Cadernos de Saúde Públicahttps://www.scielosp.org/feed/csp/2020.v36suppl1/2017-01-28T00:11:00ZUnknown authorVol. 36 - 2020WerkzeugEvidências científicas para subsidiar o debate10.1590/0102-311x000141202017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZDomingues, Rosa Maria Soares MadeiraCarvalho, Marilia SáCoeli, Cláudia MedinaLima, Luciana Dias de
<em>Domingues, Rosa Maria Soares Madeira</em>;
<em>Carvalho, Marilia Sá</em>;
<em>Coeli, Cláudia Medina</em>;
<em>Lima, Luciana Dias De</em>;
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Aborto por opção da mulher: a experiência portuguesa da implementação da Rede Nacional10.1590/0102-311x000362192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZVicente, Lisa Ferreira
<em>Vicente, Lisa Ferreira</em>;
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El impacto de la pobreza y la violencia en la salud y los derechos reproductivos de las mujeres en El Salvador10.1590/0102-311x000391192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZAlarcón, J. Sebastián RodríguezPerico, Maria Fernanda
<em>Alarcón, J. Sebastián Rodríguez</em>;
<em>Perico, Maria Fernanda</em>;
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La producción de conocimiento experto: un eje central en la implementación del aborto legal en Colombia10.1590/0102-311x001327192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZGonzález-Vélez, Ana Cristina
<em>González-Vélez, Ana Cristina</em>;
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Desafios e oportunidades para o acesso ao aborto legal e seguro na América Latina a partir dos cenários do Brasil, da Argentina e do Uruguai10.1590/0102-311x001684192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZGalli, Beatriz
<em>Galli, Beatriz</em>;
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A importância de discutir abertamente o problema do aborto para a proteção e promoção da saúde da mulher10.1590/0102-311x000039202017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZFaúndes, Aníbal
<em>Faúndes, Aníbal</em>;
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A Irlanda desde a revogação da Oitava Emenda10.1590/0102-311x002111192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZMurphy, Cliona
<em>Murphy, Cliona</em>;
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Domingues RMSM, Fonseca SC, Leal MC, Aquino EML, Menezes GMS. Aborto inseguro no Brasil: revisão sistemática da produção científica, 2008-2018. Cad Saúde Pública 2020; 36 Suppl 1:e00190418.10.1590/0102-311xer1904182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZMenezes GMS, Aquino EML, Fonseca SC, Domingues RMSM. Aborto e saúde no Brasil: desafios para a pesquisa sobre o tema em um contexto de ilegalidade. Cad Saúde Pública 2020; 36 Suppl 1:e00197918.10.1590/0102-311xer1979182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZDireito ao aborto: caminhos traçados no Brasil - entrevista com Margareth Arilha10.1590/0102-311x001183192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCabral, Cristiane da SilvaBarbosa, Regina MariaArilha, Margareth
<em>Cabral, Cristiane Da Silva</em>;
<em>Barbosa, Regina Maria</em>;
<em>Arilha, Margareth</em>;
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Relato de experiência sobre ampliação do acesso ao aborto legal por violência sexual no Município do Rio de Janeiro, Brasil10.1590/0102-311x001812192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZMudjalieb, Amanda Almeida
<em>Mudjalieb, Amanda Almeida</em>;
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Trata-se de relato de experiência desenvolvida na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ), para ampliar o número de maternidades municipais que atendem ao aborto legal por estupro. No Brasil, existem três permissivos legais para realização do aborto: risco à vida da gestante, estupro e anencefalia do feto. Diante da alta ocorrência de violência sexual contra as mulheres, os profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde precisam estar qualificados para este atendimento e potencial desfecho em aborto, caso seja esta a escolha da mulher. Apesar das normas e diretrizes, ainda existem barreiras importantes no acesso a este direito, sendo a alegação da objeção de consciência pelos profissionais um dos principais obstáculos enfrentados. O objetivo do trabalho é apresentar uma metodologia de sensibilização de profissionais de saúde, para qualificar o atendimento às vítimas de violência sexual e ampliar o acesso ao aborto legal nas maternidades municipais. A metodologia contou com três etapas: oficina de trabalho, sensibilizações nas maternidades e monitoramento. Esta experiência foi acompanhada pelo aumento do número de maternidades que realizam o aborto legal por estupro, passando de duas unidades em 2016 para dez em 2019. Também fortaleceu diretrizes para melhoria no atendimento, como priorização dos casos no acolhimento e classificação de risco, oferta de atendimento multiprofissional e garantia da presença do acompanhante na internação. Fatores que favoreceram este trabalho foram: vontade política da gestão da SMS-RJ; aposta em ações descentralizadas de educação permanente; envolvimento dos profissionais de saúde.Aborto no Brasil: o que dizem os dados oficiais?10.1590/01002-311x001887182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCardoso, Bruno BaptistaVieira, Fernanda Morena dos Santos BarbeiroSaraceni, Valeria
