Revista Brasileira de Epidemiologia, Volume: 26 Suplemento 1, Publicado: 2023
  • Associação do trabalho infantil com fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em escolares brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015 Original Articles

    Ferreira, Alan Cristian Marinho; Silva, Alanna Gomes da; Gomes, Crizian Saar; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico dos adolescentes que trabalham no Brasil e a associação do trabalho infantil com fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis. Métodos: Estudo transversal com dados da amostra 2 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015. Analisaram-se as variáveis sexo, idade, raça/cor da pele, dependência administrativa da escola e escolaridade materna, variáveis acerca de alimentação, atividade física e uso de drogas. Realizaram-se análises por meio das prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e cálculo da odds ratio bruta e ajustada. Resultados: Participaram da pesquisa 10.926 escolares, destes, 16,9% (IC95% 15,1–18,9) trabalhavam. O trabalho infantil foi maior nos adolescentes: do sexo masculino (ORaj: 1,82; IC95% 1,55–2,15); idade entre 16 e 17 anos (ORaj: 2,96; IC95% 2,37–3,69); que estudavam em escolas públicas (ORaj: 1,69; IC95% 1,14–2,52); com escolaridade materna igual ao ensino médio incompleto (ORaj: 1,54; IC95% 1,11–2,13); residentes da região Sul (ORaj: 2,17; IC95% 1,60–2,94). Esses adolescentes trabalhadores apresentaram maiores chances de: fumar (ORaj: 1,94; IC95% 1,52–2,48); consumir bebidas alcoólicas (ORaj: 2,01; IC95% 1,71–2,36); usar drogas ilícitas (ORaj: 1,76; IC95% 1,35–2,31); realizar atividade física (ORaj: 1,24; IC95% 1,07–1,44); consumir guloseimas (ORaj: 1,30; IC95% 1,13–1,49); consumir salgados fritos (ORaj: 1,41; IC95% 1,15–1,74), e refrigerantes (ORaj: 1,23; IC95% 1,06–1,44). Contudo apresentaram menor chance de comportamento sedentário (ORaj: 0,68; IC95% 0,59–0,79). Conclusão: Houve diferenças sociodemográficas em relação ao trabalho infantil no Brasil. Os que trabalhavam apresentaram maiores chances de manifestar comportamentos de risco para as DCNT, no entanto eram mais ativos fisicamente.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the sociodemographic profile of adolescents working in Brazil and the association of child labor with risk and protection factors for Chronic Noncommunicable Diseases. Methods: Cross-sectional study with data from sample 2 of the 2015 National School Health Survey (PeNSE). The variables gender, age, ethnicity/skin color, administrative dependence on school and maternal education, eating habits, physical activity and drug use were analyzed by prevalence and respective 95% confidence intervals (95%CI) and calculation of crude and adjusted Odds Ratio. Results: A total of 10,926 students participated in the survey, of which 16.9% (95%CI 15.1–18.9) were currently working/employed. Child labor was higher among male adolescents (ORa: 1.82; 95%CI 1.55–2.15); aged between 16 and 17 years (ORa: 2.96; 95%CI 2.37–3.69); enrolled in public schools (ORa: 1.69; 95%CI 1.14–2.52); whose mothers had incomplete high school (ORa: 1.54; 95%CI 1.11–2.13); living in the South region of the country (ORa: 2.17; 95%CI 1.60–2.94). Adolescents who worked were more likely to smoke (ORa: 1.94; 95%CI 1.52–2.48); use alcohol (ORa: 2.01; 95%CI 1.71–2.36) and drugs (ORa: 1.76; 95%CI 1.35–2.31); perform physical activity (ORa: 1.24; 95%CI 1.07–1.44); consume sweets (ORa: 1.30; 95%CI 1.13–1.49), fried snacks (ORa: 1.41; 95%CI 1.15–1.74), and soft drinks (ORa: 1.23; 95%CI 1.06–1.44); however, they were less likely to present sedentary behavior (ORa: 0.68; 95%CI 0.59–0.79). Conclusion: Child labor in Brazil is related to sociodemographic differences. Those who worked were more likely to show risk behaviors for NCDs, but they were more physically active.
  • Mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis em capitais brasileiras: redistribuição de causas garbage e evolução por estratos de privação social Original Articles

    Malta, Deborah Carvalho; Teixeira, Renato Azeredo; Cardoso, Laís Santos de Magalhães; Souza, Juliana Bottoni de; Bernal, Regina Tomie Ivata; Pinheiro, Pedro Cisalpino; Gomes, Crizian Saar; Leyland, Alastair; Dundas, Ruth; Barreto, Maurício Lima

