• Dando significado ao vírus Zika: heterogeneidade nas representações sociais do vírus de acordo com a história de infecção Article

    Guedes, Gilvan Ramalho; Coutinho, Raquel Zanatta; Marteleto, Leticia; Pereira, Wesley Henrique Silva; Duarte, Denise

    Resumo em Português:

    Resumo: Apesar de amplamente noticiadas pela grande mídia, muitas das consequências negativas do vírus Zika foram menos significativas em relação às previsões originais. É provável que depois de alguns meses de epidemia, a experiência pessoal com o vírus já tenha alterado a maneira individual de lidar com a doença. Este estudo explora a relação entre a exposição ao vírus Zika e as representações sociais da epidemia. Mais especificamente, analisamos se o aumento da exposição ao risco de infecção pelo vírus Zika altera as características da teia de significados em torno da epidemia. Entre agosto e novembro de 2016, foram realizadas 150 entrevistas no Município de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil. Com base na técnica do Teste de Associação de Palavras, os dados de citações relacionadas ao vírus Zika foram modelados através da análise de redes sociais, permitindo a caracterização da teia de significados de acordo com o nível de exposição ao risco de infecção. A análise feita aqui sugere que pessoas que nunca foram infectadas por qualquer vírus transmitido pelo Aedes aegypti têm uma representação menos completa, incorporando informações da mídia através do pensamento leigo. Ao contrário daquelas com baixos níveis de exposição, a representação social feita por pessoas infectadas com o vírus Zika está associada aos significados relacionados aos sintomas mais comuns, como dor, exantema e prurido. A experiência pessoal parece moldar a representação social da doença, aumentando o foco nas consequências mais próximas. As campanhas públicas para promover o comportamento preventivo devem levar em conta a heterogeneidade das representações dessa epidemia para poder melhorar a aderência.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: A pesar de haber sido divulgado ampliamente por los medios de comunicación, muchas de las consecuencias negativas del virus del Zika han sido menos significativas de lo que se predijo originalmente. Parece que tras unos cuantos meses desde el inicio de la epidemia, la experiencia personal con el virus ha alterado la percepción personal sobre cómo lidiar con la enfermedad. Este estudio investiga la relación entre la exposición al virus Zika y la representación social de la epidemia. Más específicamente, este estudio analiza si una mayor exposición al riesgo de infección debida al Zika, modifica las características de la red de significados sobre epidemias. Entre agosto y noviembre de 2016, se realizaron 150 entrevistas en el municipio de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil. Basado en la Free Words Association Technique, la información sobre referencias relacionadas con el virus del Zika se modelaron mediante un análisis del entorno social, permitiendo la caracterización de la red de significados por el nivel de exposición al riesgo de la infección debida al Zika. El análisis realizado aquí sugiere que quienes nunca fueron infectados por ninguna enfermedad transmitida por el mosquito Aedes aegypti tienen una menor representación, incorporando información de los medios de comunicación, a través de un pensamiento generalista. En contraposición con quienes tuvieron un bajo nivel de exposición, la representación social de la gente infectada por Zika está asociada con significados relacionados con los síntomas más comunes, como dolor, sarpullido, y picores. La experiencia personal parece configurar la representación social de la enfermedad, aumentando centro de atención en sus consecuencias más próximas. Las campañas públicas diseñadas para fomentar comportamientos de protección deberían tener en consideración la heterogeneidad en las representaciones sociales de esta epidemia para mejorar la adhesión al tratamiento de la misma.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: Despite having been broadly advertised by the mass media, many negative consequences of the Zika virus have been less significant than originally predicted. It is likely that after a few months from the epidemic’s onset, personal experience with the virus has altered the person’s way to deal with the disease. This study explores the relation between exposure to Zika virus and the social representation of the epidemic. More specifically, one analyzes if increased exposure to the risk of Zika infection changes the characteristics of the web of meanings surrounding the epidemic. Between August and November of 2016, 150 interviews were conducted in the municipality of Governador Valadares, Minas Gerais State, Brazil. Based on the Free Words Association Technique, data on evocations related to the Zika virus were modeled by social network analysis, allowing the characterization of the web of meanings by level of exposure to the risk of Zika infection. The analysis performed here suggests that those never infected by any disease transmitted by the Aedes aegypti mosquito have a lesser representation, incorporating information from the media through lay thinking. In contrast to those with low levels of exposure, the social representation of people infected by Zika is associated with meanings related to the most common symptoms, such as pain, rash, and itching. Personal experience seems to shape the social representation of the disease, increasing the focus on its proximate consequences. Public campaigns designed to foster protective behavior should take into consideration the heterogeneity in the representations of this epidemic to improve adherence to preventive behavior.
  • O status social subjetivo é uma medida sumária da posição socioeconômica ao longo da vida? Article