<em>Cardoso, Bruno Baptista</em>;
<em>Vieira, Fernanda Morena Dos Santos Barbeiro</em>;
<em>Saraceni, Valeria</em>;
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Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 55 milhões de abortos ocorreram no mundo, entre 2010 e 2014, e 45% destes foram inseguros. No Brasil, dados sobre aborto e suas complicações são incompletos. Dados assistenciais estão somente disponíveis para o setor público e dados de mortalidade dependem de investigação do óbito. O objetivo do estudo foi descrever o cenário do aborto no país, utilizando dados públicos disponíveis para acesso nos diversos Sistemas de Informação - SIM (mortalidade), SINASC (nascidos vivos) e SIH (internação hospitalar). No período entre 2008 e 2015, ocorreram cerca de 200.000 internações/ano por procedimentos relacionados ao aborto, sendo cerca de 1.600 por razões médicas e legais. De 2006 a 2015, foram encontrados 770 óbitos maternos com causa básica aborto no SIM. Houve discreta redução dos óbitos por aborto ao longo do período, com variações regionais. Esse número poderia ter um incremento de cerca de 29% por ano se os óbitos com menção de aborto e declarados com outra causa básica fossem considerados. Entre os óbitos declarados como aborto, 1% foi por razões médicas e legais e 56,5% como aborto não especificado. A proporção de óbitos por aborto identificados no SIH, em relação ao total de óbitos por aborto identificados no SIM, variou de 47,4% em 2008 para 72,2% em 2015. Embora os dados oficiais de saúde não permitam uma estimativa do número de abortos no país, foi possível traçar um perfil de mulheres em maior risco de óbito por aborto: as de cor preta e as indígenas, de baixa escolaridade, com menos de 14 e mais de 40 anos, vivendo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, e sem companheiro.Objeção de consciência ou instrumentalização ideológica? Uma análise dos discursos de gestores e demais profissionais acerca do abortamento legal10.1590/0102-311x000382192017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZBranco, July Grassiely de OliveiraBrilhante, Aline Veras MoraisVieira, Luiza Jane Eyre de SouzaManso, Almudena Garcia
<em>Branco, July Grassiely De Oliveira</em>;
<em>Brilhante, Aline Veras Morais</em>;
<em>Vieira, Luiza Jane Eyre De Souza</em>;
<em>Manso, Almudena Garcia</em>;
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Resumo: Este artigo objetivou compreender a objeção de consciência com base na análise das formações ideológicas que permeiam o acesso ao abortamento legal decorrente de violência sexual na concepção de trabalhadores e gestores que atuam em serviços de referência. Trata-se de uma pesquisa qualitativa mediante a participação de 20 trabalhadores (seis exerciam, também, a gestão) desses serviços a um roteiro de entrevista semiestruturado. O método de análise usado foi a análise do discurso. Os resultados evidenciam que a objeção de consciência emergiu como elemento discursivo central às mesmas. A análise contextualizada dos discursos evidenciou uma instrumentalização da prerrogativa por razões ideológicas, confluindo para a organização dos resultados nas seguintes categorias: a instrumentalização da objeção de consciência e a desarticulação da rede; e a instrumentalização da objeção de consciência a fim de vigiar e punir. Conclui-se que a objeção de consciência como formação discursiva foi ressignificada, a fim de compor um complexo e refinado sistema de sabotagem interna - consciente e inconsciente - dos serviços de atendimento à mulher em situação de violência sexual, apesar dos marcos e avanços legais.Avaliação da qualidade da atenção ao aborto na perspectiva das usuárias: estrutura dimensional do instrumento QualiAborto-Pt10.1590/0102-311x001977182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZAquino, Estela M. L.Reichenheim, MichaelMenezes, Greice M. S.Araújo, Thália Velho Barreto deAlves, Maria Teresa Seabra Soares Britto eAlves, Sandra ValongueiroAlmeida, Maria-da-Conceição C.