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar a mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) nas capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) após redistribuição das causas garbage, e a evolução temporal segundo estratos de privação social nos triênios 2010 a 2012 e 2017 a 2019. Métodos: Foram aplicadas correções ao Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), sendo empregada metodologia para redistribuição das causas garbage (CG). As taxas de mortalidade prematura por DCNT padronizadas por idade foram estimadas. Foram analisadas as diferenças entre as taxas de mortalidade por DCNT segundo categorias do Índice Brasileiro de Privação (IBP) e entre os triênios. Resultados: No conjunto das capitais, as taxas aumentaram entre 8 e 12% após a redistribuição de CG, e os maiores acréscimos ocorreram em áreas de alta privação: 11,9 e 11,4%, triênios 1 e 2, respectivamente. Houve variabilidade entre as capitais. Observou-se redução das taxas em todos os estratos de privação entre os triênios, sendo maior decréscimo no estrato de baixa privação (-18,2%), e menor no estrato de alta privação (-7,5%). Conclusão: A redistribuição de CG representou aumento das taxas de mortalidade, sendo maior nos estratos de maior privação social. Via de regra, observou-se gradiente positivo de mortalidade com o aumento da privação social. A análise da evolução temporal evidenciou decréscimo da mortalidade por DCNT entre os triênios, sobretudo em áreas de menor privação social.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze premature mortality due to noncommunicable chronic diseases (NCDs) in Brazilian capitals and the Federal District (DF) after redistribution of garbage causes and the temporal evolution according to social deprivation strata in the 2010 to 2012 and 2017 to 2019 triennia. Methods: Corrections were applied to the Mortality Information System (Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM) data such as the redistribution of garbage codes (GC). Premature mortality rates due to NCDs were calculated and standardized by age. The differences among NCDs mortality rates were analyzed according to the Brazilian Deprivation Index (Índice Brasileiro de Privação – IBP) categories and between the three-year periods. Results: In the capitals as a whole, rates increased between 8 and 12% after GC redistribution and the greatest increases occurred in areas of high deprivation: 11.9 and 11.4%, triennia 1 and 2, respectively. There was variability between the capitals. There was a reduction in rates in all strata of deprivation between the three-year periods, with the greatest decrease in the stratum of low deprivation (-18.2%) and the lowest in the stratum of high deprivation (-7.5%). Conclusion: The redistribution of GC represented an increase in mortality rates, being higher in the strata of greater social deprivation. As a rule, a positive gradient of mortality was observed with increasing social deprivation. The analysis of the temporal evolution showed a decrease in mortality from NCDs between the triennia, especially in areas of lower social deprivation.
  • O consumo de bebidas alcoólicas entre adolescentes durante a pandemia de COVID-19, ConVid Adolescentes — Pesquisa de Comportamentos Original Articles

    Malta, Deborah Carvalho; Gomes, Crizian Saar; Vasconcelos, Nádia Machado de; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Lima, Margareth Guimarães; Souza Júnior, Paulo Roberto Borges de; Szwarcwald, Celia Landmann

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Descrever as prevalências do consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes brasileiros antes e durante a pandemia de COVID-19 e analisar os fatores associados a esse comportamento no período de distanciamento social. Métodos: Estudo transversal, utilizando dados da pesquisa ConVid Adolescentes, realizado via web entre junho e setembro de 2020. Foi estimada a prevalência do consumo de bebidas alcoólicas antes e durante a pandemia e a associação com variáveis sociodemográficas, de saúde mental e estilos de vida. Foi usado modelo de regressão logística para avaliar os fatores associados. Resultados: Avaliaram-se 9.470 adolescentes. O consumo de bebida alcoólica reduziu de 17,70% (IC95% 16,64–18,85), antes da pandemia, para 12,80% (IC95% 11,85–13,76), durante a pandemia. O consumo de bebidas alcoólicas esteve associado à faixa etária de 16 e 17 anos (OR=2,9; IC95% 1,08–1,53), morar na Região Sul (OR=1,82; IC95% 1,46–2,27) e Sudeste (OR=1,33; IC95% 1,05–1,69), ter três ou mais amigos próximos (OR=1,78; IC95% 1,25–2,53), relatar piora dos problemas de sono (OR=1,59; IC95% 1,20–2,11), sentir-se triste às vezes (OR=1,83; IC95% 1,40–2,38) e sempre (OR=2,27; IC95% 1,70–3,05), irritado sempre (OR=1,60; IC95% 1,14–2,25), ser fumante ativo (OR=13,74; IC95% 8,63–21,87) e fumante passivo (OR=1,76; IC95% 1,42–2,19). A adesão à restrição de forma muito rigorosa associou-se ao menor consumo de bebidas alcoólicas (OR=0,40; IC95% 0,32–0,49). Conclusão: A pandemia causada pela COVID-19 levou à diminuição no consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes brasileiros, e o consumo durante a pandemia foi influenciado por fatores sociodemográficos, de saúde mental, adesão às medidas de restrição social e estilos de vida. Faz-se necessário o envolvimento de gestores, educadores, família e sociedade na articulação de políticas públicas para evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To describe the prevalence of alcohol consumption before and during the COVID-19 pandemic and to analyze the factors associated with this behavior during the period of social distancing among Brazilian adolescents. Methods: Cross-sectional study using data from the ConVid Adolescents survey, carried out via the Internet between June and September 2020. The prevalence of alcohol consumption before and during the pandemic, as well as association with sociodemographic variables, mental health, and lifestyle were estimated. A logistic regression model was used to assess associated factors. Results: 9,470 adolescents were evaluated. Alcohol consumption decreased from 17.70% (95%CI 16.64–18.85) before the pandemic to 12.80% (95%CI 11.85–13.76) during the pandemic. Alcohol consumption was associated with the age group of 16 and 17 years (OR=2.9; 95%CI 1.08–1.53), place of residence in the South (OR=1.82; 95%CI 1.46–2.27) and Southeast regions (OR=1.33; 95%CI 1.05–1.69), having three or more close friends (OR=1.78; 95%CI 1.25–2.53), reporting worsening sleep problems during the pandemic (OR=1.59; 95%CI 1.20–2.11), feeling sad sometimes (OR=1,83; 95%CI 1,40–2,38) and always (OR=2.27; 95%CI 1.70–3.05), feeling always irritated (OR=1,60; 95%CI 1,14–2,25), being a smoker (OR=13,74; 95%CI 8.63–21.87) and a passive smoker (OR=1.76; 95%CI 1.42–2.19). Strict adherence to social distancing was associated with lower alcohol consumption (OR=0.40; 95%CI 0.32–0.49). Conclusions: The COVID-19 pandemic led to a decrease in consumption of alcoholic beverages by Brazilian adolescents, which was influenced by sociodemographic and mental health factors, adherence to social restriction measures and lifestyle in this period. Managers, educators, family and the society must be involved in the articulation of Public Policies to prevent alcohol consumption.
  • Intervalos de referência de hemograma da população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde Original Articles

