de 1.416.480 e a prevalência de violência sexual variou de 0.1% a 71%. A subnotificação foi um aspecto citado em vários estudos. Entre os grupos com maiores prevalências estão os homens que fazem sexo com homens e com disfunções sexuais. Maior tendência ao uso de drogas, isolamento social, sexo anal desprotegido, ideação suicida, disfunções sexuais e transtorno de estresse pós-traumático foram alguns dos fatores associados.

CONCLUSÕES

A violência sexual contra meninos e homens brasileiros é pouco estudada e existem poucos estudos com esse recorte exclusivo, apesar da prevalência de a violência sexual ser alta. Questões culturais, como o machismo, contribuem para a subnotificação da violência sexual. Em relação aos fatores associados, identificamos questões relacionadas à saúde mental, sexual e reprodutiva. Recomenda-se que seja estruturado acolhimento para meninos e homens vítimas de violência sexual, prevenindo ou minimizando desfechos negativos.

Homens; Vítimas de Crime; Delitos Sexuais; Violência Doméstica; Sub-Registro; Revisão

INTRODUÇÃO

A violência sexual contra meninos e homens é negligenciada por diversos setores sociais, resultando em uma lacuna de evidências em torno do tema11. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: teoria e Intervenção. Curitiba, PR: Juruá; 2014. 138 p.,22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
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. As informações disponíveis sobre violência sexual são majoritariamente relacionadas a vítimas do gênero feminino, em especial crianças e adolescentes do gênero feminino33. Barth J, Bermetz L, Heim E, Trelle S, Tonia T. The current prevalence of child sexual abuse worldwide: a systematic review and meta-analysis. Int J Public Health. 2013;58(3):469-83. https://doi.org/10.1007/s00038-012-0426-1
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.

A partir de uma análise dos dados de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre os anos de 2009 e 2013, foi possível observar um aumento nas notificações de 291.92% de violência sexual contra meninos e homens. Em 2013, os casos contra essa população representavam 12,58% do total de casos notificados44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
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. Dados de um boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, entre os anos de 2011 e 2017, mostram que a proporção do total de notificações dessa violência contra crianças do sexo masculino era de 25,8% e contra adolescentes, de 7,6%55. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde. Análise epidemiológica da violência sexual contra crianças e adolescentes, 2011 a 2017. Bol Epidemiol. 2018;49(27):1-17..

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma organização não-governamental (ONG), sistematiza por meio do Anuário de Segurança Pública todas as ocorrências registradas nas delegacias e reportadas às Secretarias Estaduais de Segurança Pública. A partir da análise desses dados, publicados em 2019, é possível observar que a violência sexual contra meninos e homens representou 14,3% de todos os casos reportados à polícia66. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. São Paulo: FBSP; 2020.. O Disque Direitos Humanos, por sua vez, informou em relatório anual, também publicado em 2019, apontou que o percentual era 18% de todos os casos denunciados77. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (BR), Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. Relatório 2019. Brasília, DF; 2020..

Uma revisão da literatura sobre violência sexual no Brasil identificou uma variação de prevalência entre homens de 1% a 35%88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
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. De acordo com a autora, embora a variação seja grande, os estudos incluídos indicam uma ocorrência mais elevada do que a apresentada nas estatísticas oficiais dos sistemas de notificação. Entre os 40 trabalhos incluídos nessa revisão apenas 14 incluíram dados sobre a prevalência dessa violência sobre a população masculina.

Em análise dos dados do Anuário de Segurança Pública, os autores afirmam que os crimes sexuais estão entre os menos notificados, o que pode ser atribuído a fatores como medo do agressor, de julgamentos ou por culpa99. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019. São Paulo: FBSP; 2019.. Em estudo realizado com homens e mulheres a partir de uma amostra representativa da população urbana de São Paulo, concluiu-se que experiências de violência sexual são mais difíceis de serem reportadas quando comparadas a outras agressões1010. Coêlho BM, Santana GL, Viana MC, Andrade LH, Wang YP. Gender-related dimensions of childhood adversities in the general population. Rev Bras Psiquiatr. 2018;40(4):394-402. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2366
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. Todavia, em virtude da maneira como os homens são educados na sociedade patriarcal, pode ser mais difícil para eles falar sobre experiências de vitimização, produzindo um problema importante na notificação de estupros contra homens e meninos22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
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.

Além de a prevalência da violência sexual contra homens no Brasil ser pouco explorada e a notificação ser menos frequente quando comparada com as violências sofridas pelas mulheres, as características desses estupros são merecedoras de investigações mais aprofundadas. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo identificar e mapear na literatura científica os estudos que tratem da violência sexual contra meninos e homens brasileiros no período entre 2015 e 2020, buscando levantar dados de prevalência, subnotificação e fatores associados à violência.

MÉTODOS

Foi desenvolvida uma revisão de escopo, conforme metodologia proposta pelo Joanna Briggs Institute1111. Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Trico A, Khalil H. Chapter 11: Scoping reviews. In: Aromataris E, Munn Z, editors. JBI manual for evidence synthesis. Adelaide (AU): The Joanna Briggs Institute; 2020.. A revisão de escopo é uma forma de síntese de evidências que emprega um método sistemático para mapear toda a literatura científica sobre determinado assunto, como conceitos chave, características de estudos, dados específicos de acordo com os objetivos do estudo e lacunas de evidências1212. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien K, Colquhoun H, Kastner M, et al. A scoping review on the conduct and reporting of scoping reviews. BMC Med Res Methodol. 2021;16:15. https://doi.org/10.1186/s12874-016-0116-4
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.

Processo de Busca

Para construção da pergunta de pesquisa, utilizou-se o acrônimo PCC, population (meninos de 0 a 18 anos e homens, acima de 18 anos), concept (vítimas de violência sexual) e context (estudos realizados com meninos ou homens brasileiros)1313. Peters MDJ, Godfrey CM, McInerney P, Soares CB, Khalil H, Parker D. The Joanna Briggs Institute reviewers’ manual 2015: methodology for JBI scoping reviews. Adelaide (AU): The Joanna Briggs Institute; 2015., resultando na pergunta de pesquisa: “Quais são os dados sobre subnotificação, prevalência e fatores associados à violência sexual contra meninos e homens brasileiros publicados entre os anos de 2015 e 2020?”.

As buscas foram realizadas em 27 de julho de 2020 nas bases de dados PubMed, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scopus e Web of Science, e em todas foram utilizados os seguintes descritores: Sexual Violence OR Violência Sexual OR Abuso Sexual OR Sexual Abuse OR Boys AND Men OR Meninos OR Homens AND Brazil OR Brasil.

Critérios de Inclusão e Exclusão

O tipo de fonte de dados escolhido para realização desta revisão incluiu artigos revisados por pares, dissertações e teses. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: (a) pesquisas que incluíssem dados sobre violência sexual; (b) inclusão de meninos ou homens como vítimas de violência sexual; (c) pesquisas que apresentassem dados sobre prevalência, subnotificação e fatores associados à violência sexual contra homens brasileiros. Foram excluídos estudos que não apresentassem os dados estratificados por sexo, que não tivessem homens como vítimas, que não incluíam meninos ou homens brasileiros como vítimas e que eram focados em outras formas de violência.

Triagem e Extração dos Dados

A partir das buscas nas bases de dados, foram encontrados 1.481 trabalhos. Após a remoção das duplicadas e artigos que não estavam disponíveis, foi realizada a leitura de títulos e resumos de 1.458 estudos, dos quais 1.371 foram excluídos, por não corresponderem aos critérios de inclusão. No total, 87 textos foram lidos na íntegra para elegibilidade, dos quais 34 foram excluídos: nove por não apresentarem os dados estratificados por sexo, nove em que os homens apareciam apenas como agressores sexuais e não vítimas, oito por não apresentarem dados sobre homens brasileiros, e oito por apresentarem outras formas de violência que não a sexual (tabela suplementaraaTabela suplementar disponível em: https://docs.google.com/document/d/1pEAF7l6BcZFZS1V36MvJZvE0hf99L7gx/edit?usp=sharing&ouid=114531022125527350337&rtpof=true&sd=true ). No total, 53 trabalhos foram incluídos nesta revisão.

Os dados dos artigos incluídos foram extraídos em uma planilha elaborada especificamente para esse fim, que incluía: ano de publicação; local; tipo de publicação; nome dos autores; tipo de delineamento; objetivo do estudo; participantes; método de coleta de dados; principais achados; e prevalência de violência sexual.

A Figura apresenta o fluxograma de seleção e elegibilidade dos estudos. Os processos de seleção, elegibilidade e extração foram realizados por um pesquisador (DFG) e checados por outra pesquisadora (PPM).

Figura
Diagrama Prisma de pesquisas sobre violência sexual contra meninos e homens brasileiros entre 2015 e 2020.

Como é prática em revisões de escopo, os resultados serão apresentados a partir das características dos estudos e posterior apresentação dos principais resultados referentes aos objetivos do estudo.

