Saúde e Sociedadehttps://www.scielosp.org/feed/sausoc/2012.v21n2/2018-01-05T00:07:00ZUnknown authorVol. 21 No. 2 - 2012WerkzeugRepercussões do XII Congresso Paulista de Saúde Pública!S0104-129020120002000012018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZSaúde e direitos: tensões de um SUS em disputa, molecularidadesS0104-129020120002000022018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMerhy, Emerson
<em>Merhy, Emerson</em>;
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Sob o perspectivismo de que "qualquer vida vale a pena", o texto produzido a partir de uma conferência explora certos campos de tensões que operam no campo da saúde sob o olhar da relação saúde e direito. Apesar de reconhecer os elementos constitutivos molares desse campo, advoga a noção de que os enfrentamentos vitais do modelo atual, no qual há vidas que valem mais a pena que outras, deve se dar ali na molecularidade do agir em saúde, na gestão e no cuidado, trazendo o lugar da prática como chave para a produção efetiva de novos modos de se produzir as vidas, nos quais as diferenças são riquezas, e a vizinhança entre os distintos saberes é nuclear para a construção de apostas. Nestas, a riqueza de conexões existenciais é o melhor modo de se apostar que a produção de vida expressa o mais fundamental da construção do campo da saúde. Lançando mão de autores da micropolítica e da esquizoanálise, procura conduzir uma reflexão sobre as implicações desse "olhar construtivo.Escolhas para inovarmos na produção do cuidado, das práticas e do conhecimento: como não fazermos "mais do mesmo"S0104-129020120002000032018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZCecilio, Luiz Carlos de Oliveira
<em>Cecilio, Luiz Carlos De Oliveira</em>;
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Cinco questões teórico-práticas são apresentadas e colocadas em discussão no artigo: a quimera da atenção básica em saúde (a promessa que nunca vira realidade de uma rede de atenção básica que seja resolutiva, qualificada, que cuide dos serviços e promova a vida em todas as dimensões, além de ser uma porta de entrada para o sistema nacional de saúde); o "usuário-fabricado" e o "usuário-fabricador" (a tensão entre o usuário disciplinado, guiado pelos procedimentos padronizados e previsíveis - o "usuário ideal" - e o "usuário-real", que é autônomo, nômade, que faz escolhas e subverte a racionalidade planejada pelos administradores); a disjunção entre o tempo dos gestores, o tempo da equipe de saúde e o tempo dos usuários (as formas diferentes e quase sempre incompatíveis de "vivenciar o tempo" dos vários atores sociais com relação ao acesso aos serviços de saúde; o sentimento de estranhamento dos gestores com o espaço micropolítico na gestão em saúde (a perturbadora externalidade dos administradores com relação ao espaço micropolítico do trabalho em saúde); os múltiplos sistemas que regulam o acesso e consumo de serviços de saúde, ou o funcionamento do SUS real como uma produção social (a regulação formal/governamental compreendida apenas como uma das lógicas regulatórias que envolvem o acesso aos serviços de saúde locais). O autor argumenta que estas cinco questões teóricas contribuem para formar um portfólio de questões para o debate sobre práticas inovadoras relacionadas com o SUS atual.Discussões sobre saúde e doença: revisitando a obra adulta de Monteiro LobatoS0104-129020120002000042018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBiazevic, Maria Gabriela HayeMichel-Crosato, EdgardAntunes, José Leopoldo Ferreira
<em>Biazevic, Maria Gabriela Haye</em>;
<em>Michel-Crosato, Edgard</em>;
<em>Antunes, José Leopoldo Ferreira</em>;
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As opiniões de Monteiro Lobato a respeito dos temas saúde e doença não se esgotaram na discussão sobre a situação do Jeca Tatu; ele foi além, e em diversos trechos de sua obra adulta observam-se suas opiniões, seus relatos sobre a experiência de adoecer. O presente artigo resgata as concepções de saúde e doença observadas nos escritos de Monteiro Lobato. Por meio da análise de sua obra adulta, pudemos destacar opiniões, relatos sobre a experiência de adoecer de pessoas próximas e queridas, a possibilidade que a doença oferece de socializar as pessoas, o corporativismo médico, a atuação na Liga Pró-Saneamento, o paternalismo das práticas de saúde e a vulnerabilidade daqueles que possuem condição social desfavorável, além de outros tópicos, ora com traços de comicidade, ora com resignação e até com revolta. Assim, o presente estudo analisou a obra adulta do autor, discutindo trechos que tratam da saúde e da doença como experiência vivenciada nas primeiras décadas do século XX.Ameaça e controle da gripe A(H1N1): uma análise discursiva de Veja, IstoÉ e ÉpocaS0104-129020120002000052018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZGomes, Isaltina Maria de Azevedo MelloFerraz, Luiz Marcelo Robalinho