<em>Aquino, Estela M. L.</em>;
<em>Reichenheim, Michael</em>;
<em>Menezes, Greice M. S.</em>;
<em>Araújo, Thália Velho Barreto De</em>;
<em>Alves, Maria Teresa Seabra Soares Britto E</em>;
<em>Alves, Sandra Valongueiro</em>;
<em>Almeida, Maria-Da-Conceição C.</em>;
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As complicações do aborto são um importante problema de saúde pública e pesquisas para avaliar a qualidade da atenção requerem ferramentas de aferição adequadas. Este estudo dá sequência ao processo de refinamento de um instrumento para esse fim - QualiAborto-Pt. Utilizando-se dados de um inquérito com 2.336 mulheres internadas por complicações do aborto em 19 hospitais de três capitais do Nordeste brasileiro (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco e São Luís - Maranhão), implementou-se uma sequência de análises fatoriais exploratórias e confirmatórias com base em um protótipo de 55 itens. As análises apontam para uma estrutura de 17 itens em cinco dimensões: acolhimento, orientação, insumos/ambiente físico, qualidade técnica e continuidade do cuidado. Todos os itens do modelo final evidenciam confiabilidade aceitável, ausência de redundância de conteúdo, especificidade fatorial, e guardam coerência teórica com as respectivas dimensões. A solução também mostra validade fatorial discriminante. Ainda que persistam algumas questões a aprofundar e acertar, esta versão merece ser recomendada para uso no Brasil.Itinerários de solidão: aborto clandestino de adolescentes de uma favela da Zona Sul do Rio de Janeiro, Brasil10.1590/0102-311x001983182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZFerrari, WendellPeres, Simone
<em>Ferrari, Wendell</em>;
<em>Peres, Simone</em>;
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Resumo: O artigo apresenta os resultados da pesquisa qualitativa realizada por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade com dez adolescentes moradoras de uma favela da Zona Sul do Rio de Janeiro, Brasil, com idades entre 15 e 17 anos, e com experiência de aborto ilegal praticado entre 12 e 17 anos. Buscou-se examinar de modo mais efetivo a questão do aborto ocorrido na adolescência e as estratégias usadas pelas adolescentes para concretizá-lo em contexto ilegal. Foram evidenciados os métodos utilizados, os locais de realização e a maneira pela qual aconteceu o processo de realização do aborto. Os abortos foram realizados em clínicas clandestinas; no apartamento do amigo de um dos parceiros; e por meio do uso do remédio Cytotec (misoprostol). Os valores pagos variaram entre R$ 500,00 e R$ 2.500,00, e todos foram realizados sem o conhecimento ou participação dos responsáveis pelas adolescentes. Uma adolescente teve de recorrer a um serviço de saúde por conta de complicações resultantes do aborto. As entrevistadas contaram com amigas e/ou parceiros, e quase todas se encaminharam sozinhas para realizar o aborto, o que deve motivar uma reflexão sobre os riscos corridos e a solidão dessas adolescentes para a realização de um ato inseguro e ilegal. Conclui-se que o estudo sobre o aborto nesse momento da vida representa contribuições importantes para a compreensão da sexualidade e reprodução na adolescência.Aborto inseguro no Brasil: revisão sistemática da produção científica, 2008-201810.1590/0102-311x001904182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZDomingues, Rosa Maria Soares MadeiraFonseca, Sandra CostaLeal, Maria do CarmoAquino, Estela M. L.Menezes, Greice M. S.
<em>Domingues, Rosa Maria Soares Madeira</em>;
<em>Fonseca, Sandra Costa</em>;
<em>Leal, Maria Do Carmo</em>;
<em>Aquino, Estela M. L.</em>;
<em>Menezes, Greice M. S.</em>;
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O objetivo deste estudo é atualizar o conhecimento sobre o aborto inseguro no país. Foi realizada uma revisão sistemática com busca e seleção de estudos via MEDLINE e LILACS, sem restrição de idiomas, no período 2008 a 2018, com avaliação da qualidade dos artigos por meio dos instrumentos elaborados pelo Instituto Joanna Briggs. Foram avaliados 50 artigos. A prevalência de aborto induzido no Brasil foi estimada por método direto em 15% no ano de 2010 e 13% no ano de 2016. Prevalências mais elevadas foram observadas em populações socialmente mais vulneráveis. A razão de aborto induzido por 1.000 mulheres em idade fértil reduziu no período 1995-2013, sendo de 16 por 1.000 em 2013. Metade das mulheres referiu a utilização de medicamentos para a interrupção da gestação e o número de internações por complicações do aborto, principalmente complicações graves, reduziu no período 1992-2009. A morbimortalidade materna por aborto apresentou frequência reduzida, mas alcançou valores elevados em contextos específicos. Há um provável sub-registro de óbitos maternos por aborto. Transtornos mentais comuns na gestação e depressão pós-parto foram mais frequentes em mulheres que tentaram induzir um aborto sem sucesso. Os resultados encontrados indicam que o aborto é usado com frequência no Brasil, principalmente nas regiões menos desenvolvidas e por mulheres socialmente mais vulneráveis. O acesso a métodos mais seguros provavelmente contribuiu para a redução de internações por complicações e para a redução da morbimortalidade por aborto. Entretanto, metade das mulheres ainda recorre a outros métodos e o número de internações por complicações do aborto é ainda elevado.Mulheres que fizeram aborto no Município do Rio de Janeiro, Brasil: aplicação de um modelo hierárquico bayesiano10.1590/0102-311x001907182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZPaiva, Natália SantanaVillela, Daniel Antunes MacielBastos, Leonardo SoaresBastos, Francisco I.
