Cadernos de Saúde Pública, Volume: 38, Número: 12, Publicado: 2022
  • Vidas desiguais Resenhas

    Pedrete, Leonardo do Amaral
  • Estratégias de serviços de saúde para mulheres, recém-nascidos/as, crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19 nos países das Américas

    Jones, Daniel Eduardo; Ariza, Lucía; Alonso, Juan Pedro; Durán, Pablo; Serpa, Luis Andrés de Francisco; Serruya, Suzanne Jacob

    Resumo em Português:

    O artigo analisa os desafios observados e as estratégias implementadas em cinco países da América Latina e do Caribe para garantir a continuidade do atendimento e o acesso aos serviços de saúde para mulheres, recém-nascidos/as, crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19. O estudo é uma avaliação rápida baseada em entrevistas semiestruturadas com informantes-chave em países selecionados por conveniência: Colômbia, Equador, Guatemala, Granada e República Dominicana. Foram realizadas entrevistas com 23 informantes-chave: (a) tomadores de decisão em nível nacional e/ou subnacional, (b) prestadores de serviços de saúde e (c) representantes de organizações da sociedade civil; durante dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Entre as conclusões encontrou-se que, no início da pandemia, foi dada prioridade à COVID-19, com medidas para limitar o fluxo de pessoas às instalações de saúde nos países envolvidos, fechando ou limitando as consultas ambulatoriais e restringindo o horário de atendimento. Para as mulheres, a medida impactou os serviços de planejamento familiar e o acesso à contracepção, significando uma redução nos check-ups pré-natais. Como resultado desta desinstitucionalização dos cuidados, uma diminuição dos check-ups pediátricos, uma diminuição das vacinações no período correto e uma detecção tardia de patologias ou problemas de crescimento foram relatados entre os/as recém-nascidos/as. Entre os adolescentes, foi observada uma restrição severa dos serviços de planejamento familiar, a limitação de acesso a espaços de aconselhamento amigável e dificuldades de acesso a contraceptivos.

    Resumo em Espanhol:

    El artículo analiza los desafíos percibidos y las estrategias implementadas en cinco países de América Latina y el Caribe para garantizar la continuidad de los cuidados y el acceso a servicios de salud de mujeres, recién nacidos/as, niños/as y adolescentes durante la pandemia por COVID-19. El estudio corresponde a una evaluación rápida basada en entrevistas semi-estructuradas a informantes clave de países seleccionados por conveniencia: Colombia, Ecuador, Guatemala, Granada y República Dominicana. Se realizaron entrevistas con 23 informantes clave: (a) referentes de la toma de decisión a nivel nacional y/o subnacional, (b) referentes de servicios de salud, y (c) representantes de organizaciones de la sociedad civil, durante diciembre de 2020 y enero de 2021. Entre los hallazgos, al inicio de la pandemia se priorizó la atención del COVID-19, con medidas para limitar la afluencia de personas a los establecimientos de salud en los países involucrados, procediendo al cierre o limitación de consultas externas y restricción de horarios de atención. Para las mujeres, esto impactó en los servicios de planificación familiar y el acceso a métodos anticonceptivos, e implicó una reducción de los controles prenatales. Por esta desinstitucionalización de la atención, entre recién nacidos/as fue reportada una disminución de los controles pediátricos, una disminución de su vacunación oportuna y una detección tardía de patologías o problemas de crecimiento. Entre adolescentes, se señaló una fuerte restricción de los servicios de planificación familiar, la limitación de otros espacios amigables de consejería y dificultades para acceder a anticonceptivos.

    Resumo em Inglês:

    The article analyzes the perceived challenges and strategies implemented in five Latin American and Caribbean countries to ensure continuity of care and access to health services for women, newborns, children, and adolescents during the COVID-19 pandemic. The study corresponds to a quick assessment based on semi-structured interviews with key informants in countries selected by convenience: Colombia, Ecuador, Guatemala, Grenada, and the Dominican Republic. Interviews were conducted with 23 key informants: (a) decision makers at the national and/or subnational level, (b) healthcare professionals, and (c) representatives of civil society organizations; from December 2020 to January 2021. Among the findings, at the beginning of the pandemic, priority was given to the COVID-19 care, with measures to limit the flow of people to health facilities in the countries involved, closing or limiting outpatient visits and restricting care schedule. For women, this affected family planning services and access to contraceptive methods, implying a reduction in prenatal check-ups. As a result of this deinstitutionalization of care, among newborns, a decrease in pediatric check-ups, a decrease in timely immunization and late detection of pathologies or growth problems were reported. Among adolescents, a strong restriction of family planning services, the limitation of other friendly counseling spaces and difficulties in accessing contraceptives were observed.
  • Consumo excessivo de álcool em adolescentes brasileiros: resultados de uma pesquisa domiciliar nacional

    Medeiros, Pollyanna Fausta Pimentel de; Valente, Juliana Y.; Rezende, Leandro F. M.; Sanchez, Zila M.

