Ciência & Saúde Coletiva, Volume: 25, Número: 8, Publicado: 2020
  • Qualidade de vida e desenvolvimento neuropsicomotor de bebês de 4-18 meses em centros de educação infantil Article

    Mélo, Tainá Ribas; Araujo, Luize Bueno de; Yamaguchi, Bruna; Ferreira, Manoela de Paula; Israel, Vera Lúcia

    Resumo em Português:

    Resumo Qualidade de vida (QV) é um preditor de desenvolvimento e depende de múltiplos fatores, sendo a QV de bebês ainda pouco estudada, especialmente em ambientes de permanência como os centros de educação infantil ou creches. Correlacionar a qualidade de vida com idade, renda familiar e desenvolvimento neuropsicomotor de bebês entre 4 a 18 meses de idade que frequentam centros de educação infantil. Pesquisa descritiva transversal, com registro clínico RBR 2hd6sm em novembro de 2016. A Qualidade de Vida foi avaliada por meio de entrevistas com as famílias com o questionário Pediátrico de Qualidade de Vida-PedsQL™ (versão brasileira). Os bebês foram avaliados de maneira lúdica pela escala motora infantil de Alberta (AIMS) e pela Denver II. 88 bebês participaram do estudo. Os bebês avaliados tiveram uma boa qualidade de vida com escores acima de 64%. AIMS apresentou correlação com os escores de capacidade física e escore total de qualidade de vida. Qualidade de vida de bebês de 4 a 18 meses de idade correlacionam-se com seu desenvolvimento neuropsicomotor, sugerindo a necessidade de investigações sobre esse tema em centros de educação infantil.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Quality of Life (QoL) is a predictor of development depending on multiple factors, being the QoL of infants still little studied, especially in permanent settings such as infants educational center or daycare centers. Correlate quality of life with age, family income and the neuropsychomotor development of infants between 4 and 18 months of age in daycare centers. Descriptive transverse study research, with clinical trials registration : RBR 2hd6sm on November 2, 2016. Quality of life was evaluated with interviews with the family through Pediatric Quality of Life Inventory-PedsQL™ (Brazilian version). The infants were evaluated in a playful way, through the use of Alberta Infant Motor Scale (AIMS) and Denver II test . 88 infants participated in the study. The infants evaluated had a good quality of life, with scores above 64%. AIMS presented the correlation with for physical functioning and total score of QoL. QoL of infants from 4 to 18 months of age is correlated with their neuropsychomotor development, which suggests the need for investigations between this theme and daycare centers.
  • Educação no ciclo vital e hipertensão em adultos do Sul do Brasil Article

    Nishida, Waleska; Ziersch, Anna; Zanelatto, Carla; Wagner, Kátia Jakovljevic Pudla; Boing, Antonio Fernando; Bastos, João Luiz Dornelles

    Resumo em Português:

    Resumo O presente estudo visa examinar a associação entre a posição socioeconômica (SEP) ao longo da vida e a frequência de hipertensão (HAS), com foco nos impactos da SEP durante a infância (SEPc), fase adulta (SEPa) e ao longo da vida. Foram analisados dados do Estudo de Coorte EpiFloripa (n = 1.720, 56% mulheres; 55% <= 30 anos). Determinou-se HAS pela média de duas mensurações de pressão arterial sistólica/diastólica, diagnóstico médico e/ou uso de medicação anti-hipertensiva (43% de hipertensos). As variáveis independentes foram: SEPa – nível educacional dos participantes; SEPc – nível educacional dos pais; e mobilidade de SEP – trajetória socioeconômica de SEPc até SEPa. Cinco modelos de regressão logística foram ajustados para sexo, idade ou renda, e comparados entre si. Alta SEPa foi associada com redução de 37% no odds de HAS quando comparada à baixa SEPa. Alta SEP ao longo da vida foi associada com odds de HAS 34-37% menor quando comparada à baixa SEP ao longo da vida. Modelos de mobilidade explicaram mais da variância do desfecho do que os modelos de período sensível. Os resultados encontrados reforçam a importância da educação para o risco de HAS e a relevância da mobilidade de SEP para as desigualdades sociais em saúde.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The present study examines the association between life-course socioeconomic position (SEP) and hypertension (SAH), focusing on the health impacts of childhood SEP (SEPc), adult SEP (SEPa), as well as SEP mobility. Data from the Brazilian EpiFloripa Cohort Study (n = 1,720; 56% women; 55% <= 30 years) were analyzed. SAH was determined by the average of two measures of systolic and diastolic blood pressure, previous medical diagnosis or use of anti-hypertensive medication (43% of the sample was hypertensive). The main independent variables were: SEPa – participants’ level of education; SEPc – parental educational attainment; and SEP mobility – the socio-economic trajectories from SEPc to SEPa. Five logistic regressions models were adjusted for sex, age or income, and were compared among each other. High SEPa was associated with a 37% reduction in the odds of SAH compared to low SEPa. High SEP over the life course was associated with 34-37% lower odds of SAH compared to persistent low SEP. Mobility models explained more of the outcome variance than the sensitive period model. The results reinforce the importance of education in the risk of SAH and the relevance of a socioeconomic mobility approach for the analysis of social inequalities in health.
  • Concordância entre auto-avaliação da imagem corporal e o índice de massa corporal medido na população adulta brasileira Article