<em>Paiva, Natália Santana</em>;
<em>Villela, Daniel Antunes Maciel</em>;
<em>Bastos, Leonardo Soares</em>;
<em>Bastos, Francisco I.</em>;
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Resumo: Estimativas de mulheres que fizeram aborto provocado em localidades cujas leis são restritivas ainda são escassas na literatura científica, e a não coincidência de estimativas oriundas dos métodos hoje em uso clama pela aplicação de métodos inovadores, como novos métodos indiretos. Tal necessidade é especialmente aguda nas áreas mais densamente povoadas, como as capitais brasileiras, dada a magnitude do fenômeno e os danos e riscos daí decorrentes. O artigo objetiva estimar o número de mulheres que fez aborto provocado no Município do Rio de Janeiro, Brasil, em 2011, por meio de um modelo hierárquico bayesiano. Ele foi aplicado aos dados de um inquérito domiciliar que subsidiou a utilização do método network scale-up, no Município do Rio de Janeiro, um modelo hierárquico bayesiano utilizando as informações indiretas baseadas na rede de contatos dos participantes selecionados de forma aleatória da população. Das 1.758.145 mulheres de 15-49 anos residentes no Município do Rio de Janeiro (13.025; ICr95%: 10.635; 15.748) mulheres fizeram aborto provocado em 2011, resultando numa incidência acumulada média de 7,41 (ICr95%: 6,05; 8,96) para cada 1.000 mulheres de 15-49 anos. O estudo de autovalidação do modelo permitiu identificar padrões de subestimação em subpopulações estigmatizadas com baixa visibilidade social, como mulheres fizeram aborto provocado. O abortamento provocado é uma prática recorrente entre as mulheres no Município do Rio de Janeiro. Novos métodos de estimação indireta podem contribuir para a apreensão mais precisa do evento, considerando o contexto de ilegalidade, e contribuir para formulação de políticas de saúde.Homens jovens e aborto: a perspectiva masculina face à gravidez imprevista10.1590/0102-311x001872182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZBrandão, Elaine ReisCabral, Cristiane da SilvaAzize, Rogerio LopesHeilborn, Maria Luiza
<em>Brandão, Elaine Reis</em>;
<em>Cabral, Cristiane Da Silva</em>;
<em>Azize, Rogerio Lopes</em>;
<em>Heilborn, Maria Luiza</em>;
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Trata-se de investigação socioantropológica que situa o aborto como evento inscrito no quadro mais amplo do exercício da sexualidade heterossexual, das relações entre gêneros, do manejo contraceptivo e da reprodução. O objetivo da pesquisa foi evidenciar a teia de relações sociais que engendram processos de negociação e de decisão em torno da interrupção de gestações imprevistas e formas de realização do aborto, com base em narrativas sobre trajetórias afetivo-sexual, contraceptiva e reprodutiva de mulheres e homens, de diferentes classes sociais e gerações. Neste artigo, o foco recai na posição dos homens jovens diante da gravidez e do aborto voluntário, adotando-se uma perspectiva relacional de gênero para se analisar o fenômeno. O material empírico reúne 13 entrevistas em profundidade com homens de 18 a 27 anos, de camadas populares e médias, residentes no Rio de Janeiro, Brasil. A complexidade das relações de poder estabelecidas entre o casal, seus familiares e amigos engendra distintos desfechos possíveis em relação à participação masculina no evento: ciência do aborto a posteriori, na medida em que não foi consultado; participação consensual na tomada de decisões frente à gestação e aborto; desacordo entre o casal, prevalecendo a decisão feminina, a despeito do parceiro; constrangimento por parte do parceiro na decisão tomada pela jovem. A participação masculina no âmbito da reprodução e do aborto tem sido uma lacuna da literatura científica a ser enfrentada. Assumir a tensão instaurada entre gêneros na questão do aborto, entre autonomia reprodutiva feminina e responsabilidade masculina, é uma tarefa central para os que pesquisam o tema nas ciências sociais e saúde.Prevalência e fatores associados ao aborto induzido no ingresso em uma coorte de mulheres vivendo com HIV/aids, Rio de Janeiro, Brasil, 1996-201610.1590/0102-311x002013182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZDomingues, Rosa Maria Soares MadeiraSilva, Cosme Marcelo Furtado Passos daGrinsztejn, Beatriz Gilda JegerhornMoreira, Ronaldo IsmerioDerrico, MonicaAndrade, Angela CristinaFriedman, Ruth KhaliliLuz, Paula M.Coelho, Lara EstevesVeloso, Valdiléa G.