    Resumo em Português:

    Os objetivos deste estudo foram descrever a prevalência de consumo excessivo de álcool (binge drinking) e outros padrões de consumo e analisar as características sociodemográficas associadas ao consumo excessivo de álcool em adolescentes brasileiros de 15 a 17 anos. Nesta pesquisa domiciliar transversal, 2.315 adolescentes da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 responderam a um questionário sobre o consumo excessivo de álcool (frequência semanal, dose média consumida em um dia e consumo excessivo de álcool). Foram realizados uma análise descritiva do consumo de álcool por características sociodemográficas e um modelo de regressão logística multivariável. A prevalência de consumo excessivo de álcool nos últimos 30 dias foi de 8,1% (IC95%: 6,2-10,3). Os adolescentes que não frequentavam a escola (OR = 2,8; IC95%: 1,6-5,0) apresentaram maiores chances de consumo excessivo de álcool do que os alunos que frequentavam a escola. Um maior nível socioeconômico (medido por meio do escore de riqueza) também foi associado a maiores chances de consumo excessivo de álcool em comparação com adolescentes com menor nível socioeconômico (por exemplo, quintil 5 vs. quintil 1: OR = 2.9; IC95%: 1,1-7,7). Meninas tiveram menores chances (OR = 0,5; IC95%: 0,2-0,8) de consumo excessivo de álcool do que meninos. Observou-se uma alta prevalência de consumo excessivo de álcool entre adolescentes, principalmente entre meninos, que não frequentam a escola e com maior nível socioeconômico. O monitoramento de padrões de consumo de álcool em adolescentes pode fornecer informações importantes sobre políticas e ações para prevenção do consumo excessivo de álcool.

    Resumo em Espanhol:

    Los objetivos de este estudio fueron describir la prevalencia del consumo excesivo de alcohol (binge drinking) y otros niveles de consumo, así como analizar las características sociodemográficas asociadas al consumo excesivo de alcohol por adolescentes brasileños de entre los 15 y los 17 años. La encuesta domiciliaria transversal aplicó un cuestionario sobre consumo excesivo de alcohol (frecuencia semanal, dosis promedio consumida al día y consumo excesivo de alcohol) a 2.315 adolescentes de la Encuesta Nacional de Salud de 2019. Se realizaron un análisis descriptivo del consumo de alcohol desde las características sociodemográficas y un modelo de regresión logística multivariado. La prevalencia de consumo excesivo de alcohol en los últimos 30 días fue del 8,1% (IC95%: 6,2-10,3). Los adolescentes que no asistían a la escuela (OR = 2,8; IC95%: 1,6-5,0) tenían más probabilidades de consumir alcohol en exceso que los estudiantes que asistían a la escuela. El mayor nivel socioeconómico (medido por la escala de riqueza) también se asoció con mayores probabilidades de consumir alcohol en exceso en comparación con los adolescentes con un nivel socioeconómico más bajo (por ejemplo, quintil 5 vs. quintil 1: OR = 2,9; IC95%: 1,1-7,7). Las mujeres tenían menos probabilidades (OR = 0,5; IC95%: 0,2-0,8) de consumir alcohol en exceso que los varones. Se encontró una alta prevalencia de consumo excesivo de alcohol entre los adolescentes, especialmente entre los varones, que no asistían a la escuela y con un nivel socioeconómico más alto. El seguimiento de los niveles de consumo de alcohol en adolescentes puede aportar información importante para las políticas o acciones destinadas a la prevención del consumo excesivo de alcohol.

    Resumo em Inglês:

    This study aimed to estimate the prevalence of binge drinking and other alcohol consumption patterns and analyze the sociodemographic characteristics associated with binge drinking among Brazilian adolescents aged 15 to 17 years. A cross-sectional household survey including 2,315 adolescents from the 2019 Brazilian National Health Survey who answered a questionnaire on alcohol consumption (weekly frequency, average amount consumed in a drinking day, and binge drinking). A descriptive analysis of alcohol consumption by sociodemographic characteristics and a multivariable logistic regression model were performed. The prevalence of binge drinking (past 30 days) was 8.1% (95%CI: 6.2-10.3). Adolescents who did not attend school (OR = 2.8; 95%CI: 1.6-5.0) had greater odds of binge drinking than adolescents attending school. Higher socioeconomic status (measured via wealth score) was also associated with higher odds of binge drinking compared with lower socioeconomic status (e.g., 5th quintile vs. 1st quintile: OR = 2.9; 95%CI: 1.1-7.7). Girls had lower odds of binge drinking (OR = 0.5; 95%CI: 0.2-0.8) than boys. The prevalence of binge drinking among adolescents, especially boys, who did not attend school and had higher socioeconomic status was high. Monitoring alcohol consumption patterns in adolescents may provide important information on policies or actions to prevent binge drinking.
  • A percepção dos pais sobre o ambiente se associa à duração da atividade física ao ar livre em pré-escolares de baixa renda? Articles

    Souza, Cleene Tavares de; Nobre, Glauber Carvalho; de Souza Filho, Anastácio Neco; Autran, Roseanne Gomes; Pizarro, Andréia; Mota, Jorge Augusto Pinto da Silva; Martins, Clarice Maria de Lucena

    Resumo em Português:

    A percepção dos pais sobre o ambiente pode influenciar o tempo gasto em atividades físicas ao ar livre em crianças pré-escolares. Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre a percepção dos pais sobre o ambiente e atividades físicas ao ar livre fora da escola em pré-escolares de baixa renda. No total, 129 pré-escolares de 3 a 5 anos (4,4 anos ± 0,7 anos, 50% meninos) e seus pais participaram do estudo. Uma versão adaptada da Escala de Caminhabilidade Ambiental do Bairro foi usada para obter as percepções ambientais dos pais. A atividade física ao ar livre foi mensurada com base em duas questões considerando o tempo habitual despendido nessas atividades durante a semana e os dias de fim de semana. As informações sociodemográficas foram coletadas por meio de entrevista. Foi utilizada regressão logística para analisar as associações. As análises estatísticas foram realizadas no SPSS, versão 21.0. A maioria dos pré-escolares (76,9%) teve ≤ 2 horas/dia em atividade física ao ar livre durante a semana enquanto no final de semana, 65,9% atingiu > 2 horas. A percepção dos pais sobre o trânsito inseguro (OR = 0,39; p = 0,03) foi associada a maiores chances de menor tempo de atividade física ao ar livre tanto durante a semana quanto no final de semana (OR = 0,46; p = 0,04). Além disso, pré-escolares cujos pais percebem falta de lugares para caminhar (OR = 0,33; p = 0,02) e período noturno inseguro (OR = 0,36; p = 0,04) são mais propensos a passar menos tempo em atividade física ao ar livre durante a semana. Após ajustes para fatores de confusão sociodemográficos, a percepção de trânsito inseguro (OR = 0,26; p = 0,01) e locais para caminhar (OR = 0,15; p = 0,01) foram preditores de menor tempo do pré-escolar em atividade física ao ar livre durante a semana. A percepção dos pais sobre o trânsito inseguro e os lugares para caminhar foram associados ao menor tempo de atividade física ao ar livre entre pré-escolares de baixa renda.