<em>Gomes, Isaltina Maria De Azevedo Mello</em>;
<em>Ferraz, Luiz Marcelo Robalinho</em>;
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Em 2009, o aparecimento de casos da gripe A(H1N1) - a chamada gripe suína - em 207 países indicou o registro da primeira pandemia do século XXI, como já previam os informes dos órgãos sanitários há alguns anos. No Brasil, foram confirmados 27.850 casos de suína, dos quais 1.632 evoluíram a óbito, representando 18,6% das mortes mundiais e 27,7% no continente americano, segundo dados do Ministério da Saúde (2009). Os meios de comunicação brasileiros bem como os de outros países vincularam o surgimento da gripe suína como uma "reedição" diferenciada da gripe espanhola, devido à identificação de um novo subtipo de vírus da gripe que podia ser tão letal quanto a antiga. Um temor semelhante havia sido vivenciado também com a gripe aviária, em 1997, que levou autoridades a permanecerem em estado de alerta. Este artigo tem por objetivo avaliar a produção das notícias sobre a gripe A(H1N1) nas três principais revistas de circulação nacional do Brasil. Para tanto, escolhemos as oito capas de Veja, IstoÉ e Época em que a doença foi destaque nos primeiros meses da pandemia, em 2009. Tomando como base noções ligadas à Análise do Discurso e às Teorias do Jornalismo, as análises indicam que o noticiário se divide em duas fases, enfatizando, inicialmente, o alarme provocado pelo medo diante do novo vírus e das mortes registradas e, em seguida, o controle pela constatação de que a moléstia representava menos risco do que se imaginava, além das ações para combatê-la.O papel das organizações não-governamentais na cooperação internacional em saúde públicaS0104-129020120002000062018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZTorronteguy, Marco Aurélio AntasDallari, Sueli Gandolfi
<em>Torronteguy, Marco Aurélio Antas</em>;
<em>Dallari, Sueli Gandolfi</em>;
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O presente artigo pergunta pela possibilidade de as ONGs atuarem na cooperação internacional sanitária e pelo modo como essa atuação é regulada. Primeiramente se apresenta a cooperação internacional e sua relação com a saúde pública. Então são referidos dados sobre a cooperação bilateral sanitária brasileira, nos quais se pode verificar o reconhecimento formal das ONGs como parceiras dos Estados. Isso permite refletir sobre o papel das ONGs na cooperação e se percebe que, embora o direito internacional legitime a atuação das ONGs, ele regula essa atuação de modo incipiente. Isso sugere importantes aspectos a serem aperfeiçoados na relação jurídica que as ONGs travam com Estados no campo da saúde pública.Assistência odontológica pública e suplementar no município de São Paulo na primeira década do século XXIS0104-129020120002000072018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZManfredini, Marco AntonioMoysés, Samuel JorgeNoro, Luiz Roberto AugustoNarvai, Paulo Capel
<em>Manfredini, Marco Antonio</em>;
<em>Moysés, Samuel Jorge</em>;
<em>Noro, Luiz Roberto Augusto</em>;
<em>Narvai, Paulo Capel</em>;
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Na primeira década do século XXI registra-se a ocorrência de dois movimentos importantes no âmbito da assistência odontológica pública e privada no Brasil: a entrada da saúde bucal na agenda de prioridades políticas do governo federal e o vigoroso crescimento na oferta de serviços odontológicos suplementares. Analisou-se a ocorrência desses fenômenos no município de São Paulo, mediante a busca de dados nos documentos oficiais e nas bases eletrônicas da Prefeitura Municipal de São Paulo, do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de consulta à literatura científica. No período estudado, de janeiro de 2000 a dezembro de 2009, com base em indicadores como a Cobertura de Primeira Consulta Odontológica Programática e a Cobertura Populacional Potencial, verificaram-se percentuais que caracterizam baixa assistência pública e uma situação de grande distanciamento do princípio constitucional do acesso universal aos cuidados odontológicos. O crescimento do número de beneficiários de serviços