    Ferreira, Wasney de Almeida; Camelo, Lidyane; Viana, Maria Carmen; Giatti, Luana; Barreto, Sandhi Maria

    Resumo em Português:

    Pouco se sabe sobre a associação entre indicadores de posição socioeconômica na infância e adolescência e baixo status social subjetivo na idade adulta, depois de ajustar para posição socioeconômica na idade adulta. Usamos dados de linha de base (2008-2010) do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um estudo de coorte multicêntrico de 15.105 servidores públicos de seis estados brasileiros. O status social subjetivo foi medido com a Escala de MacArthur do Status Social Subjetivo, que representa a hierarquia social como uma escada de 10 degraus, onde o degrau mais alto representa o status social subjetivo mais alto. Os participantes que escolheram os quatro degraus inferiores foram alocados à categoria de status social subjetivo baixo. Foram investigados os seguintes indicadores de posição socioeconômica: infância (escolaridade materna), adolescência (classe social ocupacional do chefe de família; classe social ocupacional do participante no primeiro emprego; natureza da ocupação do chefe de família; natureza da ocupação do participante no primeiro emprego) e vida adulta (classe social ocupacional, natureza da ocupação e escolaridade do participante). A regressão logística múltipla foi usada para estimar as associações entre status social subjetivo baixo e posição socioeconômica, depois de ajustar para fatores sociodemográficos e indicadores de posição socioeconômica em outras fases da vida. Depois dos ajustes, os indicadores de posição socioeconômica baixa na infância, adolescência e idade adulta permaneceram associados significativamente com status social subjetivo baixo na idade adulta, com gradientes dose-resposta. A magnitude dessas associações foi maior para a posição socioeconômica intra-indivíduo do que para a posição socioeconômica intergeracional. Os achados indicam que o status social subjetivo na idade adulta resulta de um processo complexo de desenvolvimento da auto-percepção socioeconômica, intrínseco ao status social subjetivo e que inclui experiências atuais e passadas, individuais e familiares.

    Resumo em Espanhol:

    Se sabe muy poco sobre la asociación entre los indicadores objetivos de la posición socioeconómica durante la infancia y adolescencia y el bajo estatus social subjetivo en la etapa adulta, después de ajustar por la posición socioeconómica para adultos. Se usaron datos de la línea de base (2008-2010) del Estudio Longitudinal de Salud en Adultos (ELSA-Brasil), un estudio de cohorte multicéntrico con 15.105 empleados públicos, procedentes de seis estados brasileños. El estatus social subjetivo se midió usando la Escala de MacArthur del Estatus Social Subjetivo, que representa la jerarquía social como una escalera con 10 peldaños, donde el peldaño superior representa el estatus social subjetivo más alto. Los participantes que eligieron los cuatro escalones inferiores de la escalera fueron asignados a la categoría baja de estatus social subjetivo. Se investigaron los siguientes indicadores del contexto socioeconómico: infancia (educación materna), adolescencia (clase social ocupacional del cabeza de familia; la clase social ocupacional del primer trabajo de los participantes; naturaleza de la ocupación del cabeza de familia; naturaleza de la ocupación del primer trabajo de los participantes), y etapa adulta (clase social ocupacional de los participantes, naturaleza de la ocupación y educación). Las asociaciones entre un bajo estatus social subjetivo y el contexto socioeconómico se determinaron usando regresión múltiple logística, tras ajustarla para factores sociodemográficos e indicadores de la posición socioeconómica de otras fases de la vida. Tras los ajustes, un bajo contexto socioeconómico en la infancia, adolescencia y etapa adulta permaneció significativamente asociado con un bajo estatus social subjetivo en la etapa adulta con gradientes dosis-respuesta. La magnitud de estas asociaciones fue más fuerte para posición socioeconómico intra-individual que para el intergeneracional. Los resultados sugieren que el estatus social subjetivo en la etapa adulta es el resultado de un complejo proceso de desarrollo, donde se adquiere una autopercepción socioeconómica, que es intrínseca al estatus social subjetivo e incluye presente y pasado, así como experiencias individuales y familiares en el hogar.

