• Frequência de agressão e vitimização sexual autorreportada no Brasil: uma revisão da literatura Review

    Winzer, Lylla

    Resumo em Português:

    Resumo: A falta de dados oficiais sobre estupro tem desafiado pesquisadores no Brasil. Dois estudos recentes utilizaram dados de boletins policiais e prontuários médicos. Embora esses estudos sejam avanços importantes na pesquisa sobre estupro no Brasil, apresentam algumas limitações. Para obter taxas mais realistas, este artigo faz uma revisão das pesquisas brasileiras sobre agressão e vitimização sexual em indivíduos com mais de 14 anos de idade. Foram identificados 41 estudos através de buscas eletrônicas e verificação de referências bibliográficas. Entre 1% e 40% de mulheres e 1% e 35% de homens relataram alguma forma de vitimização no ano anterior à entrevista. A incidência de homens perpetradores de agressão sexual variava de 2% a 44%. Apesar da grande variabilidade, essas taxas são muito mais altas do que aquelas estimadas a partir de dados oficiais. Os resultados sugerem uma associação entre orientação sexual e vulnerabilidade. Os resultados variaram em relação à raça. A maioria dos estudos era baseada em amostras de conveniência e focava a vitimização feminina. A vitimização masculina vem recebendo mais atenção, mas ainda há poucos estudos sobre a perpetração auto-relatada.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: La falta de datos oficiales sobre la violación ha desafiado a los investigadores en Brasil. Dos estudios recientes han utilizado los datos de los informes policiales y los registros médicos. Aunque estos estudios son importantes avances en la investigación sobre la violación en Brasil, tienen algunas limitaciones. Para obtener tasas más realistas, el artículo hace una revisión de las investigaciones brasileñas sobre la agresión y la victimización sexual en los individuos mayores de 14 años. Se identificaron 41 estudios mediante búsquedas electrónicas y verificación de referencias. Entre el 1% y el 40% de las mujeres y el 1% y el 35% de los hombres informaron alguna forma de victimización en el año anterior a la entrevista. La incidencia de los hombres autores de agresión sexual varió de 2% a 44%. A pesar de la gran variabilidad, las tasas son mucho más altas que las estimadas a partir de datos oficiales. Los resultados sugieren una asociación entre la orientación sexual y la vulnerabilidad. Los resultados variaron según la raza. La mayoría de los estudios se basaron en muestras de conveniencia y se centró en la victimización femenina. La victimización masculina está recibiendo más atención, pero hay pocos estudios sobre la perpetración autoinformada.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: The lack of official data on rape has been a challenge for researchers in Brazil. Two recently published studies were based on law enforcement and medical records. Although these studies represent important progress in research on rape in the country, they have several limitations. In order to obtain more realistic rates, the current article reviews Brazilian studies on self-reported sexual aggression and victimization in individuals over 14 years of age. Forty-one studies were identified through electronic searches and reference verification. From 1% to 40% of women and 1% to 35% of men reported some form of victimization in the previous year. The male perpetration incidence ranged from 2% to 44%. Despite the wide variability, these rates were much higher than those provided by official data. The results suggest that sexual orientation is associated with vulnerability. Mixed findings were found concerning race. Most studies were based on convenience samples and focused on female victimization. Male victimization has received increasing attention, but studies on self-reported perpetration are still limited.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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