    Resumo em Espanhol:

    La percepción de los padres sobre el entorno puede influir en el tiempo dedicado a actividades físicas al aire libre en niños en edad preescolar. Este estudio tuvo como objetivo analizar la asociación entre la percepción de los padres sobre el ambiente y la actividade física al aire libre fuera de la escuela en preescolares de bajos recursos. En total, participaron en el estudio 129 preescolares de 3 a 5 años (4,4 años ± 0,7 años, 50% niños) y sus padres. Se utilizó una versión adaptada de la Escala de Caminabilidad Ambiental del Vecindario para obtener las percepciones ambientales de los padres. La actividade física al aire libre se midió a partir de dos preguntas considerando el tiempo habitual dedicado a estas actividades durante los días de semana y los fines de semana. La información sociodemográfica se recogió mediante entrevista. Se utilizó regresión logística para analizar las asociaciones. Los análisis estadísticos se realizaron con SPSS, versión 21.0. La mayoría de los preescolares (76,9%) tenían ≤ 2 horas/día en actividade física al aire libre durante la semana mientras que el fin de semana, el 65,9% alcanzaba > 2 horas. La percepción de los padres sobre el tráfico inseguro (OR = 0,39; p = 0,03) se asoció con mayores posibilidades de pasar menos tiempo en actividade física al aire libre tanto entre semana como en fin de semana (OR = 0,46; p = 0,04). Además, los preescolares cuyos padres perciben la falta de lugares para caminar (OR = 0,33; p = 0,02) e inseguridad en la noche (OR = 0,36; p = 0,04) tienen más probabilidades de pasar menos tiempo en actividade física al aire libre durante la semana. Después de los ajustes por factores de confusión sociodemográficos, la percepción de tráfico inseguro (OR = 0,26; p = 0,01) y lugares para caminar (OR = 0,15; p = 0,01) fueron predictores de menor tiempo en actividade física al aire libre de los preescolares durante la semana. La percepción de los padres sobre el tráfico inseguro y los lugares para caminar se asoció con menos tiempo en actividades físicas al aire libre en preescolares de bajos ingresos.

    Resumo em Inglês:

    Parents’ perception of the environment may influence the time spent in outdoor physical activities in pre-school children. This study aimed to analyze the association between parents’ perception of the environment and outdoor physical activities outside the school in low-income preschoolers. In total, 129 preschoolers aged 3 to 5 years (4.4 years ± 0.7 years, 50% boys) and their parents participated in the study. An adapted version of the Neighborhood Environmental Walkability Scale was used to obtain parents’ environmental perceptions. Outdoor physical activities was measured based on two questions considering the usual time spent in these activities during week and weekend days. Information on sociodemographic was collected by interview. Logistic regression was used to analyze the associations. Statistical analyses were conducted using SPSS, version 21.0. Most preschoolers (76.9%) had ≤ 2 hours/day in outdoor physical activities during the week while at the weekend, 65.9% reached > 2 hours. Parents’ perception of unsafe traffic (OR = 0.39; p = 0.03) was associated with higher chances for a shorter time in outdoor physical activities both during the week and at the weekend (OR = 0.46; p = 0.04). Moreover, preschoolers’ whose parents perceive a lack of places to walk (OR = 0.33; p = 0.02) and unsafe night time (OR = 0.36; p = 0.04) are more likely to spend less time in outdoor physical activities during the week. After adjustments for sociodemographic confounders, the perception of unsafe traffic (OR = 0.26; p = 0.01) and places to walk (OR = 0.15; p = 0.01) were predictors of preschooler’s shorter time in outdoor physical activities during the week. Parents’ perception of unsafe traffic and places to walk were associated with less time in outdoor physical activities in low-income preschoolers.
  • Uso do WhatsApp por idosos depressivos em áreas socioeconomicamente carentes de Guarulhos, São Paulo, Brasil: desafios e possibilidades para a telessaúde

    Moretti, Felipe Azevedo; Scazufca, Márcia; Nakamura, Carina Akemi; Souza, Caio Hudson Queiroz de; Seward, Nadine; Araya, Ricardo; Moreno-Agostino, Darío

    Resumo em Português:

    Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre características sociodemográficas, sintomatologia depressiva, posse de telefone celular e diferentes usos do WhatsApp entre idosos cadastrados em unidades básicas de saúde de Guarulhos, São Paulo, Brasil. Trata-se de uma análise de dados secundários com informações coletadas na triagem dos participantes a serem incluídos neste estudo randomizado em cluster PROATIVO. Indivíduos com 60 anos ou mais, cadastrados em unidades básicas de saúde de Guarulhos, foram avaliados quanto a características sociodemográficas, sintomas depressivos, de acordo com o PHQ-9, posse de telefone celular e uso do WhatsApp. Foram utilizados modelos de regressão logística múltipla para investigar as características dos potenciais usuários de intervenções digitais. Dos 3.356 idosos depressivos, 45,7% usavam o WhatsApp para receber/enviar mensagens. Na subamostra que apresentou sintomatologia depressiva (n = 1.020), 41,9% disseram usar o WhatsApp. Adultos mais jovens e com melhor status socioeconômico usavam mais o WhatsApp e eram mais propensos a possuir um telefone celular. Participantes com níveis mais altos de sintomas de depressão eram menos propensos a utilizar o WhatsApp. Sexo, idade, escolaridade, renda e sintomatologia depressiva são variáveis associadas à posse de telefone celular e ao uso do WhatsApp pelos idosos da população estudada. Esses achados podem ajudar a implementar programas de saúde digital mais adequados para populações desfavorecidas no Brasil e em outros países de baixa e média renda, principalmente intervenções de telessaúde mental que utilizem o WhatsApp e serviços móveis de saúde para idosos.