    Resumo em Inglês:

    Very little is known about the association between objective indicators of socioeconomic position in childhood and adolescence and low subjective social status in adult life, after adjusting for adult socioeconomic position. We used baseline data (2008-2010) from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), a multicenter cohort study of 15,105 civil servants from six Brazilian states. Subjective social status was measured using the The MacArthur Scale of Subjective Social Status, which represents social hierarchy in the form of a 10-rung ladder with the top rung representing the highest subjective social status. Participants who chose the bottom four rungs in the ladder were assigned to the low subjective social status category. The following socioeconomic position indicators were investigated: childhood (maternal education), adolescence (occupational social class of the household head; participant’s occupational social class of first job; nature of occupation of household head; participant’s nature of occupation of first job), and adulthood (participant’s occupational social class, nature of occupation and education). The associations between low subjective social status and socioeconomic position were determined using multiple logistic regression, after adjusting for sociodemographic factors and socioeconomic position indicators from other stages of life. After adjustments, low socioeconomic position in childhood, adolescence and adulthood remained significantly associated with low subjective social status in adulthood with dose-response gradients. The magnitude of these associations was stronger for intra-individual than for intergenerational socioeconomic positions. Results suggest that subjective social status in adulthood is the result of a complex developmental process of acquiring socioeconomic self-perception, which is intrinsic to subjective social status and includes current and past, individual and family household experiences.
  • O foco no contexto da vizinhança na autoavaliação da saúde no Estudo Pró-Saúde Article

    Santos, Simone M.; Werneck, Guilherme Loureiro; Faerstein, Eduardo; Lopes, Claudia S.; Chor, Dóra

    Resumo em Português:

    Existem relativamente poucos estudos sobre a influência das características de vizinhança sobre a auto-avaliação da saúde. Foi aplicada uma abordagem multinível com modelos hierárquicos para analisar a relação entre as características socioeconômicas de 621 vizinhanças (nível 2) da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, e a auto-avaliação da saúde de 3.054 servidores universitários (nível 1) da linha de base do Estudo Pró-Saúde. As vizinhanças foram criadas pela aplicação do algoritmo SKATER (Spatial ‘K’luster Analysis by Tree Edge Removal) aos setores censitários, de acordo com quatro indicadores e uma população mínima de 5 mil habitantes. Depois de ajustar para fatores individuais (renda per capita, escolaridade, idade, sexo, raça/cor, comportamentos relacionados à saúde e doenças crônicas), houve uma associação significativa entre renda baixa e número maior de pessoas por domicílio na vizinhança e autoavaliação da saúde “ruim”. Os residentes de vizinhanças de renda média apresentaram probabilidade 34% maior de avaliar a própria saúde como “ruim”. Aqueles que viviam em vizinhanças com maior número médio de pessoas por domicílio mostraram uma probabilidade 50% maior de autoavaliação da saúde “ruim”. Para além de fatores individuais, o contexto de vizinhança influencia a autoavaliação da saúde. Piores condições socioeconômicas da vizinhança afetam negativamente a saúde, que por sua vez aumenta as chances de autoavaliação da saúde “ruim”.

    Resumo em Espanhol:

    La influencia de las características del vecindario en la salud autoevaluada se ha estudiado escasamente. Se aplicó un análisis multinivel usando modelos jerárquicos para analizar la relación entre las características socioeconómicas en 621 vecindarios (nivel 2), dentro de la ciudad de Río de Janeiro, Brasil, y la salud autoevaluada de 3.054 empleados universitarios (nivel 1), procedentes de la base de referencia del Estudio Pró-Saúde. Se crearon vecindarios con el uso del algoritmo SKATER (Spatial ‘K’luster Analysis by Tree Edge Removal), con el fin de agrupar secciones del censo, de acuerdo con cuatro indicadores y una población mínima de 5.000 personas. Tras el ajuste por factores individuales (ingresos per cápita, escolarización, edad, sexo, etnia, comportamiento informado de salud y enfermedades crónicas), el bajo nivel de ingresos en el vecindario y el alto número de miembros por hogar estuvieron significativamente asociados a un escasa salud autoevaluada. Los participantes que vivían en vecindarios con un nivel de ingresos medios tuvieron una probabilidad un 34% mayor de autoevaluar su salud más bien como mala. Quienes estaban viviendo en vecindarios con una densidad más alta de miembros por vivienda tuvieron una probabilidad de un 50% mayor de presentar una salud autoevaluada mala. El contexto del vecindario influencia la salud autoevaluada, además del efecto de los factores individuales. Un empeoramiento de las condiciones socioeconómicas en el vecindario afecta adversamente a la salud, que a su vez aumenta la oportunidad de una salud autoevaluada como mala.