    Sá, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de; Bacal, Nydia Strachman; Gomes, Crizian Saar; Silva, Tércia Moreira Ribeiro da; Gonçalves, Renata Patrícia Fonseca; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Estimar os intervalos de referência (IR) de parâmetros de hemograma completo na população adulta brasileira. Métodos: Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), entre 2014–2015. A amostra final constitui-se de 2.803 adultos. Para estabelecer os IR, aplicou-se critérios de exclusão, removeram-se outliers e foram feitos particionamentos por sexo, idade e raça/cor da pele. Adotou-se o método não paramétrico. As diferenças foram avaliadas pelos testes Mann Withney e Kruskal Wallis (p≤0,05). Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas nos IR segundo sexo para glóbulos vermelhos, hemoglobina, hematócrito, HCM, CHCM, eosinófilos, monócitos, neutrófilos absolutos e plaquetas (p≤0,05). Quando analisados por idade, houve diferenças nos IR de mulheres para hematócrito, VCM, glóbulos brancos e RDW, e nos homens em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, eosinófilos, volume plaquetário médios, VCM, RDW e HCM (p≤0,05). Para raça/cor, houve diferenças nos IR de hemoglobina, HCM, CHMC, glóbulos brancos e volume plaquetário médio, neutrófilos e eosinófilos absolutos (p≤0,05). Conclusão: As diferenças encontradas nos IR de alguns parâmetros de hemograma nos adultos brasileiros, reafirmam a importância de se ter padrões laboratoriais próprios de referência. Os resultados podem subsidiar a interpretação mais precisa dos exames, identificação adequada e a prevenção de doenças no Brasil.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To estimate the reference intervals (RIs) of complete blood count parameters in the Brazilian adult population. Methods: Cross-sectional study, with data from the National Health Survey (Pesquisa Nacional de Saúde – PNS), between 2014–2015. The final sample consisted of 2,803 adults. To establish the RIs, exclusion criteria were applied, outliers were removed and partitions were made by gender, age, and race/skin color. The non-parametric method was adopted. Differences were assessed using the Mann Whitney and Kruskal Wallis tests (p≤0.05). Results: There were statistically significant differences for the following hematological parameters based on gender, red blood cells, hemoglobin, hematocrit, MCH, MCHC, eosinophils and absolute monocytes, neutrophils and platelets (p≤0.05). When analyzed by age, the RIs were statistically different in females for hematocrit, MCV, white blood cells and RDW and in males for red blood cells, white blood cells, eosinophils, mean platelet volume, MCV, RDW, and MCH (p≤0.05). For race/color, there were differences in the RIs for parameters of hemoglobin, MCH, MCHC, white blood cells and mean platelet volume, neutrophils and absolute eosinophils (p≤0.05). Conclusion: The differences found in the RIs of some in blood count parameters in Brazilian adults reaffirm the importance of having their own laboratory reference standards. The results can support a more accurate interpretation of tests, adequate identification and disease prevention in Brazil.
  • Diferenças entre intervalos de referência de hemograma de adultos brasileiros com e sem traço falciforme segundo os exames laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde Original Articles