suplementares, por meio de planos exclusivamente odontológicos e de outros planos foi expressivo em igual período, correspondendo a uma importante ampliação da cobertura populacional nesta modalidade assistencial. Constata-se que, comparativamente ao quadro geral nacional, a situação do município de São Paulo revela precariedade no acesso à assistência odontológica pública, com reduzida oferta de serviços a adultos e idosos. Considerando, ainda, as limitações do mercado de serviços suplementares para prover assistência odontológica para todos os brasileiros, reforça-se a necessidade de continuidade e expansão do Brasil Sorridente, que é a expressão programática da Política Nacional de Saúde Bucal.Atenção primária, atenção psicossocial, práticas integrativas e complementares e suas afinidades eletivasS0104-129020120002000082018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZTesser, Charles DalcanaleSousa, Islândia Maria Carvalho de
<em>Tesser, Charles Dalcanale</em>;
<em>Sousa, Islândia Maria Carvalho De</em>;
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Discutem-se afinidades eletivas entre três fenômenos na área da saúde: a atenção primária à saúde (APS), a abordagem psicossocial no cuidado à Saúde Mental e uso crescente das práticas integrativas e complementares (PIC). Apesar de suas diferenças, eles convergem como críticas e respostas a problemas do modelo médico hegemônico. Embora regulamentados e em implantação no Sistema Único de Saúde (as PIC de forma quase incipiente), tais fenômenos portam um caráter contra-hegemônico. Suas concepções de objeto, de meios e de fins do trabalho ou cuidado apresentam relevantes afinidades, como: centramento nos sujeitos em seus contextos sociais/familiares; abordagens ampliadas e holísticas; valorização de saberes/práticas não-biomédicos e de múltiplas formas, vivências e técnicas de cuidado; estímulo à auto-cura, participação ativa e empoderamento dos usuários; abordagem familiar e comunitária. Na organização das práticas e no relacionamento com a clientela há afinidades quanto à adequação sócio-cultural; parceria, dialogicidade e democratização das relações; trabalho territorial e construção/exploração de vínculos terapêuticos. Assinalam-se também convergências quanto aos efeitos terapêuticos e ético-políticos e discute-se o caráter relativamente desmedicalizante desses fenômenos, mais acentuado na atenção psicossocial e na procura pelas PIC. Tais afinidades significam sinergia entre os três fenômenos, ora relativamente independentes e isolados entre si. O reconhecimento e exploração dessas afinidades pela Saúde Coletiva, pelos movimentos sociais, bem como de profissionais e gestores do SUS, podem contribuir para qualificar a APS e a atenção em saúde mental e sua abertura para as PIC, ampliando as possibilidades de cuidado e fortalecendo os três fenômenos tematizados.A atuação dos psicólogos em unidades básicas de saúde na cidade de São PauloS0104-129020120002000092018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZArchanjo, Auryana MariaSchraiber, Lilia Blima
<em>Archanjo, Auryana Maria</em>;
<em>Schraiber, Lilia Blima</em>;
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Este artigo foi produzido com base em pesquisa qualitativa, cujo objetivo foi estudar a atuação do psicólogo em Unidades Básicas de Saúde (UBS). Foram realizadas 17 entrevistas semiestruturadas com psicólogas atuantes na atenção básica à saúde, pertencentes à Coordenadoria de Saúde da região oeste da cidade de São Paulo. A análise foi de conteúdo do tipo temática e tomou por referencial teórico-conceitual a produção em análise institucional, em estudos sobre o trabalho em saúde e sobre a história da psicologia como profissão. Enfocaram-se dois aspectos interligados: as mudanças e novas necessidades de trabalho e atuação profissional que a regulamentação da profissão trouxe para a psicologia, e as políticas públicas de saúde mental no Estado e na cidade de São Paulo a partir da década de 1970. Os resultados revelam as mudanças, tensões e contradições no processo de institucionalização da psicologia clínica, tradicionalmente uma prática liberal realizada em consultório que passa a apresentar ao psicólogo novos desafios com sua inserção em instituições de saúde pública, em especial em UBS, cuja atuação passa a incluir práticas clínico-sanitárias e a ter regulações de ordem político-institucional.A identidade profissional dos terapeutas ocupacionais: considerações a partir do conceito de estigma de Erving GoffmanS0104-129020120002000102018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZCarvalho, Claudia Reinoso Araújo de