    Resumo em Inglês:

    The influence of neighborhood characteristics on self-rated health has been little studied. A multilevel approach using hierarchical models was applied to analyze the relationship between the socioeconomic characteristics in 621 neighborhoods (level 2) in the city of Rio de Janeiro, Brazil, and the self-rated health of 3,054 university employees (level 1) from the baseline of the Pró-Saúde Study. Neighborhoods were created using the SKATER algorithm (Spatial ‘K’luster Analysis by Tree Edge Removal) to cluster census tracts according to four indicators and a minimum population of 5,000 people. After adjustment for individual factors (per capita income, schooling, age, sex, ethnicity, health-related behavior and chronic diseases), low level of neighborhood income and higher numbers of members per household were significantly associated with poor self-rated health. Participants living in medium income-level neighborhoods were 34% more likely to self-rate their health as being poor. Those living in areas with a higher density of members per household were 50% more likely to present poor self-rated health. Neighborhood context influences self-rated health, beyond the effect of individual factors. Worsening neighborhood socioeconomic conditions affect health adversely, which in turn increasing the chance of poor self-rated health.
  • Características individuais e tipo de escola predizem o índice de massa corporal das crianças brasileiras: uma análise multinível Article

    Leal, Danielle Biazzi; Assis, Maria Alice Altenburg de; Conde, Wolney Lisboa; Lobo, Adriana Soares; Bellisle, France; Andrade, Dalton Francisco de

    Resumo em Português:

    O estudo teve como objetivo medir a contribuição das características individuais do aluno e da escola à variabilidade dos escores-z do índice de massa corporal (IMC) em crianças brasileiras entre 7 e 10 anos de idade. Foram analisados dados antropométricos e sociodemográficos de dois estudos trnasversais conduzidos com escolares da segunda à quinta série de Ensino Fundamental (n = 2.936 em 2002 e n = 1.232 em 2007). A modelagem multinível foi utilizada para estimar as variações de IMC em nível individual e de escola. A contribuição do contexto escolar à variabilidade global do escore-z do IMC foi pequena, porém significativa, em 2002 (3,3%-4,4%) e em 2007 (2,4%-5,3%), mostrando que alunos de escolas particulares tinham IMC mais alto, comparado ao dos alunos de escolas públicas. A renda familiar mensal mostrou uma associação negativa com o escore-z do IMC em 2002 e uma associação positiva em 2007, para ambos sexos. O consumo de doces mostrou efeito negativo sobre o IMC das crianças. Em ambos estudos, filhos de mães com sobrepeso/obesidade e alunos com história de excesso de peso ao nascer mostraram associação positiva com o escore-z do IMC. Em ambos estudos, o estado nutricional materno mostrou influência maior sobre a variabilidade global do IMC. Em conclusão, as características da escola e do aluno contribuíram para a variância no IMC da criança. Os resultados sugerem que, para serem mais eficazes, os programas de prevenção de sobrepeso/obesidade na infância devem focar em estratégias com participação da família.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo de este estudio fue determinar la contribución de las características individuales y escolares en la variabilidad del índice de masa corporal (IMC) z-scores en niños de entre 7 a 10 años de edad. Se analizaron datos antropométricos y sociodemográficos de dos estudios transversales conducidos con escolares de la segunda a la quinta serie de la enseñanza fundamental (n = 2.936 en 2002 y n = 1.232 en 2007). Se utilizaron modelos multinivel para estimar variaciones en el IMC en los niveles infantiles y escolares. La contribución del contexto escolar para la variabilidad general de IMC z-score fue pequeña, pero significativa en 2002 (3,3%-4,4%) y en 2007 (2,4%-5,3%), indicando que los escolares de escuelas privadas tenían un IMC superior, comparados con los de las escuelas públicas. Los ingresos familiares mensuales mostraron, en general, una asociación negativa con el IMC z-score en 2002 y una asociación positiva en 2007, para ambos sexos. El consumo de dulces mostró un efecto negativo en el IMC de los niños. En ambas encuestas, las madres con sobrepeso/obesas y el peso excesivo al nacer se asociaron positivamente con el IMC z-score. El estatus del peso de la madre tuvo una influencia más alta en la variabilidad general del IMC en ambas encuestas. En conclusión, las características escolares y del niño contribuyeron a la variancia en el estatus de peso de los niños. Los resultados implican que los programas infantiles de prevención de sobrepeso/obesidad deberían enfocarse en estrategias de adhesión familiar para ser más efectivos.