    Sá, Ana Carolina Micheletti Gomide Nogueira de; Silva, Alanna Gomes da; Gomes, Crizian Saar; Sá, Antonio Tolentino Nogueira de; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Comparar intervalos de referência (IR) de hemograma de adultos brasileiros com e sem traço falciforme (HbAS). Métodos: Estudo transversal, com a base de dados da Pesquisa Nacional de Saúde, entre 2014-2015, composta por 8.952 indivíduos; 234 adultos constituíram a amostra com HbAS. Comparou-se IR de adultos com e sem HbAS do estudo “Valores de referência para exames laboratoriais de hemograma da população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde”, de Rosenlfed e colaboradores (2019). Utilizaram-se o método paramétrico para estabelecer os IR e o teste t de Student para comparação (p≤0,05). Resultados: Houve diferenças estatisticamente significativas entre IR de adultos com e sem HbAS nos homens e mulheres para hemoglobina, VCM, HCM, CHCM, glóbulos brancos, linfócitos absolutos, volume plaquetário médio e RDW; em todas as idades para glóbulos brancos e RDW nos homens e para VCM, HCM, CHCM, volume plaquetário médio e RDW nas mulheres; entre 18 a 59 anos para HCM, VCM, CHCM, neutrófilos, linfócitos e plaquetas nos homens e nas mulheres para linfócitos, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, neutrófilos, eosinófilos, monócitos e plaquetas; a partir de 60 anos para hemoglobina e hematócrito nos homens e nas mulheres para hematócrito, glóbulos brancos, neutrófilos e plaquetas; nas raças branca, preta e parda para glóbulos brancos, neutrófilos e plaquetas (p<0,05). Conclusão: Adultos brasileiros com HbAS tiveram menores contagens de hemoglobina, VCM, HCM, CHCM, glóbulos brancos e maiores de RDW que sem HbAS. Os resultados mostram a importância do aconselhamento genético e de pesquisas para subsidiar o manejo adequado desta condição no Brasil.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To compare reference intervals (RI) of blood counts of Brazilian adults with and without sickle cell trait (SCT). Methods: Cross-sectional study, based on the National Health Survey, 2014-2015, composed of 8,952 individuals. The sample of patients with SCT was composed of 234 adults. The RIs of adults with and without SCT were compared in the study “Reference values for laboratory tests of blood count in the Brazilian adult population: National Health Survey”, by Rosenfeld et al. (2019). The parametric method and the Student's t test were used for comparison (p≤0.05). Results: There were statistically significant differences between RIs of adults with and without SCT as far as sex is concerned for hemoglobin, MCV, MCH, MCHC, white blood cells, absolute lymphocytes, mean platelet volume and RDW; At all ages, for white blood cells and RDW in men and for MCV, MCH, MCHC, mean platelet volume and RDW in women; Between 18 to 59 years, for MCH, MCV, MCHC, neutrophils, lymphocytes and platelets in men and in women for lymphocytes, red blood cells, white blood cells, neutrophils, eosinophils, monocytes and platelets; From 60 years old on, for hemoglobin and hematocrit in men and in women for hematocrit, white blood cells, neutrophils and platelets; In white, black and brown people for white blood cells, neutrophils and platelets (p<0.05). Conclusion: Brazilian adults with SCT had lower counts of hemoglobin, MCV, MCH, MCHC, white blood cells and higher RDW than without SCT. The results show the importance of genetic counseling and further research to support the proper management of this condition in Brazil.
  • Procura e utilização dos serviços de saúde por adolescentes brasileiros, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019 Original Articles

    Silva, Alanna Gomes da; Gomes, Crizian Saar; Ferreira, Alan Cristian Marinho; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar a procura e a utilização dos serviços de saúde por adolescentes brasileiros, segundo características sociodemográficas. Métodos: Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019. A amostra foi composta de 124.898 adolescentes de 13 a 17 anos. Foram calculadas as razões de prevalência bruta e ajustada (RPaj) por sexo, idade e dependência administrativa e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%) das variáveis “procura por algum serviço ou profissional de saúde”, “procura por alguma Unidade Básica de Saúde” e “atendimento na Unidade Básica de Saúde”, utilizando a regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: A procura por algum serviço de saúde foi relatada por 56,56% (IC95% 55,82–57,29) dos adolescentes, sendo menor entre o sexo masculino (RPaj: 0,95; IC95% 0,94–0,95); aqueles com cor da pele preta (RPaj: 0,95; IC95% 0,94–0,97), parda (RPaj: 0,97; IC95% 0,96–0,98), amarela e indígena (RPaj: 0,95; IC95% 0,94–0,97); estudantes de escolas públicas (RPaj: 0,90; IC95% 0,89–0,90) e residentes da zona rural (RPaj: 0,96; IC95% 0,94–0,98). A Unidade Básica de Saúde foi procurada por 74,08% (IC95% 73,21–74,94) dos adolescentes e foi mais frequente entre aqueles de cor da pele parda (RPaj: 1,06; IC95% 1,03–1,08), de escolas públicas (RPaj: 1,32; IC95% 1,29–1,35) e residentes da zona rural (RPaj: 1,05; IC95%1,01–1,09). O principal motivo da procura pela Unidade Básica de Saúde foi a vacinação (27,93%; IC95% 27,07–28,81). Conclusão: Mais da metade dos adolescentes procurou algum serviço de saúde, mostrando elevada demanda dessa população. Contudo, ainda persistem as desigualdades, o que nos alerta sobre a importância do planejamento, do acolhimento e da qualidade da atenção prestada aos adolescentes.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the demand and use of health services by Brazilian adolescents, according to sociodemographic characteristics. Methods: Cross-sectional study with data from the 2019 National School Health Survey, that assessed 124,898 adolescents aged 13 to 17 years. The crude and adjusted prevalence ratios (RPaj) by sex, age, and school administrative status and their 95% confidence intervals (95%CI) were calculated for the variables “search for a service or health professional”, “search for a Basic Health Unit” and “assistance at the Basic Health Unit”, using Poisson regression with robust variance. Results: The demand for a health service was reported by 56.56% (95%CI 55.82–57.29) of the adolescents and was lower among male students (RPaj: 0.95; 95%CI 0.94–0.95); those with black skin color (RPaj: 0.95; 95%CI 0.94–0.97), brown skin color (RPaj: 0.97; 95%CI 0.96–0.98), yellow skin color and indigenous ethnicity (RPaj: 0.95; 95%CI 0.94–0.97); public school students (RPaj: 0.90; 95%CI 0.89–0.90); and rural residents (RPaj: 0.96; 95%CI 0.94–0.98). A Basic Health Unit was the service sought by 74.08% (95%CI 73.21–74.94) of adolescents, more frequently among students of brown skin color (RPaj: 1.06; 95%CI 1.03–1.08), from public schools (RPaj: 1.32; 95%CI 1.29–1.35) and residing in rural areas (RPaj: 1.05; 95%CI 1,01–1,09). The main reason for seeking the Basic Health Unit was vaccination (27,93%; 95%CI 27,07–28,81). Conclusion: More than half of the adolescents searched for a health service, which means that this group has a high demand. However, health inequalities still persist and point to the importance of health care planning, reception conditions, and the quality of care provided.
  • Tendências temporais e mudanças pós-pandemia de COVID-19 na prevalência de atividade física e comportamento sedentário em adultos brasileiros entre 2006 e 2021 Original Articles

