Saúde e Sociedade, Volume: 3, Número: 1, Publicado: 1994
  • Editorial Editorial

  • Sistema Único de Saúde: avaliação e perspectivas Artigos

    Rocha, Juan S. Yazlle
  • Municipalização da vigilância epidemiológica: uma proposta em construção Artigos

    Schout, Denise

    Resumo em Português:

    Neste artigo serão apresentados aspectos do processo de municipalização das atividades de vigilância epidemiológica no Estado de São Paulo, os entraves que o Sistema de Vigilância Epidemiológica têm na sua estrutura que dificultam a efetiva inclusão destas atividades pelos Municípios e quais as perspectivas existentes para sua superação.
  • Percepção dos trabalhadores de saúde quanto às mudanças ocorridas nos serviços a partir da implantação do SUS: a prática na teoria Artigos

    Bógus, Cláudia Maria

    Resumo em Português:

    A partir de alguns depoimentos colhidos entre servidores públicos de um serviço municipalizado de saúde que mostram como eles têm percebido (ou não) as mudanças ocorridas no sistema de saúde, foi possível confirmar a hipótese de que existem dificuldades na concretização das políticas públicas e também desintegração entre os níveis central, intermediário e periférico da rede de serviços de saúde.
  • Reforma Sanitária e saúde do trabalhador Artigos

    Lacaz, Francisco Antonio de Castro

    Resumo em Português:

    Contemporânea do Movimento Sanitário brasileiro, a luta dos trabalhadores pela melhoria das condições e defesa da saúde no trabalho, não tem sido motivo de preocupação dos estudiosos da Reforma Sanitária. Por tratar-se de uma ação que envolve importantes categorias do movimento sindical e que aproximou setores intelectuais, técnicos, lideranças sindicais e trabalhadores, inspirada em influências do Modelo Operário Italiano que teve real importância na luta pela Reforma Sanitária naquele país, procura-se, neste ensaio, discutir criticamente a ausência da análise desta questão dentro da Reforma Sanitária, atentando para sua importância no que se refere à ampliação das suas bases sociais na medida em que, ao introduzir o elemento dos atores sociais, isto pode permitir pensar a superação de um "certo esgotamento" que hoje se aponta com respeito ao movimento pela Reforma Sanitária no Brasil.
  • Saúde, doença e inovação tecnológica Artigos

    Novaes, H. Maria Dutilh; Novaes, Ricardo Lafetá

    Resumo em Português:

    As inovações tecnológicas em medicina são freqüentemente introduzidas, nos debates que tratam dos processos de saúde/doença existentes em populações determinadas, e das formas de intervenção possíveis por parte da atenção médica, de duas formas polares e antagônicas: ou são as principais responsáveis pelos insucessos, ou são as únicas garantias da efetividade médica. Neste texto argumenta-se, lançando mão de exemplos retirados da análise da presença das doenças cardiovasculares nas populações ao longo do tempo, que é possível, e desejável, que sejam desenvolvidas atitudes e práticas mais diferenciadas em relação a elas, em que os conhecimentos científicos e técnicos específicos, assentados na individualidade biológica, possam estar melhor articulados com as necessidades e objetivos colocados para os sistemas de saúde, na sua inserção social, política, econômica e cultural. As diversas perspectivas possíveis de serem adotadas para a avaliação nos sistemas e serviços de saúde, que têm tido um desenvolvimento crescente nas conjunturas de "crise na saúde", ainda que não possam negar a sua origem de prática racionalizadora, estão apontando para um real reconhecimento da necessidade de uma maior reflexão no interior das próprias práticas médicas sobre as premissas que as sustentam, e de uma melhor compreensão das formas possíveis para as sociedades hoje vivenciarem e administrarem, de uma forma mais transparente e menos dogmática, os conflitos inevitáveis entre os interesses individuais e as necessidades coletivas.
  • A enfermagem em saúde mental no Brasil: a necessidade de produção de novos conhecimentos Artigos

    Barros, Sônia; Egry, Emiko Yoshikawa

    Resumo em Português:

    A assistência psiquiátrica no Brasil após um século da sua institucionalização, em 1852, pouco se modificou, mantendo-se essencialmente restrita ao interior dos asilos e com uma função exclusivamente segregadora. Como resultado das exigências do dinamismo social, dos movimentos de transformação da assistência psiquiátrica na Europa e nos Estados Unidos e da mobilização dos profissionais da área de saúde mental, o Estado tem redefinido suas diretrizes políticas nas últimas décadas. Dessa forma, preconiza que a assistência seja feita de modo predominante extra-hospitalar, regionalizada e que o evento psiquiátrico seja atendido na própria comunidade. Os avanços do saber e da prática, em saúde mental, não foram acompanhados par e passo pela enfermagem que, desde o seu início até hoje, permaneceu essencialmente hospitalocêntrica, em que pesem as pressões e experiências no sentido de transformar sua prática e ensino, ao longo da história. As transformações necessárias só avançarão se os conhecimentos produzidos nesta área tomarem novos rumos uma vez que houve mudanças paradigmáticas na compreensão da saúde mental. Este estudo busca rastrear as grandes lacunas de conhecimento, que deverão ser preenchidas, para o realinhamento dinâmico da assistência de enfermagem em saúde mental. Algumas questões centrais que orientam a produção deste saber na realidade brasileira são discutidas.
Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Associação Paulista de Saúde Pública. SP - Brazil
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