RESULTADOS

Um total de 53 estudos foram incluídos, a maioria de abordagem quantitativa (n = 48), 38 estudos transversais1414. Silva AN, Marques ES, Silva LS, Azeredo CM. Wealth inequalities in different types of violence among Brazilian adolescents: National Survey of School Health 2015. J Interpers Violence. 2021;36(21-22):10705-24. https://doi.org/10.1177/0886260519888184
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, um descritivo exploratório5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017., três longitudinais5252. Nisida IVV, Boulos MIC, Silva LMB, Mayaud P, Avelino-Silva VI, Segurado AC. Predictors of adherence to HIV post-exposure prophylaxis and retention in care after an episode of sexual violence in Brazil. AIDS Patient Care STDS. 2019;33(9):399-405. https://doi.org/10.1089/apc.2019.0080
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, um observacional de série temporal44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
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e uma série de casos5555. Costa MCO, Musse JO, Reiter J, Cruz NLA, Amorim HPL. Violência sexual perpetrada em crianças e adolescentes: estudo dos registros de conselhos tutelares em uma década. Rev Adolesc Saude. 2017;14(2):8-16.. Os outros trabalhos consistiram em: quatro qualitativos5656. Mann CG, Monteiro S. Sexualidade e prevenção das IST/aids no cuidado em saúde mental: o olhar e a prática de profissionais no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2018;34(7):e00081217. https://doi.org/10.1590/0102-311X00081217
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, duas revisões de literatura88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
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,2020. Guimarães RA, Castro VOL, Oliveira SMVL, Stabile AC, Motta-Castro ARC, Carneiro MAS, et al. Gender differences in patterns of drug use and sexual risky behaviour among crack cocaine users in Central Brazil. BMC Psychiatry. 2017;1(1):412. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-7
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, dois estudos de intervenção6161. Nascimento MAF, Uziel AP, Hernandez JG. Young men in juvenile detention centers in Rio de Janeiro, Brazil: gender, sexuality, masculinity and health implications. Cad Saude Publica. 2018;34(2):e00177916. https://doi.org/10.1590/0102-311X00177916
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,6262. Kato-Wallace J, Barker G, Garg A, Feliz N, Levack A, Ports K, et al. Adapting a global gender-transformative violence prevention program for the U.S. community-based setting for work with young men. Glob Soc Welf. 2019;6(2):121-30. https://doi.org/10.1007/s40609-018-00135-y
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e um de estudo de caso6363. Nunes AVA, Nunes SOV, Strano T, Pascolat G, Doria GMS, Ehlke MN. Folie à Deux and its interaction with early life stress: a case report. J Med Case Rep. 2016;10(1):339. https://doi.org/10.1186/s13256-016-1128-8
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. Entre os 53 trabalhos analisados, 13 foram realizados com dados secundários44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
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,2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
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,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
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,3939. Penso MA, Conceição MIG, Costa LF, Said AP, Willians LCA. Boy sexual victimization: characteristics of family configuration and of the offender. Psicol Teor Pesq. 2019;35:e35428. https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428
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. O total de participantes foi de 2.831.581, desses, 1.416.480 eram meninos ou homens. A pesquisa com menor tamanho de amostra foi um estudo de caso (n = 1) e a com maior foi um estudo que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, de 2015 (n = 1.248.581).

As técnicas de amostragem dos trabalhos selecionados incluem amostras representativas de populações1010. Coêlho BM, Santana GL, Viana MC, Andrade LH, Wang YP. Gender-related dimensions of childhood adversities in the general population. Rev Bras Psiquiatr. 2018;40(4):394-402. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2366
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,1414. Silva AN, Marques ES, Silva LS, Azeredo CM. Wealth inequalities in different types of violence among Brazilian adolescents: National Survey of School Health 2015. J Interpers Violence. 2021;36(21-22):10705-24. https://doi.org/10.1177/0886260519888184
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,2121. Barros CRS, Zucchi EM, Schraiber LB, França Junior I. Individual- and contextual-level factors associated with client-initiated HIV testing. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(3):394-407. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700030004
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,2222. Fontes LFC, Conceição OC, Machado S. Childhood and adolescent sexual abuse, victim profile and its impacts on mental health. Cien Saude Coletiva. 2017;22(9):2919-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
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,2929. Schäfer JL, Teixeira VA, Fontoura LP, Castro LC, Horta RL. Exposure to physical and sexual violence and suicidal ideation among schoolchildren. J Bras Psiquiatr. 2017;66(2):96-103. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000156
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,4646. Costa FBS, Miranda CES, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Violência sexual entre adolescentes escolares brasileiros. Rev Adolesc Saude. 2018;21(2):72-80., Respondent-driven sampling (RDS)1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
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,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
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,4545. Guimarães MDC, Kendall C, Magno L, Rocha GM, Knauth DR, Leal AF, et al. Comparing HIV risk-related behaviors between 2 RDS national samples of MSM in Brazil, 2009 and 2016. Med (Baltimore). 2018;97(1 Suppl):S62-8. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009079
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, amostra por conveniência2323. Barros CRS, Schraiber LB. Intimate partner violence reported by female and male users of healthcare units. Rev Saude Publica. 2017;51:7. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006385
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,4343. Sanvicente-Vieira B, Rovaris DL, Ornell F, Sordi A, Rothmann LM, Niederauer JPO, et al. Sex-based differences in multidimensional clinical assessments of early-abstinence crack cocaine users. PLoS One. 2019;14(6):e0218334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0218334
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,4747. Albuquerque PP, Williams LCA. “Minha pior experiência escolar”: caracterização retrospectiva da vitimização de estudantesMy. Estud Psicol (Natal). 2018;23(2):133-44. https://doi.org/10.22491/1678-4669.20180014
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e inquérito por conglomerado multiestágio4949. Carvalho LS, Assis SG, Pires TO. Violência sexual em distintas eesferas relacionais de adolescents. Rev Adolesc Saude. 2017;14(1):14-21.. Outros oito estudos não coletaram dados primários, fazendo uso de dados secundários ou depoimentos de outras pesquisas1616. Edeza A, Galarraga O, Novak D, Mayer K, Rosenberger J, Mimiaga M, et al. The role of sexual risk behaviors on PrEP awareness and interest among men who have sex with men in Latin America. Int J STD AIDS. 2019;30(6):542-9. https://doi.org/10.1177/0956462419825944
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,2323. Barros CRS, Schraiber LB. Intimate partner violence reported by female and male users of healthcare units. Rev Saude Publica. 2017;51:7. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006385
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,2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
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,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
https://doi.org/10.1080/13548506.2018.15...
,3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
,4848. Silva WS, Barroso-Junior UO. Child sexual abuse confirmed by forensic examination in Salvador, Bahia, Brazil. Am J Forensic Med Pathol. 2017;38(1):54-8. https://doi.org/10.1097/PAF.0000000000000283
https://doi.org/10.1097/PAF.000000000000...
,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5959. Oliveira AAB. Meninos traídos: abuso sexual e constituição da masculinidade [dissertação]. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais; 2017..