    Faria, Thania Mara Teixeira Rezende; Silva, Alanna Gomes da; Claro, Rafael Moreira; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar as tendências temporais e a prevalência dos indicadores de atividade física e comportamento sedentário em adultos das capitais brasileiras entre 2006 e 2021, incluindo o período de pandemia. Métodos: Trata-se de estudo de série temporal de inquéritos transversais baseado no Sistema de Vigilância Telefônica de Doenças Crônicas. As tendências de atividade física suficiente no lazer, atividade física suficiente no deslocamento, prática insuficiente de atividade física e tempo total de tela foram estimadas por meio da regressão de Prais-Winsten. As tendências temporais e as prevalências anuais foram calculadas por sexo, faixa etária e escolaridade. Resultados: Na população total, foram encontradas tendências temporais significativas para atividade física suficiente no lazer (β=0,614) e tempo total de tela (β=1,319). Quanto à prevalência, a atividade física suficiente no lazer aumentou de 29% em 2009 para 39% em 2019, seguida de redução de 2,3% entre 2020 e 2021. A prevalência do tempo total de tela aumentou consideravelmente entre 2019 e 2020 (4,7%). Embora a inatividade física tendesse a diminuir ao longo da série, sua prevalência aumentou 3,4% entre 2019 e 2021, assim como a atividade física no deslocamento diminuiu 3,7% no mesmo período. Conclusão: Enquanto a atividade física suficiente no lazer aumentou ao longo dos anos, é incerto se essa tendência se manterá nos anos seguintes à COVID-19. Não apenas as pessoas alteraram seus hábitos de lazer, mas também há um domínio crescente do tempo de tela em razão da mudança nos padrões sociais e de trabalho. Mais estratégias precisam ser abordadas para o enfrentamento da inatividade física, do comportamento sedentário e para a revisão das metas nacionais pós-pandemia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze time trends and prevalence of physical activity and sedentary behavior among adults of Brazilian capitals between 2006 and 2021, including the pandemic period. Methods: This is a time-series of cross-sectional surveys based on the National Surveillance System for Risk and Protective Factors for Chronic Diseases by Telephone Survey. Trends of sufficient leisure-time physical activity, sufficient physical activity while commuting, insufficient practice of physical activity, and total screen time were estimated by using Prais-Winsten regression. Annual prevalences and time trends were estimated for each indicator by sex, age group and education. Results: For total population, significant time trends were found for leisure-time physical activity (β=0.614) and total screen time (β=1.319). As for prevalence, leisure-time physical activity increased from 29% in 2009 to 39% in 2019, followed by a reduction of 2.3% between 2020 and 2021. Total screen time prevalence increased considerably between 2019 and 2020 (4.7%). Though physical inactivity tended to reduce along the series, its prevalence increased by 3.4% between 2019 and 2021, as well as physical activity while commuting decreased by 3,7% in the same time period. Conclusion: Whereas leisure-time physical activity increased over the years, it is uncertain whether this trend will be the same in the years following COVID-19. Not only did people alter their leisure-time habits, but also there was an increasing dominance of screen time due to the change in work and social patterns. More strategies need to be addressed to tackle physical inactivity and sedentary behavior, and to review the post-pandemic national targets.
  • Tendências temporais de morbidades e fatores de risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis em pessoas idosas residentes nas capitais brasileiras Original Articles