<em>Carvalho, Claudia Reinoso Araújo De</em>;
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Este trabalho relaciona a noção de identidade profissional da Terapia Ocupacional com a obra Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, do sociólogo canadense Erving Goffman. Busca-se articular ao campo profissional um conjunto específico de conceitos que, na perspectiva teórica do interacionismo simbólico, foram desenvolvidos pelo autor. Tais conceitos relacionados à informação social são aplicados a situações cotidianas da profissão, de modo que é possível constatar que as manipulações da identidade acontecem no âmbito profissional de forma muito similar ao descrito por Goffman em seu livro. A análise é complementada por artigos e estudos acadêmicos nacionais e internacionais do campo da Terapia Ocupacional sobre o tema da identidade profissional. Ainda que o estudo da identidade profissional exija diferentes enfoques, conclui-se que as ideias do referido autor contribuem significativamente nas reflexões acerca do tema.O processo de trabalho do técnico em saúde bucal e suas relações com a equipe de saúde bucal na Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, BrasilS0104-129020120002000112018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZEsposti, Carolina Dutra DegliOliveira, Adauto EmmerichSantos Neto, Edson Theodoro dosZandonade, Eliana
<em>Esposti, Carolina Dutra Degli</em>;
<em>Oliveira, Adauto Emmerich</em>;
<em>Santos Neto, Edson Theodoro Dos</em>;
<em>Zandonade, Eliana</em>;
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O objetivo deste estudo é analisar a compreensão dos cirurgiões-dentistas (CDs) sobre o processo de trabalho e as relações da equipe de saúde com os Técnicos em Saúde Bucal (TSBs). Em cinco municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), Espírito Santo (ES), Brasil, foram selecionados 18 sujeitos, a partir de uma amostra probabilística de 217 CDs que atuavam no Sistema Único de Saúde (SUS). Os sujeitos foram entrevistados a partir de um roteiro-guia semiestruturado, do qual constavam temas relacionados à organização do trabalho na saúde bucal; às atribuições e responsabilidades do TSB; à relação entre o cirurgião-dentista e o TSB; à relação com a equipe de saúde e autonomia do TSB. Os dados foram analisados a partir da Análise de Conteúdo sugerida por Bardin. Constatou-se que os CDs valorizam a importância da participação dos TSBs na reorganização do trabalho odontológico e a construção de uma relação de parceria e cooperação. Contudo, os CDs reconhecem que a relação com os TSBs é prejudicada pela desinformação sobre o processo de trabalho. Além disso, os CDs demonstram receios quanto à possibilidade de os TSBs tornarem-se dentistas práticos e tomarem seu espaço no mercado de trabalho. Também há preocupações sobre a responsabilização legal dos CDs sobre atividades desenvolvidas pelos TSBs.Uma pesquisa-ação-intervenção em Saúde Bucal Coletiva: contribuindo para a produção de novas análisesS0104-129020120002000122018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZPezzato, Luciane MariaL'Abbate, Solange
<em>Pezzato, Luciane Maria</em>;
<em>L'abbate, Solange</em>;
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Este artigo tem como objetivo apresentar a estratégia metodológica produzida e exercitada durante o desenvolvimento de uma pesquisa de doutorado que tomou como quadro teórico-metodológico a abordagem da Análise Institucional na Saúde Coletiva. Pretende, também, contribuir para o debate sobre as abordagens metodológicas que colocam em pauta a relação entre o pesquisador e o ato de pesquisar. Ao longo da investigação, a pesquisa-ação foi se configurando e se (entre)cruzando com a pesquisa-intervenção, num percurso que estamos denominando pesquisa-ação-intervenção. Desse modo, a pesquisadora, os momentos da pesquisa e da produção teórico-metodológica foram construídos/constituídos ao mesmo tempo, num processo mediatizado pelos saberes e pelos não-saberes dos sujeitos implicados com esta investigação. Podemos dizer que houve dois processos articulados de ação-intervenção: um da pesquisadora no e com o grupo, e, outro, dos participantes do grupo, profissionais do Sistema Único de Saúde do município de Campinas em seu cotidiano, na produção do cuidado em Saúde Bucal.Farmácia: a porta de entrada para o acesso a medicamentos para idosos residentes em SantosS0104-129020120002000132018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZMoura, Beatriz Vieira deCohn, AméliaPinto, Rosa Maria Ferreiro