<em>Domingues, Rosa Maria Soares Madeira</em>;
<em>Silva, Cosme Marcelo Furtado Passos Da</em>;
<em>Grinsztejn, Beatriz Gilda Jegerhorn</em>;
<em>Moreira, Ronaldo Ismerio</em>;
<em>Derrico, Monica</em>;
<em>Andrade, Angela Cristina</em>;
<em>Friedman, Ruth Khalili</em>;
<em>Luz, Paula M.</em>;
<em>Coelho, Lara Esteves</em>;
<em>Veloso, Valdiléa G.</em>;
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O objetivo deste estudo é verificar a prevalência e os fatores associados ao aborto induzido no ingresso em uma coorte de mulheres vivendo com HIV/aids, no Município do Rio de Janeiro, Brasil, no período 1996-2016. O critério de elegibilidade para o ingresso na coorte era ser do sexo feminino ao nascimento, ter mais de 18 anos de idade e ter infecção comprovada pelo HIV. Na visita inicial, dados sobre aspectos sexuais, reprodutivos, comportamentais e da infecção pelo HIV foram obtidos durante entrevista face a face com o médico assistente. Foi calculada a prevalência de aborto induzido na vida e verificados os fatores associados ao aborto induzido por meio de regressão logística múltipla, para o total de mulheres e entre aquelas com gestação prévia. Do total de mulheres, 30,4% referiram algum aborto induzido na vida, sendo este valor de 33,5% em mulheres com gestação prévia. A frequência de aborto induzido relatado apresentou queda significativa no período analisado (41,7% de 1996-2000 vs. 22,5% de 2011-2016, p < 0,001). Os fatores associados ao aborto induzido, tanto para o total de mulheres quanto para aquelas com gestação prévia, foram o aumento da idade, escolaridade mais elevada, número de parceiros sexuais na vida ≥ 5, gestação na adolescência, uso de qualquer droga ilícita na vida e período de ingresso na coorte após 2005. Mudanças no perfil socioeconômico, sexual, reprodutivo e da infecção pelo HIV são explicações possíveis para a redução da prática do aborto no período. Estudos que utilizem métodos de aferição direta do aborto devem ser conduzidos em outras populações, para confirmar a tendência de queda do aborto induzido no país e seus determinantes.Vulnerabilidade racial e barreiras individuais de mulheres em busca do primeiro atendimento pós-aborto10.1590/0102-311x001896182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZGoes, Emanuelle FreitasMenezes, Greice M. S.Almeida, Maria-da-Conceição C.Araújo, Thália Velho Barreto deAlves, Sandra ValongueiroAlves, Maria Teresa Seabra Soares Britto eAquino, Estela M. L.