    Silva, Alanna Gomes da; Andrade, Fabiana Martins Dias de; Ribeiro, Edmar Geraldo; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar as tendências temporais das prevalências de morbidades e dos fatores de risco e de proteção para as doenças crônicas não transmissíveis em pessoas idosas residentes nas capitais brasileiras entre 2006 e 2021. Métodos: Estudo de série temporal com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Analisaram-se as variáveis: hipertensão arterial; diabetes; tabagismo; excesso de peso; obesidade; consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes, frutas e hortaliças; e prática de atividade física. Empregaram-se o modelo de regressão de Prais-Winsten e a séries temporais interrompidas (de 2006 a 2014 e de 2015 a 2021). Resultados: De 2006 a 2021, para a população total de idosos, houve aumento de diabetes (19,2 para 28,4%), do consumo de álcool (2,5 para 3,2%), do dexcesso de peso (52,4 para 60,7%) e da obesidade (16,8 para 21,8%), e redução do tabagismo (9,4 para 7,4%) e consumo de refrigerantes (17,0 para 8,7%). Pelas séries interrompidas, entre 2015 e 2021, houve estabilidade da prevalência de diabetes, fumantes do sexo feminino, excesso de peso nos homens, obesidade na população total e no sexo masculino e consumo de refrigerante. Conclusão: Ao longo dos anos houve mudanças e piora dos indicadores analisados, como aumento de diabetes, do consumo de álcool, do excesso de peso e da obesidade, o que reforça a importância do monitoramento contínuo e da sustentabilidade de programas de promoção da saúde, especialmente no contexto de crise econômica, austeridade e pandemia decorrente da COVID-19.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the temporal trends of prevalence of morbidities, risk and protection factors for noncommunicable diseases in elderly residents in Brazilian capitals between 2006 and 2021. Methods: A time series study with data from the Surveillance System of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases by Telephone Inquiry. The variables analyzed were: high blood pressure, diabetes, smoking, overweight, obesity, consumption of alcoholic beverages, soft drinks, fruits and vegetables, and the practice of physical activity. Prais-Winsten regression and Interrupted Time Series from 2006 to 2014 and 2015 to 2021 were used. Results: From 2006 to 2021, for the total elderly population, there was an increase in diabetes (19.2 to 28.4%), alcohol consumption (2.5 to 3.2%), overweight (52.4 to 60.7%) and obesity (16.8 to 21.8%), and a reduction in the prevalence of smokers (9.4 to 7.4%) and in soft drink consumption (17 to 8.7%). By the interrupted series, between 2015 and 2021, there was stability in the prevalence of diabetes, female smokers, overweight among men, obesity in the total and male population, and soft drink consumption. Conclusion: Over the years, there have been changes and worsening in the indicators analyzed, such as an increase in diabetes, alcohol consumption, overweight, and obesity, which reinforces the importance of continuous monitoring and sustainability programs to promote the health, especially in the context of economic crisis, austerity, and COVID-19 pandemic.
  • Violência contra pessoas LGB+ no Brasil: análise da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 Original Articles

    Vasconcelos, Nádia Machado de; Alves, Francielle Thalita Almeida; Andrade, Gisele Nepomuceno de; Pinto, Isabella Vitral; Soares Filho, Adauto Martins; Pereira, Cimar Azeredo; Malta, Deborah Carvalho

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar a associação entre a orientação sexual autoidentificada e a violência na população brasileira. Métodos: Estudo epidemiológico transversal que utilizou base de dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Analisaram-se a violência total e seus subtipos (psicológica, física e sexual) nos 12 meses anteriores. Estimou-se a prevalência e a odds ratio ajustada por faixa etária, com seus respectivos intervalos de confiança de 95%, segundo orientação sexual autoidentificada da população acima de 18 anos no Brasil. Considerou-se a significância estatística de 5%. Resultados: A população brasileira autoidentificou-se majoritariamente como heterossexual (94,75%), e 1,89% identificou-se como LGB+. Esse percentual foi inferior ao de entrevistados que se recusaram a responder à pergunta (2,28%). A prevalência da violência na população geral do Brasil foi de 18,27%, sendo o subtipo mais comum a violência psicológica (17,36%). A população LGB+ apresentou mais que o dobro de chances de sofrer qualquer tipo de violência. As mulheres LGB+ apresentaram as maiores prevalências de todos os subtipos de violência e os homens heterossexuais, as menores. Mulheres LGB+ tiveram mais de três vezes mais chances de sofrer violência física, comparadas às mulheres heterossexuais. Enquanto isso, homens LGB+ mostraram chances quase oito vezes maiores de sofrer violência sexual que os homens heterossexuais. Conclusão: A violência contra a população LGB+ apresentou alta prevalência no país. São necessárias políticas públicas voltadas a essa população para que se enfrente o preconceito contra a diversidade sexual e seja possível garantir os direitos das pessoas não heterossexuais.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the association between self-reported sexual orientation and violence in the Brazilian population. Methods: This cross-sectional epidemiological study used the 2019 National Survey of Health database. Total violence and its subtypes (psychological, physical, and sexual) were analyzed in the previous 12 months. Prevalence and odds ratio adjusted for age group were estimated, with their respective 95% confidence intervals, according to the self-reported sexual orientation of the Brazilian population aged 18 years and older. Statistical significance was set at 5%. Results: Most of the Brazilian population self-identified as heterosexual (94.75%) and 1.89% as LGB+. This percentage was lower than that of respondents who refused to answer the question (2.28%). The prevalence of violence in the general population of Brazil was 18.27%, and the most common subtype was psychological violence (17.36%). The LGB+ population was more than twice as likely to experience any type of violence. LGB+ women had the highest prevalence in all violence subtypes, and heterosexual men had the lowest. LGB+ women were over three times more likely to experience physical violence compared to heterosexual ones. Meanwhile, the probability of LGB+ men experiencing sexual violence was almost eight times higher than in heterosexual men. Conclusion: The prevalence of violence against the LGB+ population was high in the country. Public policies aimed at this population are necessary to fight discrimination against sexual diversity and ensure the rights of non-heterosexual people.
  • Acidentes no deslocamento e no trabalho entre brasileiros ocupados, Pesquisa Nacional de Saúde 2013 e 2019 Original Articles

    Malta, Deborah Carvalho; Bernal, Regina Tomie Ivata; Vasconcelos, Nádia Machado de; Ribeiro, Adalgisa Peixoto; Vasconcelos, Lêda Lúcia Couto de; Machado, Elaine Leandro