<em>Moura, Beatriz Vieira De</em>;
<em>Cohn, Amélia</em>;
<em>Pinto, Rosa Maria Ferreiro</em>;
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Este estudo teve como objetivos conhecer o perfil dos medicamentos utilizados pelos idosos, com ênfase na associação entre aqueles de uso contínuo mais utilizados e outros fármacos sem indicação médica e avaliar a função social do farmacêutico nas farmácias privadas. O método utilizado foi a pesquisa qualitativa de natureza compreensiva e explicativa, realizada no município de Santos, em 2008, em bairros com maior concentração de idosos (IBGE,2000). Nesses bairros, foram identificadas três farmácias privadas, que autorizaram a realização da pesquisa por um período de uma semana, quando foram realizadas as entrevistas, a partir de um roteiro estruturado.Os resultados evidenciaram um maior consumo dos idosos para as classes farmacológicas dos medicamentos de uso contínuo (os anti-hipertensivos, antidiabéticos, diuréticos e o antiagregante plaquetário). Dentre os medicamentos adquiridos sem prescrição médica, destacaram-se a compra de: analgésicos/antitérmicos, antigripais, antiinflamatórios e fitoterápicos. Alguns dos que compõem esse conjunto são tarjados e exigiriam a apresentação do receituário. As evidências obtidas apontam para o fato de que o consumo autoindicado, associado ao uso de medicamentos de uso contínuo, é uma prática rotineira entre os idosos.Uso e circulação de medicamentos em um bairro popular urbano na Ceilândia, DFS0104-129020120002000142018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZFleischer, Soraya
<em>Fleischer, Soraya</em>;
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Nos subúrbios de Brasília, as cuidadoras da saúde doméstica são particularmente as mulheres idosas. Elas conhecem os atalhos oficiais e não oficiais no sistema de saúde, os medicamentos que cada membro da família deve tomar e os lugares onde os medicamentos são distribuídos ou podem ser comprados mais baratos. Elas também experimentam com pílulas e cápsulas - quais são fortes ou perigosas, quais precisam ser substituídas e combinadas com outros fármacos, etc. A partir de pesquisa etnográfica com moradores mais antigos do bairro da Guariroba na Ceilândia, DF, que convivem com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, este artigo pretende discutir como redes informais de compartilhamento farmacêutico e formas locais de comunicação entre famílias, vizinhos e profissionais de saúde determinam uma compreensão mais ampla e complexa de "saúde". Alguns dados que nos apoiarão nessa discussão são as histórias de vida desses migrantes para o DF; o consumo de medicamentos como gerador de experiências corporais e sociais do adoecimento; a automedicação como prática também após o contato com a esfera biomédica. Esse artigo quis enfatizar que as opiniões técnicas e produtos emitidos pelos atores oficiais do cuidado da saúde não evitavam que uma rede muito mais ampla e criativa fosse constantemente acionada por essas mulheres entrevistadas, nem a substituíam. E que aperfeiçoar essa rede é uma demonstração pública do envolvimento e também do comprometimento destas cuidadoras com a recuperação ou, ao menos, a estabilidade do doente.Uso de plantas com finalidade medicinal por pessoas vivendo com HIV/ AIDS em terapia antirretroviralS0104-129020120002000152018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZAlmeida, Francisca Maria deAlves, Maria Teresa Soares Seabra de Britto eAmaral, Flavia Maria Mendonça do
<em>Almeida, Francisca Maria De</em>;
<em>Alves, Maria Teresa Soares Seabra De Britto E</em>;
<em>Amaral, Flavia Maria Mendonça Do</em>;
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Este foi um estudo observacional, transversal analítico realizado em ambulatório de referência do Estado do Maranhão-Brasil, no período de maio de 2009 a fevereiro de 2010, com o objetivo de estudar o uso de plantas com finalidade medicinal entre pessoas vivendo com HIV/AIDS, em uso de antirretrovirais. Um total de 339 pessoas respondeu um questionário abordando o uso de plantas e características demográficas, socioeconômicas, comportamentais, relacionadas à soropositividade e ao uso de antirretrovirais. A prevalência de utilização de plantas foi de 34,81%. As mais utilizadas foram: Turnera ulmifolia (12,09%); Melissa officinalis (10,62%); Plectranthus barbatus (7,67%); Cymbopogan citratus (capim limão) (4,72%) e Mentha spp. (hortelã) (2,36%). A maioria