    Resumo em Espanhol:

    Este estudio tuvo como objetivo determinar la relación entre las características sociodemográficas, los síntomas depresivos, la tenencia de teléfono celular y los diferentes usos de WhatsApp entre los ancianos inscritos en unidades básicas de salud en Guarulhos, São Paulo, Brasil. Este es un análisis de datos secundarios, que recopiló la información del triaje de los participantes a ser incluidos en este estudio aleatorio en un clúster PROACTIVO. Se evaluaron las características sociodemográficas, los síntomas depresivos según el PHQ-9, la tenencia de celular y el uso de WhatsApp de los participantes de 60 años o más, registrados en unidades básicas de salud de Guarulhos. Se utilizaron los modelos de regresión logística múltiple para identificar las características de los potenciales usuarios de las intervenciones digitales. De los 3.356 ancianos deprimidos, el 45,7% utilizaba WhatsApp para recibir/enviar mensajes. En la submuestra que presentó síntomas depresivos (n = 1.020), el 41,9% dijo usar WhatsApp. Los adultos más jóvenes con mejor nivel socioeconómico usaban más WhatsApp y tenían más probabilidades de tener un teléfono celular. Los participantes con niveles más altos de síntomas de depresión tenían menos probabilidades de usar WhatsApp. El sexo, la edad, la educación, la renta y los síntomas depresivos fueron las variables asociadas a la tenencia de celular y al uso de WhatsApp por parte de los ancianos de la población estudiada. Estos hallazgos pueden ayudar a implementar programas de salud digital que sean más adecuados para las poblaciones desfavorecidas en Brasil y en otros países de bajos y medianos ingresos, en particular las intervenciones de telesalud mental que utilizan WhatsApp y servicios de salud móviles para ancianos.

    Resumo em Inglês:

    This study aimed to investigate the relationship between sociodemographic characteristics, depressive symptomatology, mobile phone ownership, and different uses of WhatsApp among older adults enrolled in primary care clinics in Guarulhos, São Paulo State, Brazil. This is a secondary data analysis, using data collected in the screening of participants to be included in the PROACTIVE cluster randomized trial. Individuals aged ≥ 60 years, registered in primary care clinics in Guarulhos, were assessed for sociodemographic characteristics, depressive symptoms according to the PHQ-9, mobile phone ownership, and use of WhatsApp. We performed multiple logistic regression models to investigate characteristics of the potential users of digital interventions. Of 3,356 older adults screened for depression, 45.7% said they use WhatsApp to receive/send messages. In the subsample that presented depressive symptomatology (n = 1,020), 41.9% stated using WhatsApp. Younger older adults and those with better socioeconomic status used more WhatsApp and were more likely to own a mobile phone. Participants with higher levels of symptoms of depression were less likely to use WhatsApp. Gender, age, schooling level, income, and depressive symptomatology are variables associated with the possession of a cell phone and with the use of WhatsApp by the older adults of the sample. These findings can help to implement digital health programs better suited to disadvantaged populations in Brazil and other low- and middle-income countries through mental telehealth interventions using WhatsApp and mobile health services to the older people.
  • Violência no território e saúde mental de agentes comunitários de saúde em uma metrópole brasileira Articles

    Vieira-Meyer, Anya Pimentel Gomes Fernandes; Morais, Ana Patrícia Pereira; Santos, Helena Paula Guerra dos; Yousafzai, Aisha Khizar; Campelo, Isabella Lima Barbosa; Guimarães, José Maria Ximenes

    Resumo em Português:

    A violência é um grande problema social no Brasil, com graves repercussões no setor de saúde. Profissionais da atenção primária à saúde, principalmente os agentes comunitários de saúde (ACS), apresentam alto risco de violência nas instalações e na área de vulnerabilidade social onde atuam. Este estudo analisou as relações entre condições adversas de trabalho e as dimensões da violência no território na prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) entre ACS de Fortaleza, uma capital do Nordeste do Brasil. As informações foram coletadas por meio de um questionário de autorrelato (Self-Reporting Questionnaire-20) com itens sobre dados sociodemográficos, violência relacionada ao trabalho, sinais e sintomas psicoemocionais, cuidados em saúde mental e ausência ao trabalho por problemas gerais ou de saúde mental. Com base nas respostas de 1.437 ACS, a prevalência de TMC (32,75%) foi associada à violência percebida, testemunhada ou sofrida na área de trabalho. Na análise hierárquica, os TMC estavam associados a idade, sexo, identidade religiosa, anos de experiência como ACS na Estratégia Saúde da Família (ESF), bairro onde trabalha, atividades na comunidade, considerando a falta de vínculo com as famílias como obstáculo, ter sofrido violência doméstica, uso de medicação para desregulação emocional, identificar o bairro como violento, considerar violência um determinante da saúde física ou mental e identificar a impunidade como causa de violência. Assim, o trabalho e a saúde mental dos ACS foram significativamente afetados pelas dimensões da violência. Nossos achados são relevantes para a adoção de estratégias para mitigar os efeitos da violência no trabalho e na saúde mental dos ACS.