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar as prevalências de acidentes de trabalho, segundo variáveis sociodemográficas e ocupacionais, em 2013 e 2019. Métodos: Estudo transversal utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 e 2019. Avaliou-se os acidentes de trabalho típico (AT), de descolamento (AD) e de trabalho totais (ATT). As prevalências e os intervalos de confiança de 95% (IC95%) de ATT em 2013 e 2019 foram estimadas segundo as variáveis explicativas, unidades da Federação e capitais. Em 2019, foram calculadas as prevalências e IC95% segundo variáveis explicativas e razões de prevalência (RP) bruta e ajustada por sexo e faixa etária. Resultados: A prevalência de ATT passou de 4,96% (IC95% 4,55–5,38) em 2013 para 4,13% (IC95% 3,80–4,46) em 2019. Em 2013, o Pará liderou em prevalência de ATT e, em 2019, a maior prevalência foi em Mato Grosso. As prevalências de AT e AD em 2019 foram, respectivamente, 2,64% (IC95% 2,37–2,91) e 1,60% (IC95% 1,40–1,80). Em 2019, as prevalências para ATT foram mais elevadas para homens (RP: 1,92; IC95% 1,62–2,27); faixa etária de 18 a 29 anos (RP: 2,71; IC95% 1,99–3,68); pessoas com ensino fundamental completo/médio incompleto (RP: 2,09; IC95% 1,57–2,78); e pessoas de cor preta (RP: 1,43; IC95% 1,12–1, 84), e menor em pessoas sem carteira de trabalho (RP: 0,77; IC95% 0,66–0,90). AT foi maior na zona rural (RP: 1,32; IC95% 1,09–1,60). Conclusão: Houve redução dos ATT entre 2013 e 2019. Homens, jovens, pretos e indivíduos com menor escolaridade, trabalhadores da zona rural, apresentaram maiores prevalências de AT em 2019, demonstrando uma relação dos processos saúde-doença-acidente.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the prevalence of work-related accidents, according to sociodemographic and occupational variables, in 2013 and 2019. Methods: Cross-sectional study using data from the National Survey of Health (PNS) 2013 and 2019. Typical work accidents (WA), commuting accidents (CA), and Total Work Accidents (TWA) were evaluated. Prevalence values and 95% confidence intervals (95%CI) of TWA in 2013 and 2019 were estimated according to the explanatory variables and for Federative Units and capitals. In 2019, the prevalence and 95%CI according to explanatory variables were estimated using prevalence ratios (PR), both crude and adjusted for sex and age group. Results: TWA prevalence decreased from 4.96% (95%CI 4.55–5.38) in 2013 to 4.13% (95%CI 3.80–4.46) in 2019. In 2013, the state of Pará prevailed in TWA, and the state of Mato Grosso in 2019. The prevalence of WA and CA in 2019 were: 2.64% (95%CI 2.37–2.91) and 1.60% (95%CI 1.40–1.80). In 2019, the prevalence for TWA were higher for men (PR: 1.92; 95%CI 1.62–2.27); in the 18-29 age group (PR: 2.71; 95%CI 1.99–3.68); people with elementary school and some high school (PR: 2.09; 95%CI 1.57–2.78); and Black individuals (PR: 1.43; 95%CI 1.12–1.84). People without formal employment contract had a lower prevalence of TWA (PR: 0.77; 95%CI 0.66–0.90). WA was higher in rural areas (PR: 1.32; 95%CI 1.09–1.60). Conclusion: There was a reduction in TWA between 2013 and 2019. Men, young people, Black people, and individuals with lower level of education, residents in rural areas had higher prevalence of WA in 2019, demonstrating a relationship between health-disease-accident processes.
  • Doenças e agravos não transmissíveis e inquéritos em saúde Editorial

    Malta, Deborah Carvalho; Pereira, Cimar Azeredo
  • Supervisão dos pais e comportamento sexual entre adolescentes brasileiros Original Articles

    Reis, Gleice Barbosa; Sousa, Marco Aurélio de; Andrade, Gisele Nepomuceno de; Malta, Deborah Carvalho; Machado, Ísis Eloah; Felisbino-Mendes, Mariana Santos