    Resumo em Inglês:

    The aim of this study was to determine the contribution of individual and school characteristics to the variability in body mass index (BMI) z-scores of 7 to 10 years old children. Anthropometric and sociodemographic data from two cross-sectional studies conducted with schoolchildren from the 2nd to the 5th grades of elementary schools were analyses (n = 2,936 in 2002, and n = 1,232 in 2007). Multilevel modeling was used to estimate variations in BMI at child and school levels. The contribution of the school context to the overall variability of BMI z-score was small but significant in 2002 (3.3%-4.4%) and in 2007 (2.4%-5.3%), showing that schoolchildren from private schools had a higher BMI compared to those from public schools. The monthly family income showed, in general, a negative association with BMI z-score in 2002 and a positive association in 2007, for both sexes. The consumption of sweets showed a negative effect in the BMIs of children. In both surveys, overweight/obese mothers and excessive birth weight were positively associated with BMI z-score. Mother’s weight status had a higher influence on the overall variability of BMI in both surveys. In conclusion, school and child characteristics contributed to the variance in children’s weight status. The results imply that overweight/obesity childhood prevention programs should focus on strategies of family engagement to be more effective.
  • Hospitalização nos primeiros anos de vida e desenvolvimento de transtornos psiquiátricos com 6 e 11 anos de idade: um estudo de coorte de nascimentos no Brasil Article

    Silva, Vera Lucia Schmidt da; França, Giovanny Vinícius Araújo de; Munhoz, Tyago N.; Santos, Iná S.; Barros, Aluísio J. D.; Barros, Fernando C.; Matijasevich, Alícia

    Resumo em Português:

    Resumo: O estudo teve como objetivo avaliar os efeitos no médio prazo da hospitalização nos primeiros 48 meses sobre o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos aos 6 e 11 anos de idade entre membros de uma coorte de nascimentos em um país de renda média. Analisamos os dados de uma coorte de nascimentos de 2004 (N = 4.231) na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Foi investigada a frequência da hospitalização aos 12, 24 e 48 meses de vida. Quando as crianças tinham 6 e 11 anos de idade, os transtornos psiquiátricos foram investigados com o Development and Well-Being Assessment. Usamos a regressão logística para ajustar os potenciais fatores de confusão. A frequência global de hospitalização durante os primeiros 48 meses de vida foi 33,1% (IC95%: 31,4; 34,7). Entre as crianças que tinham sido hospitalizadas, 25,6% (IC95%: 24,1; 27,1), 4,7% (IC95%: 4,0; 5,5) e 2,8% (IC95%: 2,3; 3,5) foram internadas 1, 2 ou ≥ 3 vezes durante o período, respectivamente. Depois de ajustar para os potencias fatores de confusão, as chances de apresentar qualquer transtorno psiquiátrico aos 6 e 11 anos de idade foram mais altas em crianças que haviam sido hospitalizadas nos primeiros 48 meses de vida, com OR de 1,50 (IC95%: 1,19; 1,88) e 1,63 (IC95%: 1,28; 2,07), respectivamente. Nossos resultados corroboram a hipótese de que a hospitalização na primeira infância tem efeito sobre a saúde mental posterior. São necessárias medidas preventivas para minimizar as experiências negativas de crianças com história de hospitalização na infância.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Este estudio tuvo como meta evaluar los efectos a medio plazo que tiene una hospitalización durante los primeros 48 meses de vida en el desarrollo de trastornos psiquiátricos entre los 6 y 11 años de edad, con individuos en una cohorte de nacimientos en un país de renta media. Analizamos los datos de una cohorte de nacimientos de 2004 (N = 4.231) en la ciudad de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Se investigó una frecuencia de hospitalización a los 12, 24 y 48 meses de vida. Cuando los niños tenían entre 6 y 11 años de edad, se investigaron los trastornos psiquiátricos con una evaluación sobre desarrollo y bienestar. Se usó regresión logística para ajustar potenciales factores de confusión. La frecuencia general de hospitalización durante los primeros 48 meses de vida fue de un 33,1% (95%CI: 31,4; 34,7). Entre los niños hospitalizados un 25,6% (95%CI: 24,1; 27,1), 4,7% (95%CI: 4,0; 5,5) y 2,8% (95%CI: 2,3; 3,5) estuvieron hospitalizados 1, 2 o ≥ 3 veces durante este período, respectivamente. Tras ajustar los factores de confusión, la oportunidad de presentar cualquier trastorno psiquiátrico entre los 6 y 11 años de edad fue mayor para los niños que habían sido hospitalizados durante los primeros 48 meses de vida, respecto a quienes no lo habían estado, con un OR de 1,50 (95%CI: 1,19; 1,88) y 1,63 (95%CI: 1,28; 2,07), respectivamente. Nuestros resultados avalan la hipótesis de que la hospitalización en estadios tempranos de la vida tuvo un efecto en la futura salud mental de los niños. Son necesarias medidas preventivas, con el fin de minimizar las experiencias negativas de los niños que habían sido hospitalizados durante la infancia.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This study aimed to evaluate the medium-term effects that hospitalization in the first 48 months of life has on the development of psychiatric disorders at 6 and 11 years of age among individuals in a birth cohort in a middle-income country. We analyzed data from a 2004 birth cohort (N = 4,231) in the city of Pelotas, Rio Grande do Sul State, Brazil. The frequency of hospitalization was investigated at 12, 24 and 48 months of life. When the children were 6 and 11 years old, psychiatric disorders were investigated with the Development and Well-Being Assessment. We used logistic regression to adjust for potential confounders. The overall frequency of hospitalization during the first 48 months of life was 33.1% (95%CI: 31.4; 34.7). Among the hospitalized children 25.6% (95%CI: 24.1; 27.1), 4.7% (95%CI: 4.0; 5.5) and 2.8% (95%CI: 2.3; 3.5) were hospitalized 1, 2 or ≥ 3 times during this period, respectively. After adjustment for potential confounders, the chance of presenting any psychiatric disorder at 6 and 11 years of age was higher for the children who had been hospitalized during the first 48 months of life than for those who had not, with OR of 1.50 (95%CI: 1.19; 1.88) and 1.63 (95%CI: 1.28; 2.07), respectively. Our results support the hypothesis that hospitalization in the early stages of life has an effect on the subsequent mental health of children. Preventive measures are needed in order to minimize the negative experiences of children who are hospitalized during infancy.
  • Qualidade do almoço e condições sociodemográficas entre as macrorregiões brasileiras Article

    Gorgulho, Bartira Mendes; Santos, Roberta de Oliveira; Teixeira, Juliana A.; Baltar, Valeria T.; Marchioni, Dirce Maria

    Resumo em Português:

    O estudo teve como objetivo avaliar a qualidade do almoço consumido por adultos brasileiros e os determinantes sociodemográficos em cada macrorregião brasileira, com delineamento transversal e uma amostra representativa das populações regionais. A amostra incluiu 16.096 adultos, participantes do Inquérito Nacional de Alimentação, um componente da Pesquisa de Orçamentos Familiares. A qualidade do almoço foi avaliada através do main meal quality index (MMQI), com 10 itens de pesos iguais que resultaram em um escore que variava entre zero e 100 pontos. Nas análises, modelos de regressão linear mediram a associação entre a qualidade do almoço e fatores sociodemográficos. O consumo energético médio no almoço foi 704kcal (DP = 300), e o escore médio da qualidade do almoço foi 57 pontos (DP = 0,30). A Região Norte teve o pior MMQI (56 pontos, DP = 0,07), enquanto o Centro-oeste teve o melhor MMQI ajustado (59 pontos, DP = 0,05). O escore final do MMQI mostrou associação positiva com o gênero masculino e idade de 20-39 anos, e associação negativa com escolaridade de oito anos ou mais, renda per capita de pelo menos três salários mínimos e consumo de refeições preparadas fora de casa. Apesar das diferenças entre fatores sociodemográficos, em todas a macrorregiões brasileiras os adultos consumiam um almoço rico em alimentos com alto teor de açúcar e gordura e com porções insuficientes de frutas e verduras, resultando em um almoço de baixa qualidade alimentar.