<em>Goes, Emanuelle Freitas</em>;
<em>Menezes, Greice M. S.</em>;
<em>Almeida, Maria-Da-Conceição C.</em>;
<em>Araújo, Thália Velho Barreto De</em>;
<em>Alves, Sandra Valongueiro</em>;
<em>Alves, Maria Teresa Seabra Soares Britto E</em>;
<em>Aquino, Estela M. L.</em>;
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As desigualdades sociais no Brasil se refletem na busca por atenção pelas mulheres com abortamento, as quais enfrentam barreiras individuais, sociais e estruturais, expondo-as a situações de vulnerabilidades. São as negras as mais expostas a essas barreiras, desde a procura pelo serviço até o atendimento. O estudo objetivou analisar os fatores relacionados às barreiras individuais na busca do primeiro atendimento pós-aborto segundo raça/cor. A pesquisa foi realizada em Salvador (Bahia), Recife (Pernambuco) e São Luís (Maranhão), Brasil, com 2.640 usuárias internadas em hospitais públicos. Foi realizada regressão logística para análise das diferenças segundo raça/cor (branca, parda e preta), considerando-se “não houve barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento” como categoria de referência da variável dependente. Das entrevistadas, 35,7% eram pretas, 53,3% pardas e 11% brancas. Mulheres pretas tinham menor escolaridade, menos filhos e declararam mais o aborto como provocado (31,1%), após 12 semanas de gestação (15,4%). Relataram mais barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento (32% vs. 28% entre pardas e 20,3% entre brancas), tais como o medo de ser maltratada e não ter dinheiro para o transporte. Na regressão, confirmou-se a associação entre raça/cor preta e parda e barreiras individuais na busca de cuidados pós-aborto, mesmo após o ajuste por todas as variáveis selecionadas. Os resultados confirmam a situação de vulnerabilidade das pretas e pardas. A discriminação racial nos serviços de saúde e o estigma em relação ao aborto podem atuar simultaneamente, retardando a ida das mulheres ao serviço, o que pode configurar uma situação limite de maior agravamento do quadro pós-abortamento.A cena da ultrassonografia na atenção ao aborto: práticas e significados em uma maternidade pública em Salvador, Bahia, Brasil10.1590/0102-311x000356182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZLima, Mariana Ramos PittaMcCallum, Cecilia AnneMenezes, Greice M. S.
<em>Lima, Mariana Ramos Pitta</em>;
<em>Mccallum, Cecilia Anne</em>;
<em>Menezes, Greice M. S.</em>;
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Resumo: O objetivo deste artigo é analisar as práticas e significados em torno da ultrassonografia obstétrica (USG) em mulheres com abortamento na maternidade pública em Salvador, Bahia, Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, etnográfica, que envolveu observação participante das interações entre mulheres, profissionais de saúde médicos e não médicos, na sala de USG de uma maternidade pública, durante três meses. A USG ocupa um lugar central no itinerário abortivo das mulheres e sua prática é incorporada à rotina institucional e definidora de condutas na atenção ao abortamento na maternidade em estudo. Nesse contexto, são produzidas categorias distintas de “mulheres com aborto”, cujo acionamento depende da interpretação da imagem ecográfica. A forma de significar o estado de saúde e a condição moral de uma mulher com suspeita de aborto se relaciona com a presença ou não de um feto vivo no seu útero, além da idade gestacional em que a tentativa ou efetivação do aborto aconteceu. Concluímos que, quando as evidências ecográficas indicam que houve (provavelmente) um aborto em estágios iniciais de uma gravidez, os próprios profissionais colaboram com as mulheres em desativar o processo semiótico que levaria à atribuição de um sentido de natureza humana ao concepto. Quanto mais tarde se interrompeu uma gestação, mais provável é que o processo de significação sobre as imagens sustente a ideia de que ali havia uma Pessoa. A moral hegemônica sobre aborto e sua criminalização modulam as construções simbólicas e as práticas em torno do exame de USG em mulheres com abortamento.Abortion for fetal anomaly: how to speak about a difficult topic10.1590/0102-311x001886182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZLöwy, Ilana
<em>Löwy, Ilana</em>;
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Discursos sobre o aborto na epidemia de Zika: análise da cobertura dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo10.1590/0102-311x001905182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCastilhos, WashingtonAlmeida, Carla
<em>Castilhos, Washington</em>;
<em>Almeida, Carla</em>;