Objetivo dos Estudos

Devido à diversidade de métodos utilizados, optou-se por categorizar os objetivos dos estudos em: descrever e/ou analisar fatores associados à violência sexual contra homens (n = 23)1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459...
,1616. Edeza A, Galarraga O, Novak D, Mayer K, Rosenberger J, Mimiaga M, et al. The role of sexual risk behaviors on PrEP awareness and interest among men who have sex with men in Latin America. Int J STD AIDS. 2019;30(6):542-9. https://doi.org/10.1177/0956462419825944
https://doi.org/10.1177/0956462419825944...
,1818. Diehl A, Molina de Souza R, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian National Sample. J Interpers Violence. 2020;37(1-2):NP944-67. https://doi.org/10.1177/0886260520915546
https://doi.org/10.1177/0886260520915546...
,1919. Sanchez ZM, Santos MGR, Sanudo A, Carlini CM, Martins SS. Sexual aggression in Brazilian nightclubs: associations with patron’s characteristics, drug use, and environmental factors. Arch Sex Behav. 2019;48(2):609-18. https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-4
https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-...
; compreender o fenômeno da violência sexual contra essa população e seus impactos (n = 17)2020. Guimarães RA, Castro VOL, Oliveira SMVL, Stabile AC, Motta-Castro ARC, Carneiro MAS, et al. Gender differences in patterns of drug use and sexual risky behaviour among crack cocaine users in Central Brazil. BMC Psychiatry. 2017;1(1):412. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-7
https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-...
,3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
,3535. Sudbrack R, Manfro PH, Kuhn IM, Carvalho HW, Lara DR. What doesn’t kill you makes you stronger and weaker: how childhood trauma relates to temperament traits. J Psychiatr Res. 2015;62:123-9. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.01.001
https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.201...
; estimar a prevalência e a incidência de dessa violência (n = 10)44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017261...
,88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
https://doi.org/10.1590/0102-311X0012631...
,1414. Silva AN, Marques ES, Silva LS, Azeredo CM. Wealth inequalities in different types of violence among Brazilian adolescents: National Survey of School Health 2015. J Interpers Violence. 2021;36(21-22):10705-24. https://doi.org/10.1177/0886260519888184
https://doi.org/10.1177/0886260519888184...
,1717. Massaro LTS, Adesse L, Laranjeira R, Caetano R, Madruga CS. Rape in Brazil and relationships with alcohol consumption: estimates based on confidential self-reports. Cad Saude Publica. 2019;35(2):e00022118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00022118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0002211...
,2323. Barros CRS, Schraiber LB. Intimate partner violence reported by female and male users of healthcare units. Rev Saude Publica. 2017;51:7. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006385
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
,3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21.,4444. Silva JV, Roncalli AG. Prevalence of sexual violence in Brazil: associated individual and contextual factors. Int J Public Health. 2018;63(8):933-44. https://doi.org/10.1007/s00038-018-1136-0
https://doi.org/10.1007/s00038-018-1136-...
,5353. Soares ALG, Howe LD, Matijasevich A, Wehrmeister FC, Menezes AMB, Gonçalves H. Adverse childhood experiences: prevalence and related factors in adolescents of a Brazilian birth cohort. Child Abuse Negl. 2016;51:21-30. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2015.11.017
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2015.11...
; analisar as percepções de profissionais da saúde (n = 1)5656. Mann CG, Monteiro S. Sexualidade e prevenção das IST/aids no cuidado em saúde mental: o olhar e a prática de profissionais no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2018;34(7):e00081217. https://doi.org/10.1590/0102-311X00081217
https://doi.org/10.1590/0102-311X0008121...
; e avaliar processos de intervenção para redução da violência (n = 2)6161. Nascimento MAF, Uziel AP, Hernandez JG. Young men in juvenile detention centers in Rio de Janeiro, Brazil: gender, sexuality, masculinity and health implications. Cad Saude Publica. 2018;34(2):e00177916. https://doi.org/10.1590/0102-311X00177916
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017791...
,6262. Kato-Wallace J, Barker G, Garg A, Feliz N, Levack A, Ports K, et al. Adapting a global gender-transformative violence prevention program for the U.S. community-based setting for work with young men. Glob Soc Welf. 2019;6(2):121-30. https://doi.org/10.1007/s40609-018-00135-y
https://doi.org/10.1007/s40609-018-00135...
.

Dos estudos sobre os fatores associados à violência, apenas 14 focalizaram a violência sexual como objetivo principal e, a partir disso, identificaram os fatores a ela associados1818. Diehl A, Molina de Souza R, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian National Sample. J Interpers Violence. 2020;37(1-2):NP944-67. https://doi.org/10.1177/0886260520915546
https://doi.org/10.1177/0886260520915546...
,1919. Sanchez ZM, Santos MGR, Sanudo A, Carlini CM, Martins SS. Sexual aggression in Brazilian nightclubs: associations with patron’s characteristics, drug use, and environmental factors. Arch Sex Behav. 2019;48(2):609-18. https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-4
https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-...
,2222. Fontes LFC, Conceição OC, Machado S. Childhood and adolescent sexual abuse, victim profile and its impacts on mental health. Cien Saude Coletiva. 2017;22(9):2919-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
,2525. Luz MP, Coutinho ESF, Berger W, Mendlowicz MV, Vilete LMP, Mello MF, et al. Conditional risk for posttraumatic stress disorder in an epidemiological study of a Brazilian urban population. J Psychiatr Res. 2016;72:51-7. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.10.011
https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.201...
. Entre esses trabalhos, que tinham como objetivo central a violência sexual e os fatores associados, apenas dois discutiram exclusivamente a violência praticada contra meninos e homens2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019,4545. Guimarães MDC, Kendall C, Magno L, Rocha GM, Knauth DR, Leal AF, et al. Comparing HIV risk-related behaviors between 2 RDS national samples of MSM in Brazil, 2009 and 2016. Med (Baltimore). 2018;97(1 Suppl):S62-8. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009079
https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009...
.

As pesquisas que foram incluídas na categoria “compreender o fenômeno da violência sexual contra meninos e homens e seus impactos” eram estudos realizados basicamente para explicar a dinâmica da violência sexual e os impactos que pode produzir. Não são, majoritariamente, trabalhos que descrevem as características da vítima, do(a) agressor(a), do tipo de violência e da frequência. Dessas pesquisas, apenas nove trabalharam exclusivamente com meninos e homens3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21..

Formas de Identificar a Violência Sexual

Foram utilizadas algumas formas de identificar a violência sexual, desde pesquisas que incluíram perguntas sobre sexo forçado até instrumentos validados para esse objetivo. Entre os 53 estudos analisados, apenas 27 informam como investigaram a presença da violência sexual. A maioria questionou se os participantes foram vítimas de sexo forçado alguma vez na vida (n = 11)1414. Silva AN, Marques ES, Silva LS, Azeredo CM. Wealth inequalities in different types of violence among Brazilian adolescents: National Survey of School Health 2015. J Interpers Violence. 2021;36(21-22):10705-24. https://doi.org/10.1177/0886260519888184
https://doi.org/10.1177/0886260519888184...
,1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459...
,1717. Massaro LTS, Adesse L, Laranjeira R, Caetano R, Madruga CS. Rape in Brazil and relationships with alcohol consumption: estimates based on confidential self-reports. Cad Saude Publica. 2019;35(2):e00022118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00022118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0002211...
,1818. Diehl A, Molina de Souza R, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian National Sample. J Interpers Violence. 2020;37(1-2):NP944-67. https://doi.org/10.1177/0886260520915546
https://doi.org/10.1177/0886260520915546...
,2222. Fontes LFC, Conceição OC, Machado S. Childhood and adolescent sexual abuse, victim profile and its impacts on mental health. Cien Saude Coletiva. 2017;22(9):2919-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
,2929. Schäfer JL, Teixeira VA, Fontoura LP, Castro LC, Horta RL. Exposure to physical and sexual violence and suicidal ideation among schoolchildren. J Bras Psiquiatr. 2017;66(2):96-103. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000156
https://doi.org/10.1590/0047-20850000001...
,3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
,4545. Guimarães MDC, Kendall C, Magno L, Rocha GM, Knauth DR, Leal AF, et al. Comparing HIV risk-related behaviors between 2 RDS national samples of MSM in Brazil, 2009 and 2016. Med (Baltimore). 2018;97(1 Suppl):S62-8. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009079
https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009...
,4646. Costa FBS, Miranda CES, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Violência sexual entre adolescentes escolares brasileiros. Rev Adolesc Saude. 2018;21(2):72-80.. Nove trabalhos utilizaram instrumentos validados, como: Assessment of childhood trauma3535. Sudbrack R, Manfro PH, Kuhn IM, Carvalho HW, Lara DR. What doesn’t kill you makes you stronger and weaker: how childhood trauma relates to temperament traits. J Psychiatr Res. 2015;62:123-9. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.01.001
https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.201...
, Sexual Experiences Survey (SES-SFV)4242. D’Abreu LCF, Krahé B. Vulnerability to sexual victimization in female and male college students in Brazil: cross-sectional and prospective evidence. Arch Sex Behav. 20165(5):1101-15. https://doi.org/10.1007/s10508-014-0451-7
https://doi.org/10.1007/s10508-014-0451-...
, Student Alienation and Trauma Survey – R (SATS-R), Adverse childhood experiences (ACE)5050. Gilchrist G, Radcliffe P, Noto AR, Oliveira AFPL. The prevalence and factors associated with ever perpetrating intimate partner violence by men receiving substance use treatment in Brazil and England: a cross-cultural comparison 36(1):34-51. https://doi.org/10.1111/dar.12436
https://doi.org/10.1111/dar.12436...
, National Institute of Child Health and Human Development (NICHD)5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05...
e Childhood Trauma Questionnaire (CTQ)4343. Sanvicente-Vieira B, Rovaris DL, Ornell F, Sordi A, Rothmann LM, Niederauer JPO, et al. Sex-based differences in multidimensional clinical assessments of early-abstinence crack cocaine users. PLoS One. 2019;14(6):e0218334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0218334
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
,5454. Gallo EAG, De Mola CL, Wehrmeister F, Gonçalves H, Kieling C, Murray J. Childhood maltreatment preceding depressive disorder at age 18 years: a prospective Brazilian birth cohort study. J Affect Disord. 2017;217:218-24. https://doi.org/10.1016/j.jad.2017.03.065
https://doi.org/10.1016/j.jad.2017.03.06...
. Alguns estudos recorreram a dados secundários, majoritariamente informações de prontuários de vítimas de violência sexual, portanto, não há perguntas de rastreio descrita neles.