    Resumo em Espanhol:

    La violencia es un problema social importante en Brasil, con graves impactos en el sector de la salud. Los profesionales de la atención primaria de salud, en especial los agentes comunitarios de salud (ACS), se encuentran en alto riesgo de violencia en los establecimientos y en el área de vulnerabilidad social donde actúan. Este estudio analizó la relación entre las condiciones laborales adversas y las dimensiones de la violencia localizada en la prevalencia de los trastornos mentales comunes (TMC) entre los ACS de Fortaleza, una capital en la Región Nordeste de Brasil. Para recabar la información, se aplicó un cuestionario de autoinforme (Self-Reporting Questionnaire-20) que constaba de ítems sobre datos sociodemográficos, violencia laboral, signos y síntomas psicoemocionales, cuidados en salud mental y ausencia al trabajo por problemas generales o de salud mental. De las respuestas de 1.437 ACS, se constató que la prevalencia de TMC (32,75%) estuvo asociada con la violencia percibida, que se presenció o sufrió en el lugar de trabajo. En el análisis jerárquico, los TMC se asociaron con la edad, el sexo, la identidad religiosa, los años de experiencia como ACS en la Estrategia de Salud Familiar (ESF), el barrio donde actúan, las actividades en la comunidad, considerando como obstáculo la falta de vínculo con las familias, haber sufrido violencia intrafamiliar, uso de medicamentos para la desregulación emocional, la identificación del barrio como violento, considerar la violencia como determinante de la salud física o mental e identificar la impunidad como causa de la violencia. Por lo tanto, el trabajo y la salud mental de los ACS se vieron significativamente afectados por las dimensiones de la violencia. Estos hallazgos son relevantes para aplicar estrategias de mitigación de los efectos de la violencia en el trabajo y en la salud mental de los ACS.

    Resumo em Inglês:

    Violence is a major social problem in Brazil, with severe repercussions on the health care sector. Primary health care professionals, especially community health workers (CHWs), are at high risk of violence at facilities and in the socially vulnerable area where they work. This study analyzed the relationships between adverse working conditions and dimensions of localized violence on the prevalence of common mental disorders (CMD) among CHWs in Fortaleza, a state capital in Northeastern Brazil. Information was collected with a self-report questionnaire containing items on sociodemographic data, work-related violence, psychoemotional signs and symptoms (Self-Reporting Questionnaire-20), mental health care, and absence from work due to general or mental health issues. Based on the responses of 1,437 CHWs, the prevalence of CMD (32.75%) was associated with perceived, witnessed, or suffered violence in the work area. In the hierarchical analysis, CMD were associated with age, sex, religious identity, years of experience as a CHW with the Family Health Strategy (FHS), work neighborhood, activities in the community, considering the lack of bonding with families as an obstacle, having suffered domestic violence, use of medication for emotional dysregulation, identifying the neighborhood as violent, considering violence a physical or mental health determinant, and identifying impunity as a cause of violence. Thus, the work and mental health of CHWs were significantly affected by violence dimensions. Our findings are relevant to the adoption of strategies to mitigate the effects of violence on the work and mental health of CHWs.
  • Cinquenta anos das Conferências Ambientais da Organização das Nações Unidas: qual é o legado para as condições de saúde humana? Perspectivas

    Oliveira, Leandro Dias de
  • Resposta à Carta às Editoras de Rotava et al. Cartas

    Silva, Gulnar Azevedo e; Claro, Itamar Bento; Tomazelli, Jeane Glaucia; Ribeiro, Caroline Madalena; Girianelli, Vania Reis; Almeida, Patty Fidelis de; Lima, Luciana Dias de
  • Carta às Editoras sobre o artigo de Azevedo e Silva et al. Cartas

    Rotava, Giovana; Constantino, Natalia Miranda; Machado, Milleny de Abreu; Marcon, Chaiana Esmeraldino Mendes
  • Desigualdades regionais e sociais na insegurança alimentar no Brasil, 2013-2018 Articles

    Cherol, Camilla Christine de Souza; Ferreira, Aline Alves; Lignani, Juliana de Bem; Salles-Costa, Rosana

    Resumo em Português:

    Este artigo tem como objetivo analisar a associação entre indicadores sociais e o agravamento da insegurança alimentar entre 2013 e 2018 em diferentes regiões do Brasil. Foram analisados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2013) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (2018). Foram investigadas amostras nacionalmente representativas de 110.750 e 57.920 domicílios, respectivamente. A insegurança alimentar foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, estimando as variações percentuais nos níveis de insegurança alimentar entre dois períodos (2013 e 2018), segundo variáveis sociodemográficas. A associação entre indicadores sociais e insegurança alimentar desagregada por região foi estimada através de modelos de regressão logística multinomial. Apesar de o Norte e o Nordeste terem as maiores proporções de insegurança alimentar, o Sudeste e o Centro-oeste foram as regiões com maior aumento da insegurança alimentar durante os mesmos períodos. A renda foi o indicador com maior associação com insegurança alimentar, tanto nas pesquisas de 2013 quanto em 2018. Observou-se também a associação da presença de três ou mais moradores menores de 18 anos com maior risco de insegurança alimentar no Norte e no Sul. O aumento da insegurança alimentar durante a crise econômica brasileira ocorreu de forma desigual entre as regiões, além de ter sido maior entre as famílias com piores condições de vida econômica e social, o que reforçou a desigualdade regional, contribuindo para a desigualdade social no país. Reforça-se a necessidade de fortalecer políticas públicas de promoção da segurança alimentar e nutricional, de acordo com as iniquidades sociais regionais.