das pessoas (96,61%) referiu melhora após a utilização. Um percentual de 75,42% dos usuários de plantas não informou essa prática ao médico. Entre os que informaram o uso, 55,17% afirmaram que o médico estava de acordo e somente uma pessoa foi orientada a interromper o uso (3,45%). Apenas um médico (3,45%) indicou o uso de plantas. A análise ajustada evidenciou diferença para uso de plantas em relação ao sexo feminino (RP=1,58, 95% IC 1,15-2,15 p 0,004) e à orientação sexual do tipo homossexual (RP=0,63 IC 0,44-0,90 p 0,012). Este estudo aponta para a necessidade de melhor diálogo entre médico e pacientes sobre o uso de plantas com finalidade medicinal, alertando sobre possíveis perigos quando associados aos antirretrovirais, especialmente entre usuários do sexo feminino ou com prática do tipo homossexual.Communication, technology and ageing: elderly, senior citizen groups and interaction process in the information ageS0104-129020120002000162018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZPasqualotti, AdrianoBarone, Dante Augusto CoutoDoll, Johannes
<em>Pasqualotti, Adriano</em>;
<em>Barone, Dante Augusto Couto</em>;
<em>Doll, Johannes</em>;
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A computational environment will only change the nature of interactionist activity if the changes that are occurring in methods of communication are looked at, as this should favor cooperative work. In order to develop tools that provide opportunity for building knowledge by means of interaction, it is necessary to be aware of biopsychosocial aspects and understand the liberating potential of the communicative processes that are established when individuals interact while mediated through technology. Beginning with a sociohistorical conception of social interaction, we seek to fill a research space in terms of communicative action and the meaning of social representations regarding communication and information technologies. We analyze the triad of communication, technology and ageing, questions are examined that involve elderly people in a biopsychosocial context. We seek to identify symbolic representations in relation to the technologies and analyze the triggered feelings and the meanings of these experiences encountered with the use of these mechanisms. The processes of appropriation are analyzed along with the meaning of technologies with a group of elderly citizens from the city of Passo Fundo - RS, enrolled in informatics workshops. The research is made up of a cross sectional study descriptive nature and population. To analyze relations among the researched variables, applied analysis of variance, chi squared test, factorial analysis and conglomerate analysis. The data was analyzed on a significance level of 5% (p ≤ 0.05). The results indicate that the elderly participate in the workshops especially with the purpose of maximizing the processes of coexistence.Etnometodología para la comprensión y el manejo de la Enfermedad de Chagas en las poblaciones indígenas Wiwa asentadas en la vertiente suroriental de la Sierra Nevada de Santa MartaS0104-129020120002000172018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZRíos-Osorio, Leonardo AlbertoCrespo-González, José JoséZapata-Tamayo, Mario Augusto
<em>Ríos-Osorio, Leonardo Alberto</em>;
<em>Crespo-González, José José</em>;
<em>Zapata-Tamayo, Mario Augusto</em>;
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El objetivo de este trabajo fue establecer prevalencia de la Enfermedad de Chagas en las comunidades Wiwa de la Sierra Nevada de Santa Marta trascendiendo el modelo de investigación biomédica sustentado en el paradigma positivista, e involucrando la dimensión sociocultural y ambiental que caracteriza este fenómeno, desde la sostenibilidad como un nuevo paradigma de las ciencias. Se realizó un muestreo probabilístico de las 15 comunidades Wiwa asentadas en la zona de San Juan del César, Departamento de la Guajira, se realizaron los procedimientos biomédicos definidos para investigaciones epidemiológicas, paralelamente se realizaron procedimientos culturales desde el saber tradicional de las comunidades Wiwa, garantizando la armonía de las comunidades ante la agresión biomédica de su espacio ambiental, social y cultural. Se obtuvo una prevalencia de 33.5%, concordante con las cifras de Enfermedad de Chagas encontradas en las otras vertientes de la sierra, reflejando condiciones similares que predisponen a la presencia de la enfermedad. Se estableció como esta enfermedad es inexistente en el sistema médico