Participantes

A maioria dos estudos que compõem esta revisão não trabalhou exclusivamente com meninos ou homens (n = 36). Dentre os estudos não exclusivos com meninos ou homens, 14 deles são com crianças e adolescentes de ambos os sexos1414. Silva AN, Marques ES, Silva LS, Azeredo CM. Wealth inequalities in different types of violence among Brazilian adolescents: National Survey of School Health 2015. J Interpers Violence. 2021;36(21-22):10705-24. https://doi.org/10.1177/0886260519888184
https://doi.org/10.1177/0886260519888184...
,2020. Guimarães RA, Castro VOL, Oliveira SMVL, Stabile AC, Motta-Castro ARC, Carneiro MAS, et al. Gender differences in patterns of drug use and sexual risky behaviour among crack cocaine users in Central Brazil. BMC Psychiatry. 2017;1(1):412. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-7
https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-...
,2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
https://doi.org/10.1590/1413-81232018234...
, oito com mulheres e homens adultos88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
https://doi.org/10.1590/0102-311X0012631...
,1010. Coêlho BM, Santana GL, Viana MC, Andrade LH, Wang YP. Gender-related dimensions of childhood adversities in the general population. Rev Bras Psiquiatr. 2018;40(4):394-402. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2366
https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2...
,1919. Sanchez ZM, Santos MGR, Sanudo A, Carlini CM, Martins SS. Sexual aggression in Brazilian nightclubs: associations with patron’s characteristics, drug use, and environmental factors. Arch Sex Behav. 2019;48(2):609-18. https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-4
https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-...
,2121. Barros CRS, Zucchi EM, Schraiber LB, França Junior I. Individual- and contextual-level factors associated with client-initiated HIV testing. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(3):394-407. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700030004
https://doi.org/10.1590/1980-54972017000...
,2525. Luz MP, Coutinho ESF, Berger W, Mendlowicz MV, Vilete LMP, Mello MF, et al. Conditional risk for posttraumatic stress disorder in an epidemiological study of a Brazilian urban population. J Psychiatr Res. 2016;72:51-7. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.10.011
https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.201...
,3535. Sudbrack R, Manfro PH, Kuhn IM, Carvalho HW, Lara DR. What doesn’t kill you makes you stronger and weaker: how childhood trauma relates to temperament traits. J Psychiatr Res. 2015;62:123-9. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.01.001
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,4444. Silva JV, Roncalli AG. Prevalence of sexual violence in Brazil: associated individual and contextual factors. Int J Public Health. 2018;63(8):933-44. https://doi.org/10.1007/s00038-018-1136-0
https://doi.org/10.1007/s00038-018-1136-...
,6262. Kato-Wallace J, Barker G, Garg A, Feliz N, Levack A, Ports K, et al. Adapting a global gender-transformative violence prevention program for the U.S. community-based setting for work with young men. Glob Soc Welf. 2019;6(2):121-30. https://doi.org/10.1007/s40609-018-00135-y
https://doi.org/10.1007/s40609-018-00135...
, cinco com usuários de drogas2424. Guimarães RA, Rodovalho AG, Fernandes IL, Silva GC, Felipe RL, Vera I, et al. Transactional sex among noninjecting illicit drug users: implications for HIV transmission. ScientificWorldJournal. 2016;2016:4690628. https://doi.org/10.1155/2016/4690628
https://doi.org/10.1155/2016/4690628...
,3232. Roglio VS, Borges EN, Rabelo-da-Ponte FD, Ornell F, Scherer JN, Schuch JB, et al. Prediction of attempted suicide in men and women with crack-cocaine use disorder in Brazil. PLoS One.2020;15(5):e0232242. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0232242
https://doi.org/10.1371/journal.pone.023...
,3333. Madalena TS, Sartes LMA. Crack cocaine users in treatment in Therapeutic Communities: profile and prevalence. Arq Bras Psicol. 2018;70(1):21-36.,4343. Sanvicente-Vieira B, Rovaris DL, Ornell F, Sordi A, Rothmann LM, Niederauer JPO, et al. Sex-based differences in multidimensional clinical assessments of early-abstinence crack cocaine users. PLoS One. 2019;14(6):e0218334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0218334
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
,6666. Zhu Y, Liu J, Chen Y, Zhang R, Qu B. The relation between mental health, homosexual stigma, childhood abuse, community engagement, and unprotected anal intercourse among MSM in China. Sci Rep. 2018;8:3984. https://doi.org/10.1038/s41598-018-22403-9
https://doi.org/10.1038/s41598-018-22403...
, dois com pacientes em serviços de saúde2121. Barros CRS, Zucchi EM, Schraiber LB, França Junior I. Individual- and contextual-level factors associated with client-initiated HIV testing. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(3):394-407. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700030004
https://doi.org/10.1590/1980-54972017000...
,5252. Nisida IVV, Boulos MIC, Silva LMB, Mayaud P, Avelino-Silva VI, Segurado AC. Predictors of adherence to HIV post-exposure prophylaxis and retention in care after an episode of sexual violence in Brazil. AIDS Patient Care STDS. 2019;33(9):399-405. https://doi.org/10.1089/apc.2019.0080
https://doi.org/10.1089/apc.2019.0080...
, dois com profissionais de saúde3636. Ziliotto FPO, Antunes MC, Aznar-Blefari C, Rocha GVM. Characterization of sexual abuses committed by women. Trends Psychol. 2020;28(2):165-79. https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007-0
https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007...
,5656. Mann CG, Monteiro S. Sexualidade e prevenção das IST/aids no cuidado em saúde mental: o olhar e a prática de profissionais no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica. 2018;34(7):e00081217. https://doi.org/10.1590/0102-311X00081217
https://doi.org/10.1590/0102-311X0008121...
, dois com estudantes universitários4242. D’Abreu LCF, Krahé B. Vulnerability to sexual victimization in female and male college students in Brazil: cross-sectional and prospective evidence. Arch Sex Behav. 20165(5):1101-15. https://doi.org/10.1007/s10508-014-0451-7
https://doi.org/10.1007/s10508-014-0451-...
,4747. Albuquerque PP, Williams LCA. “Minha pior experiência escolar”: caracterização retrospectiva da vitimização de estudantesMy. Estud Psicol (Natal). 2018;23(2):133-44. https://doi.org/10.22491/1678-4669.20180014
https://doi.org/10.22491/1678-4669.20180...
e um com adolescentes e adultos1818. Diehl A, Molina de Souza R, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian National Sample. J Interpers Violence. 2020;37(1-2):NP944-67. https://doi.org/10.1177/0886260520915546
https://doi.org/10.1177/0886260520915546...
.

Entre os estudos exclusivos com meninos ou homens, cinco deles são com homens que fazem sexo com outros homens1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459...
,1616. Edeza A, Galarraga O, Novak D, Mayer K, Rosenberger J, Mimiaga M, et al. The role of sexual risk behaviors on PrEP awareness and interest among men who have sex with men in Latin America. Int J STD AIDS. 2019;30(6):542-9. https://doi.org/10.1177/0956462419825944
https://doi.org/10.1177/0956462419825944...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
,3434. Oldenburg CE, Perez-Brumer AG, Biello KB, Landers SJ, Rosenberger JG, Novak DS, et al. Transactional sex among men who have sex with men in Latin America: economic, sociodemographic, and psychosocial factors. Am J Public Health. 2015;105(5):e95-102. https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402
https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402...
,4545. Guimarães MDC, Kendall C, Magno L, Rocha GM, Knauth DR, Leal AF, et al. Comparing HIV risk-related behaviors between 2 RDS national samples of MSM in Brazil, 2009 and 2016. Med (Baltimore). 2018;97(1 Suppl):S62-8. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009079
https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009...
, outros cinco fazem o recorte em crianças e adolescentes do sexo masculino3939. Penso MA, Conceição MIG, Costa LF, Said AP, Willians LCA. Boy sexual victimization: characteristics of family configuration and of the offender. Psicol Teor Pesq. 2019;35:e35428. https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428
https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428...
,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05...
,5858. Carvalho FA. Homem não chora: o abuso sexual contra meninos. Jundiaí, SP: Paco Editorial; 2020. 180 p.,6161. Nascimento MAF, Uziel AP, Hernandez JG. Young men in juvenile detention centers in Rio de Janeiro, Brazil: gender, sexuality, masculinity and health implications. Cad Saude Publica. 2018;34(2):e00177916. https://doi.org/10.1590/0102-311X00177916
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017791...
, três focalizam pacientes de serviços (majoritariamente serviços de saúde)2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019,3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21.,6363. Nunes AVA, Nunes SOV, Strano T, Pascolat G, Doria GMS, Ehlke MN. Folie à Deux and its interaction with early life stress: a case report. J Med Case Rep. 2016;10(1):339. https://doi.org/10.1186/s13256-016-1128-8
https://doi.org/10.1186/s13256-016-1128-...
e dois enquadram usuários de drogas3838. Canfield M, Radcliffe P, D’Oliveira AFPL, Gilchrist G. Factors associated with the severity of IPV perpetrated by substance using men towards current partner. Adv Dual Diagn. 2019;13(1):32-45. https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003
https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003...
,5050. Gilchrist G, Radcliffe P, Noto AR, Oliveira AFPL. The prevalence and factors associated with ever perpetrating intimate partner violence by men receiving substance use treatment in Brazil and England: a cross-cultural comparison 36(1):34-51. https://doi.org/10.1111/dar.12436
https://doi.org/10.1111/dar.12436...
.