    Resumo em Espanhol:

    Este artículo tiene como objetivo analizar la asociación de los indicadores sociales con el empeoramiento de la inseguridad alimentaria entre 2013 y 2018 en diferentes regiones de Brasil. Se analizaron datos de corte transversal de la Encuesta Nacional por Muestra de Domicilios (2013) y de la Encuesta de Presupuestos Familiares (2018). Se investigaron muestras representativas a nivel nacional de 110.750 y 57.920 hogares, respectivamente. La inseguridad alimentaria se evaluó mediante la Escala Brasileña de Inseguridad Alimentaria, estimando los cambios porcentuales en los niveles de inseguridad alimentaria entre dos períodos (2013 y 2018), según las variables sociodemográficas. La asociación de los indicadores sociales con la inseguridad alimentaria desagregada por regiones se estimó mediante modelos de regresión logística multinomial. A pesar de que el Norte y el Nordeste tenían las proporciones más altas de inseguridad alimentaria, el Sudeste y el Centro-oeste fueron las regiones con el mayor aumento de la inseguridad alimentaria en los mismos períodos. Los ingresos fueron el indicador con mayor asociación con la inseguridad alimentaria, tanto en las encuestas de 2013 como en las de 2018. También se observó la asociación de la presencia de tres o más residentes menores de 18 años con el mayor riesgo de inseguridad alimentaria en el Norte y en el Sur. El aumento de la inseguridad alimentaria durante la crisis económica brasileña se produjo de forma desigual entre las regiones y reforzó la desigualdad regional, además de haber sido mayor entre las familias con peores condiciones de vida social y económica, contribuyendo a la desigualdad social en el país. Se refuerza la necesidad de fortalecer las políticas públicas para promover la seguridad alimentaria y la nutrición, según las iniquidades sociales regionales.

    Resumo em Inglês:

    This study aims to analyze the association between social indicators and the worsening of food insecurity in 2013 and 2018 in different regions of Brazil. Data from the Brazilian National Household Sample Survey (2013) and Brazilian Household Budgets Survey (2018) were analyzed, considering nationally representative samples of 110,750 and 57,920 households, respectively. Food insecurity was assessed using the Brazilian Food Insecurity Scale by estimating the percentage changes in food insecurity levels between 2013 and 2018, according to sociodemographic variables. The association between social indicators and food insecurity disaggregated by region was estimated using multinomial logistic regression models. Although North and Northeast regions had higher proportions of food insecurity, the Southeast and Central-West regions had the highest increase in food insecurity in the same periods. Income was the indicator with the highest association with food insecurity both in 2013 and 2018. We also observed the association between the presence of three or more residents aged under 18 in a household and a higher risk of food insecurity in North and South regions. Food insecurity increased unevenly among regions during the Brazilian economic crisis, which reinforced regional inequality. Moreover, food insecurity was greater among households with worse social and economic living conditions, contributing to social inequality in the country. Thus, strengthening public policies to promote food security and nutrition according to regional social inequities is necessary.
  • Os homens quilombolas e seu trabalho: uma cartografia da saúde desses trabalhadores Artigos

    Miranda, Sérgio Vinícius Cardoso de; Oliveira, Pâmela Scarlatt Durães; Jesus, Denilson Barbosa de; Sampaio, Cristina Andrade; Rodrigues Neto, João Felício

    Resumo em Português:

    Os homens quilombolas exercem atividades produtivas que exigem grande força física, em ambientes propiciadores de diversos riscos, acidentes e agravos à saúde. O objetivo deste estudo foi cartografar os processos de trabalho de homens quilombolas em três territórios da região Norte de Minas, no Estado de Minas Gerais, Brasil. Para sua construção, utilizamos o referencial metodológico da Cartografia proposto pelos filósofos Gilles Deleuze & Félix Guattari. Os dados foram produzidos por meio da observação dos processos de trabalho, entrevistas individuais e registros das afetações em um diário cartográfico. A Análise de Discurso possibilitou a elaboração de um fluxograma descritor e a definição de três categorias temáticas. Nos territórios rastreados, a intersecção de gênero, raça e classe colabora diretamente para a execução de atividades na carvoaria, pedreira e bananal. Esses ambientes são altamente insalubres, com presença de calor e fumaça, métodos que geram grande esforço físico e poeira de sílica, exposição excessiva ao sol e uso de agrotóxicos. A integração entre a vigilância em saúde do trabalhador (VISAT) e o Ministério Público do Trabalho permite a articulação de uma rede intersetorial de educação popular, assistência técnica, qualificação e capacitação profissional. Essas medidas terão impacto direto no processo saúde-doença, na qualidade de vida dos trabalhadores e na preservação ambiental dos territórios cartografados.

    Resumo em Espanhol:

    Los hombres quilombolas realizan actividades productivas que requieren una gran fuerza física, en entornos que conllevan diversos riesgos, accidentes y peligros para la salud. El objetivo de este estudio fue cartografiar los procesos de trabajo de los hombres quilombolas en tres territorios de la región Norte de Minas en el estado de Minas Gerais, Brasil. Para su construcción, hemos utilizado el marco metodológico de la Cartografía propuesto por los filósofos Gilles Deleuze & Félix Guattari. Los datos se produjeron mediante la observación de los procesos de trabajo, las entrevistas individuales y el registro de los efectos en un diario cartográfico. El Análisis del Discurso permitió elaborar un organigrama descriptivo y definir tres categorías temáticas. En los territorios rastreados, la intersección de género, raza y clase colabora directamente con la realización de actividades de producción de carbón vegetal, canteras y plantaciones de plátanos. Estos entornos son altamente insalubres, con presencia de calor y humo, métodos que generan gran esfuerzo físico y polvo de sílice, exposición excesiva al sol y uso de agroquímicos. La integración entre la vigilancia de la salud de los trabajadores (VISAT) y la Fiscalía del Trabajo permite la articulación de una red intersectorial de educación popular, asistencia técnica, calificación profesional y formación. Estas medidas tendrán un impacto directo en el proceso salud-enfermedad, en la calidad de vida de los trabajadores y en la preservación medioambiental de los territorios cartografiados.