tradicional de los Wiwa, y sólo el insecto vector es reconocido aunque no considerado como agente perturbador de la salud de las comunidades. A partir de la consideración del vector como eje integrador de las dos culturas se describen las características sociales, ambientales y culturales que definen la Enfermedad de Chagas en los Wiwa y de esta forma, la posibilidad de su comprensión y manejo desde factores complementarios al modelo biomédico.Heranças familiares: entre os genes e os afetosS0104-129020120002000182018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZLawall, Fabiana Aparecida AlmeidaTrivellato, Isabella OliveiraShikasho, LarissaFilgueiras, Maria Stella TavaresSilva, Nathália Cristina daAlmeida, Tatiana Rodrigues de
<em>Lawall, Fabiana Aparecida Almeida</em>;
<em>Trivellato, Isabella Oliveira</em>;
<em>Shikasho, Larissa</em>;
<em>Filgueiras, Maria Stella Tavares</em>;
<em>Silva, Nathália Cristina Da</em>;
<em>Almeida, Tatiana Rodrigues De</em>;
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Sabe-se que o câncer de mama é uma patologia que afeta um número considerável de mulheres e levanta diversos questionamentos entre os profissionais da saúde. A história familiar é considerada um fator de risco e os profissionais das diversas áreas da saúde apontam-na como fator decisivo na determinação de aspectos relativos ao processo de adoecimento. Entretanto, a história familiar é abordada de maneiras distintas pelos diferentes profissionais, de acordo com o enfoque tomado. O presente artigo propõe uma leitura global da história familiar considerando as diversas "heranças" que atravessam e constituem o sujeito. A partir da análise de instrumentos como o heredograma e o genograma, observa-se que, enquanto o saber médico se ocupa de uma história familiar que está previamente determinada por fatores genéticos e, portanto, pouco acessível à intervenções preventivas, o saber psicológico busca o que há de particular na história familiar do sujeito e na maneira como este se insere na trama das relações que compõem essa história. Desse modo, abre-se a possibilidade de re-significar essa história e de encontrar uma outra via que não a do adoecer. Propicia-se, a partir daí, um espaço de discussão onde saberes e práticas interdisciplinares possam se complementar na perspectiva de uma integralidade na prevenção e promoção da saúde.Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua): lacunas entre a formulação do programa e sua implantação na instância municipalS0104-129020120002000192018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZQueiroz, Ana Carolina LanzaCardoso, Laís Santos de MagalhãesSilva, Sheyla Christina Ferreira daHeller, LéoCairncross, Sandy
<em>Queiroz, Ana Carolina Lanza</em>;
<em>Cardoso, Laís Santos De Magalhães</em>;
<em>Silva, Sheyla Christina Ferreira Da</em>;
<em>Heller, Léo</em>;
<em>Cairncross, Sandy</em>;
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A avaliação e o acompanhamento das ações do Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) são importantes para validar o processo de trabalho, identificar nós e sugerir mudanças objetivando o avanço do Programa. Trabalhos sobre o Vigiagua geralmente exploram aspectos quantitativos e metas atingidas, inexistindo uma avaliação qualitativa sobre a sua implantação na instância municipal. Assim, práticas rotineiras preconizadas pelo Ministério da Saúde referentes à identificação e ao cadastramento das formas de abastecimento de água, à espacialização e ao compartilhamento de informações, intraorganizacional e intersetorialmente, são analisadas por meio de falas captadas em entrevistas com profissionais do Vigiagua em três municípios de diferentes portes populacionais. Recorreu-se ao método da análise de conteúdo de Bardin (1994) para o tratamento e a análise dos relatos, que revelou persistir dificuldades para cadastramento e vigilância a instalações de abastecimento de água, a não realização de séries temporais, a deficiência de instrumentos de georreferenciamento e a integração incipiente entre setores. Ainda, a integração entre a prática dos profissionais do Vigiagua e da Vigilância Epidemiológica é incipiente nos três municípios, restringindo-se basicamente a situações de surto. A implantação muito recente do Vigiagua aponta para a importância de avaliações visando, assim, seu aprimoramento.A política nacional de recursos hídricos e a política nacional de promoção da saúde no contexto de formação de gestores públicosS0104-129020120002000202018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZPatrício, Zuleica MariaPompêo, César AugustoSiervi, Elizabeth Maria Campanella de