Subnotificação

A questão da subnotificação da violência sexual contra meninos e homens foi um tema discutido em diversos trabalhos. Para os autores, as razões que poderiam explicar o problema são: a incapacidade do homem de se perceber no lugar de vítima e a confusão em relação à orientação sexual, provocada pelo fato de a maioria das agressões sexuais ser provocada por outros homens11. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: teoria e Intervenção. Curitiba, PR: Juruá; 2014. 138 p.,22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
https://doi.org/10.1590/S0103-6564201200...
,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
https://doi.org/10.1080/13548506.2018.15...
,3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21.,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05...
,5959. Oliveira AAB. Meninos traídos: abuso sexual e constituição da masculinidade [dissertação]. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais; 2017., a cultura machista11. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: teoria e Intervenção. Curitiba, PR: Juruá; 2014. 138 p.,22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
https://doi.org/10.1590/S0103-6564201200...
,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5858. Carvalho FA. Homem não chora: o abuso sexual contra meninos. Jundiaí, SP: Paco Editorial; 2020. 180 p.,5959. Oliveira AAB. Meninos traídos: abuso sexual e constituição da masculinidade [dissertação]. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais; 2017., a maior dificuldade de falar sobre violência sexual quando comparada com outras formas de agressão1010. Coêlho BM, Santana GL, Viana MC, Andrade LH, Wang YP. Gender-related dimensions of childhood adversities in the general population. Rev Bras Psiquiatr. 2018;40(4):394-402. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2366
https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2...
, a falta de treinamento dos agentes envolvidos no processo de notificação3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21., o medo da reprodução do abuso, da reação dos pais, de uma ruptura familiar e o medo das reações do agressor em virtude de suas ameaças3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21..

Como parte dos trabalhos foi realizada baseando-se em dados secundários, há também questões acerca da qualidade do preenchimento das fichas de notificação. Esses problemas variam desde erro no preenchimento3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
até a falta de informações importantes, como o sexo da vítima e do agressor5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017..

Prevalência de Violência Sexual

A maioria dos estudos incluídos nesta revisão apresenta dados sobre prevalência de violência sexual (n = 36). Entre os 17 estudos realizados exclusivamente com meninos ou homens, apenas oito apresentam essas informações1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459...
,1616. Edeza A, Galarraga O, Novak D, Mayer K, Rosenberger J, Mimiaga M, et al. The role of sexual risk behaviors on PrEP awareness and interest among men who have sex with men in Latin America. Int J STD AIDS. 2019;30(6):542-9. https://doi.org/10.1177/0956462419825944
https://doi.org/10.1177/0956462419825944...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
,2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019,3434. Oldenburg CE, Perez-Brumer AG, Biello KB, Landers SJ, Rosenberger JG, Novak DS, et al. Transactional sex among men who have sex with men in Latin America: economic, sociodemographic, and psychosocial factors. Am J Public Health. 2015;105(5):e95-102. https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402
https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402...
,3838. Canfield M, Radcliffe P, D’Oliveira AFPL, Gilchrist G. Factors associated with the severity of IPV perpetrated by substance using men towards current partner. Adv Dual Diagn. 2019;13(1):32-45. https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003
https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003...
,4545. Guimarães MDC, Kendall C, Magno L, Rocha GM, Knauth DR, Leal AF, et al. Comparing HIV risk-related behaviors between 2 RDS national samples of MSM in Brazil, 2009 and 2016. Med (Baltimore). 2018;97(1 Suppl):S62-8. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009079
https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009...
,5050. Gilchrist G, Radcliffe P, Noto AR, Oliveira AFPL. The prevalence and factors associated with ever perpetrating intimate partner violence by men receiving substance use treatment in Brazil and England: a cross-cultural comparison 36(1):34-51. https://doi.org/10.1111/dar.12436
https://doi.org/10.1111/dar.12436...
.

A menor prevalência descrita foi de 0,1% em estudo realizado com amostra representativa da população urbana da cidade de São Paulo, que contou com informações de 5.037 pessoas, em que 2.187 eram homens1010. Coêlho BM, Santana GL, Viana MC, Andrade LH, Wang YP. Gender-related dimensions of childhood adversities in the general population. Rev Bras Psiquiatr. 2018;40(4):394-402. https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2366
https://doi.org/10.1590/1516-4446-2017-2...
. Já a maior prevalência foi de 71%, apresentada em um estudo realizado também na cidade de São Paulo com 80 homens que apresentavam queixa de disfunções sexuais atendidos em um serviço especializado2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019.

Os grupos com prevalências mais altas são os de homens que fazem sexo com outros homens (14.9–59,50%)1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459...
,1616. Edeza A, Galarraga O, Novak D, Mayer K, Rosenberger J, Mimiaga M, et al. The role of sexual risk behaviors on PrEP awareness and interest among men who have sex with men in Latin America. Int J STD AIDS. 2019;30(6):542-9. https://doi.org/10.1177/0956462419825944
https://doi.org/10.1177/0956462419825944...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
,3434. Oldenburg CE, Perez-Brumer AG, Biello KB, Landers SJ, Rosenberger JG, Novak DS, et al. Transactional sex among men who have sex with men in Latin America: economic, sociodemographic, and psychosocial factors. Am J Public Health. 2015;105(5):e95-102. https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402
https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402...
,4545. Guimarães MDC, Kendall C, Magno L, Rocha GM, Knauth DR, Leal AF, et al. Comparing HIV risk-related behaviors between 2 RDS national samples of MSM in Brazil, 2009 and 2016. Med (Baltimore). 2018;97(1 Suppl):S62-8. https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009079
https://doi.org/10.1097/MD.0000000000009...
, homens com disfunções sexuais (10–71,3%)2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019 e usuários de álcool ou drogas (3.5–30,8%)2020. Guimarães RA, Castro VOL, Oliveira SMVL, Stabile AC, Motta-Castro ARC, Carneiro MAS, et al. Gender differences in patterns of drug use and sexual risky behaviour among crack cocaine users in Central Brazil. BMC Psychiatry. 2017;1(1):412. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-7
https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-...
,2424. Guimarães RA, Rodovalho AG, Fernandes IL, Silva GC, Felipe RL, Vera I, et al. Transactional sex among noninjecting illicit drug users: implications for HIV transmission. ScientificWorldJournal. 2016;2016:4690628. https://doi.org/10.1155/2016/4690628
https://doi.org/10.1155/2016/4690628...
,3232. Roglio VS, Borges EN, Rabelo-da-Ponte FD, Ornell F, Scherer JN, Schuch JB, et al. Prediction of attempted suicide in men and women with crack-cocaine use disorder in Brazil. PLoS One.2020;15(5):e0232242. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0232242
https://doi.org/10.1371/journal.pone.023...
,3333. Madalena TS, Sartes LMA. Crack cocaine users in treatment in Therapeutic Communities: profile and prevalence. Arq Bras Psicol. 2018;70(1):21-36.,3838. Canfield M, Radcliffe P, D’Oliveira AFPL, Gilchrist G. Factors associated with the severity of IPV perpetrated by substance using men towards current partner. Adv Dual Diagn. 2019;13(1):32-45. https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003
https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003...
,4343. Sanvicente-Vieira B, Rovaris DL, Ornell F, Sordi A, Rothmann LM, Niederauer JPO, et al. Sex-based differences in multidimensional clinical assessments of early-abstinence crack cocaine users. PLoS One. 2019;14(6):e0218334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0218334
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
,5050. Gilchrist G, Radcliffe P, Noto AR, Oliveira AFPL. The prevalence and factors associated with ever perpetrating intimate partner violence by men receiving substance use treatment in Brazil and England: a cross-cultural comparison 36(1):34-51. https://doi.org/10.1111/dar.12436
https://doi.org/10.1111/dar.12436...
.

A variação dos dados de prevalência apresentados da Tabela 1 pode ser explicada pela forma como foram selecionados os participantes, assim como a maneira com que foram questionados sobre a experiência de violência sexual. Perguntas mais amplas, como sobre experiência sexual antes dos 13 anos com alguém cinco anos mais velho ou mais, podem revelar prevalências mais altas (59%)1616. Edeza A, Galarraga O, Novak D, Mayer K, Rosenberger J, Mimiaga M, et al. The role of sexual risk behaviors on PrEP awareness and interest among men who have sex with men in Latin America. Int J STD AIDS. 2019;30(6):542-9. https://doi.org/10.1177/0956462419825944
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e perguntas mais fechadas ou específicas podem produzir menor índice de resposta nos participantes. Na pesquisa com homens com disfunções sexuais, ao serem questionados sobre estupro ou tentativa de estupro (sexo com penetração) a prevalência foi de 10%, todavia, quando esses mesmos homens foram questionados sobre qualquer experiência sexual não consentida antes dos 12 anos, a prevalência aumenta para 71,3%2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019.

Tabela 1
Características dos estudos incluídos em relação aos participantes, abrangência, perguntas de rastreio da violência sexual (VS) e prevalência de violência sexual por ano de publicação.