    Resumo em Inglês:

    Quilombola men perform productive activities that require great physical strength in environments conducive to several risks, accidents, and health problems. This study aimed to map the work processes of quilombola men in three locations in Norte de Minas region in the State of Minas Gerais, Brazil, using the methodological framework of Cartography proposed by Gilles Deleuze & Félix Guattari. Data were produced by the observation of work processes, individual interviews, and records of the effects in a mapping diary. Discourse analysis Allowed for the elaboration of a descriptor flowchart and the definition of three thematic categories. In the mapped locations, the intersection of gender, ethnicity, and class collaborates directly for the performance of activities in charcoal furnaces, quarries, and banana plantations. These environments are highly unhealthy due to the presence of heat and smoke, methods that demand great physical effort and produce silica dust, excessive sun exposure, and the use of pesticides. The integration between the workers’ health surveillance (VISAT) and the Brazilian Public Labor Prosecutor Office allows for the articulation of an intersectoral network of popular education, technical assistance, and professional training and qualification. These measures will directly affect the health-disease process, the quality of life of workers, and the environmental preservation of the mapped locations.
  • Condições de trabalho dos profissionais de saúde indígena no maior Polo Base do Brasil Artigos

    Vicente, Renata de Matos; Moreira, Naiara Ferraz; Moreira, Caroline Camila; Simonelli, Caio Gustavo; Luz, Verônica Gronau

    Resumo em Português:

    O objetivo deste estudo foi investigar e comparar as condições de trabalho dos profissionais da saúde indígena no maior Polo Base do Brasil. Trata-se de um estudo transversal realizado com todos os profissionais de saúde (N = 124) do Polo Base de Dourados, Mato Grosso do Sul, em 2020 que realizavam atendimento direto no território, por meio de questionário semiestruturado, com questões sociodemográficas, econômicas e de trabalho. As análises estatísticas foram feitas por teste qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher, com nível de 5% de significância. Os profissionais atuantes nas equipes fixas obtiveram maior frequência em levar trabalho para casa (p = 0,047), e o trabalho no fim de semana atrapalhou o descanso (p = 0,018) em comparação aos de equipes volantes. Os trabalhadores com menor tempo de serviço referiram maior sobrecarga de trabalho (p = 0,022), levar trabalho para casa e trabalhar no fim de semana, enquanto os profissionais com maior tempo de serviço relataram mais acidentes de trabalho (p = 0,004). Os agentes indígenas de saúde (AIS) e de saneamento (AISAN) trabalhavam mais aos finais de semana (p < 0,001) e tiveram mais problemas com usuários do serviço (p = 0,021). Independentemente das categorias estudadas, a maioria dos profissionais apresentou insegurança com vínculo trabalhista (72,5%), carência de plano de cargo e carreira (86,3%), trabalho no fim de semana (78,6%), ocorrência de riscos à saúde (78,6%), acidentes (65%), violências presenciadas (73,2%) e sofridas (54,7%) no ambiente laboral, pagamento atrasado (95,7%) e insatisfação salarial (86,4%). Portanto, tornam-se essenciais mais investimentos e profissionais na saúde indígena para o desenvolvimento de melhores condições de trabalho.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo de este estudio fue investigar y comparar las condiciones de trabajo de los profesionales de la salud indígena en la mayor Polo Base de Brasil. Se trata de un estudio transversal realizado con todos los profesionales sanitarios (N = 124) del Polo Base de Dourados, Mato Grosso do Sul, en 2020 que realizaban atención directa en el territorio, a través de un cuestionario semiestructurado, con preguntas sociodemográficas, económicas y laborales. Los análisis estadísticos se realizaron mediante la prueba de chi-cuadrado de Pearson o la prueba exacta de Fisher, con un nivel del 5% de significación. Los profesionales actuantes en los equipos fijos obtuvieron una mayor frecuencia en llevarse el trabajo a casa (p = 0,047) y el trabajo en el fin de semana atrajo el descanso (p = 0,018) cuando se comparó con los de equipos volantes. Los trabajadores con menos tiempo de servicio declararon una mayor sobrecarga de trabajo (p = 0,022), llevarse el trabajo a casa y trabajar el fin de semana, mientras que los profesionales con más tiempo de servicio declararon más accidentes laborales (p = 0,004). Los agentes indígenas de salud y saneamiento trabajaron más los fines de semana (p < 0,001) y tuvieron más problemas con los usuarios del servicio (p = 0,021). Independientemente de las categorías estudiadas, la mayoría de los profesionales mostraron inseguridad con el contrato laboral (72,5%), falta de un plan de puesto y carrera (86,3%), trabajo en fin de semana (78,6%), presencia de riesgos para la salud (78,6%), accidentes (65%), violencia presenciada (73,2%) y sufrida (54,7%) en el entorno laboral, retraso en el pago (95,7%) e insatisfacción salarial (86,4%). Por lo tanto, es esencial que se realicen más inversiones y se cuente con más profesionales en el ámbito de la salud indígena para desarrollar mejores condiciones de trabajo.