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O objetivo do estudo aqui apresentado foi analisar a cobertura da grande imprensa nacional sobre o aborto em caso de Zika e examinar se esta reforçou os discursos já associados à prática ou se ampliou e qualificou a discussão sobre o tema. Trata-se de pesquisa qualitativa realizada com base na análise de 43 notícias sobre Zika/microcefalia/aborto publicadas pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo entre novembro de 2015 e dezembro de 2016. Baseando-se em conceitos do Jornalismo e da Análise do Discurso, identificamos as fontes presentes na cobertura e analisamos os argumentos por elas usados para justificar suas posições, além de estratégias, saberes e valores mobilizados nesta argumentação. Constatamos que os dois jornais privilegiaram fontes especializadas - médicos na Folha de S.Paulo e advogados e juristas em O Globo - e silenciaram as vozes de mulheres diretamente afetadas. Quanto à argumentação, as fontes favoráveis ao direito ao aborto em caso de Zika denunciaram, sobretudo, as injustiças sociais, enquanto as contrárias à proposta reacionaram o discurso em defesa da vida. Observamos a predominância de saberes de crença e valores morais na arena discursiva analisada, marcada ainda por analogias carregadas de sentidos negativos nos dois polos do debate. Comparando nossos dados aos de outros estudos sobre o aborto na mídia, consideramos que a cobertura da grande imprensa sobre Zika/microcefalia/aborto desempenhou um papel relevante na reconfiguração do discurso midiático sobre o tema, caracterizada por um enfoque mais técnico, pela pluralidade de vozes e posicionamentos, e por maior espaço reservado a argumentos favoráveis baseados em princípios constitucionais.Aborto e saúde no Brasil: desafios para a pesquisa sobre o tema em um contexto de ilegalidade10.1590/0102-311x001979182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZMenezes, Greice M. S.Aquino, Estela M. L.Fonseca, Sandra CostaDomingues, Rosa Maria Soares Madeira
<em>Menezes, Greice M. S.</em>;
<em>Aquino, Estela M. L.</em>;
<em>Fonseca, Sandra Costa</em>;
<em>Domingues, Rosa Maria Soares Madeira</em>;
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A pesquisa sobre o aborto impõe grandes desafios, que são redobrados em contextos onde a prática é ilegal. As mulheres tendem a omitir a interrupção voluntária da gravidez ou declarar o aborto como espontâneo, o que resulta em subestimação da sua ocorrência. A pesquisa sobre o tema é imprescindível, por permitir estimativas de incidência do aborto e de suas complicações, e a identificação de demandas insatisfeitas e de grupos mais vulneráveis de modo a embasar ações e políticas de saúde. Neste artigo pretendeu-se descrever os principais desafios enfrentados, a partir de uma revisão de estudos originais sobre o tema e da reflexão das autoras com base na realização de pesquisas empíricas. Discute-se as dificuldades para obtenção da informação, as estratégias e técnicas utilizadas para aumentar a acurácia e a confiabilidade, seus limites e vantagens, e para estimativas de ocorrência do aborto e de suas complicações, com o uso de métodos diretos (entrevistas e extração de dados de prontuários) e indiretos (fontes de dados secundários de morbidade e mortalidade). Na investigação das complicações do aborto, aborda-se os estudos de mortalidade e morbidade enfatizando-se as especificidades dos abortos entre as causas obstétricas. São apontados os principais indicadores utilizados e aspectos metodológicos para sua construção. Recomendações são feitas para superar problemas metodológicos e realizar novos estudos. Em conclusão, a relevância da pesquisa sobre o aborto e a necessidade de abordagens para contemplar sua complexidade são reiteradas.Conhecimento de médicos residentes em Ginecologia e Obstetrícia sobre o aborto medicamentoso10.1590/0102-311x001879182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZPacagnella, Rodolfo de CarvalhoBento, Silvana FerreiraFernandes, Karayna GilAraújo, Danielle MiyamotoFahl, Isabela DiasFanton, Tatiana de FigueiredoBenaglia, TatianaOsis, Maria José DuarteDuarte, Graciana AlvesPádua, Karla Simônia deFaúndes, Anibal
<em>Pacagnella, Rodolfo De Carvalho</em>;
<em>Bento, Silvana Ferreira</em>;
<em>Fernandes, Karayna Gil</em>;
<em>Araújo, Danielle Miyamoto</em>;
<em>Fahl, Isabela Dias</em>;
<em>Fanton, Tatiana De Figueiredo</em>;
<em>Benaglia, Tatiana</em>;
<em>Osis, Maria José Duarte</em>;
<em>Duarte, Graciana Alves</em>;
<em>Pádua, Karla Simônia De</em>;
<em>Faúndes, Anibal</em>;