    Anjos, Luiz Antonio dos; Moraes, Cristiane Ferreira

    Resumo em Português:

    Resumo Silhuetas são usadas na autoavaliação (AA) da forma, satisfação e dimensão corporal (DC) em estudos de intervenção ou inquéritos domiciliares nos quais a medição da DC é inviável. Apesar de sua popularidade, poucos estudos validaram a Escala de Avaliação de Figuras de Stunkard (SFRS) para avaliar a imagem corporal (IC) ou o estado nutricional (EN) em adultos. O presente estudo avaliou a concordância entre a AA da IC pela SFRS e o IMC medido em adultos de um inquérito domiciliar nacional brasileiro (n = 11247; 57,2% mulheres de 20 a 99 anos), em que foram convidados a escolher uma silhueta da SFRS que mais se assemelhasse ao seu estado atual antes de medidas antropométricas serem obtidas. O EN, baseado no IMC, foi ajustado à SFRS. As prevalências de sobrepeso (S) e obesidade (OB) foram 34,4 e 19,0%, respectivamente. O kappa ponderado entre SFRS e IMC foi 0,45 e 0,43 e o coeficiente de correlação de Spearman foi 0,64 e 0,59 para mulheres e homens, respectivamente. As curvas ROC específicas por gênero indicam que as silhuetas identificam corretamente (área abaixo da curva > 0,80) OB e baixo peso (BP). Em conclusão, o SFRS fornece apenas resultados razoáveis na estimação da distribuição de IMC, mas funciona bem para identificar OB e BP em adultos brasileiros.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Silhouettes are used in the self-assessment of one’s body size, shape and satisfaction. This technique can be helpful in intervention studies and in household studies in which body size measurements are not feasible. Despite its popularity, few studies have validated the Stunkard Figure Rating Scale (SFRS) to assess body image (BI) or nutritional status (NS). The present study assessed the agreement between self-assessment of BI by SFRS and measured BMI in adults from a national household survey in Brazil (n = 11247; 57.2% women, aged 20–99y). The subjects were asked to choose a silhouette from the SFRS that most resembled their current status prior to measures of body mass and stature. BMI-derived NS was then matched to the SFRS. The prevalence of overweight and obesity (OB) was 34.4 and 19.0%, respectively. Weighted kappa between SFRS and BMI was 0.45 and 0.43 and Spearman’s correlation coefficient was 0.64 and 0.59 for women and men, respectively. Sex-specific receiver operating curves indicated that the silhouettes correctly (area under the curve > 0.80) identified OB and underweight (UW). In conclusion, SFRS provides only reasonable results when estimating the BMI distribution but it works well to identify OB and UW in the Brazilian adult population.
  • Fatores associados ao ganho ponderal excessivo em gestantes de Maceió, Nordeste do Brasil Article

    Ferreira, Raphaela Costa; Tenório, Micaely Cristina dos Santos; Tenório, Marilene Brandão; Mello, Carolina Santos; Oliveira, Alane Cabral Menezes de

    Resumo em Português:

    Resumo O objetivo deste artigo é avaliar os fatores associados ao ganho ponderal excessivo em gestantes de Maceió, capital do estado de Alagoas, Nordeste do Brasil. Estudo transversal realizado com gestantes assistidas pela rede pública de saúde do município de Maceió em 2014, das quais foram coletados dados socioeconômicos, clínicos (dosagens de glicemia, hemoglobina capilar e medida de pressão arterial), dietéticos e antropométricos, incluindo neste último o ganho ponderal gestacional, classificado em insuficiente, adequado e excessivo, segundo o Instituto de Medicina dos Estados Unidos. A associação do ganho ponderal excessivo com as variáveis independentes foi testada por meio de regressão de Poisson expressa pela Razão de Prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%). Foram estudadas 403 gestantes com idade média de 24,08 ± 6,01 anos, sendo que em relação ao ganho ponderal 19,9% delas o tiveram insuficiente; 14,1% adequado e 66,0% excessivo, estando este último associado à hiperglicemia materna (RP = 1,35; IC95% = 1,17-1,57; p < 0,001). O ganho ponderal excessivo foi frequente entre as gestantes avaliadas, com associação dessa variável com a hiperglicemia materna.

    Resumo em Inglês:

    Abstract This article aims to evaluate the associated factors with excessive weight gain in pregnant women from Maceió, the capital of Alagoas, Northeastern Brazil. Cross-sectional study with pregnant women attended in public health in the city of Maceió in 2014, of which socioeconomic, clinical (glycemia, capillary hemoglobin, and blood pressure measurement), dietary, and anthropometric data, including in the latter gestational weight gain, classified as insufficient, adequate and excessive according to the US Institute of Medicine, were collected. The combination of excessive weight gain with the independent variables was tested using the Poisson regression expressed by the Prevalence Ratio (PR) and a 95% confidence interval (CI95%). We studied 403 pregnant women with a mean age of 24.08 ± 6.01 years, with 19.9% of them displayed insufficient weight gain; 14.1% displayed adequate weight gain, and 66.0% displayed excessive weight gain, that was associated with maternal hyperglycemia (PR = 1.35; CI95% = 1.17 to 1.57; p < 0.001). Excessive weight gain is common among pregnant women evaluated with the association of this variable with maternal hyperglycemia.
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