    Resumo em Inglês:

    This study aimed to investigate and to compare the working conditions of Indigenous healthcare professionals in the largest Base Center in Brazil. This is a cross-sectional study conducted with all the healthcare professionals (N = 124) of the Dourados Base Center, Mato Grosso do Sul State, in 2020 who performed direct care in the territory, by a semi-structured questionnaire, with sociodemographic, economic, and work questions. The statistical analyses were performed by Pearson’s chi-square test or Fisher’s exact test, with a 5% significance level. The professionals working in the fixed teams had a higher frequency of taking work home (p = 0.047) and work on the weekend hindered rest (p = 0.018) when compared to the mobile teams. Workers with shorter service time reported higher work overload (p = 0.022), taking work home and working on the weekend, whereas professionals with longer service time reported more work accidents (p = 0.004). indigenous healthcare and sanitation agents worked more on weekends (p < 0.001) and had more problems with service users (p = 0.021). Regardless of the categories studied, most professionals presented insecurity with labor ties (72.5%), lack of job and career plan (86.3%), weekend work (78.6%), occurrence of health risks (78.6%), accidents (65%), witnessed (73.2%) and suffered (54.7%) violence in the work environment, late payment (95.7%), and wage dissatisfaction (86.4%). Therefore, more investments and professionals in Indigenous healthcare become essential for developing better working conditions.
  • A diversidade temática em CSP Editorial

    Carvalho, Marilia Sá; Lima, Luciana Dias de; Alves, Luciana Correia
  • O acidente da plataforma de petróleo Deepwater Horizon após 12 anos: análise com foco na dimensão coletiva do trabalho e nos fatores organizacionais

    Figueiredo, Marcelo Gonçalves; Alvarez, Denise; Rotenberg, Lúcia; Adams, Ricardo Nunes

    Resumo em Português:

    O acidente com a plataforma Deepwater Horizon, em 2010, é considerado o maior desastre do século no setor de óleo e gás. Esse evento teve como consequências 11 trabalhadores mortos, 17 feridos, perda total da unidade e maior desastre ambiental no Golfo do México (Estados Unidos). A literatura existente abarca seus impactos ambientais, químicos, biológicos e econômicos, concentrando-se nas causas imediatas, ou seja, situações próximas no tempo e no espaço do evento, em especial erros humanos e falhas técnicas. Tal abordagem se dá em detrimento da identificação de possíveis causas subjacentes, que remetem a fatores gerenciais e organizacionais. O objetivo deste ensaio é responder à pergunta: que fatores teriam contribuído para a ocorrência do desastre que acometeu a plataforma, considerando-se a relevância da dimensão coletiva do trabalho? Nosso aporte teórico-metodológico se baseia na ergonomia da atividade e na psicodinâmica do trabalho, valorizando também a condução sinérgica da relação entre os saberes das ciências e da experiência dos trabalhadores, como propõe a perspectiva ergológica. Foram identificadas falhas de decisão tomadas por quem se situa à ponta do processo, na operação de sistemas de alta complexidade, mas que não devem ser vistas como ponto de chegada, e sim de partida na análise de grandes acidentes. O entendimento de tais decisões demanda a compreensão das representações construídas pelos trabalhadores, inclusive em sua dimensão coletiva e compartilhada. A comunicação (ou lacunas de comunicação) entre os trabalhadores e fatores organizacionais no contexto do acidente são aspectos essenciais a serem considerados na análise de eventos que envolvem sistemas complexos.

    Resumo em Espanhol:

    El accidente de Deepwater Horizon en 2010 es considerado el mayor desastre del siglo en el sector del petróleo y gas. Este evento resultó en 11 trabajadores muertos, 17 heridos, pérdida total de la unidad y un gran desastre ambiental en el Golfo de México (EE.UU.). La literatura existente abarca sus impactos ambientales, químicos, biológicos y económicos, enfocándose en las causas inmediatas, es decir, situaciones próximas en el tiempo y espacio del evento, especialmente errores humanos y fallas técnicas. Tal enfoque no identifica las posibles causas subyacentes, que se refieren a factores gerenciales y organizacionales. El objetivo de este ensayo es responder a la pregunta: ¿qué factores habrían contribuido a la ocurrencia del desastre que afectó a la plataforma, considerando la relevancia de la dimensión colectiva del trabajo? Nuestro aporte teórico-metodológico se fundamenta en la ergonomía de la actividad y en la psicodinámica del trabajo, valorando además la conducción sinérgica de la relación entre el saber de las ciencias y la experiencia de los trabajadores, tal como lo propone la perspectiva ergológica. Se identificaron fallos de decisión, tomados por quienes están al final del proceso, en la operación de sistemas de alta complejidad, pero que no deben ser vistos como un punto de llegada, sino un punto de partida en el análisis de accidentes mayores. Comprender tales decisiones requiere comprender las representaciones construidas por los trabajadores, incluso en su dimensión colectiva y compartida. La comunicación (o brechas de comunicación) entre los trabajadores y los factores organizacionales en el contexto del accidente son aspectos esenciales a ser considerados en el análisis de eventos que involucran sistemas complejos.

    Resumo em Inglês:

    The Deepwater Horizon oil rig accident, in 2010, is considered the biggest disaster of the 21st century in the oil and gas industry. A total of 11 workers died, 17 were injured, total loss of the unit, and the largest environmental disaster in the Gulf of Mexico (United States). The existing literature encompasses its environmental, chemical, biological, and economic effects, focusing on immediate causes, that is, situations close to the event in time and space, especially human errors and technical failures. This approach is taken at the expense of identifying possible underlying causes, which refer to managerial and organizational factors. This essay aims to answer the question: wich factors may have contributed to the disaster that affected the platform, considering the relevance of the collective dimension of work? Our theoretical-methodological contribution is based on the activity ergonomics and the work psychodynamics, also valuing the synergistic conduction of the relationship between the knowledge of the sciences and the experience of the workers, as proposed by the ergological perspective. We identified decision failures from those who are at the tip of the process, operating systems of high complexity, that should not be interpreted as an endpoint, but as a starting point in the analysis of major accidents. Understanding such decisions demands the comprehension of the representations constructed by the workers, including in their collective and shared dimension. The communication (or communication gaps) between workers and organizational factors in the context of the accident are essential aspects to be considered in the analysis of events involving complex systems.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br