• Reflexões sobre a versão em Português da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde Nota

    Diniz, Debora; Medeiros, Marcelo; Squinca, Flávia

    Resumo em Português:

    A análise da terminologia adotada pela Organização Mundial da Saúde para deficiência mostra que a International Classification of Functioning, Disability and Health foi fortemente influenciada pelo modelo social da deficiência, um campo de pesquisas sobre deficiência das humanidades em saúde. As traduções do documento devem contemplar esse marco teórico nas escolhas terminológicas em cada idioma. No Brasil, o documento foi traduzido como Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Julgamos que mais adequado que traduzir disability por "incapacidade" e impairments por "deficiências" seria usar o termo "deficiência" para disability e "lesão" para impairment. Dado o marco normativo do documento para as políticas públicas e pesquisas científicas é preciso garantir a acuidade e legitimidade dos conceitos e seus fundamentos teóricos.

    Resumo em Inglês:

    An analysis of the World Health Organization terminology for disability indicates the influence of the social model of disability in the International Classification of Functioning, Disability, and Health. This theoretical framework should guide any translations of the document. In Brazil, the document was translated as Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. We argue that more appropriate than translating disability as "incapacidade" and impairments as "deficiências" would be to use the term "deficiência" for disability and "lesão" for impairment. Considering the normative impact of a WHO document for social policy and international research, the translation should accurately reflect the concepts and their theoretical basis.
  • O conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis entre adolescentes de baixa renda em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil Nota

    Doreto, Daniella Tech; Vieira, Elisabeth Meloni

    Resumo em Português:

    Esta investigação objetivou identificar o conhecimento de adolescentes sobre as DST, formas de transmissão, uso do preservativo e cuidado em saúde. Trata-se de um estudo transversal com entrevistas de 90 adolescentes do Programa Saúde da Família de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. A coleta de dados realizou-se através de entrevistas domiciliares utilizando um questionário estruturado, e a análise preliminar por meio da freqüência simples das variáveis. A maioria das entrevistadas era solteira, iniciou a vida sexual e apresentava um conhecimento baixo das DST. O preservativo foi identificado como a principal forma de prevenção das DST e apenas 35,2% referiram seu uso sistemático; comparando-se a primeira e última relações sexuais observou-se grande queda no uso (71,1% e 37,1%, respectivamente). As adolescentes não se percebem em risco de adquirir uma DST (65,5%), no entanto, 57,8% tiveram sintomas relacionados a estas doenças e 36,7% nunca tiveram atendimento ginecológico. Os resultados apontam para a necessidade de uma atenção diferenciada, pois além de apresentarem pouco conhecimento sobre as DST, as adolescentes estão em situação vulnerável pela ausência efetiva de métodos, embora não se percebam nesta condição.

    Resumo em Inglês:

    This study examined female adolescents' knowledge concerning STDs and transmission, condom use, and health care. It was a cross-sectional study of 90 adolescents living in an area covered by the Family Health Program in Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil. Data were collected through household interviews using a structured questionnaire, followed by preliminary analysis of simple frequency of variables. Most adolescents were single, sexually active, and with limited knowledge concerning STDs. Condoms were known as the main means of prevention, but only 35.2% of the sample reported always using them. There was a large drop in condom use (from 71.1% to 37.1%) when comparing the first versus the most recent sexual intercourse. Teenagers did not consider themselves at risk of STDs (65.5%), although 57.8% reported related symptoms and 36.7% had never undergone gynecological examination. The results point to the need for special attention to adolescent health care. The lack of effective protection makes them vulnerable to STDs, including HIV/AIDS, even though they do not consider themselves at risk.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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