A pesquisa que investigou agressões sexuais em casas noturnas de São Paulo foi uma das únicas que incluiu pessoas do sexo masculino e feminino, e a prevalência de violência sexual foi maior entre os homens: 1,4% dos homens e 0,7% das mulheres relataram tentativa de estupro; com relação à agressão sexual, os números foram de 11,7% e 11,1%, respectivamente1919. Sanchez ZM, Santos MGR, Sanudo A, Carlini CM, Martins SS. Sexual aggression in Brazilian nightclubs: associations with patron’s characteristics, drug use, and environmental factors. Arch Sex Behav. 2019;48(2):609-18. https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-4
https://doi.org/10.1007/s10508-018-1322-...
. Outro estudo em que a prevalência de violência sexual foi maior entre os meninos foi realizado entre adolescentes de ambos os sexos, estudantes do segundo ano do Ensino Médio de dez capitais brasileiras. Nesse estudo, a prevalência entre os meninos foi de 12,5%4949. Carvalho LS, Assis SG, Pires TO. Violência sexual em distintas eesferas relacionais de adolescents. Rev Adolesc Saude. 2017;14(1):14-21.. Nos demais, com pessoas de ambos os sexos, a prevalência de violência sexual foi maior entre as meninas e mulheres88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
https://doi.org/10.1590/0102-311X0012631...
,2020. Guimarães RA, Castro VOL, Oliveira SMVL, Stabile AC, Motta-Castro ARC, Carneiro MAS, et al. Gender differences in patterns of drug use and sexual risky behaviour among crack cocaine users in Central Brazil. BMC Psychiatry. 2017;1(1):412. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-7
https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-...
,4646. Costa FBS, Miranda CES, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Violência sexual entre adolescentes escolares brasileiros. Rev Adolesc Saude. 2018;21(2):72-80.,5353. Soares ALG, Howe LD, Matijasevich A, Wehrmeister FC, Menezes AMB, Gonçalves H. Adverse childhood experiences: prevalence and related factors in adolescents of a Brazilian birth cohort. Child Abuse Negl. 2016;51:21-30. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2015.11.017
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2015.11...
, assim como nos estudos em que se estimou o risco: as meninas e mulheres foram identificadas com maior risco de serem violentadas do que os homens1818. Diehl A, Molina de Souza R, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian National Sample. J Interpers Violence. 2020;37(1-2):NP944-67. https://doi.org/10.1177/0886260520915546
https://doi.org/10.1177/0886260520915546...
,5454. Gallo EAG, De Mola CL, Wehrmeister F, Gonçalves H, Kieling C, Murray J. Childhood maltreatment preceding depressive disorder at age 18 years: a prospective Brazilian birth cohort study. J Affect Disord. 2017;217:218-24. https://doi.org/10.1016/j.jad.2017.03.065
https://doi.org/10.1016/j.jad.2017.03.06...
.

Características da Violência Sexual

Apenas 23 trabalhos apresentam informações que identificavam o(a) agressor(a), a maioria deles(as) pessoas conhecidas das vítimas. Violência perpetrada pelo pai ou padrasto foi comum em oito estudos2222. Fontes LFC, Conceição OC, Machado S. Childhood and adolescent sexual abuse, victim profile and its impacts on mental health. Cien Saude Coletiva. 2017;22(9):2919-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
https://doi.org/10.1080/13548506.2018.15...
,3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
,3939. Penso MA, Conceição MIG, Costa LF, Said AP, Willians LCA. Boy sexual victimization: characteristics of family configuration and of the offender. Psicol Teor Pesq. 2019;35:e35428. https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428
https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428...
,4646. Costa FBS, Miranda CES, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Violência sexual entre adolescentes escolares brasileiros. Rev Adolesc Saude. 2018;21(2):72-80.,4848. Silva WS, Barroso-Junior UO. Child sexual abuse confirmed by forensic examination in Salvador, Bahia, Brazil. Am J Forensic Med Pathol. 2017;38(1):54-8. https://doi.org/10.1097/PAF.0000000000000283
https://doi.org/10.1097/PAF.000000000000...
,5858. Carvalho FA. Homem não chora: o abuso sexual contra meninos. Jundiaí, SP: Paco Editorial; 2020. 180 p.,5959. Oliveira AAB. Meninos traídos: abuso sexual e constituição da masculinidade [dissertação]. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais; 2017.. Autores que não descreveram quem são os(as) perpetradores apontam para figuras conhecidas e/ou familiares44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017261...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
,2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05...
,6565. Raffaelli M, Santana JP, Morais NA, Nieto CJ, Koller SH. Adverse childhood experiences and adjustment: a longitudinal study of street-involved youth in Brazil. Child Abuse Negl. 2018;85:91-100. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2018.07.032
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2018.07...
. Há ainda estudos que descrevem violências cometidas por parceiros(as) íntimos(as)88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
https://doi.org/10.1590/0102-311X0012631...
,2323. Barros CRS, Schraiber LB. Intimate partner violence reported by female and male users of healthcare units. Rev Saude Publica. 2017;51:7. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006385
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
,3838. Canfield M, Radcliffe P, D’Oliveira AFPL, Gilchrist G. Factors associated with the severity of IPV perpetrated by substance using men towards current partner. Adv Dual Diagn. 2019;13(1):32-45. https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003
https://doi.org/10.1108/ADD-04-2019-0003...
,5050. Gilchrist G, Radcliffe P, Noto AR, Oliveira AFPL. The prevalence and factors associated with ever perpetrating intimate partner violence by men receiving substance use treatment in Brazil and England: a cross-cultural comparison 36(1):34-51. https://doi.org/10.1111/dar.12436
https://doi.org/10.1111/dar.12436...
. Destaca-se que as mulheres apareceram em seis estudos como violadoras sexuais2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
https://doi.org/10.1590/1413-81232018234...
,3636. Ziliotto FPO, Antunes MC, Aznar-Blefari C, Rocha GVM. Characterization of sexual abuses committed by women. Trends Psychol. 2020;28(2):165-79. https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007-0
https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007...
,3939. Penso MA, Conceição MIG, Costa LF, Said AP, Willians LCA. Boy sexual victimization: characteristics of family configuration and of the offender. Psicol Teor Pesq. 2019;35:e35428. https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428
https://doi.org/10.1590/0102.3772e35428...
,4646. Costa FBS, Miranda CES, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Violência sexual entre adolescentes escolares brasileiros. Rev Adolesc Saude. 2018;21(2):72-80.,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5858. Carvalho FA. Homem não chora: o abuso sexual contra meninos. Jundiaí, SP: Paco Editorial; 2020. 180 p..

Uma minoria dos estudos (n = 11) indica onde as violências aconteceram e quase todos (n=10) informam que os casos ocorreram na casa da própria vítima ou do agressor(a)44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017261...
,2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
https://doi.org/10.1590/1413-81232018234...
,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
https://doi.org/10.1080/13548506.2018.15...
,3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
,3636. Ziliotto FPO, Antunes MC, Aznar-Blefari C, Rocha GVM. Characterization of sexual abuses committed by women. Trends Psychol. 2020;28(2):165-79. https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007-0
https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007...
,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5555. Costa MCO, Musse JO, Reiter J, Cruz NLA, Amorim HPL. Violência sexual perpetrada em crianças e adolescentes: estudo dos registros de conselhos tutelares em uma década. Rev Adolesc Saude. 2017;14(2):8-16.,5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05...
. A maioria também não informou se a agressão se tratava de violência de repetição: apenas 12 estudos apresentaram essa informação44. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
https://doi.org/10.1590/0102-311X0017261...
,2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019,2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
https://doi.org/10.1590/1413-81232018234...
,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
https://doi.org/10.1080/13548506.2018.15...
,3131. Rates SMM, Melo EM, Mascarenhas MDM, Malta DC. Violence against children: an analysis of mandatory reporting of violence, Brazil 2011. Cien Saude Colet. 2015;20(3):655-65. https://doi.org/10.1590/1413-81232015203.15242014
https://doi.org/10.1590/1413-81232015203...
,3636. Ziliotto FPO, Antunes MC, Aznar-Blefari C, Rocha GVM. Characterization of sexual abuses committed by women. Trends Psychol. 2020;28(2):165-79. https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007-0
https://doi.org/10.9788/s43076-019-00007...
,4343. Sanvicente-Vieira B, Rovaris DL, Ornell F, Sordi A, Rothmann LM, Niederauer JPO, et al. Sex-based differences in multidimensional clinical assessments of early-abstinence crack cocaine users. PLoS One. 2019;14(6):e0218334. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0218334
https://doi.org/10.1371/journal.pone.021...
,4848. Silva WS, Barroso-Junior UO. Child sexual abuse confirmed by forensic examination in Salvador, Bahia, Brazil. Am J Forensic Med Pathol. 2017;38(1):54-8. https://doi.org/10.1097/PAF.0000000000000283
https://doi.org/10.1097/PAF.000000000000...
,4949. Carvalho LS, Assis SG, Pires TO. Violência sexual em distintas eesferas relacionais de adolescents. Rev Adolesc Saude. 2017;14(1):14-21.,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05...
,5959. Oliveira AAB. Meninos traídos: abuso sexual e constituição da masculinidade [dissertação]. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais; 2017..

