• Qual esquema antirretroviral está associado à maior adesão no Brasil? Uma comparação dos esquemas de comprimido único, múltiplos comprimidos e com dolutegravir Article

    Cardoso, Tarsilla Spezialli; Costa, Juliana de Oliveira; Reis, Edna Afonso; Silveira, Micheline Rosa; Bonolo, Palmira de Fátima; Santos, Simone Furtado dos; Ceccato, Maria das Graças Braga

    Resumo em Português:

    Resumo: Avaliamos a adesão à terapia antirretroviral (TARV) e fatores associados de acordo com o tipo de esquema em pacientes no início do tratamento em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Mensuramos a adesão com a Escala de Adesão Terapêutica de Morisky, de oito itens (MMAS-8), e comparamos o uso de tenofovir/lamivudina com efavirenz, um comprimido uma vez ao dia (STR), ou dolutegravir em múltiplos comprimidos uma vez ao dia (MTR-DTG), com outros esquemas com múltiplos comprimidos ao dia (MTR-outros). Conduzimos uma análise de regressão logística multivariada para avaliar os fatores associados à adesão. Foram incluídos 393 pacientes: 254 em uso de STR, 106 MTR-DTG e 33 MTR-outros. A taxa global de adesão foi 44,8% (IC95%: 39,4; 50,1), sendo 50% para MTR-DTG, 43,3% para STR e 39,4% para MTR-outros. A análise multivariada mostrou chances maiores de adesão em pacientes em uso de MTR-DTG, pacientes que haviam recebido e compreendido o aconselhamento sobre o tratamento e pacientes com melhor qualidade de vida. Uso anterior de drogas ilícitas em qualquer período da vida está associada à pior adesão. A adesão global foi baixa, enfatizando a necessidade de estratégias focadas no aconselhamento sobre medicamentos e uso de drogas. A quantidade de comprimidos não foi um problema para pacientes em uso de MTR-DTG uma vez ao dia, os quais alcançaram melhores taxas de adesão.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Evaluamos la adherencia a la terapia antirretroviral altamente activa (TARAA) y sus factores asociados, según el tipo de tratamiento en pacientes que comenzaron su tratamiento en Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. La adherencia se mensuró por la Escala de Adhesión Terapéutica de Morisky, de ocho ítems (MMAS-8), y se comparó el uso del “eje” tenofovir/lamivudina, además de un comprimido de efavirenz una vez al día (STR) o dolutegravir con varios comprimidos una vez al día (MTR-DTG), u otros tratamientos con múltiples comprimidos (MTR-otros). Se realizó un análisis multivariado de regresión logística para evaluar los factores asociados a la adherencia. Se incluyeron un total de 393 pacientes, 254 usaron STR, 106 MTR-DTG, y 33 MTR-Otros. La tasa de adherencia general fue de un 44,8% (95%CI: 39,4; 50,1), 50% en el MTR-DTG, 43,3% en el STR y 39,4% en el MTR-otros. El análisis multivariado mostró una probabilidad más alta de adherencia entre pacientes usando MTR-DTG, quienes recibieron y comprendieron las orientaciones acerca de sus tratamientos y los que disfrutaban de una calidad mejor de vida. El consumo previo de drogas ilícitas a lo largo de la vida estuvo asociado con una adherencia más escasa. La adherencia general fue baja y resalta la necesidad de estrategias que se enfoquen en brindar orientación sobre el uso de la medicación y de sustancias. El número de comprimidos no fue un problema para los pacientes que tomaban MTR-DTG una vez al día, que obtuvieron mejores resultados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: We evaluated adherence to highly active antiretroviral therapy (HAART) and its associated factors according to the type of regimen in patients initiating treatment in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil. We measured adherence using the eight items Morisky Therapeutic Adhesion Scale (MMAS-8) and compared the use of “backbone” tenofovir/lamivudine plus efavirenz one tablet once-daily (STR) or dolutegravir in multi-tablet once-daily (MTR-DTG), or other multi-tablet regimens (MTR-other). We conducted a multivariate logistic regression analysis to address factors associated with adherence. A total of 393 patients were included, 254 used STR, 106 MTR-DTG, and 33 MTR-other. The overall adhesion rate was 44.8% (95%CI: 39.4; 50.1), 50% for MTR-DTG, 43.3% for STR and 39.4% for MTR-other. Multivariate analysis showed a higher chance of adherence among patients using MTR-DTG, those who received and understood counseling about their treatment and with a higher quality of life. Prior use of illicit drugs in the lifetime was associated with poorer adherence. Overall adherence was low, highlighting the need for strategies focusing on counseling about medicines and substance use. Pill burden was not an issue for patients using MTR-DTG once-daily, who achieved better results.
  • A assistência à saúde transfronteira e o prognóstico da infecção pelo HIV na tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina Article

    Zaslavsky, Ricardo; Goulart, Barbara Niegia Garcia de; Ziegelmann, Patricia Klarmann

    Resumo em Português:

    Resumo: O ato de atravessar uma fronteira internacional para receber cuidados de saúde é uma realidade nas áreas fronteiriças. O fluxo tende a ser em direção à cidade com os melhores recursos humanos e melhor infraestrutura em saúde. Embora sejam conhecidos os fatores prognósticos relacionados à infecção pelo HIV, o valor prognóstico desse tipo de migração a longo prazo tem recebido menos atenção. Este estudo divide e compara o prognóstico em três grupos de pacientes com HIV: um envolvido em mobilidade regional, outro em mobilidade transfronteira em busca de assistência e o terceiro constituído de pacientes que residem na mesma cidade onde o serviço de saúde está localizado. Este estudo de coorte retrospectiva utiliza dados de prontuários de um serviço de saúde no Brasil. Ao analisar a sobrevida com o teste de log-rank e modelos riscos proporcionais de Cox, a sobrevida geral não mostrou diferença significativa entre pacientes que recebiam cuidados através da mobilidade regional (HR = 1,03; IC95%: 0,69-1,54; p = 0,89) ou transfronteira (HR = 1,07; IC95%: 0,58-1,97; p = 0,83) e aqueles que recebiam atendimento na cidade onde residiam. Essa falta de diferença se manteve quando a análise foi ajustada para os fatores prognósticos conhecidos. Neste estudo de coorte retrospectiva, a exposição à migração regional ou internacional não mostrou associação significativa com o risco de óbito por qualquer causa, de acordo com a análise bruta e as análises ajustadas para os fatores prognósticos já conhecidos. Este foi o primeiro estudo a considerar o papel prognóstico da assistência transfronteira para pacientes com HIV. Apesar desses achados, enfatiza-se a necessidade de monitorar o grau e as características clínicas e demográficas da demanda por assistência com origem do lado oposto da fronteira, além de utilizar esses dados no processo decisório na gestão da saúde.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: El hecho de cruzar una frontera internacional en búsqueda de asistencia sanitaria es una realidad en las áreas fronterizas y el flujo migratorio se dirige hacia la ciudad con más recursos humanos y sanitarios. A pesar de que se conocen los diferentes factores pronósticos relacionados con el VIH, el valor pronóstico de este tipo de movilidad continúa todavía olvidado durante mucho tiempo. Este estudio compara los pronósticos de pacientes de VIH de tres grupos, uno implicado en la movilidad regional, otro en la movilidad fronteriza en búsqueda de asistencia sanitaria y el grupo de referencia que estaba compuesto por pacientes viviendo en la misma ciudad donde se encontraban los servicios sanitarios. Este es un estudio retrospectivo de cohorte, usando expedientes médicos de un servicio de salud en Brasil. En los siguientes análisis de supervivencia con prueba log-rank y modelos de Cox de riesgo proporcional, en cuanto a la supervivencia general no hubo una diferencia significativa entre pacientes que estaban implicados en la movilidad regional (HR = 1,03; 95%CI: 0,69-1,54; p = 0,89) o internacional (HR = 1,07; 95%CI: 0,58-1,97; p = 0,83) y aquellos que no lo estuvieron. Esta falta de diferencia se mantuvo cuando se ajustó para los factores pronósticos conocidos. En este estudio retrospectivo de cohorte, la exposición tanto a la migración regional como la internacional no tuvo una asociación significativa con el riesgo de muerte por alguna causa en los análisis crudos o ajustados para los factores pronósticos ya conocidos. Se trata del primer estudio en considerar el papel pronóstico de la asistencia sanitaria transfronteriza en pacientes con VIH. A pesar de estos resultados, existe la necesidad de un monitoreo sobre la extensión y las características clínicas y demográficas de la demanda de servicios sanitarios al otro lado de la frontera, así como el énfasis del uso de estos datos para la toma de decisiones en la gestión de salud.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: The act of crossing an international border for healthcare is a reality in border areas and the flow is in the direction of the city with more human and healthcare resources. Although several prognostic factors related to HIV+ patients are known, the prognostic value of this type of mobility for long term care is still neglected. This study compares the prognosis of HIV patients from three groups, one involved in regional mobility, another in cross-border mobility in search for healthcare and the reference group which is composed by patients living in the same city of the health facility. This is a retrospective cohort study using medical records from a healthcare service in Brazil. Following survival analysis with log-rank test and Cox proportional hazard models, overall survival had no significant difference between patients who were involved in regional (HR = 1.03; 95%CI: 0.69-1.54; p = 0.89) or international (HR = 1.07; 95%CI: 0.58-1.97; p = 0.83) mobility and those who were not. This lack of difference was kept when adjusted for known prognostic factors. In this retrospective cohort study, exposure to both regional and international migration did not have a significant association with the risk of death by any cause in crude or adjusted analyses for already known prognostic factors. This is the first study to consider the prognostic role of cross-border healthcare for HIV patients. Despite these findings, the need of monitoring the extent and the clinical and demographic characteristics of healthcare demand originated in the other side of the border and the use of these data for decision making in health management is emphasized.
  • Uma comparação do ambiente alimentar e da compra de alimentos entre áreas com prevalência de obesidade baixa e alta: dados de mapeamento, auditoria de lojas hortifruti e inquérito populacional Article