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O aborto medicamentoso ou farmacológico tem demonstrado ser um meio eficaz para a interrupção da gravidez. Entretanto, o treinamento de provedores no uso do misoprostol tem sido limitado. O presente artigo tem como objetivo identificar o grau de conhecimento dos médicos residentes em Ginecologia e Obstetrícia sobre aborto medicamentoso. Realizou-se um estudo transversal multicêntrico com residentes regularmente inscritos no programa de residência em Ginecologia e Obstetrícia de vinte e um hospitais de ensino. Foi utilizado um questionário de autorresposta. As respostas corretas a cada uma das alternativas foram identificadas e uma variável de resposta binária (≥ P70, < P70) foi definida pelo percentil 70 do número de perguntas sobre o misoprostol. Quatrocentos e sete médicos residentes devolveram o questionário, sendo que 404 estavam preenchidos e três em branco. A maioria (56,3%) dos residentes tinha até 27 anos de idade, era do sexo feminino (81,1%) e não vivia junto com um(a) companheiro(a) (70%). A maior proporção (68,2%) estava cursando o primeiro ou segundo ano da residência. Apenas 40,8% dos participantes acertaram 70% ou mais das afirmativas. Na análise múltipla, cursar o terceiro ano de residência ou superior (OR = 2,18; IC95%: 1,350-3,535) e ter participado do atendimento a uma mulher com abortamento induzido ou provavelmente induzido (OR = 4,12; IC95%: 1,761-9,621) mostraram-se associados a um maior conhecimento sobre o tema. Entre os médicos brasileiros residentes em Ginecologia e Obstetrícia, o conhecimento sobre o aborto medicamentoso é muito reduzido e constitui um obstáculo para o bom atendimento dos casos de interrupção legal da gestação.Narrativas pró-direito ao aborto no Brasil, 1976 a 201610.1590/0102-311x001890182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZCamargo, Thais Medina Coeli Rochel de
<em>Camargo, Thais Medina Coeli Rochel De</em>;
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O artigo explora as narrativas pró-direito ao aborto no Brasil com base no narrative policy framework (NPF). Foram analisados documentos pró-direito ao aborto elaborados por ativistas feministas entre 1976 e 1988 e documentos de organizações feministas, projetos de leis e documentos de políticas públicas sobre aborto referentes ao período de 1989 a 2016. Foi feita uma análise de conteúdo dos dois conjuntos de documentos usando-se o software OpenLogos. Os resultados da pesquisa revelam que as feministas fizeram uma escolha estratégica por uma narrativa de saúde pública, de modo a expandir a coalizão pró-direito ao aborto por meio da inclusão de atores da área da saúde. A aliança com a saúde levou a conquistas para a coalizão, com a criação de serviços de aborto legal e a inclusão da anencefalia entre os casos em que o aborto é permitido. A narrativa de saúde pública foi, assim, institucionalizada, tornando-se tanto a principal narrativa da coalizão quanto a principal narrativa contida nos documentos de políticas públicas. Essa institucionalização é um objetivo da atuação das coalizões de militância, mas também impõe limites à sua atuação futura, já que seu abandono pode colocar em risco a coalizão, ao mesmo tempo em que demandas futuras têm de ser elaboradas com base na estrutura de políticas públicas já existentes.Aborto legal no Brasil: revisão sistemática da produção científica, 2008-201810.1590/0102-311x001897182017-01-28T00:11:00Z2017-01-28T00:11:00ZFonseca, Sandra CostaDomingues, Rosa Maria Soares MadeiraLeal, Maria do CarmoAquino, Estela M. L.Menezes, Greice M. S.
<em>Fonseca, Sandra Costa</em>;
<em>Domingues, Rosa Maria Soares Madeira</em>;
<em>Leal, Maria Do Carmo</em>;
<em>Aquino, Estela M. L.</em>;
<em>Menezes, Greice M. S.</em>;
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Resumo: Revisões anteriores sobre o aborto no Brasil estimaram um milhão de procedimentos anuais, porém, não abordaram o aborto legal. O objetivo desta revisão sistemática foi atualizar o conhecimento sobre o aborto legal, quanto ao perfil dos serviços, das mulheres atendidas, conhecimento de estudantes e médicos, situação de anencefalia e malformações graves. A busca de artigos foi via MEDLINE e LILACS, de 2008 a 2018, sem restrição de idiomas. A qualidade dos artigos foi avaliada com instrumentos do Joanna Briggs Institute. Busca, seleção, avaliação de qualidade e extração de dados foram feitas independentemente por duas pesquisadoras. Selecionaram-se 20 artigos, 11 sobre conhecimento e opinião de profissionais médicos (4 artigos) e estudantes de Medicina (7 artigos), revelando conhecimento aquém do ideal sobre o aborto legal e objeção de consciência elevada. Seis estudos sobre as mulheres atendidas identificaram que elas são jovens, solteiras e a principal demanda foi a gravidez decorrente de estupro. A demora em procurar atendimento ocorreu dentre as mais jovens, solteiras e quando o agressor era alguém próximo. Três estudos sobre malformações graves mostraram autorização judicial em torno de 40%. Nos casos sem autorização, a evolução da gravidez foi complicada e o parto foi cesáreo. Apenas um artigo abordou os serviços de aborto legal, apontando 37 dos 68 cadastrados em atividade, inexistência em sete estados e concentração nas capitais. O conhecimento sobre o aborto legal ainda é escasso, a demanda do procedimento é reprimida e a formação médica é deficiente no tema.