Fatores Associados à Violência Sexual

Diversos fatores foram descritos associados à violência sexual. Os desfechos negativos em saúde mental foram os mais citados, dentre eles, estão: Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT)2525. Luz MP, Coutinho ESF, Berger W, Mendlowicz MV, Vilete LMP, Mello MF, et al. Conditional risk for posttraumatic stress disorder in an epidemiological study of a Brazilian urban population. J Psychiatr Res. 2016;72:51-7. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.10.011
https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.201...
,6666. Zhu Y, Liu J, Chen Y, Zhang R, Qu B. The relation between mental health, homosexual stigma, childhood abuse, community engagement, and unprotected anal intercourse among MSM in China. Sci Rep. 2018;8:3984. https://doi.org/10.1038/s41598-018-22403-9
https://doi.org/10.1038/s41598-018-22403...
; ideação suicida2929. Schäfer JL, Teixeira VA, Fontoura LP, Castro LC, Horta RL. Exposure to physical and sexual violence and suicidal ideation among schoolchildren. J Bras Psiquiatr. 2017;66(2):96-103. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000156
https://doi.org/10.1590/0047-20850000001...
; uso de drogas e isolamento social1717. Massaro LTS, Adesse L, Laranjeira R, Caetano R, Madruga CS. Rape in Brazil and relationships with alcohol consumption: estimates based on confidential self-reports. Cad Saude Publica. 2019;35(2):e00022118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00022118
https://doi.org/10.1590/0102-311X0002211...
,2222. Fontes LFC, Conceição OC, Machado S. Childhood and adolescent sexual abuse, victim profile and its impacts on mental health. Cien Saude Coletiva. 2017;22(9):2919-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
https://doi.org/10.1590/1413-81232017229...
,6767. França DDS, Del-Rios NHA, Carneiro MAS, Guimarães RA, Caetano KAA, Reis MNG, et al. HIV-1 infection among crack cocaine users in a region far from the epicenter of the HIV epidemic in Brazil: prevalence and molecular characteristics. PLoS One. 2018;13(7):e0199606. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0199606
https://doi.org/10.1371/journal.pone.019...
; psicose6363. Nunes AVA, Nunes SOV, Strano T, Pascolat G, Doria GMS, Ehlke MN. Folie à Deux and its interaction with early life stress: a case report. J Med Case Rep. 2016;10(1):339. https://doi.org/10.1186/s13256-016-1128-8
https://doi.org/10.1186/s13256-016-1128-...
. Além das questões de saúde mental, fazer sexo anal desprotegido1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459...
,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
e disfunções sexuais2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019 também foram relacionadas à violência sexual.

Outras formas de violência foram associadas à sexual, dentre elas: maus tratos na infância e violência física3232. Roglio VS, Borges EN, Rabelo-da-Ponte FD, Ornell F, Scherer JN, Schuch JB, et al. Prediction of attempted suicide in men and women with crack-cocaine use disorder in Brazil. PLoS One.2020;15(5):e0232242. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0232242
https://doi.org/10.1371/journal.pone.023...
; discriminação por orientação sexual2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-...
; violência por parceiros íntimos3434. Oldenburg CE, Perez-Brumer AG, Biello KB, Landers SJ, Rosenberger JG, Novak DS, et al. Transactional sex among men who have sex with men in Latin America: economic, sociodemographic, and psychosocial factors. Am J Public Health. 2015;105(5):e95-102. https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402
https://doi.org/10.2105/AJPH.2014.302402...
; estupro na vida adulta1818. Diehl A, Molina de Souza R, Madruga CS, Laranjeira R, Wagstaff C, Pillon SC. Rape, child sexual abuse, and mental health in a Brazilian National Sample. J Interpers Violence. 2020;37(1-2):NP944-67. https://doi.org/10.1177/0886260520915546
https://doi.org/10.1177/0886260520915546...
. Em um estudo que analisou os prontuários de vítimas foi possível identificar que a duração e a gravidade do abuso estavam associadas à violência sexual sofrida pelos meninos3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
https://doi.org/10.1080/13548506.2018.15...
. Na Tabela 1 estão descritas as principais características dos estudos.

DISCUSSÃO

Nosso estudo indica uma escassez de pesquisas que estudam exclusivamente a violência sexual praticada contra a população masculina adulta ou infantil. Identificamos também a subnotificação dessa violência, um aspecto citado em vários estudos, que pode ter causa em normas culturais, dificultando a autopercepção de meninos e homens como vítimas ou mesmo de falar sobre experiências que possam indicar alguma fragilidade. No entanto, os estudos de prevalência mostram que a violência sexual contra essa parcela da população é um problema de grande magnitude, com uma significativa variedade de fatores associados, como desfechos negativos em saúde mental, problemas comportamentais ou de socialização, além de problemas clínicos. Foram poucos estudos com amostras representativas e a natureza das perguntas de rastreio influenciou profundamente a variação nas prevalências estimadas. Nas pesquisas em que foram incluídas pessoas de ambos os gêneros, a prevalência foi maior para as pessoas do gênero feminino, corroborando os resultados de outros estudos que apontam as mulheres e meninas como as principais vítimas de violência sexual88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
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,1212. Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien K, Colquhoun H, Kastner M, et al. A scoping review on the conduct and reporting of scoping reviews. BMC Med Res Methodol. 2021;16:15. https://doi.org/10.1186/s12874-016-0116-4
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,6868. Pereda N, Guilera G, Forns M, Gómez-Benito J. The international epidemiology of child sexual abuse: a continuation of Finkelhor (1994). Child Abuse Negl. 2009;33(6):331-42. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2008.07.007
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.

De acordo com estudo realizado em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apenas 10% dos casos de violência sexual são notificados6969. Cerqueira DRC, Coelho DSC. Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde. Brasilia, DF: IPEA; 2014. (Nota Técnica; nº 11 (Diest). e, embora pesquisadores mostrem uma evolução de 291,92% nas notificações dessa violência contra a população masculina entre os anos 2009-201344. Gaspar RS, Pereira MUL. Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013. Cad Saude Publica. 2018;34(11):e00172617. https://doi.org/10.1590/0102-311X00172617
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, a subnotificação aparece ainda como um dos grandes problemas. As razões elencadas pelos autores para explicar essa subnotificação são: confusões em relação a orientação sexual, porque os abusos são majoritariamente cometidos por homens; a cultura machista e patriarcal que impossibilita os homens de se perceberem como vítimas e falar sobre suas emoções; medo da ruptura familiar; medo do agressor; a escolha dos agressores por meninos muito jovens, ou seja, sem maturidade suficiente para compreender que está sendo vitimizado; e o medo da reprodução do abuso11. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: teoria e Intervenção. Curitiba, PR: Juruá; 2014. 138 p.,22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
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,3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
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,3737. Conceição MIG, Costa LF, Penso MA, Williams LCA. Abuso sexual infantil masculino: sintomas, notificação e denúncia no restabelecimento da proteção. Psicol Clin. 2020;32(1):101-21.,5151. Said AP. Abuso sexual de vítimas do sexo masculino: notificações e prontuários no Distrito Federal [dissertação]. Brasília, DF: Universidade de Brasília; 2017.,5757. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. “A boy, being a victim, nobody really buys that, you know?”: dynamics of sexual violence against boys. Child Abuse Negl. 2017;70:53-64. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2017.05.008
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,5959. Oliveira AAB. Meninos traídos: abuso sexual e constituição da masculinidade [dissertação]. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais; 2017..

A subnotificação é um problema sob vários aspectos, mas o fato de meninos só conseguirem falar sobre o trauma sexual muito tempo depois pode estar associado a abusos mais graves e duradouros3030. Vertamatti MAF, Strufaldi R, Evans DP, Drezett J, Barbosa CP, Abreu LC. Factors associated with reporting delays and severity of childhood sexual abuse in São Paulo, Brazil. Psychol Health Med. 2019;24(6):739-48. https://doi.org/10.1080/13548506.2018.1556397
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. Em um estudo realizado com dados de vigilância, a violência sexual contra homens e meninos aconteceu mais precocemente quando comparados com as meninas, e a explicação para esse fenômeno está na incapacidade da criança menor de reconhecer a situação como violadora e romper o silêncio2828. Platt VB, Back IC, Hauschild DB, Guedert JM. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Cien Saude Colet. 2018;23(4):1019-31. https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.11362016
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, o que se torna ainda mais difícil quando se leva em conta a expectativa sociocultural de que os homens sejam fortes e resilientes, gerando um possível bloqueio para os que sofrem violência sexual66. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. São Paulo: FBSP; 2020.,2020. Guimarães RA, Castro VOL, Oliveira SMVL, Stabile AC, Motta-Castro ARC, Carneiro MAS, et al. Gender differences in patterns of drug use and sexual risky behaviour among crack cocaine users in Central Brazil. BMC Psychiatry. 2017;1(1):412. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1569-7
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.

