Saúde e Sociedade, Volume: 2, Número: 2, Publicado: 1993
  • O sistema de saúde britânico após as reformas de 1991: uma avaliação inicial Artigos

    Akerman, Marco

    Resumo em Português:

    O Sistema de Saúde Britânico (NHS) sofreu a mais radical mudança após 1948, quando iniciou suas atividades. Este artigo apresenta uma avaliação inicial das reformas efetuadas, procurando mostrar o atual debate travado na sociedade britânica. Em primeiro lugar discutem-se as estatísticas apresentadas pelo governo como prova do sucesso das reformas. Em seguida, identifica-se o debate atual em relação aos aspectos mais radicais da reforma, a separação entre o ato de comprar serviços e a ação de prover serviços (purchaser/ provider split), e o repasse de recursos financeiros para que sejam administrados diretamente por algumas clínicas de general practitioners - GPs. Apresenta ainda o recente plano de governo (Tomlinson Report), que propôs o fechamento e fusão de alguns hospitais de ensino na cidade de Londres. Ao final do artigo aponta depoimentos que caracterizariam o debate atual em relação às reformas: fim do welfare state ou modelo de gestão para o próximo século?
  • A relação entre saúde e trabalho do ponto de vista bioético Artigos

    Berlinguer, Giovanni
  • A doença na sociedade como entidade e como processo: subsídios para pensar a epidemiologia Artigos

    Ayres, José Ricardo de Carvalho Mesquita

    Resumo em Português:

    Este artigo busca na "oscilação" histórica da compreensão da doença na sociedade, como entidade ou como processo, elementos para a reflexão acerca dos impasses e exigências vividos hoje pelos saberes e práticas da epidemiologia, por referência à proposição da construção de uma sociedade mais livre e justa. Superando o caráter metafísico das concepções ontológicas pré-modernas, as traduções processuais da epidemiologia tornaram-se nucleares a todo o conhecimento objetivo e intervenção prática sobre a dimensão social da doença, a partir do século XIX. No entanto, ao consolidarem socialmente essa posição, os métodos e objetos da ciência epidemiológica assumiram o estatuto prático de verdadeiros entes. São exploradas as raízes e as contradições desse "processualismo" que acaba por negar a sua própria natureza processual. Destaca-se a potencial contribuição de uma "concepção consensual de verdade" na superação do conteúdo de "irracionalismo" que, não obstante inegáveis méritos, esse paroxismo processual do saber epidemiológico, tem conferido à práxis sanitária.
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. SP - Brazil
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