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Avaliar a associação entre a supervisão dos pais e comportamentos sexuais entre os adolescentes brasileiros. Métodos: Estudo transversal com dados de 102.072 estudantes do 9º ano que responderam à Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015. Estimou-se a prevalência dos comportamentos sexuais (iniciação, uso de preservativo, contracepção e número de parcerias). A supervisão dos pais foi avaliada por meio de escore formado por cinco indicadores. Foram calculadas razões de prevalência ajustadas por sexo e idade para a análise das relações existentes entre o escore de supervisão dos pais e os comportamentos sexuais de adolescentes. Resultados: As prevalências de comportamentos sexuais em adolescentes com mínima e máxima supervisão parental foram: iniciação sexual (mín.: 58,0%; máx.: 20,1%), uso do preservativo na última relação sexual (mín.: 50,9%; máx.: 80,2%), de contraceptivos (mín.: 40,8; máx.: 49,1%) e número de parceiros (mín.: 3,25; máx.: 2,88). A supervisão parental apresentou maior magnitude no sexo feminino. Aqueles com maior escore de supervisão apresentaram maiores prevalências do uso de preservativos na primeira e última relação sexual, de métodos contraceptivos e menor média do número de parceiros, mesmo após ajustes por sexo e idade. Conclusão: Quanto maior a supervisão dos pais, melhores os comportamentos sexuais, para ambos os sexos, apesar de a supervisão ocorrer de forma diferenciada entre os sexos. Esses achados apontam o papel da família em proporcionar aos adolescentes monitoramento simultâneo ao diálogo e ao afeto, condição estimuladora do comportamento sexual saudável e livre de riscos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: to evaluate the association between parental supervision and sexual behaviors among Brazilian adolescents. Methods: Cross-sectional study with data from 102,072 adolescents who responded to the National Adolescent School-based Health Survey. We estimated the prevalence of sexual behaviors (initiation, use of condoms, contraception, and number of partners). Parental supervision was evaluated using a score considering five indicators. We calculated prevalence ratios (PR) adjusted by age and sex in order to estimate the association between parental supervision score and sexual behaviors of adolescents. Results: Prevalence of risky sexual behavior for adolescents with minimum and maximum parental supervision were: sexual initiation (min.: 58.0%; max.: 20.1%), condom use in the last sexual intercourse (min.: 50.9%; max.: 80.2%), use of contraceptives (min.: 40.8; max.: 49.1%), and mean number of partners (min.: 3.25; max.: 2.88). Parental supervision was greater among girls. Those with higher supervision scores had higher prevalence of condom use in the first and last sexual intercourse and of contraceptive methods, and a smaller mean number of partners, even after adjustments for sex and age. Conclusion: The greater the parental supervision, the better the sexual behavior for both sexes, although supervision seems to occur differently between girls and boys. These findings point to the role of the family in providing adolescents with monitoring, along with dialogue and affection, conditions that encourage healthy and risk-free sexual behavior.
  • Padrões de mortalidade em municípios de uma região mineradora antes do rompimento da barragem de Brumadinho, Minas Gerais, Brasil Original Articles

    Malta, Deborah Carvalho; Reis, Gabriela Maciel dos; Veloso, Guilherme Augusto; Cardoso, Laís Santos de Magalhães; Hartz, Zulmira Maria de Araújo; Cunningham, Matthew; Naghavi, Mohsen

    Resumo em Português:

    RESUMO: Objetivo: Descrever os padrões de mortalidade geral e por causas externas e a evolução temporal nos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba previamente ao desastre socioambiental de Brumadinho e, adicionalmente, investigar a correlação entre a mortalidade e a privação socioeconômica nesses municípios. Métodos: Foram analisadas estimativas de mortalidade do Estudo Carga Global de Doenças referentes a 26 municípios de Minas Gerais. Calcularam-se taxas de mortalidade geral e por causas externas nos triênios (T) T1 (2000 a 2002), T2 (2009 a 2011) e T3 (2016 a 2018). O coeficiente de correlação de Pearson mediu associação entre as taxas de mortalidade e a privação socioeconômica, segundo Índice Brasileiro de Privação. Resultados: Houve declínio da mortalidade geral na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba de 717,7/100.000 para 572,6/100.000 hab. e na maioria dos municípios entre T1-T3. A mortalidade por causas externas aumentou de 73,3/100.000 para 82,1/100.000 e foi mais elevada nesses municípios comparando-se com a média do Brasil e de Minas Gerais. As mortes por suicídio e violência interpessoal aumentaram de 29,6/100.000 para 43,2/100.000 na maioria dos 26 municípios. Os acidentes não intencionais reduziram-se no período, e as taxas por acidente de transporte aumentaram. Houve correlação positiva entre a privação socioeconômica e a variação percentual das taxas de mortalidade. Conclusão: Apesar da forte presença da atividade mineradora na região, isso não refletiu na melhoria do quadro sanitário, as causas externas aumentaram no período, associadas às desigualdades, o que deve ser considerado no planejamento para a recuperação das áreas do desastre.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To describe the patterns of overall mortality and mortality from external causes and the temporal evolution in the municipalities of the Paraopeba River Basin, before the socio-environmental disaster of the Brumadinho dam and, additionally, to investigate the correlation between mortality and socioeconomic deprivation in these municipalities. Methods: Global Burden of Disease Study mortality estimates for 26 municipalities in the state of Minas Gerais, Brazil, were analyzed. Rates of overall mortality and mortality from external causes were estimated in the triennia (T) T1 (2000 to 2002), T2 (2009 to 2011), and T3 (2016 to 2018). Pearson’s correlation coefficient measured the association between mortality rates and socioeconomic deprivation, according to the Brazilian Deprivation Index (IBP). Results: There was a decrease in overall mortality in the Paraopeba River Basin from 717.7/100 thousand to 572.6/100 thousand inhabitants, and in most municipalities between T1-T3. Mortality from external causes increased from 73.3/100 thousand to 82.1/100 thousand, and it was higher in these municipalities compared with the mean for Brazil and Minas Gerais. Deaths from suicide and interpersonal violence increased from 29.6/100 thousand to 43.2/100 thousand in most of the 26 municipalities. Death rates due to unintentional injuries decreased during the period, and those due to transport injuries, increased. There was a positive correlation between socioeconomic deprivation and the percent change in mortality rates. Conclusion: Despite the strong presence of mining activity in the region, such did not reflect in the improvement of the sanitary situation. Death rates due to external causes increased in the period, associated with inequalities, which must be considered in the planning for the recovery of the disaster areas.
Associação Brasileira de Pós -Graduação em Saúde Coletiva São Paulo - SP - Brazil
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