Embora exista um problema importante em relação à subnotificação de violência sexual contra homens, os dados de prevalência descritos nos estudos variam de 0.1% a 71%. Homens que fazem sexo com outros homens, homens com disfunções sexuais e usuários de drogas apresentaram prevalências mais altas que os demais grupos. Em um estudo populacional com uma amostra representativa dos Estados Unidos, os pesquisadores identificaram que homens bissexuais e homossexuais apresentaram mais chances de ter um histórico de violência sexual na infância do que heterossexuais7070. Sweet T, Welles SL. Associations of sexual identity or same-sex behaviors with history of childhood sexual abuse and HIV/STI risk in the United States. J Acquir Immune Defic Syndr. 2012;59(4):400-8. https://doi.org/10.1097/QAI.0b013e3182400e75
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. Outro aspecto identificado nos estudos que compõem essa revisão é que a maioria deles foi com crianças e adolescentes, ou investigou a agressão na infância. Apenas três estudos investigaram a violência na idade adulta, indicando uma lacuna de evidência sobre violência sexual contra homens adultos.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pela segunda vez em 2019, incluiu questões para rastreio de violência sexual e apontou que 2,5% dos homens com 18 anos ou mais participantes da pesquisa sofreram violência sexual alguma vez na vida, o que representa cerca de aproximadamente dois milhões de homens7171. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: acidentes, violência, doenças transmissíveis, atividade sexual, características do trabalho e apoio social. Rio de Janeiro: IBGE; Ministério da Saúde, Coordenação de Trabalho e Rendimento; 2021.. Em uma revisão de literatura sobre a prevalência de violência sexual e suas características, a autora identificou prevalência que varia de 1% a 35% entre os homens, porém apenas 35% dos trabalhos incluídos na revisão continham informações sobre vítimas do gênero masculino. Isso corrobora a necessidade de mais estudos sobre homens brasileiros que sofrem ou sofreram violência sexual22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
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.

A definição de violência sexual adotada pelos pesquisadores mudou os resultados de prevalência. Estudos que investigam todas as formas de violência sexual encontraram prevalências maiores; já estudos com perguntas mais específicas, apresentaram prevalências menores. Consideramos difícil eleger uma pergunta de rastreio que possa ser utilizada amplamente, mas percebemos a necessidade de debate em torno dessa questão.

Sobre os fatores associados à violência sexual contra homens e meninos, esta revisão aponta para uma diversidade de desfechos, partindo de desfechos negativos de saúde mental (TEPT, uso e abuso de drogas, ideação suicida)2525. Luz MP, Coutinho ESF, Berger W, Mendlowicz MV, Vilete LMP, Mello MF, et al. Conditional risk for posttraumatic stress disorder in an epidemiological study of a Brazilian urban population. J Psychiatr Res. 2016;72:51-7. https://doi.org/10.1016/j.jpsychires.2015.10.011
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,6666. Zhu Y, Liu J, Chen Y, Zhang R, Qu B. The relation between mental health, homosexual stigma, childhood abuse, community engagement, and unprotected anal intercourse among MSM in China. Sci Rep. 2018;8:3984. https://doi.org/10.1038/s41598-018-22403-9
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, passando por problemas clínicos (disfunção erétil, ejaculação precoce e dor pélvica crônica)2727. Pap AD. A relação entre a experiência de abuso sexual na infância e queixas de dor pélvica crônica e disfunção sexual masculina [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2019 e questões comportamentais (realização frequente de teste anti-HIV, sexo anal desprotegido, isolamento social e sexo comercial)1515. Rocha GM, Guimarães MDC, Brito AM, Dourado I, Veras MA, Magno L, et al. High rates of unprotected receptive anal intercourse and their correlates among young and older MSM in Brazil. AIDS Behav. 2020;24(3):938-50. https://doi.org/10.1007/s10461-019-02459-y
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,1717. Massaro LTS, Adesse L, Laranjeira R, Caetano R, Madruga CS. Rape in Brazil and relationships with alcohol consumption: estimates based on confidential self-reports. Cad Saude Publica. 2019;35(2):e00022118. https://doi.org/10.1590/0102-311X00022118
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,2222. Fontes LFC, Conceição OC, Machado S. Childhood and adolescent sexual abuse, victim profile and its impacts on mental health. Cien Saude Coletiva. 2017;22(9):2919-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017
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,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
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,6767. França DDS, Del-Rios NHA, Carneiro MAS, Guimarães RA, Caetano KAA, Reis MNG, et al. HIV-1 infection among crack cocaine users in a region far from the epicenter of the HIV epidemic in Brazil: prevalence and molecular characteristics. PLoS One. 2018;13(7):e0199606. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0199606
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. Diversos estudos também indicam a presença de pensamentos suicidas, isolamento social, infecções sexualmente transmissíveis (IST), culpa, baixa autoestima, doenças psicossomáticas e problemas de desenvolvimento físico e emocional das vítimas22. Hohendorff JV, Habigzang LF, Koller SH. Violência sexual contra meninos: dados epidemiológicos, características e consequências. Psicol USP. 2012;23(2):395-416. https://doi.org/10.1590/S0103-65642012005000007
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,2626. Sabidó M, Kerr LRFS, Mota RS, Benzaken AS, Pinho AA, Guimarães MDC, et al. Sexual violence against men who have sex with men in Brazil: a respondent-driven sampling survey. AIDS Behav. 2015;19(9):1630-41. https://doi.org/10.1007/s10461-015-1016-z
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,7272. Koller SH, De Antoni C. Violência intrafamiliar: uma visão ecológica. In: Koller SH, organizadora. Ecologia do desenvolvimento humano: pesquisa e intervenção no Brasil. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2004. p. 293-310.. Nesse sentido, nossos resultados não diferem dos demais estudos, indicando de fato um problema grave de saúde pública.

As características da violência, como sexo do agressor e local onde a violência aconteceu, foram um dos pontos menos explorados pelos pesquisadores e, mesmo assim, os resultados indicam que, em relação às características da agressão, a violência sexual sofrida por homens e mulheres são semelhantes, pois os agressores e os locais apresentam os mesmos traços identificantes88. Winzer L. Frequency of self-reported sexual aggression and victimization in Brazil: a literature review. Cad Saude Publica. 2016;32(7):e00126315. https://doi.org/10.1590/0102-311X00126315
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,7171. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2019: acidentes, violência, doenças transmissíveis, atividade sexual, características do trabalho e apoio social. Rio de Janeiro: IBGE; Ministério da Saúde, Coordenação de Trabalho e Rendimento; 2021..

É importante destacar que esta revisão de escopo apresenta algumas limitações que devem ser consideradas na interpretação dos resultados. Foram escolhidas bases de dados importantes para a realização da busca dos estudos, porém reconhece-se que há uma limitação na variedade do tipo de material analisado, visto que documentos governamentais e anais de eventos científicos, por exemplo, não foram incluídos.

Não é prática comum em revisões de escopo adotar avaliações da qualidade dos trabalhos e tratamento estatístico para os dados quantitativos, como é o caso das revisões sistemáticas, podendo, portanto, haver uma limitação em relação à qualidade e ao rigor científico dos estudos incluídos.

CONCLUSÕES

A partir dos resultados desta revisão é possível concluir que, no período estudado, a subnotificação da violência sexual contra homens e meninos parece ser um problema de grande magnitude, que pode ser explicado a partir das normas culturais em torno do gênero masculino. A prevalência dessa violência, embora tenha apresentado uma grande variação, é maior que os dados encontrados nos sistemas de notificação, o que pode indicar o problema da subnotificação nos sistemas oficiais. Em relação aos fatores associados, há um conjunto de dados apresentados indicando que o homem vítima de violência sexual pode sofrer uma série de consequências em várias áreas de sua vida.

Nesse sentido, evidencia-se que são necessários esforços para a realização de futuros estudos com amostras representativas, perguntas de rastreio de violência sexual que captem toda forma de contato sexual não consentido, visando compreender a violência sofria pela população masculina, e com dados primários, evitando qualquer viés do preenchimento das notificações. É importante que futuros estudos sejam capazes de descrever as características dessas agressões contra homens e meninos, como o tempo que perdurou e quanto tempo as vítimas demoraram para falar sobre o ocorrido.

No Brasil, existem os Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS), que atendem crianças e adolescentes vítimas de violação de direitos, porém esses serviços são majoritariamente utilizados por crianças do gênero feminino. Conhecemos apenas uma iniciativa brasileira que oferece atendimento psicológico para homens vítimas de violência sexual, a Memórias Masculinas. Por fim, sugerimos que os formuladores de políticas públicas elaborem estratégias de prevenção e acolhimento a esses homens, minimizando efeitos adversos a curto, médio e longo prazo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Abr 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    4 Jan 2022
  • Aceito
    2 Maio 2022
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revsp@org.usp.br