    Camargo, Daniele Flaviane Mendes; Belon, Ana Paula; Marín-León, Leticia; Souza, Bruna Fernanda do Nascimento Jacinto de; Pérez-Escamilla, Rafael; Segall-Corrêa, Ana Maria

    Resumo em Português:

    Resumo: Nosso estudo teve como objetivo comparar alguns aspectos do ambiente alimentar de duas áreas de baixa renda no município de Campinas, São Paulo, Brasil, sendo uma com baixa e a outra com alta prevalência de obesidade. Nós comparamos a disponibilidade de estabelecimentos comerciais vendendo alimentos, tipos de alimentos vendidos e hábitos alimentares dos residentes. Dados demográficos, socioeconômicos e de hábitos alimentares foram obtidos de um inquérito de saúde de base populacional. Também analisamos dados locais de ambiente alimentar coletados através de um mapeamento remoto dos estabelecimentos comerciais vendendo alimentos e auditoria dos alimentos vendidos. Para fins comparativos, as áreas foram selecionadas de acordo com a prevalência de obesidade (índice de massa corporal - IMC ≥ 30kg/m²), definida como baixa (< 25%) e alta (> 45%). Dos 150 pontos de venda de produtos alimentares, apenas 18 vendiam frutas e vegetais em todas as áreas. Áreas com alta prevalência de obesidade tinham mais mercearias e lojas especializadas em frutas e vegetais, bem como maior número de comércios vendendo frutas e verduras. Com menor escolaridade, os residentes das áreas de prevalência alta de obesidade reportaram comprar alimentos mais frequentemente em hipermercados e lojas especializadas em frutas e vegetais, embora consumissem mais refrigerantes em comparação aos residentes das áreas de baixa prevalência. Nossos resultados sugerem que as intervenções em áreas carentes devem considerar os seus diversos contextos ambientais e a interação entre escolaridade e comportamentos de compra de alimentos em ambientes menos propícios à alimentação saudável.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: El objetivo de nuestro estudio fue comparar algunos aspectos del entorno alimentario de dos áreas de baja renta en el municipio de Campinas, São Paulo, Brasil, existiendo en una baja y en otra alta prevalencia de obesidad. Comparamos la disponibilidad de establecimientos comerciales vendiendo alimentos, los tipos de alimentos vendidos, así como los hábitos alimentarios de los residentes. Se obtuvieron datos demográficos, socioeconómicos y hábitos alimentarios de una encuesta de salud de base poblacional. También analizamos datos locales sobre el entorno alimentario, recogidos a través de un mapeo remoto de los establecimientos comerciales que vendían alimentos, así como una auditoría de los alimentos vendidos. Para fines comparativos, las áreas se seleccionaron de acuerdo con la prevalencia de obesidad (índice de masa corporal - IMC ≥ 30kg/m²), definida como baja (< 25%) y alta (> 45%). De los 150 puntos de venta de productos alimenticios, solamente 18 vendían frutas y verduras en todas las áreas. Las áreas con alta prevalencia de obesidad tenían más tiendas de comestibles y tiendas especializadas en frutas y verduras, así como un mayor número de comercios vendiendo frutas y verduras. Con menor escolaridad, los residentes de las áreas de prevalencia alta de obesidad informaron comprar alimentos más frecuentemente en hipermercados y tiendas especializadas en frutas y verduras, aunque consumieron más refrescos, en comparación con los residentes de las áreas de baja prevalencia. Nuestros resultados sugieren que las intervenciones en áreas de escasos recursos deben considerar sus diversos contextos ambientales y la interacción entre la escolaridad y los comportamientos de compra de alimentos en entornos menos propicios para la alimentación saludable.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Our study aimed to compare key aspects of the food environment in two low-income areas in the city of Campinas, São Paulo State, Brazil: one with low and the other with high prevalence of obesity. We compared the availability of retail food establishments, the types of food sold, and the residents’ eating habits. Demographic and socioeconomic data and eating habits were obtained from a population-based health survey. We also analyzed local food environment data collected from remote mapping of the retail food establishments and audit of the foods sold. For comparison purposes, the areas were selected according to obesity prevalence (body mass index - BMI ≥ 30kg/m²), defined as low prevalence (< 25%) and high prevalence (> 45%). Only 18 out of the 150 points of sale for food products sold fruits and vegetables across the areas. Areas with high obesity prevalence had more grocery stores and shops specialized in fruits and vegetables, as well as more supermarkets that sold fruits and vegetables. With less schooling, residents in the areas with high obesity prevalence reported purchasing food more often in supermarket chains and specialized shops with fruits and vegetables, although they consumed more sodas when compared with residents of areas with low obesity prevalence. Our results suggest interventions in low-income areas should consider the diverse environmental contexts and the interaction between schooling and food purchase behaviors in settings less prone to healthy eating.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br