    Resumo em Espanhol:

    El objetivo de este estudio fue evaluar la calidad del almuerzo que consumen los adultos en Brasil y sus determinantes sociodemográficos en cada región brasileña. Se trata de un estudio transversal con una muestra representativa de las poblaciones regionales. La muestra comprendió a 16.096 adultos de la Encuesta Nacional sobre Dieta, Encuesta sobre Presupuestos Familiares en Brasil. La calidad del almuerzo fue evaluada aplicando el main meal quality index (MMQI), que comprendía 10 ítems de pesos equivalentes que resultaron en un marcador que abarcaba de cero a 100 puntos. El análisis se realizó mediante modelos de regresión lineal que midieron la asociación entre el almuerzo de calidad y sus factores sociodemográficos. El promedio de consumo de calorías en el almuerzo fue 704kcal (SD = 300), y la media del índice de calidad de la comida fue 57 puntos (SE = 0,30). La región Norte tuvo el peor índice de MMQI (56 puntos, SE = 0,07), mientras que el Centro-oeste tuvo el mejor índice de MMQI ajustado (59 puntos, SE = 0,05). El índice final de MMQI se asoció positivamente al género masculino y edades comprendidas entre los 20-39 años, y fue inversamente asociado con contar con ocho años o más de educación, unos ingresos per cápita de al menos tres salarios mínimos, y un consumo de comidas preparadas fuera de casa. A pesar de las diferencias entre los factores sociodemográficos, todas las regiones brasileñas contaron con un almuerzo compuesto por comidas ricas en azúcares y grasas, con insuficiente porciones de frutas y verduras, constituyendo una comida de baja calidad.

    Resumo em Inglês:

    The objective of this study was to assess the quality of lunch consumed by adults in Brazil and its sociodemographic determinants in each Brazilian region. A cross-sectional study was carried out and a representative sample of regional populations was used. The sample comprised of 16,096 adults from the Brazilian National Dietary Survey, part of the Brazilian Household Budget Survey (POF). The lunch quality was evaluated by applying the main meal quality index (MMQI), comprised of 10 items of equal weights that resulted in a score that ranged from zero to 100 points. Linear regression models measured the association between lunch quality and sociodemographic factors. The average energy consumption at lunch was 704kcal (SD = 300), and the meal quality score mean was 57 points (SE = 0.30). The North Region had the worst MMQI score (56 points, SE = 0.07), while the Central had the best MMQI adjusted score (59 points, SE = 0.05). The MMQI final score was positively associated with male gender and ages between 20-39 years, and was inversely associated with having eight years or more of education, per capita income of at least three minimum wages, and with the consumption of meals prepared away from home. Despite differences among sociodemographic factors, all Brazilian regions had a lunch composed of foods rich in sugars and fats, with insufficient portions of fruits and vegetables, resulting in a low meal quality.
  • Peso e altura autorreferidos são medidas válidas para determinar o estado nutricional: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013) Article

    Moreira, Naiara Ferraz; Luz, Verônica Gronau; Moreira, Caroline Camila; Pereira, Rosângela Alves; Sichieri, Rosely; Ferreira, Márcia Gonçalves; Muraro, Ana Paula; Rodrigues, Paulo Rogério Melo

    Resumo em Português:

    As medidas autorreferidas têm sido utilizadas em alguns inquéritos epidemiológicos para obter informações sobre peso e altura. A validação dessas informações é necessária para garantir a qualidade dos dados. Este estudo avaliou a validade do peso e altura autorreferidos para determinar o nível de peso corporal. Os dados foram obtidos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), um inquérito domiciliar com abrangência nacional, realizado em 2013. Na PNS, 40.366 indivíduos (idade ≥ 18 anos) forneceram dados autorreferidos sobre peso e altura. O teste t de Student foi usado para verificar as diferenças entre os dados autorreferidos e os diretamente mensurados. A concordância entre as medidas foi obtida pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e pelo método de Bland-Altman. Para avaliar as categorizações de peso corporal, foram utilizados o coeficiente kappa ponderado e a concordância exata. Foram estimadas a sensibilidade e a especificidade dos dados autorreferidos na classificação dos indivíduos com sobrepeso e obesidade. Houve alta concordância entre peso, altura e índice de massa corporal auto-referidos e os mesmos indicadores medidos diretamente (CCI > 0,88). As médias de concordância estimadas pelo método de Bland-Altman foram 99,6% para peso e 100,6% para altura. O coeficiente kappa ponderado mostrou concordância substancial entre as categorias de peso corporal (> 0,66); a concordância exata era 77%. A sensibilidade e especificidade para sobrepeso (83% e 87,5%, respectivamente) e obesidade (73,4% e 96,7%, respectivamente) foram consideradas altas para as características sociodemográficas avaliadas. De acordo com nossos resultados, o peso e altura autorreferidos podem ser utilizados com cautela, enquanto alternativas válidas para determinar o nível de peso corporal.

    Resumo em Espanhol:

    Las medidas autoinformadas se han usado para obtener información sobre el peso y altura en algunas encuestas epidemiológicas. La validación de tal información es necesaria para garantizar la calidad de la información. Este estudio evaluó la validez del peso y altura autoinformados para determinar el estado de peso. Los datos fueron obtenidos en la Encuesta Nacional de Salud Brasileña, una encuesta a nivel nacional, realizada en los hogares brasileños y llevada a cabo en 2013. En esta encuesta, 40.366 individuos (con una edad de ≥ 18 años) proporcionaron información autoinformada sobre su peso y altura. Se usó una prueba t de Student con el fin de verificar las diferencias entre los datos autoinformados y los datos con medición. La concordancia entre las medidas se obtuvo usando un coeficiente de correlación intraclase y el método de Bland-Altman. Para evaluar las variaciones en las categorizaciones del estado de peso, se usó coeficiente ponderado de kappa y la concordancia exacta. La sensibilidad y la especificidad se estimaron por la información autoinformada para clasificar a los individuos con sobrepeso y obesos. Hubo una alta concordancia entre quienes lo autoinformaron y a quienes se les tomó el peso y la altura, además de su índice de masa corporal (CCI > 0,88). El promedio de concordancia estimado por el método de Bland-Altman method fue de un 99,6% para el peso y 100,6% para la altura. El coeficiente de kappa ponderado mostró una concordancia sustancial entre el estado de las categorías de peso (> 0,66); la concordancia exacta fue de un 77%. La sensibilidad y especificidad para el sobrepeso (un 83% y 87,5%, respectivamente) y la obesidad (un 73,4% y 96,7%, respectivamente) fueron consideradas altas por las características sociodemográficas evaluadas. De acuerdo con nuestros resultados, las medidas autoinformadas de peso y altura pueden ser usadas con precaución como alternativas válidas para determinar el estado nutricional.

    Resumo em Inglês:

    Self-reported measures have been used to obtain weight and height information in some epidemiological surveys. The validation of such information is necessary to guarantee data quality. This study assessed the validity of self-reported weight and height to determine weight status. Data were obtained in the Brazilian National Health Survey, a Brazilian household-based nationwide survey carried out in 2013. In this survey, 40,366 individuals (aged ≥ 18 years) provided self-reported and measured information about weight and height. Student’s paired t-test was used to verify the differences between self-reported and measured data. The agreement between measurements was obtained using the intraclass correlation coefficient (ICC) and Bland-Altman method. To evaluate variations in weight status categorizations, the weighted kappa coefficient and exact agreement were used. Sensitivity and specificity were estimated for the self-reported information to classify overweight and obese individuals. There was high agreement between self-reported and measured weight, height, and body mass index (ICC > 0.88). The mean agreements estimated by the Bland-Altman method were 99.6% for weight and 100.6% for height. The weighted kappa coefficient showed substantial agreement among the weight status categories (> 0.66); the exact agreement was 77%. Sensibility and specificity for overweight (83% and 87.5%, respectively) and obesity (73.4% and 96.7%, respectively) were considered high for the sociodemographic characteristics evaluated. According to our results, self-reported measurements of weight and height can be used cautiously as valid alternatives to determine weight status.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br