<em>Patrício, Zuleica Maria</em>;
<em>Pompêo, César Augusto</em>;
<em>Siervi, Elizabeth Maria Campanella De</em>;
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Pesquisa exploratória de abordagem qualitativa e quantitativa. Teve como objetivo verificar a ocorrência de aproximação entre os objetivos e as diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos e da Política Nacional de Promoção à Saúde nos conteúdos de 64 monografias produzidas em Cursos de Especialização sobre Gestão de Recursos Hídricos, realizados em Santa Catarina e no Nordeste. O processo da pesquisa desenvolveu-se em três momentos, focados na análise de conteúdo e na quantificação dos resultados das fases anteriores. A análise dos dados mostra a existência de aproximação entre os objetivos da PNPS e da PNRH nas monografias, construída a partir de três grandes temáticas - "sustentabilidade", "participação social" e "intersetorialidade", e evidencia a carência de estudos sobre o cuidado com as águas na perspectiva da formação de gestores em recursos hídricos. Entende-se que a ampliação da compreensão das pessoas sobre a complexidade desta temática contribuirá para participação efetiva de toda a sociedade na promoção de políticas e ambientes coletivos mais saudáveis.Fluxos decisórios na formulação das condicionalidades de saúde do programa bolsa famíliaS0104-129020120002000212018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZTrevisani, Jorginete de Jesus DamiãoBurlandy, LucieneJaime, Patricia Constante
<em>Trevisani, Jorginete De Jesus Damião</em>;
<em>Burlandy, Luciene</em>;
<em>Jaime, Patricia Constante</em>;
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Os programas de transferência condicionada de renda (TCR) entram na agenda pública por sua potencialidade em interferir no ciclo intergeracional de pobreza. Este artigo tem como objetivo analisar o processo de formulação das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família e, secundariamente, avaliar sua interface com a trajetória das políticas de alimentação e nutrição no Brasil. Para isso, o estudo adotou como referencial analítico o modelo de análise de múltiplos fluxos, proposto por Kingdon, para quem a mudança na agenda pública acontece com a convergência entre o fluxo dos problemas, o fluxo das soluções e alternativas e o fluxo político. A trajetória desses fluxos foi recomposta por meio da análise de documentos governamentais e de relatos orais obtidos por meio de entrevistas. No momento da formulação das condicionalidades de saúde, no fluxo de problemas, havia a necessidade de mudar a estratégia de combate à desnutrição, devido às críticas ao Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais (ICCN) e à extinção do Programa de Distribuição de Estoques de Alimentos (PRODEA). No que diz respeito ao fluxo das soluções, diversas propostas de TCR estavam em curso. No fluxo político, havia a decisão de criação de uma rede de proteção social. Nesse processo, a Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição assumiu o papel de empreendedora de políticas. A reflexão sobre esse processo ajuda a compreender o papel dos serviços de saúde em um programa de caráter intersetorial.Contexto, desafios e perspectivas na formação de obstetrizes no BrasilS0104-129020120002000222018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZNarchi, Nádia ZanonSilva, Lúcia Cristina Florentino Pereira daGualda, Dulce Maria Rosa
<em>Narchi, Nádia Zanon</em>;
<em>Silva, Lúcia Cristina Florentino Pereira Da</em>;
<em>Gualda, Dulce Maria Rosa</em>;
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O artigo descreve o processo de criação do Curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Ele apresenta o projeto político pedagógico e os referenciais teóricos que suportam a formação de obstetrizes, a resistência ou os movimentos que se opõem à formação e ao registro desses profissionais, os desafios que precisam ser superados e, finalmente, as perspectivas nas quais as obstetrizes podem contribuir não só para melhorar a qualidade dos cuidados em saúde, como também para diminuir as taxas de morbidade e mortalidade materna e perinatal e de cesarianas desnecessárias no país.Retratação públicaS0104-129020120002000232018-01-05T00:07:00Z2018-01-05T00:07:00ZBezerra, Marcio Luís SoaresNeves, Eduardo Borba
<em>Bezerra, Marcio Luís Soares</em>;
<em>Neves, Eduardo Borba</em>;
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